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SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL • Pearson Educalion EMPRESA CIDADà Bibliografia Universitária Pearson A A ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL Organizador Celso Augusto Rossete Especialista em engenharia de segurança do trabalho pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP} Graduado em engenharia de produção pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp} Auxiliar de coordenação e docente da disciplina de higiene do trabalho no curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho na Unaerp Técnico judiciário - apoio especializado - especialidade segurança do trabalho no Tribunal Regional Federal da 3ª Região PEARS ON ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) } ) ) ) ) ) ) ) ) ) SUMÁRIO Apresentaçio .......................................................................................... VII Pref6clo ....................................................................................................... IX Unidade 1 Os acidentes, as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupacional ............................................... 1 Prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho .... 3 Segurança, acidentes e teoria das falhas ........................................ 4 Consequências dos acidentes e estatística .................................... 9 Custo e prevenção dos acidentes ................................................... 13 Acidentes e doenças relacionadas ao trabalho ......................... 20 Conceitos legais sobre os acidentes e doenças do trabalho ... 20 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ........................... 25 Causas dos acidentes .......................................................................... 27 A saúde dos empregados .................................................................. 43 Saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina do trabalho ...................... ...................................................................... 47 A importância da segurança e da saúde dos empregados . ..47 Saúde ocupacional .............................................................................. 49 Riscos ambientais ................................................................................... 53 Agentes físicos ....................................................................................... 54 Agentes químicos ................................................................................. 56 Agentes biológicos .............................................................................. 58 Agentes ergonômicos ......................................................................... 59 Agentes de acidentes .......................................................................... 60 Unidade 2 As responsabilidades e legislações aplicadas à saúde ocupacional, SESMT e Cípa ....................... 65 Responsabilidades em segurança e saúde ocupacional. ....... 67 Responsabilidades legais .................................................................. 69 Responsabilidade civil e penal ........................................................ 69 Legislação aplicada à segurança e saúde ocupacional .......... 72 Legislação trabalhista brasileira ...................................................... 74 Normas regulamentadoras ............................................................... 75 Legislação previdenciária e o PPP .................................................. 78 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTI .................... 85 Dimensionamento dos profissionais do SESMT.. ...................... 87 © 2016 by Pearson Education do Brasil Todos os direitos res ervados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e tr ansmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Pearson Education do Brasil. Gerentt editorial: Thiago Anacleto Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso Coordenação de produfãQ editorial: Jean Xavi er Editor: Casa de Ideias Editor assistmte: Marcos Guimarãe.� Rcdafão: Daisy Mola Projeto grdflco e diagramação: Casa de Ideias Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Segurança do trabalho e saúde ocupacional / organizador Celso Augusto Rossetc. - São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. Bibliogr.úia. ISBN 978-85·430-1692·4 1. Acidentes do trabalho 2. Acidentes do trabalho - Prevenção 3. Higiene do trabalho 4. Saúde ocupacional 5. Segurança do trabalho I. Rossete, Celso Augusto. 15-09168 Índice para catálogo sistemático: 1. St.-gurança do trabalho: Problemas sociais 363.11 2015 CDD-363.11 Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à Pearson Education do Brasil, uma empresa do grupo Pearson Education Rua Nelson Francisco, 26 - Limão CEP: 02712-100, São Paulo - SP Fone: (11) 2178-8686 - Fax: (11) 2178-8688 e-mail: vendas@pearson.com ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) r ^ A P R E S E N T A Ç Ã O Nos catálogos de I IVTOS universitários há vários títulos cuja pri- meira edição saiu há 40, 50 anos, ou mais São livros que, graças à identificação da edição na capa (e somente a ela), têm sua idade re- velada E , ao contrário do que muitos podem imaginar, isso não é um problema. Pelo contrário, são obras conhecidas, adotadas em diversas instituições de ensino, usadas por estudantes dos mais diferentes per- fis e reverenciadas pelo que representam para o ensino. Qual o segredo de sucesso desses I I V T O S ' ' O que eles têm de diferente de vários outros que, embora tenham tido boa aceita- ção em um primeiro momento, não foram tão longe'' E m poucas palavras, esses I I V T O S se adaptaram às novas realidades ao longo do tempo, entendendo as mudanças pelas quais a sociedade - e, consequentemente, as pessoas - passava e as novas necessidades que se apresentavam Para que isso fique mais claro, vamos pensar no seguinte: a maneira como as pessoas aprendiam matemática na década de 1990 é igual ao modo como elas aprendem hoje 0 Embora os ali- cerces da disciplina permaneçam os mesmos, a resposta é: não! Nesse intervalo de tempo, ocorreram mudanças sigmficativas - a Internet se consolidou, os celulares se popularizaram, as redes so- ciais surgiram etc E todas essas mudanças repercutiram no modo de vida das pessoas, que se tomou mais rápido e desafiador, trans- formando os fundamentos do processo de ensino/aprendizagem Foi com base nisso que nasceu a Bibliografia Universitária Pearson ( B U P ) Concisos sem serem rasos e simples sem serem simplistas, os livros que compõem esta série são baseados na premissa de que, para atender sob medida às necessidades tan- to dos alunos de graduação como das instituições de ensino - independentemente de eles estarem envolvidos com ensino presen- cial ou a distância - , é preciso um processo amplo e flexível de construção do saber, que leve em conta a realidade em que vivemos. Assim, as obras apresentam de maneira clara os principais conceitos dos temas propostos, trazendo exatamente aquilo que o estudante precisa saber, complementado com aprofundamentos Segurança do uabalho • saúde ocupacional Atribuições dos profissionais do SESMT 88 Inspeções de segurança 88 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) 93 Dimensionamento da Cipa 94 Atribuições da Cipa 94 Unidade 3 Equipamentos de proteção, PCMSO, PPRA, insalubridade e periculosidade 103 Equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual (EPC e EPI) 105 Equipamento de proteção coletiva (EPC) e medidasadministrativas 106 Equipamento de proteção individual (EPI), 107 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 116 Norma Regulamentadora n. 7 (NR 7) 116 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) 122 Norma Regulamentadora n. 9 (NR 9) 122 Hierarquia das medidas de controle 123 Nível de ação 124 Insalubridade e periculosidade 124 Insalubridade ou trabalho insalubre 124 Periculosidade ou trabalho perigoso 126 Unidade 4 Gestão em SSO, ergonomia, treinamentos e qualidade de vida no trabalho 133 Gestão de segurança e saúde ocupacional 135 Sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional 135 Políticas de segurança do trabalho 138 Ergonomia 141 Conceitos e princípios de ergonomia 141 Organização do trabalho 143 Treinamento para prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho 146 A importância do treinamento em segurança do trabalho 146 Treinamento prático 148 Documentação 149 Qualidade devida no trabalho 149 Componentes da qualidade de vida no trabalho 150 Modelos de qualidade devida no trabalho 151 Programas de bem-estardos colaboradores 153 Referências 157 ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) P R E F A C I O O conhecimento sobre os conceitos de segurança e saúde ocupacional (SSO) para os profissionais de gestão e adminis- tração de pessoas é de grande importância, pois, de acordo com inúmeros autores, o bem mais valioso e o diferencial competi- tivo em qualquer processo ou meio produtivo são as pessoas. O objetivo desta obra não é formar profissionais com grande es- pecialidade em segurança do trabalho e saúde ocupacional, mas sim permitir que diante das ativídades de seu cotídiano, profis- sional ou pessoal, ele possa levar em consideração a opção mais segura, aquela que não comprometerá a saúde, integridade física e bem-estar dos envolvidos, podendo ser outros trabalhadores ou até mesmo a comunidade. Cumprindo a proposta de atingir o objetivo desta publicação, o conteúdo divíde-se em quatro unidades, todas elas enriquecidas com boxes adicionais, figuras, seções especiais e exercícios para fixação. A Unidade 1 conceitua as perdas e seu respectivo controle em segurança do trabalho, proporciona o conhecimento básico sobre os custos e consequências dos acidentes para as empresas, indiví- duo ou a sociedade em geral, e a importância da prevenção de tais acontecimentos que podem afetar drasticamente o planejamento estratégico de qualquer organização. Vamos estudar também os conceitos introdutórios e legais sobre os acidentes e doenças re- lacionados ao trabalho e entender quais as responsabilidades das partes envolvidas quando houver um acidente ou o diagnóstico de uma doença profissional ou do trabalho. Também conheceremos a importância da prevenção destes eventos indesejados por meio da saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina do trabalho, além de estudarmos a classificação e grupos dos riscos ambien- tais, que auxiliam na aplicação das etapas de reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, er- gonómicos e de acidentes. Existem profissionais e comissões dedicadas á segurança e saú- de dos trabalhadores. Na Unidade 2 estudaremos as responsabili- dades legais e atribuições dos empregadores e empregados, bem t leçurança do tiabalho e saúde ocuptCJOftd e discussões para reflexão. Além disso, possuem uma estrutura didática que propõe uma dmàmtca única, a qual convida o leitor a levar para seu dia a dia os aspectos teóricos apre- sentados. Veja como isso funciona na prática: A seção "Panorama" aprofunda os tópicos abordados ao mostrar como eles funcionam na prática, promovendo interessantes reflexões. Saiba mais Exemplo Fique atento Link Introdução awsfc rvo camirthó tí< íM<atfJUJttv,. í> -Mt•,*-<\l. uml***, *fo <8<> r>í<wcs:,ylA •*> x&trn ffaíiwiat rwfki«.a tf* (*tç>:* !w. m;iK ',kn- Ao longo do livro, o leitor se depara com vários hipertextos. Classificados como "Saiba mais", "Exemplo", "Fique atento" e "Link", esses hipertextos permitem ao aluno ir além em suas pesquisas, oferecendo-lhe amplas possibi- lidades de aprofundamento. A linguagem dialôgica aproxima o es- tudante dos temas abordados, eliminando qualquer obstáculo para seu entendimento e incentivando o estudo. A diagramação contribui para que o estu- dante registre ideias e faça anotações, intera- gindo com o conteúdo. Todas essas características deixam claro que os livros da Bibliografia Universitária Pearson constituem um importante aliado para estudantes conectados e professores ob- jetivos - ou seja, para o mundo de hoje - e certamente serão lembrados (e usados) por muito tempo. Boa leitura! suas expectativas e necessidades atendidas, e que a satisfação al- cançada seja revertida em b&lefícios para os trabalhadores e para a própria organização Esperamos que esta obra represente para você, uma poderosa fonte de informação e conhecimento para a adoção de ações que possibilitem a prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, preservando o respeito ao trabalhador, a valorização e dignidade do trabalho humano. E que possa, a partir daqui, lhe despertar o interesse em aprofundar tais conhecimentos e ampliar a atuação em segurança do trabalho e saúde ocupacional. Bons estudos! Celso Augusto Rossete sauae oo.ipaoonai como dos profissionais que compõem o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Estudaremos os Mapas de Risco e as mspeções em segu- rança do trabalho para prevenção de perdas. Depois, abordaremos a legislação aplicada à segurança dos trabalhadores, como direito do trabalho pela Consolidação das Leis do Trabalho ( C L T ) e as Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) , além da legislação previdenciária e o Perfil Pro- fissiográfico Previdenciário, ou simplesmente o PPP, de grande im- portância para garantir os direitos dos trabalhadores. Na Unidade 3 apresentaremos o tão comentado Equipamen- to de Proteção Individual ( E P I ) e o Equipamento de Proteção Coletiva ( E P C ) , que auxiliam na proteção contra acidentes ou na minimização da gravidade das lesões ocorridas em razão do acidente sofrido. Também veremos a importância e necessida- de dos programas de segurança e saúde ocupacional - PPRA e PCMSO - , que auxiliam no cumprimento legal, bem como na melhoria de condições de trabalho e vigilância da saúde dos trabalhadores. Complementando esta unidade, conheceremos os conceitos legais de insalubridade e periculosidade de acordo com a C L T e as normas regulamentadoras 15 e 16, bem como os valores dos respectivos adicionais devido aos trabalhadores que estiverem expostos ás condições de risco à saúde e perigo à vida. Finalizando o estudo, a Unidade 4 aborda a gestão de seguran- ça e saúde ocupacional, que permite às organizações, por meio de ferramentas como a política de segurança, determinar as metas e o compromisso com a segurança do trabalho e saúde ocupacional, em que os trabalhadores são valorizados e são criados controles que permitam a melhoria continua das ações em SSO. Outra ciên- cia interessante e bem difundida nos dias atuais é a ergonomia, que apresenta relatos bem antigos da adequação do trabalho ao homem, possibilitando, além do conforto, as condições ideais para a realização do trabalho com segurança. Dentre os métodos de prevenção de acidentes conheceremos os treinamentos que atuam na educação e conscientização dos envolvidos em ativtdades de risco para adoção de medidas e comportamentos seguros E , por fim, trataremos da importância da qualidade de vida no trabalho e como a empresa pode atuar para que os trabalhadores tenham U N I D A D E Os acidentes, as doenças e a ) ) ) prevenção em segurança e i saúde ocupacional ) ^- Obje t ivos d e a p r e n d i z a g e m )) ) ) ) ) ) ) • Entender o que são os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho. • Compreender os impactos desses acidentes e dessas doenças nos trabalhadores, nas empresas e na sociedade. • Descobrir as teorias sobre a frequência com a qual esses acidentes e essas doenças ocorrem. • Assimilar os conceitos de saúde, segurança, higiene e medicina do trabalho. • Conhecer o processo de prevenção desses acidentes e dessas doenças. • Aprender a reconhecer e controlar os riscos. 1 ^— - T e m a s ) Neste tema. você vai encontrar diversos conceitos sobre saúde, ) segurança, falha e acidente. Ao entende los, estará preparado para pensar sobre os conceitos que antecedem a saúde e a segurança do trabalhador e por que se preocupar. Você também entenderá o impacto dos acidentes e das doenças e a importância da preven- ção destes. 2 - Acidentes e doenças relacionadas ao trabalho Você sabe a diferença entre acidente e doença ocupacional? Neste tema, vamos explicar as semelhanças e diferenças entre eles, tanto do ponto de vista funcional quanto do ponto de vista legal.Também aprofundaremos os processos de análise das causas dos acidentes e as medidas para enfrentá-las. Os acidentes, as doenças ea prevenção cm segurança e saúde ocupar.iona gerando perda de tempo, lesões nos trabalhadores e danos materiais (ZOCCHIO, 2(X12). O acidente de trabalho é um 1'enômeno complexo. Ele pode ser pro- vocado por fatores muito diferentes, envolvendo desde o projeto de um equipamento até uma dhicu Idade de se chegar ao trabalho por causa de uma enchente, por exemplo. A cultura do trabalhador e seu estado psicológico também afetam os riscos. O processo de prevenção de acidentes exige também o acompanha- mento e estudo das atividades, além da investigação e do registro claro das ocorrências. Para cada acidente identificado, ê importante ir a fundo na busca de todas as suas causas, de todos os fatores que contribuíram para que ele ocorresse. Nosso trabalho, então, é: • Analisar as atividades que estão sendo realizadas pelos trabalha- dores e procurar os riscos a que estão expostos. • Acompanhar as atividades e registrar cuidadosamente todos os Com essas duas informações, saberemos quais os riscos existente: e como eles estão provocando, ou provocarão, acidentes ou doenças A partir daí podemos propor soluções, como alteração de equipa mentos, mudança de procedimentos e criação de programas de ca pacitaçâo dos trabalhadores. Ao longo desta unidade, você vai explorar esse processo. Prevenção e controle d e pe rdas e m segurança do t raba lho O que deve ser feito para evitar acidentes0 Em primeiro lugar, devemos analisar a organização, suas estra- tégias, as atividades desenvolvidas, as condições do local onde são desenvolvidas essas atividades, as pessoas que lá atuam, as insta- lações, os equipamentos utilizados, os processos de trabalho e os produtos. Desse modo. precisamos estudar a fundo toda a cadeia de acontecimentos, desde a entrada da maténa-prima até a saida do produto final, ou até mesmo a prestação de um serviço ao cliente. E m seguida, a partir da análise, devemos aluar sobre cada um desses itens (organização, pessoas, equipamentos, msumos etc.) para reduzir as probabilidades de acidentes. • 3 - Saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina do trabalho Como a medicina e a higiene participam da segurança do traba- lho? Vamos entender melhor o que é saúde ocupacional, sua im- portância e as tarefas envolvidas no processo para promove la. 4 - Riscos ambientais Muitos fatores do ambiente de trabalho afetam a saúde, o bem-estar e a segurança do trabalhador. Você vai entender como os agentes físicos, químicos, biológicos e ergonómicos interferem no ambiente, preparando se para controlá-los. In t rodução : Você conhece alguém que já sofreu algum acidente de trabalho? Pen- se bem! Além dos acidentes que ocorrem dentro da empresa, os aci- dentes no caminho de casa para o trabalho, e vice-versa, também são considerados acidentes de trabalho. I tem mais: qualquer doença que seja resultado do trabalho desde algo sério, como a contamina- ção provocada por algum material perigoso, até algo bem mais sim- ples, como um resfriado em virtude da falta de manutenção nos filtros dos aparelhos de ar-condicionado - também é estudada pela mesma disciplina: segurança do trabalho e saúde ocupacional. Esta disciplina estuda as maneiras pelas quais os acidentes e as doen- ças ocorrem e elabora estratégias para evitá-los. Não há uma causa única para a ocorrência de acidentes. Nem uma maneira única de preveni-los. O estudo da segurança do trabalho é o entendimento de que em todas as atividades há um conflito entre duas forças opostas: 1. Os fatores de risco atuando no sentido de provocar acidentes e doenças. 2. A função segurança a - o u pelo me- nos minimizar os efeitos dos fatores de risco. Segundo o dito popular, "é melhor prevenir do que remediar* e o ob- jetivo desta disciplina é fazer, da melhor maneira possível, a preven- ção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Devemos entender que sempre existem riscos. O acidente de traba lho é uma ocorrência não programada, na maioria das vezes inespera- da, que interrompe ou interfere no processo normal de uma ativídade, ) ) ' Os acidentes, ts doenças e » prevenção em segurança e saúde ocupar, lont Quando pensamos em saúde c segurança do trabalho, irnagina- 1 mos uma situação em que é baixa a probabilidade de eventos que ! prejudiquem: pessoas funcionários, clientes, fornecedores, patrimônio - prédios, máquinas, ferramentas ou produtos, > meio ambiente - ar, solo, água. animais ou plantas Para trabalhar com segurança, devemos pensar em aspectos técnicos, educativos, de saúde e também de motivação da equi- pe. Essa é uma obrigação legal das empresas, mas que também ) traz benefícios técnicos, administrativos e económicos tanto para • a empresa como para seus funcionários e familiares e a sociedade. A equipe responsável pela segurança do trabalho deve ser for- I mada por técnicos, engenheiros, médicos e enfermeiros, entre ou- tros. Esses profissionais constituem o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho ( S E S M T ) . ) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) é formada por trabalhadores que. de modo geral, devem reunir o SESMT com outros funcionários da empresa O objetivo da Cipa é preve- ) nir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, bem como pro- mover o bem-estar dos demais trabalhadores. Saiba mais I é importante entender a diferença entre acidentes e incidentes. Incidemes, ou I quase acidentes, são situações que poderiam causar algum dano, mas que I não chegam a fazê-lo. Assim, se uma máquina de corte sem proteção ferir a j mão ou os dedos de um trabalhador, isso é um acidente, mas se este retirar { a mão antes do corte, isso será considerado um Incidente. A segurança do trabalho é definida por normas e leis. [...] sendo que, no Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras e outras leis comple- mentares, como Portarias e Decretos, Instruções Técnicas e tam- bém as Convenções da Organização Internacional do Trabalho - OIT (SILVA, 2002 apud WACHOWICZ, 2012, p. 37). A segurança do trabalho também está associada à higiene ocu- pacional. O profissional que atua nessa área - engenheiro, físico, biólogo etc. - é responsável pela identificação e pelo controle de ) c Segurança do trabalho e saúde ocupacional Neste tema você vai encontrar diversos conceitos sobre saúde, segurança, falha e acidente. Ao entender esses conceitos, estará pre- parado para pensar na linguagem da saúde e segurança do trabalho. Você também vai entender o impacto dos acidentes e das doen- ças e a importância da prevenção destes. Segurança, acidentes e teoria das falhas Saiba mais "Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidasque são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocu- pacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laboral* (SILVA et al„ 2012 apud WACHOWICZ, 2012, p. 37), J O objetivo da segurança do trabalho está em eliminar ou, pelo menos, minimizar as ocorrências de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, promovendo saúde e bem-estar aos trabalhadores. Para Guimarães (2000. p, 4-11), os acidentes de trabalho po- dem apresentar quatro enfoques: 1. Enfoque social - a incapacidade permanente, ou mesmo temporária, da vítima, o sofrimento do acidentado e de sua família, além da sobrecarga do sistema previdenciário, afe- tando a sociedade em geral. 2. Enfoque económico - os custos do acidentado, da equipe, do transporte, do equipamento e do material danificado, dos su- pervisores, além das despesas jurídicas, dos danos à imagem da empresa, da redução da competitividade, da redução da moral dos funcionários e a queda nos níveis de produção de bens ou serviços, aumentando, consequentemente, os custos operacionais e diminuindo o lucro. 3. Enfoque jurídico - refere-se às leis de acidente de trabalho Estas, em geral, não são cumpridas, ficando o empregador sem a devida punição e o trabalhador â mercê da própria sorte. 4. Enfoque epidemiológico - relaciona-se à descrição, locali- zação e classificação das lesões decorrentes do acidente de trabalho e das doenças profissionais. as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocup. pouco mais, esses fenómenos podem ter efeitos determinísticos (em curto prazo), probabilísticos (em longo prazo) e de correlação (duas ou mais causas). Quando um ser humano ou um equipamento realizam uma função de maneira inadequada, acontece uma falha que pode ou não produzir danos. Para analisar esse processo, podemos aplicar a teoria das falhas. Uma ótima análise de modos, tipos e agentes promotores de falhas é apresentada por Rossete (2015), que as classifica de cinco modos: 1. Falha por omissão - quando o trabalhador não executa ou executa apenas parcialmente uma intervenção, tarefa, função ou passo. 2. Falha na missão - quando o trabalhador executa incorreta- mente uma intervenção, tarefa, função ou passo. 3. Falha por ato estranho - quando o trabalhador executa uma intervenção, tarefa, função ou passo que não deveriam ter sido executados. 4. Falha sequencial - quando o trabalhador executa uma in- tervenção, tarefa, função ou passo fora da sequência correta, 5. Falha temporal quando o trabalhador executa uma inter- venção, tarefa, função ou passo fora do momento correto. Mesmo quando os modos de falhas são detectados, é fundamen- tal classificar os tipos de falhas que podem ocorrer nos acidentes. AJalha humana está subdividida em quatro tipos: 1. Técnica acontece por falta de meios adequados para exer- cer a função. Na falta de uma ação ergonómica, por exemplo, a relação homem—máquina não é adequada. 2. Descuido - ocorre de modo inconsciente, por desatenção ou confusão. Esse tipo de ocorrência é de baixa probabilidade, mas isso não toma a falha menos perigosa. 3. Consciente - o funcionário conhece o procedimento seguro, estabelecido como padrão, mas se desvia dele com uma deci- são consciente, visando atingir metas, status e interesses, por exemplo, custos, prazo, produtividade, qualidade ou conforto. 4. Composta - todas as falhas são consideradas compostas, pois existem diversos fatores que podem desencadeá-las A falha de equipamento ocorre quando os equipamentos apresentam componentes com defeitos ou que estão ajustados mcorretamente. Segurança do trabalho e saúde ocupacional ) > características do ambiente de trabalho que possam prejudicar a ) saúde e o conforto dos trabalhadores ou da vizinhança da empresa. Como podemos ver, falar em segurança implica também pen- sar na higiene (ambiente) e na saúde do trabalhador. Além de ) técnica e engenharia, segurança envolve também medicina, meio ambiente, aspectos legais e políticos, além de ergonomia e outras áreas correlatas, ou seja, segurança requer uma ação holística (que j enxerga o todo e envolve profissionais de diferentes áreas). O tra- balhador também pode e deve contribuir nesse sentido! Quebrar barreiras de comunicação ou de hierarquia é uma maneira de en- frentar problemas e pensar globalmente sobre segurança. Quanto maiores os cuidados em segurança, menor a probabili- ) dade de ocorrência de danos, acidentes, lesões, mutilações ou até mesmo mortes. Gardella (1999), que traz os seguintes conceitos: ) ) ) ) ) ) > ) Vamos começar usando o método de abordagem holística de I ) ) • Acidente - fenómeno complexo, composto de fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Função segurança - conjunto de ações para reduzir a fre- quência e a intensidade dos riscos. I ! Risco bruto - risco das atividades caso não haja função segurança. • Risco líquido - risco bruto reduzido pela função segurança. A organização deve estabelecer o risco líquido tolerado que vai definir as ações multidisciplinares de controle. E m uma organização, e também nas relações que ela mantém com o meio, ocorrem fenómenos de diferentes naturezas: ) ) • físicos - movimento de máquina, corrente elétrica, calor, luz, ruído, biológicos - movimento de pessoas, respiração, suor, diges- tão, batimento cardíaco, enfemudade, sangramento, hemato- ma, morte, psicológicos - desconfiança, agressão, medo, alegria, raiva; J culturais - saudação, vestimenta, canto, ritual, linguagem, valores; sociais greve, ausência em feriado, eleição, mudanças ) económicas. Todos esses fenómenos são interligados, e raramente há uma causa única para a ocorrência de acidentes. Para complicar um ) ) Os acidentes, as doenças e I prevenção em segurança e saúde ocupaciona Consequências dos acidentes e estatística Aspectos económicos dos danos Ao longo dos anos, os processos de produção foram se de- senvolvendo e se modernizando. A tecnologia, os novos equipa- mentos e as máquinas acompanharam esse desenvolvimento. No entanto, as pessoas envolvidas na produção nem sempre recebem a capacitação necessária. As vezes não concordam com os novos conhecimentos e deixam de aplicá-los Os resultados são vítimas do trabalho, mortos, feridos e doentes profissionais. A seguir apre- sentamos os tipos mais comuns de acidentes de trabalho. Fique atento Tcxlo acidente provoca perdas financeiras e danos a saúde dos empregados. Todo acidente pode ser avaliado sriamente. J Gráfico 1.1 Distribuição percentual de acidentes de trabalho em 201 \ mmm Trajei o fonte: adaptado de Brasil Co • Doe de t (Doenças i aba lho Típicos Analisando o Gráfico 1 1. vemos que os acidentes típicos - aci- dentes que ocorrem durante o trabalho - são os mais frequentes. Os acidentes de trabalho causam prejuízos a todos. A empre- sa perde mão de obra qualificada, vê sua imagem comprometida e perde produtividade, além de assumir os gastos com hospital, medicamentos, apoio psicossocial e indenizações. O governo perde com pagamento de pensões e aposentadorias precoces, ou seja, o contribuinte também paga pelo prejuízo. Quem mais so- fre, no entanto, são os trabalhadores e suas famílias, com redução de renda, envolvimento de familiares no cuidado do acidentado, gastos com tratamento, além da dor física e psicológica. ) nuança do irabalho e saúde ocupaoonaí Qualquer falha humana ou de equipamentos é gerada por agentes promotores de falhas, que podem ser classificados como Primários podem ser analisados e levam à descoberta das reais causas das falhas. Secundários -o componente de falha não pode ser identificado De comando - ocorre quando o componente atua incorreta- mente. obedecendo a algum comando secundário. Por fonte intrusa - alterações de alarme de posições, inun- dações, vendavais, acontecimentos políticos e económicos. Para Zocchio (2002. p. 95); Os acidentes de trabalho ocorrem principalmentedevido a dois fatores: as condições inseguras e os atos inseguros. 1. 2. Ato inseguro praticado pelo indivíduo, consciente (ele sabe que está se expondo ao perigo), inconsciente (ele não sabe que está se expondo ao perigo) ou circunstancial (algo mais forte o leva a praticar uma ação insegura). Condição insegura é o ambiente de trabalho que expõe o trabalhador ou as instalações e equipamentos ao risco. Exemplos Atos inseguros limpai maqui! Condições inseguras tal iluminação inadequadas, fa sagens perigosas, taita Saiba mais É bem possível que a maioria das condições inseguras seja resultado de ações dos trabalhadores, pois, se não há ordem e limpeza, ê porque alguém não a fez como deveria, por exemplo. ) > ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) " ) ) ) ) ) I ) • ) acidentes, as doenças e a prevenção em segurança t saúde ocupa 3 A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um docu- mento oficial padronizado e uma fonte de informações sobre aci- dentes de trabalho. A Previdência Social recolhe as informações da CAT, processa-as e encammha-as para o Ministério do Traba- lho e Emprego (MTE) . Os últimos dados completos, segundo o Anuário Estatístico da Prexndência Social -AEPS 2013, do Ministério da Previdência Social, referem-se ao ano de 2011 ( B R A S I L , 2013a), e trazem os seguintes itens: • Em 2011, o INSS registrou 711,2 mil acidentes de trabalho, crescimento de 0,2% em relação a 2010. O total de acidentes registrados com C A T diminuiu 1,6% em 2011 em relação a 2010. Dos acidentes registrados com CAT, acidentes típicos representa- ram 78,6%, os de trajeto, 18,6% e as doenças do trabalho, 2,8%. a Nos acidentes típicos, os homens participaram com 75,3% e as mulheres com 24,7%, Nos acidentes de trajeto, os homens participaram com 63,9% e as mulheres com 36,1%. I I Nas doenças do trabalho, os homens participaram com 61,0% e as mulheres com 39,0%. « Pessoas de 20 a 29 anos foram as mais afetadas por acidentes típicos (36,5%) e de trajeto (39,9%), • Pessoas de 30 a 39 anos foram as mais afetadas por doenças de trabalho (32,8%). A agropecuária participou com 4,0% do total de acidentes registrados com CAT, a indústria com 47,1% e o setor de ser- viços com 48,9%. Nos acidentes típicos, os subsetores com maior participação nos acidentes foram "Comércio e rey>aração de veículos au- tomotores", com 12,4%, e "Saúde e serviços sociais", com 10,9% do total. Nos acidentes de trajeto, as maiores participações foram "Co- mércio e reparação de veículos automotores", com 18,9%, e "Serviços prestados principalmente à empresa", com 13,8% do total. Nas doenças de trabalho, foram os subsetores "Atividades fi- nanceiras", com 13%, e "Comércio e reparação de veículos automotores", com 11,1 %. 11 No ano de 2011, os acidentes mais frequentes foram ferimen- to do punho e da mão (10,1%), fratura ao nível do punho ou da mão (7.1%) e dorsalgía (5.4%). Z 3 G •gurança do trabalho e saúde ocupacional Fique atento Consequências dos acidentes do trabalho Aspecto humano: I I dor física; Aspecto social: f ,1 lil I V I ' ) ! Aspecto económico: Aspecto económico: : tmiUÍZC l i " . « í 11.1 li e . prejuízo para a empresa: perdas vultosas paia a nação. É importante ter uma noção das estatísticas brasileiras de aci- dentes de trabalho. A tabela a seguir apresenta os números brasilei- ros de acidentes de trabalho notificados de 2007 a 2010. E possível que o número real de acidentes seja maior do que os da tabela. As empresas podem não querer notificar acidentes leves, atendidos no próprio ambulatório, além da existência de muitos trabalhadores in- formais e autónomos. Tabela 1.1 Estatística de acidentes cie trabaíhr, Ano N" acidentes de trabalho Acidentes por dia Acidentes por hora Acidentes por minuto 2007 659.523 1.806,91 75,29 1,25 2008 755.980 2.071,18 86,3 1,44 2009 723.452 t .982,06 82,59 1.38 2010 7.32.990 2.008,19 83,67 1,39 tona: Brasil Q0IJ apud tOííDRA MfÉKSABtRES. 'OK P-130). ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) > ) ) ) ) ) I ) ) l ' ) ) ' ) O Por falta de segurança do trabalho, bilhões de reais são gastos com benefícios, aposentadorias especiais e reabilitação, além dos custos com assistência à saúde do acidentado, indeni2ações, retremamento, reinserção no mercado de trabalho e horas de trabalho perdidas. Para as empresas, esse "custo de segurança do trabalho" au- menta a despesa com mão de obra e prejudica a competitividade. Para o governo, eleva os valores gastos com previdência, reabili- tação profissional e saúde pública A falta de segurança nos locais de trabalho mostra que os aci- dentes ocorrem dentro da própria empresa e na rotina de trabalho, e é nesses ambientes que devem ser iniciadas as ações de segurança. Custo e prevenção dos acidentes Custos dos acidentes Os custos associados aos acidentes são calculados, em geral, pela engenharia económica Os cálculos são baseados na análise dos acidentes - quanto melhor a análise, mais facilmente se cal- culam os custos Geralmente, os custos de acidentes devem considerar todos os prejuízos causados ao trabalhador (incluindo sua família), ao em- pregador e à sociedade. Os custos de acidentes envolvem fatores humanos, agentes produtivos, tempo e instalações físicas Humanos custos com despesas médicas, farmacêuticas, hospitalares, sociais, indenização etc. Agentes produtivos - máquinas, equipamentos e ferramen- tas quebrados, matéria-prima danificada • Tempo - o tempo perdido por causa dos acidentes acarreta danos à produção e à mão de obra qualificada. Instalações físicas - custos em instalações elétncas, hidráu- licas e edificações em geral Em outras palavras, qualquer acidente gera prejuízo, desde o trabalhador até o país inteiro Veja: prejuízos ao trabalhador - lesões, sofrimentos físicos e men- tais, incapacidade para o trabalho, morte, desamparo familiar; 9 prejuízos ao empregador - gastos com primeiros socorros, transporte do acidentado, perda com a quebra de máquinas, equipamentos, produção parada, descontentamento de clientes; prejuízos ao país - trabalhador ativo sem produção, neces- sidade de aumento de impostos, aumento do custo de vida. desigualdade social. As doenças do trabalho mais comuns foram lesões no ombro (20,2%), sinovite e tenossinovite (14,2%) e dorsalgia (7,7%,). As partes do corpo com maior incidência de acidentes típicos foram o dedo (30,5%), a mão. exceto punho ou dedos (8,7%), e o pé, exceto artelhos (7,6%). Nos acidentes de trajeto, as partes do corpo mais atingidas foram partes múltiplas (11,6%), joelho (8.7%) e pé, exceto artelhos (8.6%). Nas doenças do trabalho, as partes do corpo mais afetadas fo- ram o ombro (17,8%). o dorso, incluindo músculos dorsais, co- luna e medula espinhal (13,3%) e membros superiores (9,8%) Tabela 1.2 CATs para acidentes e doenças. Número deCATs registradas para os acidentes e as doenças mais frequentes no Brasil em 2012 Acidente/Doença CAT Registrada % S6I - Ferimento do punho e da máo 65.651 12,0% S62 - Fratura ao nível do punho e da mão 38.661 7,1% S60 - Traumatismo superficial do punho e da mão 32.969 6,0% S93 - Luxação entorse e distensão das articulações e ligamentos ao nível do tornozelo e pé 26484 4,8% S80 - Traumatismo superficial da perna 17 500 3.2% 582 - Fratura da perna, incluindo tornozelo 16.712 3,1% S90 - Traumatismo superficial do tornozelo e do pé 15 8 « 2,9% S92 - Fratura do pé (exceto do tornozelo) 15.721 2,9% M54 - Dorsalgia 12.663 2,3% S52 - Fratura do antebraço 12.563 2,3% Outros 291.454 53,4"; TOTAL 546.222 100,0% fonte Brasil (2013a. p. 593). Os números de acidentes de trabalho no país são assustadores e vêm crescendo a cada ano Na maior parte das vezes, o que ocorre é desobediência de normas de segurança do trabalho que pode- riam reduzir o número de acidentes O Brasil tem um dos maioresíndices de mortes por acidentes e doenças do trabalho do mundo, atrás apenas da índia, Coreia do Sul e E l Salvador. No mundo todo, morrem por ano cerca de 2 milhões de trabalhadores em virtude de acidentes e doenças relacionados ao trabalho; só os acidentes causam cerca de 360 mil mortes Os acMentes, as doenças ea prevenção em segurança e saúde ocupacional A Associação Brasileira de Normas Técnicas ( A B N T ) , em sua nonna 18-R. estabelece que o custo direto do acidente seja o total das despesas com os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício do trabalho, as despesas com assistência médica e hos- pitalar aos acidentados e as respectivas mdemzações, sejam estas diárias ou por incapacidade permanente. Em geral, essas despesas são cobertas pelas companhias de seguro. O custo indireto do acidente de trabalho, segundo a ABNT, en- volve todas as despesas de fabricação, despesas gerais, lucros ces- santes e demais fatores cuja incidência varia conforme a indústria. Já o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) inclui no custo indíreto do acidente do trabalho os seguintes itens: gastos com o primeiro tratamento, despesas sociais, custo do tempo perdido pela vítima, perda por diminuição do rendimento no retorno do acidentado ao trabalho, perda pelo menor rendimento do trabalha- dor que substitui temporariamente o acidentado, cálculo do tempo perdido pelos colegas de trabalho etc. Em diversos países se considera que o custo indíreto é quatro vezes maior do que o custo direto. Gráfico 1 ,J Custo total direto e indíreto causado pelos acidentes de trabalho. totais Custos i • o . -o- • — • -"o-~"— Custos índiretos . - a-§- • |» — 1— -o o o -o Custosdiretos Prevenção e investigação de acidentes Você sabia que existe um programa para evitar riscos ao reali- zar as atividades de trabalho na construção civil'.' E que os estabe- lecimentos que possuem 20 ou mais trabalhadores são obrigados a cumprir esse programa0 Trata-se do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PC- MAT). que deverá contemplar as exigências contidas na Norma Regulamentadora n. 9 (NR 9) - Programa de Prevenção dos Ris- cos Ambientais (PPRA) Fazem parte do PCMAT: Alguns tipos de custos podem ser mencionados: Custos diretos ou segurados - de responsabilidade da agên- cia seguradora (transporte, pagamentos de salários, mdemza- ções, próteses, despesas médicas, reparo dos danos materiais, se houver etc). Custos indiretos (ou não segurados) assumidos pela em- presa (pagamento de salário enquanto não coberto pela segura- dora, danos materiais do acidente, tempo perdido de produção, custos de perícias). Custos sociais - custos imensuráveis (perdas e danos imen- suráveis). Todo ano a Previdência Social gasta mais recursos financeiros do que arrecada somente em conceder benefícios aos trabalhado- res que sofrem acidentes. Como todo ano a conta fecha no nega- tivo, a sociedade acaba pagando pelos acidentes Por causa disso, a Previdência Social decidiu repassar parte dos custos para as em- presas que apresentam maior número de acidentes e benefícios concedidos - assim, os principais responsáveis pelos acidentes financiam parte de seus gastos. Foi então criado o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que depende do desempenho em prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. O FAP determina um fator multiplicador entre 0,5 e 2,0 sobre o índice de Riscos Ambientais do Trabalho (RAT), que é a contribuição da empresa para a Receita Federal, que pode ser de 1%. 2°-o ou 3%, de acordo com o risco. Empresas que apresentam maus resultados em Segurança e Saúde no Tra- balho (SST) poderão ter sua alíquota R A T corrigida por meio do FAP. podendo chegar ao dobro (FAP igual a 2,0) do valor pago an- tes deste fator multiplicador. Já as empresas que investem em SST e que conseguem bons resultados podem ter sua alíquota R A T re- duzida até pela metade (FAP igual a 0,5). Custos diretos e indiretos Quando acontece um acidente de trabalho em uma empresa, é necessário analisar a razão do acontecimento e quanto será o custo para a empresa, para o empregado e para a sociedade. O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) cobre apenas os gastos com despe- sas médicas e indenizações ao acidentado. Existem outros seguros contra riscos fortuitos, como no caso de incêndio, que tem seu valor definido conforme o risco que a empresa apresenta. doenças e a prevenção em segurança e saúde Ofyptriflnjl É necessária uma Análise Preliminar de Risco (APR) para qualquer implantação, ampliação, reforma ou mudança de proces- so, e os responsáveis pela avaliação são membros da Cipa e do SESMT. com a participação dos trabalhadores envolvidos. A Cipa tem como objetivo verificar, vigiar e controlar as con- dições que possam garantir as condições seguras. Em casos de possíveis riscos, o serviço deve ser paralisado imediatamente. A prevenção de acidentes deve ser levada em consideração nos postos de trabalho, nas condições ambientais, nas proteções contra incêndios, nas metodologias de trabalho e nas ações do trabalhador. A prevenção dos acidentes de trabalho pode ser realizada mediante a ação da higiene e da segurança do trabalho A higie- ne do trabalho propõe-se a combater as doenças profissionais visando eliminar ou reduzir os riscos ambientais (condições in- seguras de trabalho que podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador), identificando os fatores que possam afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, A segurança do trabalho propõe-se a combater, também de um ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas ( E D I T O R A I N T E R S A B E R E S . 2013). Essas medidas preventivas podem estar relacionadas: Ao sistema de proteção do trabalhador, que protege apenas um indivíduo por meio do equipamento de proteção indivi- dual (EPI) , como óculos, máscaras, cinto, botas, luvas, capa- cetes, entre outros. Ao sistema de proteção coletiva. que protege mais de um indi- viduo, como abrigos, cortina de água ou mesmo sistemas de re- dução de ruídos por meio do enclausuramento de uma máquina Podemos dizer que as doenças profissionais são causadas por más condições ambientais de trabalho e por riscos que existam na atividade. As causas atuam de forma lenta e repetitiva, provocan- do lesões que se tomam visíveis algum tempo depois. É difícil saber quando uma doença ocupacional tem início. As doenças ocupacionais são o resultado de uma soma de fato- res técnicos, físicos e psicológicos que podem estar relacionados com a máquina, o posto de trabalho, o meio ambiente (iluminação, ruido, vibrações, produtos voláteis), o cansaço e a desmotivação do trabalhador em relação ao trabalho realizado Fique atento é possível afirmar que tanto os acidentes de trabalho quanto as doenças ocupacionais resultam de uma combinação de fatores técnicos, fisiológicos e psicológicos. Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração os riscos de acidentes, doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas. Projeto de execução das proteções coletivas em conformida- de com as etapas de execução da obra • Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas. Cronograma de implantação das medidas preventivas defi- nidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execu- ção da obra. Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, a previsão de dimensiona- mento das áreas de vivência. • Programa educativo abordando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com carga horária cumprida. Existem outros programas de grande importância para a pro- moção e manutenção da saúde dos trabalhadores: • Programa de Conservação Auditiva (PCA). Programade Proteção Respiratória (PPR) • I Programa de Gerenciamento de Risco (PGR). Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes. Os programas e a legislação do M T E a respeito da área de segurança e saúde do trabalho colaboram com a prevenção e o controle dos riscos associados ao ambiente onde ficam os trabalhadores. Algumas ações são um bom começo na prevenção de aciden- tes e doenças do trabalho. Uma delas é verificar sempre o local onde se trabalha para evitar pequenas ou grandes lesões sem que o trabalhador tenha de se afastar da atividade por longo tempo. Se acontecerem acidentes várias vezes com o mesmo trabalhador ou com outros que realizam as mesmas atividades, algo está er- rado! A empresa deve evitar acidentes! Muitas vezes, os órgãos responsáveis poderão aplicar multas à empresa, que, ainda, deverá arcar com as mdenizações dos funcionários. É um prejuízo para a empresa, para o processo de produção, para o funcionário e, às vezes, para sua família também. Como prevenir acidentes então? Os ttíÚUfíÊÊUH TffttfKTrf t > pfewnçâo em segurança e MááftOGWpMftOAi Cíclicas - são análises em intervalos de tempo definidos De rotina - são análises nos setores em que já acon- teceram ou ainda acontecem acidentes ou incidentes. Verificações oficiais - ocorrem por meio de ações de órgãos oficiais, como a Delegacia Regional do Traba- lho (DRT) , o M T E , fiscais das Secretarias de Trabalho, o Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária, entre outros órgãos com poderes de fiscalização. Verificações especiais são análises nas áreas de risco, realizadas por profissionais do SESMT, empresas espe- cializadas ou consultor autónomo. Investigação de acidentes Aconteceu um acidente. O que fazer'5 Investigar e evitar que aconteça novamente. A investigação analisa as causas, as respon- sabilidades e define as medidas corretivas, ou seja: Investigação levantamento de dados e informações refe- rente à ocorrência. Análise - consiste no estudo minucioso das informações ob- tidas, geralmente realizada em grupo, para que seja possível ligar os pontos soltos e determinar quais foram as causas que contribuíram para a ocorrência do acidente, bem como deter- minar as ações que serão realizadas para que novos acidentes não aconteçam. O método da árvore de cansas e o diagrama de causa e efeito são duas das melhores técnicas para a investigação de acidentes do trabalho. São métodos simples, mas com eles é possível ter uma ideia do todo, e não apenas de um fato isolado. A árvore de causas e uma representação gráfica dos fatos que provocaram o acidente Para elaborá-la, é necessária a fixação em princípios que possam contribuir para a definição das causas, a exemplo da comprovação dos fatos, transparência nas informa- ções e confiança entre os participantes O diagrama de causa e efeito também chamado de diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe - facilita não apenas a visualiza- ção do problema, mas também a interpretação das causas que ori- ginaram o acidente Envolve um trabalho coletivo das pessoas que se relacionaram com este. O acidente é o fato a ser investigado, Saiba mais Por não ser o objetivo deste material a investigação e a análise de acidentes serão apresentadas de maneira simples. Caso queira mais informações sobre os métodos e sua aplicação, recomendamos consultara obra Cipa - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma mva abordagem. de Armando Campos, publicada pela Editora Senac. Segurança do nabalho e saúde ocupacional As causas de um acidente também podem estar ligadas ao transporte do empregado até a empresa, às atividades fora da fá- brica, ao mau humor ou à frustração, as doenças profissionais ou a qualquer outro estado físico, mental e/ou emocional em particular. Hoje em dia as empresas se preocupam com os riscos de aci- dentes relacionados ao comportamento das pessoas dentro de fábricas e em outros locais. As empresas têm investido em pro- gramas de qualidade de vida no trabalho e de combate ao estresse, voltados à redução do tabagismo e do alcoolismo e contra o uso de outras drogas, bem como à melhoria das condições ambientais dos locais de trabalho. Porém, a forma mais eficaz de combate aos acidentes de trabalho consiste em suprimir as causas potenciais, técnicas ou humanas, pela adoção de uma ação preventiva de abrangência holística. Devemos considerar o respeito aos regulamentos e às normas técnicas, a vigi- lância e conservação cuidadosa, a formação de todos os trabalhado- res em segurança e o estabelecimento de boas relações profissionais. O que é um programa de prevenção de acidentes0 E um con- junto de ações que envolvem: treinamentos, motivação, controle, avaliações, planejamento, inspeções e verificações. 1. Treinamentos - devem ser constantes e envolver conheci- mentos de metodologia, tecnologia e práticas mais seguras e habilidades para evitar acidentes. 2. Motivação - tem de acompanhar o trabalho de modo que seja sempre bem realizado. 3. Controles, avaliações e planejamento - devem ser executa- dos para gerencíar o programa. 4. Inspeções/verificações internas, oficiais e especiais - a rea- lização destes itens antecipam as possibilidades de acidentes: a. Verificações internas - dividem-se em: Gerais realizadas uma vez ao ano, em todos os setores da empresa. Parciais - realizadas em setores que são escolhi- dos aleatoriamente Periódicas - firmam a atuação da Cipa por meio de regularidades e elaboram estudos complementares, se necessário. Por denúncias - fazem a verificação, por meio de denúncias e queixas dos próprios funcionários, de ir- regularidades na empresa. I indivíduos que trabalharam ou trabalham como: empregados as- salariados; trabalhadores domésticos; avulsos; rurais; autónomos; temporários; servidores públicos; trabalhadores em cooperativas e empregadores, particularmente os proprietários de micro e pe- guenas unidades de produção e serviços, entre outros. Também são considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas, participando de atividades económicas na uni- dade domiciliar; o aprendiz ou estagiário e aqueles temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doenças, aposentadoria ou desemprego. Segundo o art. 19 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercí- cio do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 des- ta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991 b). O acidente de trabalho esua notificação Os acidentes de trabalho podem ser classificados como: Acidentes típicos - os que acontecem nas atividades normais de trabalho. Doenças ocupacionais - doenças provocadas pelo trabalho, devidas à exposição contínua a um agente agressor (um agen- te agressor pode ser um produto químico, uma posição de trabalho inadequada, uma tarefa repetida seguidamente). As doenças podem ser curáveis ou não. Acidentes de trajeto acidentes sofridos pelo trabalha- dor no caminho entre sua casa e o trabalho, ida e volta ( B R A S I L . 1991b) Os acidentes de trabalho são um sério problema de saúde pública O Sistema Único de Saúde ( S U S ) considera prioritária a prevenção e enfrentamento dos acidentes de trabalho. A Lei n. 8 213/1991, do Ministério da Previdência Social, re- gulamenta a notificação dos acidentes de trabalho. E m caso de acidente, deve ser preenchida a CAT e enviada ao INSS. O banco de dados de CAT do INSS é o melhor conjunto de informações sobre acidentes de trabalho do Brasil ( B R A S I L , 1991b). 20II Segurança do trabalhe e saúde ocupacional existem as causas primárias, que são as principais a serem investi- gadas, e, posteriormente, as causas secundárias são colocadas em pauta em função dascausas primárias. Ac identes e d o e n ç a s re lac ionadas a o t raba lho Segurança do trabalho é uma obrigação legal. Neste tema, va- mos entender melhor quais são as semelhanças e diferenças entre acidentes e doenças ocupacionais, do ponto de vista da lei. Vamos também aprofundar os processos de analise das causas dos aciden- tes e as medidas para enfrentá-las. Conceitos legais sobre os acidentes e doenças do trabalho Quem são os trabalhadores e o que é acidente do trabalho? Vamos ver as definições legais? Segundo a Política Nacional de Segurança e Saúde do Traba- lhador ( B R A S I L , 2014a, p. 4), os trabalhadores são: [...] todos os homens e mulheres que exercem atividades para o sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja a forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal ou informal da economia. Estão inclusos nesse grupo todos os ) O objetivo do trabalho em segurança é evitar os acidentes. Um aci- dente que aleta máquinas, ferramentas ou outros bens da empresa é um acidente com danos ao patrimônio. Um acidente que produz lesão corporal, doença, perda da capacidade para o trabalho, provi- sória ou permanente, ou a morte é um acidente com danos à pessoa (CHIAVENATO. 2010, p 151). Existem os seguintes tipos de acidentes: 1. Acidentes sem afastamento - se o empregado volta ao tra- balho em seguida ou no dia seguinte, 2. Acidentes com afastamento - se o empregado fica afastado por algum tempo. Esse acidente pode provocar: a. Incapacidade temporária - se o empregado fica afasta- do, mas ao voltar, retorna normalmente às suas atividades b. Incapacidade permanente parcial - se o empregado não volta nas mesmas condições para o trabalho que ti- nha antes do acidente. Por exemplo na perda de algum membro ou perda parcial de visão. c. Incapacidade total permanente - se o empregado não pode voltar ao trabalho, se fica inválido para o trabalho. Por exemplo, perda total da visão ou da audição. d. Morte - quando o acidente de trabalho provoca a morte do funcionário (CHIAVENATO. 2009). Os acidentes podem afetar a integridade física do funcionário, sua segurança e de sua família, além de prejudicar o ritmo de tra- balho da empresa pelas consequências emocionais que provoca entre os demais funcionários Fique atento Pensando bem, boa parte dos acidentes de trabalho pode sei prevista, por meio de análises dos ambientes e das condições de trabalho. Se algo estivei errado com as máquinas, as ferramentas ou o comportamento, se o ambiente estiver em desacordo com os princípios e a legislação de segurança e saúde Ocupacional, aumenta muito a chance de que um acidente aconteça. Equiparação entre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho Doenças também podem ser consideradas acidentes do trabalho: I I Se causada pelo trabalho ou por determinada atividade no trabalho. Se causada por alguma condição especial do trabalho. Para ser considerada, a doença devem estar na lista do Anexo I I do Regulamento da Previdência Social (BRASIL , 1999) Mesmo que tuna doença não esteja nessa lista, se for constatado que ela foi provocada por trabalho executado, a Previdência Social pode equipará-la ao acidente de trabalho ) eguranca do trabalho e saúde ocupacional Uma das dificuldades para se analisar os dados é que nem todos os acidentes são notificados Alguns acidentes não são registrados por desconhecimento ou má-fé dos empregadores. A subnotifica- ção também faz com que muitos acidentes sejam registrados como óbitos comuns e/ou acidentes em geral. E m 2004, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n. 777, de 28 de abril ( B R A S I L , 2004), e tomou obrigatória a notificação por meio do Sistema Nacional de Notificação de Agravos (Sinan). A Portaria n. 104. de 25 de janeiro de 2011 ( B R A S I L , 2011), rea- firma a obrigatoriedade da notificação. Os agravos de notificação compulsória são os seguintes: • acidentes de trabalho com mutilação; • acidentes de trabalho fatais; acidentes com exposição a material biológico relacionado ao trabalho, acidentes de trabalho com crianças e adolescentes, í i perdas auditivas induzidas por ruído (Pair), 11 lesões por esforço repetitivo ( L E R ) e distúrbios osteomuscu- lares relacionados ao trabalho (Dort); • intoxicações exógenas (agrotóxico, chumbo, benzeno, entre outros); câncer ocupacional, S pneumoconíose, • dermatose ocupacional; transtornos mentais relacionados ao trabalho. Fique atento O sinan tem um reçjisi dos trabalhadores In; dores públicos, autôn permite fazei projetos balhador (SCHEKERet Acidentes de trabalho Um acidente é algo não planejado e que provoca danos para as pessoas ou para o patrimônio A palavra acidente deveria significar algo imprevisto, mas na maioria das vezes, o "acidente" é evitável. t Os acidentes, as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupationa § I a Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por oca- sião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este. o empregado é considerado no exercício do trabalho § 2~ Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão gue, resultante de acidente de outra origem, se asso- cie ou se superponha às consequências do anterior (BRASIL, 1991 b). Conforme o Decreto n 3 048/99. para que o acidente ou doen- ça seja considerado acidente de trabalho, é necessário que o INSS faça uma perícia médica que mostre a relação entre o trabalho como causa e o acidente ou doença como consequência. O médico-pento deve também decidir que o segurado pode retomar ao trabalho ou emitir um parecer sobre seu afastamento ( B R A S I L , 1999). Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) Quando ocorre um acidente ou doença do trabalho, é preciso preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), con- forme a L e i n . 8 213/1991 ( B R A S I L . 1991b) Segundo o art. 22 dessa Lei . a empresa ou o empregador doméstico devem comuni- car o acidente do trabalho à Previdência Social ate o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e. em caso de morte, de imediato, à autoridade competente. s- Figura 1.2 Modelo da CAT (parcial) £ i PREVIDÊNCIA SOCIAL ( mimiiíi ,i , ,ti , [I, iicick-nU' <lc u-abalho • C A T I- Err<e.il4 ^JCntpragtdoi '„$>n*c*li) Méiioc \>S*ou<i»do ç 2T.pot1«C.AT í.liwial 'RMb#<tu*a ' iCorm 1 - EMITENTE Empregador 1 RaUAo Soo* / NGffir* 4- Tipo 5- CNAE •JXXXMPi "CEI '"CF*F C.Tn'.v*m«rsln B*«m CEP 8-UF Acidentado 10 Nome fonte.Brasil (301 Sa). Não são consideradas doenças do trabalho: doença degenerativa, doença inerente a agente etário: doença que não produz incapacidade para o trabalho. doença endémica. Equiparam-se também a acidentes do trabalho: Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efei- tos desta Lei: I - O acidente ligado ao trabalho que. embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segu- rado, para redução ou perda da sua capacidade.para o trabalho, ou produzido lesãoque exija atenção médica paraa sua recuperação; II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do tra- balho, em conseguência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por ter- ceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de ter- ceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão, e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - A doença proveniente de contaminação acidental do empre- gado no exercício de sua atividade; IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a au- toridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresapara lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capaci- tação da mão de obra, independentemente do meio de loco- moção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclu- sive veículo de propriedade do segurado. >s acidentes, as doenças e a prevenção em seguiança e saúde i 3 O trabalhador que sofrer um acidente passa a fazer jus ao re- cebimento de um beneficio mensal denominado ""auxilio-doença (seguro) [...] que corresponde a 9 1 % do salário de benefício [do trabalhador] (média dos salários recebidos pelos empregados nos últimos 36 meses), [Esse benefício] é pago pelo INSS até a alta definitiva ou aposentadoria" (SINDILOJAS, 2012). Após o acidente de trabalho com afastamento superior a 30 dias, o trabalhador passa a ter estabilidade no emprego durante 12 meses após o fim do auxího-doença acidentáno Controle estatístico Estatísticas de acidentes Para analisar a segurança do trabalho em uma empresa, pode- -se analisar dois coeficientes que permitem comparações com to- dos os tipos e tamanhos de empresas o coeficiente de frequência (CF) e o coeficiente de gravidade (CG) 1. Coeficiente de frequência (CF) - significa o número de aci- dentes com afastamento que ocorrem a cada um milhão de homens-horas trabalhadas durante o mês 2. Coeficiente de gravidade (CG) significa o número de dias perdidos e computados a cada um milhão de homens-horas trabalhadas durante o mês. Algumas empresas têm baixos coeficientes de frequência e al- tos coeficientes de gravidade Isso significa que existem poucos acidentes, mas que são muito graves. Outras têm altos coeficien- tes de frequência e baixos coeficientes de gravidade o que quer dizer que existem muitos acidentes, mas de pouca gravidade. O ideal seria a ocorrência de baixos coeficientes, tanto de frequência quanto de gravidade. Causas dos acidentes O que causa acidentes? Acidentes ocorrem por três razões principais ocorrências casuais, condições de trabalho inseguras e comportamentos inseguros. Ocor- rências ao acaso (como caminhar no jardim da empresa e ser atingi- do por um galho de árvore que cai) contribuem para acidentes, mas estão fora do controle da gestão. Vamos, portanto, manter nosso foco nas questões que podem e devem ser controladas pelos gestores, ou seja. as condições de trabalho e o comportamento inseguro Uma vez que o acidente de trabalho afeta muitas pessoas, a CAT deve ter várias cópias: uma para o INSS, lí uma para a empresa para que o evento fique registrado e pos- sa ser analisado, uma para o acidentado (ou seus dejwndentes), uma para o sindicato de classe do trabalhador. * uma para o SUS: uma para a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Após o preenchimento da CAT. o trabalhador deve ir a um serviço de saúde (ambulatório, hospital etc ) para que um mé- dico faça o exame e preencha o laudo de exame médico contido no verso da CAT Se houver afastamento, o pagamento do salá- rio do segurado é responsabilidade do empregador, até 30 dias. Se o acidente exigir um afastamento de mais de 30 dias, o aci- dentado deve ir ao INSS para pedir o beneficio (auxilio-acidente) a que tem direito. No INSS, haverá a perícia médica, que deve verificar a relação entre o acidente e a lesão ou doença. É importante mencionar a burocracia durante todo o processo, que pode atrasar o benefício. E importante também lembrar que só os empregados de acordo com a C L T têm direito ao auxilio-acidente. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal está sujeita à multa. Se a empresa não comunicar o aci- dente, o próprio trabalhador, seus dependentes, o sindicato, o médi- co ou as autoridades podem, a qualquer tempo, registrar 0 acidente na Previdência Social. Emissão de CAT Quando ocorre um acidente de trabalho, independentemente da sua gravidade, a empresa deve comunicá-lo à Previdência So- cial até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, por meio da CAT. Em caso de morte, o acidente deve ser comunicado de imediato ( B R A S I L , 1991b). É importante que a C A T seja "aberta", mesmo que não se trate de um acidente com afastamento. Segundo o art. 23 da Lei n. 8.213 ( B R A S I L , 1991b), "conside- ra-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exer- cício da atívidade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro". Os acidentes, a* doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupacional Uma pesquisa analisou acidentes fatais sofridos por trabalha- dores do setor de petróleo no mar do Norte e encontrou funcioná- rios sob estresse e uma forte pressão para concluir rapidamente o trabalho, além de superiores que não exigiam práticas seguras (CHRISTOU, KONSTANT1NLDOU, 2012. p. 19), Amesma pesquisa, analisando o acidente de 2010 no Golfo do México, em que uma plataforma da Bntish Petroleum explodiu, indica que os gestores da plataforma ignoraram inúmeros sinais de alerta e foram negligentes com a segurança. Outros fatores relacionados às condições de trabalho Horários de trabalho e fadiga também afetam as taxas de aci- dentes. A possibilidade de acidentes aumenta depois de seis horas de atividades ininterruptas. Isso é decorrente, em parte, da fadiga. Acidentes também ocorrem com mais frequência durante o período noturno. Com o número reduzido de funcionários, a fadiga dos re- manescentes aumenta. Esta é apenas uma das razões pelas quais algumas empresas vêm proibindo a realização de horas extras. Os acidentes também acontecem com maior frequência nos períodos de redução de pessoal, quando há hostilidade entre os funcionários e condição de vida precária. Fatores de estresse tem- porários, tais como alta temperatura no local de trabalho, falta de iluminação e um local muito cheio, também se relacionam às ta- xas de acidentes. Comportamento inseguro Na prática, é impossível eliminar os acidentes apenas redu- zindo as condições de risco. Isso porque as pessoas também são responsáveis pela ocorrência de acidentes. Não existe um método infalível de eliminar atitudes de risco, tais como: • derrubar materiais. trabalhar ou operar em velocidades inseguras. desativar, remover ou alterar ajustes de dispositivos de segurança; operar máquinas ou trabalhar com fios de alta tensão próximo de água; levantar cargas de forma indevida, sem o auxílio de roldanas: operar equipamentos que não estão autorizados. Condições de trabalho inseguras Condições inseguras de trabalho são as principais causas de aci- dentes, incluindo: • andaimes defeituosos, equipamentos inadequadamente protegidos, fiação desgastada, • armazenamento inseguro, por exemplo, com sobrecarga; • iluminação inadequada, ventilação inadequada A solução básica é eliminar ou minimizar as condições de ris- co. As normas regulamentadoras do M T E determinam quais são as condições mínimas de trabalho para que acidentes sejam evita- dos. Abordam questões como máximo de decibéis (intensidade de ruído) a que um trabalhador pode ficar exposto, níveis ideais de iluminação e ventilação, bem como procedimentos operacionais, liberação de trabalho, ordens de serviço de segurança e medicina do trabalho, entre outras obrigações legais. Os gestores também podem elaborar uma lista de condições de risco sobre a verifi- cação das causas de acidentes. Algumas publicações nacionais e internacionais, como a Revista Brasileira de Saúde Ocupacional e a revista Environmental Health and Safety (EHS) (saúde e segu- rança ambiental), são boas fontes de informação sobre segurança e medicina do trabalho. Embora os acidentes possam ocorrer em qualquer lugar, exis- temalgumas zonas de alto risco. Muitos acidentes acontecem em tomo de empilhadeiras, de carrinhos de mão e em áreas de tráfego e elevação. Também podem ocorrer dentro dos escritórios ou em áreas administrativas. No entanto, os acidentes mais graves acontecem, geralmente, per- to de máquinas para trabalhar madeira e serras de metal ou em tomo de máquinas de transmissão, tais como engrenagens, polias e volan- tes, além de grandes acidentes que envolvem indústrias químicas. Clima de segurança As vezes, o local de trabalho sofre de um perigoso "clima de segurança", em outras palavras, a partir de fatores principalmente psicológicos, os funcionários agem de forma insegura, negligen- ciando práticas que evitam a ocorrência de acidentes. Os acidentes, as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupacional Teorias sobre os acidentes Acidentes de trabalho Os acidentes são eventos quase sempre inesperados e não dese- jados, sendo geralmente causados por contato com uma fonte de energia ou substância. Os acidentes englobam: lesão, doença ocupa- cional, danos ao patrimônio e parada do processo produtivo (BIRD; F R A N K ; LOFTUS, 1976) Apesar dos avanços nas pesquisas que envolvem a busca pela redução de acidentes, os índices de acidentes de trabalho no Brasil ainda são muito preocupantes, provocando da- nos graves aos trabalhadores, perdas materiais para as organizações e enormes encargos sociais a nação ( D E L A COLETA. 1991). O Modelo de Causas das Perdas, representado na Figura 1.4, reflete a relação da gerência com as causas dos acidentes de uma empresa. Segundo esse modelo, para a investigação das perdas, são observadas, principalmente, as causas básicas e as causas imediatas. Não há uma causa única para o comportamento inseguro. Às vezes, as condições de trabalho podem causar comportamen- tos de risco. Por exemplo, funcionários de plataforma de petróleo estressados podem se comportar de modo arriscado, mesmo que saibam como agir corretamente. Outras vezes, os trabalhadores não estão treinados em méto- dos de trabalho seguros Algumas empresas não determinam os procedimentos de segurança corretos, e os empregados podem, simplesmente, desenvolver o seu próprio método de trabalho, sem conhecimento de requisitos de segurança. De modo geral, há três possíveis práticas que colaboram com a ocorrência de um acidente de trabalho: imperícia, negligência e imprudência 1. Imperícia - refere-se ao trabalhador que faz uma tarefa sem estar preparado tecnicamente para ela. 2. Negligência - diz respeito à falta de cuidado ou displicência com a tarefa. 3. Imprudência - ocorre quando o trabalhador corre riscos com desrespeito a leis e normas e com descaso com as consequên- cias de seus atos. Que traços caracterizam pessoas "propensas a acidentes"? Às vezes, parece que existem algumas pessoas simplesmente mais "azaradas". Mas algumas pesquisas indicam que um há mis- to de razões que tornam algumas pessoas mais propensas a causar e a sofrer acidentes: pessoas impulsivas, extremamente extroverti- das, distraídas demais e pouco exigentes ou conscientes provocam mais acidentes. As seguradoras consideram alguns traços de personalidade em ocorrências de trânsito: airogância, ao sentir-se no direito de infringir leis (maus condutores não entendem por que não deve- riam acelerar); impaciência (motoristas com sinistros frequentes estavam sempre ansiosos ou com pressa); agressividade (serem sempre os primeiros a querer se mover quando a luz do semáforo fica verde), e distração (fácil e frequentemente distraídos por apa- relhos celulares, comida, bebida e assim por diante). O estresse, a ansiedade, a depressão e o desespero tomam conta do trabalhador, qus precisa manter o seu emprego para sustentar a sua família, Frank Bírd Jr.. após analisar vários casos, publicou, em 1966. estudos contemplando não só as lesões decorrentes dos acidentes, mas também os danos à propriedade, bem como os prejuízos decorrentes das paralisações de produção causadas por acidentes. Bird Jr chegou á conclusão de que, para cada acidente grave (com afastamento), havia cerca de 30 aciden- tes com danos materiais e cerca de 600 incidentes sem danos pessoais ou materiais. Essa relação é conhecida como pirâmide de Frank Bird Jr. Para que este engenheiro chegasse a essa pro- porção, ele estudou cerca de 2 milhões de acidentes em quase 300 empresas Na evolução dos estudos de Frank Bird Jr. e Loftus, surgiu, com base em registros de acidentes de suas próprias unidades, a pirâmide da DuPont (Figura 1.6), multinacional que atua em di- versos segmentos da indústria Essa pirâmide trouxe uma nova perspectiva ao gerenciamento de segurança ao acrescentar os des- vios comportamentais em sua base. Por meio da identificação e do controle desses desvios, podemos diminuir de forma significativa a possibilidade de ocorrência de acidentes, alicerçados em ações no comportamento seguro. Por estar na base da pirâmide de Frank Bird Jr., a redução dos comportamentos de risco tem grande im- pacto na diminuição dos acidentes. i 3C •qurançft do trabalho e saúde rxupaoonai Figura 1*4 Dominó de Frank Bird Jr. < a <t> 9 m o> 9 1 3 « 5 1 | 1 © 2 1 © 2 í -i I 2 ] f _ © a © © s © a 3 3 Pré-contato Contato Pós-contato fonte adaptada de Bird, Frank e Loftus ÍI976). v ; s Seguindo esse modelo baseado em dominós, de Frank Bird Jr , pode-se dizer que, se os esforços se aplicarem sobre os três pri- meiros dominós (falta de controle, causas básicas e imediatas), o acidente poderá ser evitado na maioria das vezes. Segundo a Organização Internacional do trabalho (OIT. 2013a), apenas as causas naturais matam mais do que os aciden- tes de trabalho. Muitos desses acidentes de trabalho têm como principal causa o fator humano, por meio de: suas características psicossociais, atitudes negativas para com as atividades preven- cionistas. aspectos da personalidade, falta de atenção, entre ou- tros (DI L A S C I O . 2001). O aumento do desemprego implica uma grande insegurança para o trabalhador e pode ocorrer em razão de fatores como: polivalência, flexibilização, descentralização e oti- mização dos recursos humanos ( I I A R V E Y . 1993). Além do medo do trabalhador em perder seu trabalho - e, consequentemente, a sua fonte de sobrevivência - , o ritmo acelerado, a imposição de metas inatingíveis e a pressão constante geram ambientes bastante competitivos, causando aumento na desregulamentação dos direi- tos do trabalho, terceirização, precanzação da classe trabalhadora e enfraquecimento do sindicalismo de classe ( R I B E I R O , 2008). A perda do controle sobre o trabalho amplia o mal-estar e o sofrimento para aqueles que trabalham (GUIMARÃES. 2006) Assim, as pessoas ficam ávidas por mostrar todo o seu potencial no trabalho, de forma a não ser descartado pela empresa, mes- mo que isso custe a sua saúde ( E N R I Q U E Z , 2006). Em busca de maior produtividade, o trabalhador descuida da segurança e saúde. Os acidentes,as doença» e a prevenção em segurança e saúde ocupacional Eles reciclaram conhecimentos dos funcionários sobre méto- dos de segurança e tomaram outras medidas. Na prática, temos visto que as causas de acidentes tendem a ser diversificadas, de modo que os empregadores devem adotar uma abordagem variada para preveni-los. Apresentaremos alguns métodos de prevenção a seguir para explicar como evitar acidentes de trabalho. Redução das condições de risco Reduzir condições de risco é sempre a primeira tarefa na lista de prevenção de acidentes. Engenheiros e técnicos de segurança do trabalho devem avaliar os locais de trabalho, eliminando ou reduzindo os riscos identifi- cados. Por exemplo, pisos escorregadios em cozinhas comerciais e industriais, muitas vezes, causam quedas, locais escuros dificultam a visibilidade de veículos, máquinas e equipamentos. Empregado- res contam com os engenheiros e técnicos de segurança para "dei- xar de fora" condições
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