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Livro Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional

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SEGURANÇA DO TRABALHO 
E SAÚDE OCUPACIONAL 
• 
Pearson Educalion 
EMPRESA CIDADÃ 
Bibliografia Universitária Pearson 
A
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SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
E SAÚDE OCUPACIONAL 
Organizador 
Celso Augusto Rossete 
Especialista em engenharia de segurança do trabalho pela 
Escola Politécnica 
da Universidade de São Paulo (Poli-USP} 
Graduado em engenharia de produção pela Universidade de 
Ribeirão Preto (Unaerp} Auxiliar de coordenação e docente da
disciplina de higiene do trabalho
no curso de especialização em engenharia de segurança do 
trabalho na Unaerp Técnico judiciário - apoio especializado - 
especialidade segurança do trabalho no Tribunal Regional 
Federal da 3ª Região 
PEARS
ON 
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SUMÁRIO 
Apresentaçio .......................................................................................... VII 
Pref6clo ....................................................................................................... IX 
Unidade 1 Os acidentes, as doenças e a prevenção
em segurança e saúde ocupacional ............................................... 1 
Prevenção e controle de perdas em segurança do trabalho .... 3
Segurança, acidentes e teoria das falhas ........................................ 4 
Consequências dos acidentes e estatística .................................... 9 
Custo e prevenção dos acidentes ................................................... 13 
Acidentes e doenças relacionadas ao trabalho ......................... 20
Conceitos legais sobre os acidentes e doenças do trabalho ... 20
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ........................... 25 
Causas dos acidentes .......................................................................... 27 
A saúde dos empregados .................................................................. 43 
Saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina 
do trabalho ...................... ...................................................................... 47 
A importância da segurança e da saúde dos empregados . ..47 
Saúde ocupacional .............................................................................. 49 
Riscos ambientais ................................................................................... 53 
Agentes físicos ....................................................................................... 54 
Agentes químicos ................................................................................. 56 
Agentes biológicos .............................................................................. 58 
Agentes ergonômicos ......................................................................... 59 
Agentes de acidentes .......................................................................... 60 
Unidade 2 As responsabilidades e legislações
aplicadas à saúde ocupacional, SESMT e Cípa ....................... 65 
Responsabilidades em segurança e saúde ocupacional. ....... 67 
Responsabilidades legais .................................................................. 69 
Responsabilidade civil e penal ........................................................ 69 
Legislação aplicada à segurança e saúde ocupacional .......... 72 
Legislação trabalhista brasileira ...................................................... 74 
Normas regulamentadoras ............................................................... 75 
Legislação previdenciária e o PPP .................................................. 78 
Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTI .................... 85
Dimensionamento dos profissionais do SESMT.. ...................... 87 
© 2016 by Pearson Education do Brasil 
Todos os direitos res ervados. Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro 
meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer 
outro tipo de sistema de armazenamento e tr ansmissão de informação, sem 
prévia autorização, por escrito, da Pearson Education do Brasil. 
Gerentt editorial: Thiago Anacleto 
Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso 
Coordenação de produfãQ editorial: Jean Xavi er 
Editor: Casa de Ideias 
Editor assistmte: Marcos Guimarãe.� 
Rcdafão: Daisy Mola 
Projeto grdflco e diagramação: Casa de Ideias 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
Segurança do trabalho e saúde ocupacional / organizador Celso Augusto Rossetc. - São 
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
Bibliogr.úia. 
ISBN 978-85·430-1692·4 
1. Acidentes do trabalho 2. Acidentes do trabalho - Prevenção 3. Higiene do
trabalho 4. Saúde ocupacional 5. Segurança do trabalho I. Rossete, Celso Augusto. 
15-09168
Índice para catálogo sistemático: 
1. St.-gurança do trabalho:
Problemas sociais 363.11
2015 
CDD-363.11
Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à 
Pearson Education do Brasil, 
uma empresa do grupo Pearson Education 
Rua Nelson Francisco, 26 - Limão 
CEP: 02712-100, São Paulo - SP 
Fone: (11) 2178-8686 - Fax: (11) 2178-8688 
e-mail: vendas@pearson.com
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^ A P R E S E N T A Ç Ã O 
Nos catálogos de I IVTOS universitários há vários títulos cuja pri-
meira edição saiu há 40, 50 anos, ou mais São livros que, graças à 
identificação da edição na capa (e somente a ela), têm sua idade re-
velada E , ao contrário do que muitos podem imaginar, isso não é um 
problema. Pelo contrário, são obras conhecidas, adotadas em diversas 
instituições de ensino, usadas por estudantes dos mais diferentes per-
fis e reverenciadas pelo que representam para o ensino. 
Qual o segredo de sucesso desses I I V T O S ' ' O que eles têm de 
diferente de vários outros que, embora tenham tido boa aceita-
ção em um primeiro momento, não foram tão longe'' E m poucas 
palavras, esses I I V T O S se adaptaram às novas realidades ao longo 
do tempo, entendendo as mudanças pelas quais a sociedade - e, 
consequentemente, as pessoas - passava e as novas necessidades 
que se apresentavam 
Para que isso fique mais claro, vamos pensar no seguinte: a 
maneira como as pessoas aprendiam matemática na década de 
1990 é igual ao modo como elas aprendem hoje 0 Embora os ali-
cerces da disciplina permaneçam os mesmos, a resposta é: não! 
Nesse intervalo de tempo, ocorreram mudanças sigmficativas - a 
Internet se consolidou, os celulares se popularizaram, as redes so-
ciais surgiram etc E todas essas mudanças repercutiram no modo 
de vida das pessoas, que se tomou mais rápido e desafiador, trans-
formando os fundamentos do processo de ensino/aprendizagem 
Foi com base nisso que nasceu a Bibliografia Universitária 
Pearson ( B U P ) Concisos sem serem rasos e simples sem serem 
simplistas, os livros que compõem esta série são baseados na 
premissa de que, para atender sob medida às necessidades tan-
to dos alunos de graduação como das instituições de ensino -
independentemente de eles estarem envolvidos com ensino presen-
cial ou a distância - , é preciso um processo amplo e flexível de 
construção do saber, que leve em conta a realidade em que vivemos. 
Assim, as obras apresentam de maneira clara os principais 
conceitos dos temas propostos, trazendo exatamente aquilo que 
o estudante precisa saber, complementado com aprofundamentos 
Segurança do uabalho • saúde ocupacional 
Atribuições dos profissionais do SESMT 88 
Inspeções de segurança 88 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) 93 
Dimensionamento da Cipa 94 
Atribuições da Cipa 94 
Unidade 3 Equipamentos de proteção, PCMSO, 
PPRA, insalubridade e periculosidade 103 
Equipamentos de proteção coletiva e de 
proteção individual (EPC e EPI) 105 
Equipamento de proteção coletiva (EPC) 
e medidasadministrativas 106 
Equipamento de proteção individual (EPI), 107 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO) 116 
Norma Regulamentadora n. 7 (NR 7) 116 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) 122 
Norma Regulamentadora n. 9 (NR 9) 122 
Hierarquia das medidas de controle 123 
Nível de ação 124 
Insalubridade e periculosidade 124 
Insalubridade ou trabalho insalubre 124 
Periculosidade ou trabalho perigoso 126 
Unidade 4 Gestão em SSO, ergonomia, treinamentos 
e qualidade de vida no trabalho 133 
Gestão de segurança e saúde ocupacional 135 
Sistema de gestão em segurança e saúde ocupacional 135 
Políticas de segurança do trabalho 138 
Ergonomia 141 
Conceitos e princípios de ergonomia 141 
Organização do trabalho 143 
Treinamento para prevenção de acidentes 
e doenças relacionados ao trabalho 146 
A importância do treinamento em segurança 
do trabalho 146 
Treinamento prático 148 
Documentação 149 
Qualidade devida no trabalho 149 
Componentes da qualidade de vida no trabalho 150 
Modelos de qualidade devida no trabalho 151 
Programas de bem-estardos colaboradores 153 
Referências 157 
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P R E F A C I O 
O conhecimento sobre os conceitos de segurança e saúde 
ocupacional (SSO) para os profissionais de gestão e adminis-
tração de pessoas é de grande importância, pois, de acordo com 
inúmeros autores, o bem mais valioso e o diferencial competi-
tivo em qualquer processo ou meio produtivo são as pessoas. O 
objetivo desta obra não é formar profissionais com grande es-
pecialidade em segurança do trabalho e saúde ocupacional, mas 
sim permitir que diante das ativídades de seu cotídiano, profis-
sional ou pessoal, ele possa levar em consideração a opção mais 
segura, aquela que não comprometerá a saúde, integridade física 
e bem-estar dos envolvidos, podendo ser outros trabalhadores ou 
até mesmo a comunidade. 
Cumprindo a proposta de atingir o objetivo desta publicação, o 
conteúdo divíde-se em quatro unidades, todas elas enriquecidas com 
boxes adicionais, figuras, seções especiais e exercícios para fixação. 
A Unidade 1 conceitua as perdas e seu respectivo controle em 
segurança do trabalho, proporciona o conhecimento básico sobre 
os custos e consequências dos acidentes para as empresas, indiví-
duo ou a sociedade em geral, e a importância da prevenção de tais 
acontecimentos que podem afetar drasticamente o planejamento 
estratégico de qualquer organização. Vamos estudar também os 
conceitos introdutórios e legais sobre os acidentes e doenças re-
lacionados ao trabalho e entender quais as responsabilidades das 
partes envolvidas quando houver um acidente ou o diagnóstico de 
uma doença profissional ou do trabalho. Também conheceremos 
a importância da prevenção destes eventos indesejados por meio 
da saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina do trabalho, 
além de estudarmos a classificação e grupos dos riscos ambien-
tais, que auxiliam na aplicação das etapas de reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, er-
gonómicos e de acidentes. 
Existem profissionais e comissões dedicadas á segurança e saú-
de dos trabalhadores. Na Unidade 2 estudaremos as responsabili-
dades legais e atribuições dos empregadores e empregados, bem 
t 
leçurança do tiabalho e saúde ocuptCJOftd 
e discussões para reflexão. Além disso, possuem uma estrutura didática que propõe uma 
dmàmtca única, a qual convida o leitor a levar para seu dia a dia os aspectos teóricos apre-
sentados. Veja como isso funciona na prática: 
A seção "Panorama" aprofunda os tópicos abordados ao mostrar como eles funcionam 
na prática, promovendo interessantes reflexões. 
Saiba mais Exemplo 
Fique atento Link 
Introdução 
awsfc rvo camirthó tí< íM<atfJUJttv,. í> -Mt•,*-<\l. uml***, *fo 
<8<> r>í<wcs:,ylA •*> x&trn ffaíiwiat rwfki«.a tf* (*tç>:* !w. m;iK ',kn-
Ao longo do livro, o leitor se depara com 
vários hipertextos. Classificados como "Saiba 
mais", "Exemplo", "Fique atento" e "Link", 
esses hipertextos permitem ao aluno ir além em 
suas pesquisas, oferecendo-lhe amplas possibi-
lidades de aprofundamento. 
A linguagem dialôgica aproxima o es-
tudante dos temas abordados, eliminando 
qualquer obstáculo para seu entendimento 
e incentivando o estudo. 
A diagramação contribui para que o estu-
dante registre ideias e faça anotações, intera-
gindo com o conteúdo. 
Todas essas características deixam claro 
que os livros da Bibliografia Universitária 
Pearson constituem um importante aliado 
para estudantes conectados e professores ob-
jetivos - ou seja, para o mundo de hoje - e 
certamente serão lembrados (e usados) por 
muito tempo. 
Boa leitura! 
suas expectativas e necessidades atendidas, e que a satisfação al-
cançada seja revertida em b&lefícios para os trabalhadores e para 
a própria organização 
Esperamos que esta obra represente para você, uma poderosa 
fonte de informação e conhecimento para a adoção de ações que 
possibilitem a prevenção de acidentes e doenças relacionados ao 
trabalho, preservando o respeito ao trabalhador, a valorização e 
dignidade do trabalho humano. E que possa, a partir daqui, lhe 
despertar o interesse em aprofundar tais conhecimentos e ampliar 
a atuação em segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
Bons estudos! 
Celso Augusto Rossete 
sauae oo.ipaoonai 
como dos profissionais que compõem o Serviço Especializado 
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) 
e dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(Cipa). Estudaremos os Mapas de Risco e as mspeções em segu-
rança do trabalho para prevenção de perdas. Depois, abordaremos 
a legislação aplicada à segurança dos trabalhadores, como direito 
do trabalho pela Consolidação das Leis do Trabalho ( C L T ) e as 
Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) , além da legislação previdenciária e o Perfil Pro-
fissiográfico Previdenciário, ou simplesmente o PPP, de grande im-
portância para garantir os direitos dos trabalhadores. 
Na Unidade 3 apresentaremos o tão comentado Equipamen-
to de Proteção Individual ( E P I ) e o Equipamento de Proteção 
Coletiva ( E P C ) , que auxiliam na proteção contra acidentes ou 
na minimização da gravidade das lesões ocorridas em razão do 
acidente sofrido. Também veremos a importância e necessida-
de dos programas de segurança e saúde ocupacional - PPRA e 
PCMSO - , que auxiliam no cumprimento legal, bem como na 
melhoria de condições de trabalho e vigilância da saúde dos 
trabalhadores. Complementando esta unidade, conheceremos 
os conceitos legais de insalubridade e periculosidade de acordo 
com a C L T e as normas regulamentadoras 15 e 16, bem como 
os valores dos respectivos adicionais devido aos trabalhadores 
que estiverem expostos ás condições de risco à saúde e perigo 
à vida. 
Finalizando o estudo, a Unidade 4 aborda a gestão de seguran-
ça e saúde ocupacional, que permite às organizações, por meio de 
ferramentas como a política de segurança, determinar as metas e 
o compromisso com a segurança do trabalho e saúde ocupacional, 
em que os trabalhadores são valorizados e são criados controles 
que permitam a melhoria continua das ações em SSO. Outra ciên-
cia interessante e bem difundida nos dias atuais é a ergonomia, 
que apresenta relatos bem antigos da adequação do trabalho ao 
homem, possibilitando, além do conforto, as condições ideais para 
a realização do trabalho com segurança. Dentre os métodos de 
prevenção de acidentes conheceremos os treinamentos que atuam 
na educação e conscientização dos envolvidos em ativtdades de 
risco para adoção de medidas e comportamentos seguros E , por 
fim, trataremos da importância da qualidade de vida no trabalho 
e como a empresa pode atuar para que os trabalhadores tenham 
U N I D A D E 
Os acidentes, as doenças e a 
) 
) 
) 
prevenção em segurança e 
i saúde ocupacional 
) ^- Obje t ivos d e a p r e n d i z a g e m 
)) 
) 
) 
) 
) 
) 
) 
• Entender o que são os acidentes e as doenças relacionadas ao 
trabalho. 
• Compreender os impactos desses acidentes e dessas doenças nos 
trabalhadores, nas empresas e na sociedade. 
• Descobrir as teorias sobre a frequência com a qual esses acidentes e 
essas doenças ocorrem. 
• Assimilar os conceitos de saúde, segurança, higiene e medicina 
do trabalho. 
• Conhecer o processo de prevenção desses acidentes e dessas doenças. 
• Aprender a reconhecer e controlar os riscos. 
1 ^— - T e m a s 
) Neste tema. você vai encontrar diversos conceitos sobre saúde, 
) segurança, falha e acidente. Ao entende los, estará preparado para 
pensar sobre os conceitos que antecedem a saúde e a segurança 
do trabalhador e por que se preocupar. Você também entenderá o 
impacto dos acidentes e das doenças e a importância da preven-
ção destes. 
2 - Acidentes e doenças relacionadas ao trabalho 
Você sabe a diferença entre acidente e doença ocupacional? Neste 
tema, vamos explicar as semelhanças e diferenças entre eles, tanto 
do ponto de vista funcional quanto do ponto de vista legal.Também 
aprofundaremos os processos de análise das causas dos acidentes e 
as medidas para enfrentá-las. 
Os acidentes, as doenças ea prevenção cm segurança e saúde ocupar.iona 
gerando perda de tempo, lesões nos trabalhadores e danos materiais 
(ZOCCHIO, 2(X12). 
O acidente de trabalho é um 1'enômeno complexo. Ele pode ser pro-
vocado por fatores muito diferentes, envolvendo desde o projeto de 
um equipamento até uma dhicu Idade de se chegar ao trabalho por 
causa de uma enchente, por exemplo. A cultura do trabalhador e seu 
estado psicológico também afetam os riscos. 
O processo de prevenção de acidentes exige também o acompanha-
mento e estudo das atividades, além da investigação e do registro 
claro das ocorrências. Para cada acidente identificado, ê importante ir 
a fundo na busca de todas as suas causas, de todos os fatores que 
contribuíram para que ele ocorresse. 
Nosso trabalho, então, é: 
• Analisar as atividades que estão sendo realizadas pelos trabalha-
dores e procurar os riscos a que estão expostos. 
• Acompanhar as atividades e registrar cuidadosamente todos os 
Com essas duas informações, saberemos quais os riscos existente: 
e como eles estão provocando, ou provocarão, acidentes ou doenças 
A partir daí podemos propor soluções, como alteração de equipa 
mentos, mudança de procedimentos e criação de programas de ca 
pacitaçâo dos trabalhadores. 
Ao longo desta unidade, você vai explorar esse processo. 
Prevenção e controle d e pe rdas 
e m segurança do t raba lho 
O que deve ser feito para evitar acidentes0 
Em primeiro lugar, devemos analisar a organização, suas estra-
tégias, as atividades desenvolvidas, as condições do local onde são 
desenvolvidas essas atividades, as pessoas que lá atuam, as insta-
lações, os equipamentos utilizados, os processos de trabalho e os 
produtos. Desse modo. precisamos estudar a fundo toda a cadeia 
de acontecimentos, desde a entrada da maténa-prima até a saida do 
produto final, ou até mesmo a prestação de um serviço ao cliente. 
E m seguida, a partir da análise, devemos aluar sobre cada um 
desses itens (organização, pessoas, equipamentos, msumos etc.) 
para reduzir as probabilidades de acidentes. 
• 3 - Saúde ocupacional, segurança, higiene e medicina 
do trabalho 
Como a medicina e a higiene participam da segurança do traba-
lho? Vamos entender melhor o que é saúde ocupacional, sua im-
portância e as tarefas envolvidas no processo para promove la. 
4 - Riscos ambientais 
Muitos fatores do ambiente de trabalho afetam a saúde, o 
bem-estar e a segurança do trabalhador. Você vai entender 
como os agentes físicos, químicos, biológicos e ergonómicos 
interferem no ambiente, preparando se para controlá-los. 
In t rodução : 
Você conhece alguém que já sofreu algum acidente de trabalho? Pen-
se bem! Além dos acidentes que ocorrem dentro da empresa, os aci-
dentes no caminho de casa para o trabalho, e vice-versa, também são 
considerados acidentes de trabalho. I tem mais: qualquer doença 
que seja resultado do trabalho desde algo sério, como a contamina-
ção provocada por algum material perigoso, até algo bem mais sim-
ples, como um resfriado em virtude da falta de manutenção nos filtros 
dos aparelhos de ar-condicionado - também é estudada pela mesma 
disciplina: segurança do trabalho e saúde ocupacional. 
Esta disciplina estuda as maneiras pelas quais os acidentes e as doen-
ças ocorrem e elabora estratégias para evitá-los. 
Não há uma causa única para a ocorrência de acidentes. Nem uma 
maneira única de preveni-los. O estudo da segurança do trabalho é o 
entendimento de que em todas as atividades há um conflito entre 
duas forças opostas: 
1. Os fatores de risco atuando no sentido de provocar acidentes 
e doenças. 
2. A função segurança a - o u pelo me-
nos minimizar os efeitos dos fatores de risco. 
Segundo o dito popular, "é melhor prevenir do que remediar* e o ob-
jetivo desta disciplina é fazer, da melhor maneira possível, a preven-
ção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. 
Devemos entender que sempre existem riscos. O acidente de traba 
lho é uma ocorrência não programada, na maioria das vezes inespera-
da, que interrompe ou interfere no processo normal de uma ativídade, 
) 
) 
' Os acidentes, ts doenças e » prevenção em segurança e saúde ocupar, lont 
Quando pensamos em saúde c segurança do trabalho, irnagina-
1 mos uma situação em que é baixa a probabilidade de eventos que 
! prejudiquem: 
pessoas funcionários, clientes, fornecedores, 
patrimônio - prédios, máquinas, ferramentas ou produtos, 
> meio ambiente - ar, solo, água. animais ou plantas 
Para trabalhar com segurança, devemos pensar em aspectos 
técnicos, educativos, de saúde e também de motivação da equi-
pe. Essa é uma obrigação legal das empresas, mas que também 
) traz benefícios técnicos, administrativos e económicos tanto para 
• a empresa como para seus funcionários e familiares e a sociedade. 
A equipe responsável pela segurança do trabalho deve ser for-
I mada por técnicos, engenheiros, médicos e enfermeiros, entre ou-
tros. Esses profissionais constituem o Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho ( S E S M T ) . 
) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) é formada 
por trabalhadores que. de modo geral, devem reunir o SESMT 
com outros funcionários da empresa O objetivo da Cipa é preve-
) nir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, bem como pro-
mover o bem-estar dos demais trabalhadores. 
Saiba mais 
I é importante entender a diferença entre acidentes e incidentes. Incidemes, ou 
I quase acidentes, são situações que poderiam causar algum dano, mas que 
I não chegam a fazê-lo. Assim, se uma máquina de corte sem proteção ferir a 
j mão ou os dedos de um trabalhador, isso é um acidente, mas se este retirar 
{ a mão antes do corte, isso será considerado um Incidente. 
A segurança do trabalho é definida por normas e leis. 
[...] sendo que, no Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho 
compõe-se de Normas Regulamentadoras e outras leis comple-
mentares, como Portarias e Decretos, Instruções Técnicas e tam-
bém as Convenções da Organização Internacional do Trabalho -
OIT (SILVA, 2002 apud WACHOWICZ, 2012, p. 37). 
A segurança do trabalho também está associada à higiene ocu-
pacional. O profissional que atua nessa área - engenheiro, físico, 
biólogo etc. - é responsável pela identificação e pelo controle de 
) 
c Segurança do trabalho e saúde ocupacional 
Neste tema você vai encontrar diversos conceitos sobre saúde, 
segurança, falha e acidente. Ao entender esses conceitos, estará pre-
parado para pensar na linguagem da saúde e segurança do trabalho. 
Você também vai entender o impacto dos acidentes e das doen-
ças e a importância da prevenção destes. 
Segurança, acidentes e teoria das falhas 
Saiba mais 
"Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidasque são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocu-
pacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laboral* (SILVA et al„ 
2012 apud WACHOWICZ, 2012, p. 37), 
J 
O objetivo da segurança do trabalho está em eliminar ou, 
pelo menos, minimizar as ocorrências de acidentes e doenças 
relacionadas ao trabalho, promovendo saúde e bem-estar aos 
trabalhadores. 
Para Guimarães (2000. p, 4-11), os acidentes de trabalho po-
dem apresentar quatro enfoques: 
1. Enfoque social - a incapacidade permanente, ou mesmo 
temporária, da vítima, o sofrimento do acidentado e de sua 
família, além da sobrecarga do sistema previdenciário, afe-
tando a sociedade em geral. 
2. Enfoque económico - os custos do acidentado, da equipe, do 
transporte, do equipamento e do material danificado, dos su-
pervisores, além das despesas jurídicas, dos danos à imagem 
da empresa, da redução da competitividade, da redução da 
moral dos funcionários e a queda nos níveis de produção de 
bens ou serviços, aumentando, consequentemente, os custos 
operacionais e diminuindo o lucro. 
3. Enfoque jurídico - refere-se às leis de acidente de trabalho 
Estas, em geral, não são cumpridas, ficando o empregador sem 
a devida punição e o trabalhador â mercê da própria sorte. 
4. Enfoque epidemiológico - relaciona-se à descrição, locali-
zação e classificação das lesões decorrentes do acidente de 
trabalho e das doenças profissionais. 
as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocup. 
pouco mais, esses fenómenos podem ter efeitos determinísticos 
(em curto prazo), probabilísticos (em longo prazo) e de correlação 
(duas ou mais causas). 
Quando um ser humano ou um equipamento realizam uma 
função de maneira inadequada, acontece uma falha que pode ou 
não produzir danos. Para analisar esse processo, podemos aplicar 
a teoria das falhas. Uma ótima análise de modos, tipos e agentes 
promotores de falhas é apresentada por Rossete (2015), que as 
classifica de cinco modos: 
1. Falha por omissão - quando o trabalhador não executa ou 
executa apenas parcialmente uma intervenção, tarefa, função 
ou passo. 
2. Falha na missão - quando o trabalhador executa incorreta-
mente uma intervenção, tarefa, função ou passo. 
3. Falha por ato estranho - quando o trabalhador executa uma 
intervenção, tarefa, função ou passo que não deveriam ter 
sido executados. 
4. Falha sequencial - quando o trabalhador executa uma in-
tervenção, tarefa, função ou passo fora da sequência correta, 
5. Falha temporal quando o trabalhador executa uma inter-
venção, tarefa, função ou passo fora do momento correto. 
Mesmo quando os modos de falhas são detectados, é fundamen-
tal classificar os tipos de falhas que podem ocorrer nos acidentes. 
AJalha humana está subdividida em quatro tipos: 
1. Técnica acontece por falta de meios adequados para exer-
cer a função. Na falta de uma ação ergonómica, por exemplo, 
a relação homem—máquina não é adequada. 
2. Descuido - ocorre de modo inconsciente, por desatenção ou 
confusão. Esse tipo de ocorrência é de baixa probabilidade, 
mas isso não toma a falha menos perigosa. 
3. Consciente - o funcionário conhece o procedimento seguro, 
estabelecido como padrão, mas se desvia dele com uma deci-
são consciente, visando atingir metas, status e interesses, por 
exemplo, custos, prazo, produtividade, qualidade ou conforto. 
4. Composta - todas as falhas são consideradas compostas, 
pois existem diversos fatores que podem desencadeá-las 
A falha de equipamento ocorre quando os equipamentos 
apresentam componentes com defeitos ou que estão ajustados 
mcorretamente. 
Segurança do trabalho e saúde ocupacional ) 
> 
características do ambiente de trabalho que possam prejudicar a ) 
saúde e o conforto dos trabalhadores ou da vizinhança da empresa. 
Como podemos ver, falar em segurança implica também pen-
sar na higiene (ambiente) e na saúde do trabalhador. Além de ) 
técnica e engenharia, segurança envolve também medicina, meio 
ambiente, aspectos legais e políticos, além de ergonomia e outras 
áreas correlatas, ou seja, segurança requer uma ação holística (que j 
enxerga o todo e envolve profissionais de diferentes áreas). O tra-
balhador também pode e deve contribuir nesse sentido! Quebrar 
barreiras de comunicação ou de hierarquia é uma maneira de en-
frentar problemas e pensar globalmente sobre segurança. 
Quanto maiores os cuidados em segurança, menor a probabili- ) 
dade de ocorrência de danos, acidentes, lesões, mutilações ou até 
mesmo mortes. 
Gardella (1999), que traz os seguintes conceitos: 
) 
) 
) 
) 
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) 
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) 
Vamos começar usando o método de abordagem holística de I 
) 
) 
• Acidente - fenómeno complexo, composto de fatores físicos, 
biológicos, psicológicos, sociais e culturais. 
Função segurança - conjunto de ações para reduzir a fre-
quência e a intensidade dos riscos. 
I ! Risco bruto - risco das atividades caso não haja função 
segurança. 
• Risco líquido - risco bruto reduzido pela função segurança. 
A organização deve estabelecer o risco líquido tolerado que vai 
definir as ações multidisciplinares de controle. 
E m uma organização, e também nas relações que ela mantém 
com o meio, ocorrem fenómenos de diferentes naturezas: 
) 
) 
• físicos - movimento de máquina, corrente elétrica, calor, luz, 
ruído, 
biológicos - movimento de pessoas, respiração, suor, diges-
tão, batimento cardíaco, enfemudade, sangramento, hemato-
ma, morte, 
psicológicos - desconfiança, agressão, medo, alegria, raiva; J 
culturais - saudação, vestimenta, canto, ritual, linguagem, 
valores; 
sociais greve, ausência em feriado, eleição, mudanças ) 
económicas. 
Todos esses fenómenos são interligados, e raramente há uma 
causa única para a ocorrência de acidentes. Para complicar um 
) 
) 
Os acidentes, as doenças e I prevenção em segurança e saúde ocupaciona 
Consequências dos acidentes e estatística 
Aspectos económicos dos danos 
Ao longo dos anos, os processos de produção foram se de-
senvolvendo e se modernizando. A tecnologia, os novos equipa-
mentos e as máquinas acompanharam esse desenvolvimento. No 
entanto, as pessoas envolvidas na produção nem sempre recebem 
a capacitação necessária. As vezes não concordam com os novos 
conhecimentos e deixam de aplicá-los Os resultados são vítimas 
do trabalho, mortos, feridos e doentes profissionais. A seguir apre-
sentamos os tipos mais comuns de acidentes de trabalho. 
Fique atento 
Tcxlo acidente provoca 
perdas financeiras 
e danos a saúde 
dos empregados. 
Todo acidente 
pode ser avaliado 
sriamente. 
J 
Gráfico 1.1 Distribuição percentual de acidentes de trabalho em 201 \
mmm Trajei o 
fonte: adaptado de Brasil Co 
• Doe de t 
(Doenças 
i aba lho 
Típicos 
Analisando o Gráfico 1 1. vemos que os acidentes típicos - aci-
dentes que ocorrem durante o trabalho - são os mais frequentes. 
Os acidentes de trabalho causam prejuízos a todos. A empre-
sa perde mão de obra qualificada, vê sua imagem comprometida 
e perde produtividade, além de assumir os gastos com hospital, 
medicamentos, apoio psicossocial e indenizações. O governo 
perde com pagamento de pensões e aposentadorias precoces, ou 
seja, o contribuinte também paga pelo prejuízo. Quem mais so-
fre, no entanto, são os trabalhadores e suas famílias, com redução 
de renda, envolvimento de familiares no cuidado do acidentado, 
gastos com tratamento, além da dor física e psicológica. 
) 
nuança do irabalho e saúde ocupaoonaí 
Qualquer falha humana ou de equipamentos é gerada por 
agentes promotores de falhas, que podem ser classificados como 
Primários podem ser analisados e levam à descoberta das 
reais causas das falhas. 
Secundários -o componente de falha não pode ser identificado 
De comando - ocorre quando o componente atua incorreta-
mente. obedecendo a algum comando secundário. 
Por fonte intrusa - alterações de alarme de posições, inun-
dações, vendavais, acontecimentos políticos e económicos. 
Para Zocchio (2002. p. 95); 
Os acidentes de trabalho ocorrem principalmentedevido a dois 
fatores: as condições inseguras e os atos inseguros. 
1. 
2. 
Ato inseguro praticado pelo indivíduo, consciente (ele 
sabe que está se expondo ao perigo), inconsciente (ele não 
sabe que está se expondo ao perigo) ou circunstancial (algo 
mais forte o leva a praticar uma ação insegura). 
Condição insegura é o ambiente de trabalho que expõe o 
trabalhador ou as instalações e equipamentos ao risco. 
Exemplos 
Atos inseguros 
limpai maqui! 
Condições inseguras tal 
iluminação inadequadas, fa sagens perigosas, taita 
Saiba mais 
É bem possível que a maioria das condições inseguras seja resultado de 
ações dos trabalhadores, pois, se não há ordem e limpeza, ê porque alguém 
não a fez como deveria, por exemplo. 
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acidentes, as doenças e a prevenção em segurança t saúde ocupa 3 
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um docu-
mento oficial padronizado e uma fonte de informações sobre aci-
dentes de trabalho. A Previdência Social recolhe as informações 
da CAT, processa-as e encammha-as para o Ministério do Traba-
lho e Emprego (MTE) . 
Os últimos dados completos, segundo o Anuário Estatístico 
da Prexndência Social -AEPS 2013, do Ministério da Previdência 
Social, referem-se ao ano de 2011 ( B R A S I L , 2013a), e trazem os 
seguintes itens: 
• Em 2011, o INSS registrou 711,2 mil acidentes de trabalho, 
crescimento de 0,2% em relação a 2010. 
O total de acidentes registrados com C A T diminuiu 1,6% em 
2011 em relação a 2010. 
Dos acidentes registrados com CAT, acidentes típicos representa-
ram 78,6%, os de trajeto, 18,6% e as doenças do trabalho, 2,8%. 
a Nos acidentes típicos, os homens participaram com 75,3% e 
as mulheres com 24,7%, 
Nos acidentes de trajeto, os homens participaram com 63,9% 
e as mulheres com 36,1%. 
I I Nas doenças do trabalho, os homens participaram com 61,0% 
e as mulheres com 39,0%. 
« Pessoas de 20 a 29 anos foram as mais afetadas por acidentes 
típicos (36,5%) e de trajeto (39,9%), 
• Pessoas de 30 a 39 anos foram as mais afetadas por doenças 
de trabalho (32,8%). 
A agropecuária participou com 4,0% do total de acidentes 
registrados com CAT, a indústria com 47,1% e o setor de ser-
viços com 48,9%. 
Nos acidentes típicos, os subsetores com maior participação 
nos acidentes foram "Comércio e rey>aração de veículos au-
tomotores", com 12,4%, e "Saúde e serviços sociais", com 
10,9% do total. 
Nos acidentes de trajeto, as maiores participações foram "Co-
mércio e reparação de veículos automotores", com 18,9%, e 
"Serviços prestados principalmente à empresa", com 13,8% 
do total. 
Nas doenças de trabalho, foram os subsetores "Atividades fi-
nanceiras", com 13%, e "Comércio e reparação de veículos 
automotores", com 11,1 %. 
11 No ano de 2011, os acidentes mais frequentes foram ferimen-
to do punho e da mão (10,1%), fratura ao nível do punho ou 
da mão (7.1%) e dorsalgía (5.4%). 
Z 3 G •gurança do trabalho e saúde ocupacional 
Fique atento 
Consequências dos acidentes do trabalho 
Aspecto humano: 
I I dor física; 
Aspecto social: 
f 
,1 lil I V I ' ) ! 
Aspecto económico: Aspecto económico: 
: tmiUÍZC l i " . « í 11.1 li e . 
prejuízo para a empresa: 
perdas vultosas paia a nação. 
É importante ter uma noção das estatísticas brasileiras de aci-
dentes de trabalho. A tabela a seguir apresenta os números brasilei-
ros de acidentes de trabalho notificados de 2007 a 2010. E possível 
que o número real de acidentes seja maior do que os da tabela. As 
empresas podem não querer notificar acidentes leves, atendidos no 
próprio ambulatório, além da existência de muitos trabalhadores in-
formais e autónomos. 
Tabela 1.1 Estatística de acidentes cie trabaíhr, 
Ano N" acidentes de trabalho 
Acidentes 
por dia 
Acidentes 
por hora 
Acidentes 
por minuto 
2007 659.523 1.806,91 75,29 1,25 
2008 755.980 2.071,18 86,3 1,44 
2009 723.452 t .982,06 82,59 1.38 
2010 7.32.990 2.008,19 83,67 1,39 
tona: Brasil Q0IJ apud tOííDRA MfÉKSABtRES. 'OK P-130). 
) 
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O 
Por falta de segurança do trabalho, bilhões de reais são gastos com 
benefícios, aposentadorias especiais e reabilitação, além dos custos 
com assistência à saúde do acidentado, indeni2ações, retremamento, 
reinserção no mercado de trabalho e horas de trabalho perdidas. 
Para as empresas, esse "custo de segurança do trabalho" au-
menta a despesa com mão de obra e prejudica a competitividade. 
Para o governo, eleva os valores gastos com previdência, reabili-
tação profissional e saúde pública 
A falta de segurança nos locais de trabalho mostra que os aci-
dentes ocorrem dentro da própria empresa e na rotina de trabalho, e 
é nesses ambientes que devem ser iniciadas as ações de segurança. 
Custo e prevenção dos acidentes 
Custos dos acidentes 
Os custos associados aos acidentes são calculados, em geral, 
pela engenharia económica Os cálculos são baseados na análise 
dos acidentes - quanto melhor a análise, mais facilmente se cal-
culam os custos 
Geralmente, os custos de acidentes devem considerar todos os 
prejuízos causados ao trabalhador (incluindo sua família), ao em-
pregador e à sociedade. Os custos de acidentes envolvem fatores 
humanos, agentes produtivos, tempo e instalações físicas 
Humanos custos com despesas médicas, farmacêuticas, 
hospitalares, sociais, indenização etc. 
Agentes produtivos - máquinas, equipamentos e ferramen-
tas quebrados, matéria-prima danificada 
• Tempo - o tempo perdido por causa dos acidentes acarreta 
danos à produção e à mão de obra qualificada. 
Instalações físicas - custos em instalações elétncas, hidráu-
licas e edificações em geral 
Em outras palavras, qualquer acidente gera prejuízo, desde o 
trabalhador até o país inteiro Veja: 
prejuízos ao trabalhador - lesões, sofrimentos físicos e men-
tais, incapacidade para o trabalho, morte, desamparo familiar; 
9 prejuízos ao empregador - gastos com primeiros socorros, 
transporte do acidentado, perda com a quebra de máquinas, 
equipamentos, produção parada, descontentamento de clientes; 
prejuízos ao país - trabalhador ativo sem produção, neces-
sidade de aumento de impostos, aumento do custo de vida. 
desigualdade social. 
As doenças do trabalho mais comuns foram lesões no ombro 
(20,2%), sinovite e tenossinovite (14,2%) e dorsalgia (7,7%,). 
As partes do corpo com maior incidência de acidentes típicos 
foram o dedo (30,5%), a mão. exceto punho ou dedos (8,7%), 
e o pé, exceto artelhos (7,6%). 
Nos acidentes de trajeto, as partes do corpo mais atingidas 
foram partes múltiplas (11,6%), joelho (8.7%) e pé, exceto 
artelhos (8.6%). 
Nas doenças do trabalho, as partes do corpo mais afetadas fo-
ram o ombro (17,8%). o dorso, incluindo músculos dorsais, co-
luna e medula espinhal (13,3%) e membros superiores (9,8%) 
Tabela 1.2 CATs para acidentes e doenças. 
Número deCATs registradas para os acidentes e as doenças mais frequentes no Brasil em 2012 
Acidente/Doença CAT Registrada % 
S6I - Ferimento do punho e da máo 65.651 12,0% 
S62 - Fratura ao nível do punho e da mão 38.661 7,1% 
S60 - Traumatismo superficial do punho e da mão 32.969 6,0% 
S93 - Luxação entorse e distensão das articulações e ligamentos ao nível 
do tornozelo e pé 
26484 4,8% 
S80 - Traumatismo superficial da perna 17 500 3.2% 
582 - Fratura da perna, incluindo tornozelo 16.712 3,1% 
S90 - Traumatismo superficial do tornozelo e do pé 15 8 « 2,9% 
S92 - Fratura do pé (exceto do tornozelo) 15.721 2,9% 
M54 - Dorsalgia 12.663 2,3% 
S52 - Fratura do antebraço 12.563 2,3% 
Outros 291.454 53,4"; 
TOTAL 546.222 100,0% 
fonte Brasil (2013a. p. 593). 
Os números de acidentes de trabalho no país são assustadores e 
vêm crescendo a cada ano Na maior parte das vezes, o que ocorre 
é desobediência de normas de segurança do trabalho que pode-
riam reduzir o número de acidentes 
O Brasil tem um dos maioresíndices de mortes por acidentes e 
doenças do trabalho do mundo, atrás apenas da índia, Coreia do Sul 
e E l Salvador. No mundo todo, morrem por ano cerca de 2 milhões 
de trabalhadores em virtude de acidentes e doenças relacionados ao 
trabalho; só os acidentes causam cerca de 360 mil mortes 
Os acMentes, as doenças ea prevenção em segurança e saúde ocupacional 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas ( A B N T ) , em sua 
nonna 18-R. estabelece que o custo direto do acidente seja o total 
das despesas com os empregados expostos aos riscos inerentes ao 
exercício do trabalho, as despesas com assistência médica e hos-
pitalar aos acidentados e as respectivas mdemzações, sejam estas 
diárias ou por incapacidade permanente. Em geral, essas despesas 
são cobertas pelas companhias de seguro. 
O custo indireto do acidente de trabalho, segundo a ABNT, en-
volve todas as despesas de fabricação, despesas gerais, lucros ces-
santes e demais fatores cuja incidência varia conforme a indústria. 
Já o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) inclui no custo 
indíreto do acidente do trabalho os seguintes itens: gastos com 
o primeiro tratamento, despesas sociais, custo do tempo perdido 
pela vítima, perda por diminuição do rendimento no retorno do 
acidentado ao trabalho, perda pelo menor rendimento do trabalha-
dor que substitui temporariamente o acidentado, cálculo do tempo 
perdido pelos colegas de trabalho etc. 
Em diversos países se considera que o custo indíreto é quatro 
vezes maior do que o custo direto. 
Gráfico 1 ,J Custo total direto e indíreto causado pelos acidentes 
de trabalho. 
totais Custos i 
• o 
. -o- • — • -"o-~"— Custos índiretos . - a-§- • |» — 1— -o o o -o Custosdiretos 
Prevenção e investigação de acidentes 
Você sabia que existe um programa para evitar riscos ao reali-
zar as atividades de trabalho na construção civil'.' E que os estabe-
lecimentos que possuem 20 ou mais trabalhadores são obrigados 
a cumprir esse programa0 Trata-se do Programa de Condições 
e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PC-
MAT). que deverá contemplar as exigências contidas na Norma 
Regulamentadora n. 9 (NR 9) - Programa de Prevenção dos Ris-
cos Ambientais (PPRA) Fazem parte do PCMAT: 
Alguns tipos de custos podem ser mencionados: 
Custos diretos ou segurados - de responsabilidade da agên-
cia seguradora (transporte, pagamentos de salários, mdemza-
ções, próteses, despesas médicas, reparo dos danos materiais, 
se houver etc). 
Custos indiretos (ou não segurados) assumidos pela em-
presa (pagamento de salário enquanto não coberto pela segura-
dora, danos materiais do acidente, tempo perdido de produção, 
custos de perícias). 
Custos sociais - custos imensuráveis (perdas e danos imen-
suráveis). 
Todo ano a Previdência Social gasta mais recursos financeiros 
do que arrecada somente em conceder benefícios aos trabalhado-
res que sofrem acidentes. Como todo ano a conta fecha no nega-
tivo, a sociedade acaba pagando pelos acidentes Por causa disso, 
a Previdência Social decidiu repassar parte dos custos para as em-
presas que apresentam maior número de acidentes e benefícios 
concedidos - assim, os principais responsáveis pelos acidentes 
financiam parte de seus gastos. 
Foi então criado o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que 
depende do desempenho em prevenção de acidentes e doenças 
relacionadas ao trabalho. O FAP determina um fator multiplicador 
entre 0,5 e 2,0 sobre o índice de Riscos Ambientais do Trabalho 
(RAT), que é a contribuição da empresa para a Receita Federal, 
que pode ser de 1%. 2°-o ou 3%, de acordo com o risco. Empresas 
que apresentam maus resultados em Segurança e Saúde no Tra-
balho (SST) poderão ter sua alíquota R A T corrigida por meio do 
FAP. podendo chegar ao dobro (FAP igual a 2,0) do valor pago an-
tes deste fator multiplicador. Já as empresas que investem em SST 
e que conseguem bons resultados podem ter sua alíquota R A T re-
duzida até pela metade (FAP igual a 0,5). 
Custos diretos e indiretos 
Quando acontece um acidente de trabalho em uma empresa, é 
necessário analisar a razão do acontecimento e quanto será o custo 
para a empresa, para o empregado e para a sociedade. O Seguro 
de Acidente de Trabalho (SAT) cobre apenas os gastos com despe-
sas médicas e indenizações ao acidentado. Existem outros seguros 
contra riscos fortuitos, como no caso de incêndio, que tem seu 
valor definido conforme o risco que a empresa apresenta. 
doenças e a prevenção em segurança e saúde Ofyptriflnjl 
É necessária uma Análise Preliminar de Risco (APR) para 
qualquer implantação, ampliação, reforma ou mudança de proces-
so, e os responsáveis pela avaliação são membros da Cipa e do 
SESMT. com a participação dos trabalhadores envolvidos. 
A Cipa tem como objetivo verificar, vigiar e controlar as con-
dições que possam garantir as condições seguras. Em casos de 
possíveis riscos, o serviço deve ser paralisado imediatamente. 
A prevenção de acidentes deve ser levada em consideração nos 
postos de trabalho, nas condições ambientais, nas proteções contra 
incêndios, nas metodologias de trabalho e nas ações do trabalhador. 
A prevenção dos acidentes de trabalho pode ser realizada 
mediante a ação da higiene e da segurança do trabalho A higie-
ne do trabalho propõe-se a combater as doenças profissionais 
visando eliminar ou reduzir os riscos ambientais (condições in-
seguras de trabalho que podem afetar a saúde, a segurança e o 
bem-estar do trabalhador), identificando os fatores que possam 
afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, 
A segurança do trabalho propõe-se a combater, também de 
um ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer 
eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando 
os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas ( E D I T O R A 
I N T E R S A B E R E S . 2013). 
Essas medidas preventivas podem estar relacionadas: 
Ao sistema de proteção do trabalhador, que protege apenas 
um indivíduo por meio do equipamento de proteção indivi-
dual (EPI) , como óculos, máscaras, cinto, botas, luvas, capa-
cetes, entre outros. 
Ao sistema de proteção coletiva. que protege mais de um indi-
viduo, como abrigos, cortina de água ou mesmo sistemas de re-
dução de ruídos por meio do enclausuramento de uma máquina 
Podemos dizer que as doenças profissionais são causadas por 
más condições ambientais de trabalho e por riscos que existam na 
atividade. As causas atuam de forma lenta e repetitiva, provocan-
do lesões que se tomam visíveis algum tempo depois. É difícil 
saber quando uma doença ocupacional tem início. 
As doenças ocupacionais são o resultado de uma soma de fato-
res técnicos, físicos e psicológicos que podem estar relacionados 
com a máquina, o posto de trabalho, o meio ambiente (iluminação, 
ruido, vibrações, produtos voláteis), o cansaço e a desmotivação 
do trabalhador em relação ao trabalho realizado 
Fique atento 
é possível afirmar que 
tanto os acidentes de 
trabalho quanto as 
doenças ocupacionais 
resultam de uma 
combinação de fatores 
técnicos, fisiológicos e 
psicológicos. 
Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho 
nas atividades e operações, levando-se em consideração os 
riscos de acidentes, doenças do trabalho e suas respectivas 
medidas preventivas. 
Projeto de execução das proteções coletivas em conformida-
de com as etapas de execução da obra 
• Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a 
serem utilizadas. 
Cronograma de implantação das medidas preventivas defi-
nidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execu-
ção da obra. 
Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de 
trabalho, contemplando, inclusive, a previsão de dimensiona-
mento das áreas de vivência. 
• Programa educativo abordando a temática de prevenção de 
acidentes e doenças do trabalho, com carga horária cumprida. 
Existem outros programas de grande importância para a pro-
moção e manutenção da saúde dos trabalhadores: 
• Programa de Conservação Auditiva (PCA). 
Programade Proteção Respiratória (PPR) 
• I Programa de Gerenciamento de Risco (PGR). 
Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais 
Perfurocortantes. 
Os programas e a legislação do M T E a respeito da área de 
segurança e saúde do trabalho colaboram com a prevenção e 
o controle dos riscos associados ao ambiente onde ficam os 
trabalhadores. 
Algumas ações são um bom começo na prevenção de aciden-
tes e doenças do trabalho. Uma delas é verificar sempre o local 
onde se trabalha para evitar pequenas ou grandes lesões sem que 
o trabalhador tenha de se afastar da atividade por longo tempo. 
Se acontecerem acidentes várias vezes com o mesmo trabalhador 
ou com outros que realizam as mesmas atividades, algo está er-
rado! A empresa deve evitar acidentes! Muitas vezes, os órgãos 
responsáveis poderão aplicar multas à empresa, que, ainda, deverá 
arcar com as mdenizações dos funcionários. É um prejuízo para 
a empresa, para o processo de produção, para o funcionário e, às 
vezes, para sua família também. Como prevenir acidentes então? 
Os ttíÚUfíÊÊUH TffttfKTrf t > pfewnçâo em segurança e MááftOGWpMftOAi 
Cíclicas - são análises em intervalos de tempo 
definidos 
De rotina - são análises nos setores em que já acon-
teceram ou ainda acontecem acidentes ou incidentes. 
Verificações oficiais - ocorrem por meio de ações de 
órgãos oficiais, como a Delegacia Regional do Traba-
lho (DRT) , o M T E , fiscais das Secretarias de Trabalho, o 
Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária, entre outros 
órgãos com poderes de fiscalização. 
Verificações especiais são análises nas áreas de risco, 
realizadas por profissionais do SESMT, empresas espe-
cializadas ou consultor autónomo. 
Investigação de acidentes 
Aconteceu um acidente. O que fazer'5 Investigar e evitar que 
aconteça novamente. A investigação analisa as causas, as respon-
sabilidades e define as medidas corretivas, ou seja: 
Investigação levantamento de dados e informações refe-
rente à ocorrência. 
Análise - consiste no estudo minucioso das informações ob-
tidas, geralmente realizada em grupo, para que seja possível 
ligar os pontos soltos e determinar quais foram as causas que 
contribuíram para a ocorrência do acidente, bem como deter-
minar as ações que serão realizadas para que novos acidentes 
não aconteçam. 
O método da árvore de cansas e o diagrama de causa e efeito 
são duas das melhores técnicas para a investigação de acidentes 
do trabalho. São métodos simples, mas com eles é possível ter 
uma ideia do todo, e não apenas de um fato isolado. 
A árvore de causas e uma representação gráfica dos fatos que 
provocaram o acidente Para elaborá-la, é necessária a fixação em 
princípios que possam contribuir para a definição das causas, a 
exemplo da comprovação dos fatos, transparência nas informa-
ções e confiança entre os participantes 
O diagrama de causa e efeito também chamado de diagrama 
de Ishikawa ou espinha de peixe - facilita não apenas a visualiza-
ção do problema, mas também a interpretação das causas que ori-
ginaram o acidente Envolve um trabalho coletivo das pessoas que 
se relacionaram com este. O acidente é o fato a ser investigado, 
Saiba mais 
Por não ser o objetivo 
deste material a 
investigação e a 
análise de acidentes 
serão apresentadas de 
maneira simples. Caso 
queira mais informações 
sobre os métodos 
e sua aplicação, 
recomendamos 
consultara obra Cipa -
Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes: 
uma mva abordagem. 
de Armando Campos, 
publicada pela Editora 
Senac. 
Segurança do nabalho e saúde ocupacional 
As causas de um acidente também podem estar ligadas ao 
transporte do empregado até a empresa, às atividades fora da fá-
brica, ao mau humor ou à frustração, as doenças profissionais ou a 
qualquer outro estado físico, mental e/ou emocional em particular. 
Hoje em dia as empresas se preocupam com os riscos de aci-
dentes relacionados ao comportamento das pessoas dentro de 
fábricas e em outros locais. As empresas têm investido em pro-
gramas de qualidade de vida no trabalho e de combate ao estresse, 
voltados à redução do tabagismo e do alcoolismo e contra o uso 
de outras drogas, bem como à melhoria das condições ambientais 
dos locais de trabalho. 
Porém, a forma mais eficaz de combate aos acidentes de trabalho 
consiste em suprimir as causas potenciais, técnicas ou humanas, pela 
adoção de uma ação preventiva de abrangência holística. Devemos 
considerar o respeito aos regulamentos e às normas técnicas, a vigi-
lância e conservação cuidadosa, a formação de todos os trabalhado-
res em segurança e o estabelecimento de boas relações profissionais. 
O que é um programa de prevenção de acidentes0 E um con-
junto de ações que envolvem: treinamentos, motivação, controle, 
avaliações, planejamento, inspeções e verificações. 
1. Treinamentos - devem ser constantes e envolver conheci-
mentos de metodologia, tecnologia e práticas mais seguras e 
habilidades para evitar acidentes. 
2. Motivação - tem de acompanhar o trabalho de modo que 
seja sempre bem realizado. 
3. Controles, avaliações e planejamento - devem ser executa-
dos para gerencíar o programa. 
4. Inspeções/verificações internas, oficiais e especiais - a rea-
lização destes itens antecipam as possibilidades de acidentes: 
a. Verificações internas - dividem-se em: 
Gerais realizadas uma vez ao ano, em todos os 
setores da empresa. 
Parciais - realizadas em setores que são escolhi-
dos aleatoriamente 
Periódicas - firmam a atuação da Cipa por meio de 
regularidades e elaboram estudos complementares, 
se necessário. 
Por denúncias - fazem a verificação, por meio de 
denúncias e queixas dos próprios funcionários, de ir-
regularidades na empresa. 
I 
indivíduos que trabalharam ou trabalham como: empregados as-
salariados; trabalhadores domésticos; avulsos; rurais; autónomos; 
temporários; servidores públicos; trabalhadores em cooperativas 
e empregadores, particularmente os proprietários de micro e pe-
guenas unidades de produção e serviços, entre outros. Também 
são considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades 
não remuneradas, participando de atividades económicas na uni-
dade domiciliar; o aprendiz ou estagiário e aqueles temporária ou 
definitivamente afastados do mercado de trabalho por doenças, 
aposentadoria ou desemprego. 
Segundo o art. 19 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991: 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercí-
cio do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 des-
ta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, 
da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991 b). 
O acidente de trabalho esua notificação 
Os acidentes de trabalho podem ser classificados como: 
Acidentes típicos - os que acontecem nas atividades normais 
de trabalho. 
Doenças ocupacionais - doenças provocadas pelo trabalho, 
devidas à exposição contínua a um agente agressor (um agen-
te agressor pode ser um produto químico, uma posição de 
trabalho inadequada, uma tarefa repetida seguidamente). As 
doenças podem ser curáveis ou não. 
Acidentes de trajeto acidentes sofridos pelo trabalha-
dor no caminho entre sua casa e o trabalho, ida e volta 
( B R A S I L . 1991b) 
Os acidentes de trabalho são um sério problema de saúde 
pública O Sistema Único de Saúde ( S U S ) considera prioritária 
a prevenção e enfrentamento dos acidentes de trabalho. 
A Lei n. 8 213/1991, do Ministério da Previdência Social, re-
gulamenta a notificação dos acidentes de trabalho. E m caso de 
acidente, deve ser preenchida a CAT e enviada ao INSS. O banco 
de dados de CAT do INSS é o melhor conjunto de informações 
sobre acidentes de trabalho do Brasil ( B R A S I L , 1991b). 
20II Segurança do trabalhe e saúde ocupacional 
existem as causas primárias, que são as principais a serem investi-
gadas, e, posteriormente, as causas secundárias são colocadas em 
pauta em função dascausas primárias. 
Ac identes e d o e n ç a s re lac ionadas a o 
t raba lho 
Segurança do trabalho é uma obrigação legal. Neste tema, va-
mos entender melhor quais são as semelhanças e diferenças entre 
acidentes e doenças ocupacionais, do ponto de vista da lei. Vamos 
também aprofundar os processos de analise das causas dos aciden-
tes e as medidas para enfrentá-las. 
Conceitos legais sobre os acidentes e doenças 
do trabalho 
Quem são os trabalhadores e o que é acidente do trabalho? 
Vamos ver as definições legais? 
Segundo a Política Nacional de Segurança e Saúde do Traba-
lhador ( B R A S I L , 2014a, p. 4), os trabalhadores são: 
[...] todos os homens e mulheres que exercem atividades para o 
sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja 
a forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal 
ou informal da economia. Estão inclusos nesse grupo todos os 
) 
O objetivo do trabalho em segurança é evitar os acidentes. Um aci-
dente que aleta máquinas, ferramentas ou outros bens da empresa 
é um acidente com danos ao patrimônio. Um acidente que produz 
lesão corporal, doença, perda da capacidade para o trabalho, provi-
sória ou permanente, ou a morte é um acidente com danos à pessoa 
(CHIAVENATO. 2010, p 151). 
Existem os seguintes tipos de acidentes: 
1. Acidentes sem afastamento - se o empregado volta ao tra-
balho em seguida ou no dia seguinte, 
2. Acidentes com afastamento - se o empregado fica afastado 
por algum tempo. Esse acidente pode provocar: 
a. Incapacidade temporária - se o empregado fica afasta-
do, mas ao voltar, retorna normalmente às suas atividades 
b. Incapacidade permanente parcial - se o empregado 
não volta nas mesmas condições para o trabalho que ti-
nha antes do acidente. Por exemplo na perda de algum 
membro ou perda parcial de visão. 
c. Incapacidade total permanente - se o empregado não 
pode voltar ao trabalho, se fica inválido para o trabalho. 
Por exemplo, perda total da visão ou da audição. 
d. Morte - quando o acidente de trabalho provoca a morte 
do funcionário (CHIAVENATO. 2009). 
Os acidentes podem afetar a integridade física do funcionário, 
sua segurança e de sua família, além de prejudicar o ritmo de tra-
balho da empresa pelas consequências emocionais que provoca 
entre os demais funcionários 
Fique atento 
Pensando bem, boa 
parte dos acidentes 
de trabalho pode 
sei prevista, por 
meio de análises 
dos ambientes e das 
condições de trabalho. 
Se algo estivei errado 
com as máquinas, 
as ferramentas ou o 
comportamento, se o 
ambiente estiver em 
desacordo com os 
princípios e a legislação 
de segurança e saúde 
Ocupacional, aumenta 
muito a chance de que 
um acidente aconteça. 
Equiparação entre acidentes e doenças relacionadas 
ao trabalho 
Doenças também podem ser consideradas acidentes do trabalho: 
I I Se causada pelo trabalho ou por determinada atividade no 
trabalho. 
Se causada por alguma condição especial do trabalho. 
Para ser considerada, a doença devem estar na lista do Anexo I I 
do Regulamento da Previdência Social (BRASIL , 1999) Mesmo 
que tuna doença não esteja nessa lista, se for constatado que ela 
foi provocada por trabalho executado, a Previdência Social pode 
equipará-la ao acidente de trabalho 
) 
eguranca do trabalho e saúde ocupacional 
Uma das dificuldades para se analisar os dados é que nem todos 
os acidentes são notificados Alguns acidentes não são registrados 
por desconhecimento ou má-fé dos empregadores. A subnotifica-
ção também faz com que muitos acidentes sejam registrados como 
óbitos comuns e/ou acidentes em geral. 
E m 2004, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n. 777, 
de 28 de abril ( B R A S I L , 2004), e tomou obrigatória a notificação 
por meio do Sistema Nacional de Notificação de Agravos (Sinan). 
A Portaria n. 104. de 25 de janeiro de 2011 ( B R A S I L , 2011), rea-
firma a obrigatoriedade da notificação. Os agravos de notificação 
compulsória são os seguintes: 
• acidentes de trabalho com mutilação; 
• acidentes de trabalho fatais; 
acidentes com exposição a material biológico relacionado ao 
trabalho, 
acidentes de trabalho com crianças e adolescentes, 
í i perdas auditivas induzidas por ruído (Pair), 
11 lesões por esforço repetitivo ( L E R ) e distúrbios osteomuscu-
lares relacionados ao trabalho (Dort); 
• intoxicações exógenas (agrotóxico, chumbo, benzeno, entre 
outros); 
câncer ocupacional, 
S pneumoconíose, 
• dermatose ocupacional; 
transtornos mentais relacionados ao trabalho. 
Fique atento 
O sinan tem um reçjisi 
dos trabalhadores In; 
dores públicos, autôn 
permite fazei projetos 
balhador (SCHEKERet 
Acidentes de trabalho 
Um acidente é algo não planejado e que provoca danos para as 
pessoas ou para o patrimônio A palavra acidente deveria significar 
algo imprevisto, mas na maioria das vezes, o "acidente" é evitável. 
t 
Os acidentes, as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupationa 
§ I a Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por oca-
sião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do 
trabalho ou durante este. o empregado é considerado no exercício 
do trabalho 
§ 2~ Não é considerada agravação ou complicação de acidente do 
trabalho a lesão gue, resultante de acidente de outra origem, se asso-
cie ou se superponha às consequências do anterior (BRASIL, 1991 b). 
Conforme o Decreto n 3 048/99. para que o acidente ou doen-
ça seja considerado acidente de trabalho, é necessário que o INSS 
faça uma perícia médica que mostre a relação entre o trabalho como 
causa e o acidente ou doença como consequência. O médico-pento 
deve também decidir que o segurado pode retomar ao trabalho ou 
emitir um parecer sobre seu afastamento ( B R A S I L , 1999). 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) 
Quando ocorre um acidente ou doença do trabalho, é preciso 
preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), con-
forme a L e i n . 8 213/1991 ( B R A S I L . 1991b) Segundo o art. 22 
dessa Lei . a empresa ou o empregador doméstico devem comuni-
car o acidente do trabalho à Previdência Social ate o primeiro dia 
útil seguinte ao da ocorrência e. em caso de morte, de imediato, à 
autoridade competente. 
s- Figura 1.2 Modelo da CAT (parcial) 
£ i PREVIDÊNCIA SOCIAL 
( mimiiíi ,i , ,ti , [I, iicick-nU' <lc u-abalho • C A T 
I- Err<e.il4 
^JCntpragtdoi '„$>n*c*li) Méiioc \>S*ou<i»do ç 
2T.pot1«C.AT 
í.liwial 'RMb#<tu*a ' iCorm 
1 - EMITENTE 
Empregador 
1 RaUAo Soo* / NGffir* 
4- Tipo 5- CNAE 
•JXXXMPi "CEI '"CF*F 
C.Tn'.v*m«rsln B*«m CEP 8-UF 
Acidentado 
10 Nome 
fonte.Brasil (301 Sa). 
Não são consideradas doenças do trabalho: 
doença degenerativa, 
doença inerente a agente etário: 
doença que não produz incapacidade para o trabalho. 
doença endémica. 
Equiparam-se também a acidentes do trabalho: 
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efei-
tos desta Lei: 
I - O acidente ligado ao trabalho que. embora não tenha sido a 
causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segu-
rado, para redução ou perda da sua capacidade.para o trabalho, ou 
produzido lesãoque exija atenção médica paraa sua recuperação; 
II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do tra-
balho, em conseguência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por ter-
ceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de 
disputa relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de ter-
ceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão, 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos 
ou decorrentes de força maior; 
III - A doença proveniente de contaminação acidental do empre-
gado no exercício de sua atividade; 
IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e 
horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a au-
toridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresapara lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capaci-
tação da mão de obra, independentemente do meio de loco-
moção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste 
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclu-
sive veículo de propriedade do segurado. 
>s acidentes, as doenças e a prevenção em seguiança e saúde i 
3 
O trabalhador que sofrer um acidente passa a fazer jus ao re-
cebimento de um beneficio mensal denominado ""auxilio-doença 
(seguro) [...] que corresponde a 9 1 % do salário de benefício [do 
trabalhador] (média dos salários recebidos pelos empregados nos 
últimos 36 meses), [Esse benefício] é pago pelo INSS até a alta 
definitiva ou aposentadoria" (SINDILOJAS, 2012). 
Após o acidente de trabalho com afastamento superior a 30 dias, 
o trabalhador passa a ter estabilidade no emprego durante 12 meses 
após o fim do auxího-doença acidentáno 
Controle estatístico 
Estatísticas de acidentes 
Para analisar a segurança do trabalho em uma empresa, pode-
-se analisar dois coeficientes que permitem comparações com to-
dos os tipos e tamanhos de empresas o coeficiente de frequência 
(CF) e o coeficiente de gravidade (CG) 
1. Coeficiente de frequência (CF) - significa o número de aci-
dentes com afastamento que ocorrem a cada um milhão de 
homens-horas trabalhadas durante o mês 
2. Coeficiente de gravidade (CG) significa o número de dias 
perdidos e computados a cada um milhão de homens-horas 
trabalhadas durante o mês. 
Algumas empresas têm baixos coeficientes de frequência e al-
tos coeficientes de gravidade Isso significa que existem poucos 
acidentes, mas que são muito graves. Outras têm altos coeficien-
tes de frequência e baixos coeficientes de gravidade o que quer 
dizer que existem muitos acidentes, mas de pouca gravidade. O 
ideal seria a ocorrência de baixos coeficientes, tanto de frequência 
quanto de gravidade. 
Causas dos acidentes 
O que causa acidentes? 
Acidentes ocorrem por três razões principais ocorrências casuais, 
condições de trabalho inseguras e comportamentos inseguros. Ocor-
rências ao acaso (como caminhar no jardim da empresa e ser atingi-
do por um galho de árvore que cai) contribuem para acidentes, mas 
estão fora do controle da gestão. Vamos, portanto, manter nosso foco 
nas questões que podem e devem ser controladas pelos gestores, ou 
seja. as condições de trabalho e o comportamento inseguro 
Uma vez que o acidente de trabalho afeta muitas pessoas, a CAT 
deve ter várias cópias: 
uma para o INSS, 
lí uma para a empresa para que o evento fique registrado e pos-
sa ser analisado, 
uma para o acidentado (ou seus dejwndentes), 
uma para o sindicato de classe do trabalhador. 
* uma para o SUS: 
uma para a Delegacia Regional do Trabalho (DRT). 
Após o preenchimento da CAT. o trabalhador deve ir a um 
serviço de saúde (ambulatório, hospital etc ) para que um mé-
dico faça o exame e preencha o laudo de exame médico contido 
no verso da CAT Se houver afastamento, o pagamento do salá-
rio do segurado é responsabilidade do empregador, até 30 dias. 
Se o acidente exigir um afastamento de mais de 30 dias, o aci-
dentado deve ir ao INSS para pedir o beneficio (auxilio-acidente) 
a que tem direito. No INSS, haverá a perícia médica, que deve 
verificar a relação entre o acidente e a lesão ou doença. 
É importante mencionar a burocracia durante todo o processo, 
que pode atrasar o benefício. E importante também lembrar que só 
os empregados de acordo com a C L T têm direito ao auxilio-acidente. 
A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do 
prazo legal está sujeita à multa. Se a empresa não comunicar o aci-
dente, o próprio trabalhador, seus dependentes, o sindicato, o médi-
co ou as autoridades podem, a qualquer tempo, registrar 0 acidente 
na Previdência Social. 
Emissão de CAT 
Quando ocorre um acidente de trabalho, independentemente 
da sua gravidade, a empresa deve comunicá-lo à Previdência So-
cial até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, por meio 
da CAT. Em caso de morte, o acidente deve ser comunicado de 
imediato ( B R A S I L , 1991b). 
É importante que a C A T seja "aberta", mesmo que não se trate 
de um acidente com afastamento. 
Segundo o art. 23 da Lei n. 8.213 ( B R A S I L , 1991b), "conside-
ra-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do 
trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exer-
cício da atívidade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou 
o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o 
que ocorrer primeiro". 
Os acidentes, a* doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupacional 
Uma pesquisa analisou acidentes fatais sofridos por trabalha-
dores do setor de petróleo no mar do Norte e encontrou funcioná-
rios sob estresse e uma forte pressão para concluir rapidamente 
o trabalho, além de superiores que não exigiam práticas seguras 
(CHRISTOU, KONSTANT1NLDOU, 2012. p. 19), 
Amesma pesquisa, analisando o acidente de 2010 no Golfo do 
México, em que uma plataforma da Bntish Petroleum explodiu, 
indica que os gestores da plataforma ignoraram inúmeros sinais de 
alerta e foram negligentes com a segurança. 
Outros fatores relacionados às condições de trabalho 
Horários de trabalho e fadiga também afetam as taxas de aci-
dentes. A possibilidade de acidentes aumenta depois de seis horas 
de atividades ininterruptas. Isso é decorrente, em parte, da fadiga. 
Acidentes também ocorrem com mais frequência durante o período 
noturno. Com o número reduzido de funcionários, a fadiga dos re-
manescentes aumenta. Esta é apenas uma das razões pelas quais 
algumas empresas vêm proibindo a realização de horas extras. 
Os acidentes também acontecem com maior frequência nos 
períodos de redução de pessoal, quando há hostilidade entre os 
funcionários e condição de vida precária. Fatores de estresse tem-
porários, tais como alta temperatura no local de trabalho, falta de 
iluminação e um local muito cheio, também se relacionam às ta-
xas de acidentes. 
Comportamento inseguro 
Na prática, é impossível eliminar os acidentes apenas redu-
zindo as condições de risco. Isso porque as pessoas também são 
responsáveis pela ocorrência de acidentes. Não existe um método 
infalível de eliminar atitudes de risco, tais como: 
• derrubar materiais. 
trabalhar ou operar em velocidades inseguras. 
desativar, remover ou alterar ajustes de dispositivos de 
segurança; 
operar máquinas ou trabalhar com fios de alta tensão próximo 
de água; 
levantar cargas de forma indevida, sem o auxílio de roldanas: 
operar equipamentos que não estão autorizados. 
Condições de trabalho inseguras 
Condições inseguras de trabalho são as principais causas de aci-
dentes, incluindo: 
• andaimes defeituosos, 
equipamentos inadequadamente protegidos, 
fiação desgastada, 
• armazenamento inseguro, por exemplo, com sobrecarga; 
• iluminação inadequada, 
ventilação inadequada 
A solução básica é eliminar ou minimizar as condições de ris-
co. As normas regulamentadoras do M T E determinam quais são 
as condições mínimas de trabalho para que acidentes sejam evita-
dos. Abordam questões como máximo de decibéis (intensidade de 
ruído) a que um trabalhador pode ficar exposto, níveis ideais de 
iluminação e ventilação, bem como procedimentos operacionais, 
liberação de trabalho, ordens de serviço de segurança e medicina 
do trabalho, entre outras obrigações legais. Os gestores também 
podem elaborar uma lista de condições de risco sobre a verifi-
cação das causas de acidentes. Algumas publicações nacionais e 
internacionais, como a Revista Brasileira de Saúde Ocupacional 
e a revista Environmental Health and Safety (EHS) (saúde e segu-
rança ambiental), são boas fontes de informação sobre segurança 
e medicina do trabalho. 
Embora os acidentes possam ocorrer em qualquer lugar, exis-
temalgumas zonas de alto risco. Muitos acidentes acontecem em 
tomo de empilhadeiras, de carrinhos de mão e em áreas de tráfego 
e elevação. Também podem ocorrer dentro dos escritórios ou em 
áreas administrativas. 
No entanto, os acidentes mais graves acontecem, geralmente, per-
to de máquinas para trabalhar madeira e serras de metal ou em tomo 
de máquinas de transmissão, tais como engrenagens, polias e volan-
tes, além de grandes acidentes que envolvem indústrias químicas. 
Clima de segurança 
As vezes, o local de trabalho sofre de um perigoso "clima de 
segurança", em outras palavras, a partir de fatores principalmente 
psicológicos, os funcionários agem de forma insegura, negligen-
ciando práticas que evitam a ocorrência de acidentes. 
Os acidentes, as doenças e a prevenção em segurança e saúde ocupacional 
Teorias sobre os acidentes 
Acidentes de trabalho 
Os acidentes são eventos quase sempre inesperados e não dese-
jados, sendo geralmente causados por contato com uma fonte de 
energia ou substância. Os acidentes englobam: lesão, doença ocupa-
cional, danos ao patrimônio e parada do processo produtivo (BIRD; 
F R A N K ; LOFTUS, 1976) Apesar dos avanços nas pesquisas que 
envolvem a busca pela redução de acidentes, os índices de acidentes 
de trabalho no Brasil ainda são muito preocupantes, provocando da-
nos graves aos trabalhadores, perdas materiais para as organizações 
e enormes encargos sociais a nação ( D E L A COLETA. 1991). 
O Modelo de Causas das Perdas, representado na Figura 1.4, 
reflete a relação da gerência com as causas dos acidentes de uma 
empresa. Segundo esse modelo, para a investigação das perdas, são 
observadas, principalmente, as causas básicas e as causas imediatas. 
Não há uma causa única para o comportamento inseguro. 
Às vezes, as condições de trabalho podem causar comportamen-
tos de risco. Por exemplo, funcionários de plataforma de petróleo 
estressados podem se comportar de modo arriscado, mesmo que 
saibam como agir corretamente. 
Outras vezes, os trabalhadores não estão treinados em méto-
dos de trabalho seguros Algumas empresas não determinam os 
procedimentos de segurança corretos, e os empregados podem, 
simplesmente, desenvolver o seu próprio método de trabalho, sem 
conhecimento de requisitos de segurança. 
De modo geral, há três possíveis práticas que colaboram com 
a ocorrência de um acidente de trabalho: imperícia, negligência e 
imprudência 
1. Imperícia - refere-se ao trabalhador que faz uma tarefa sem 
estar preparado tecnicamente para ela. 
2. Negligência - diz respeito à falta de cuidado ou displicência 
com a tarefa. 
3. Imprudência - ocorre quando o trabalhador corre riscos com 
desrespeito a leis e normas e com descaso com as consequên-
cias de seus atos. 
Que traços caracterizam pessoas "propensas a acidentes"? 
Às vezes, parece que existem algumas pessoas simplesmente 
mais "azaradas". Mas algumas pesquisas indicam que um há mis-
to de razões que tornam algumas pessoas mais propensas a causar 
e a sofrer acidentes: pessoas impulsivas, extremamente extroverti-
das, distraídas demais e pouco exigentes ou conscientes provocam 
mais acidentes. 
As seguradoras consideram alguns traços de personalidade 
em ocorrências de trânsito: airogância, ao sentir-se no direito de 
infringir leis (maus condutores não entendem por que não deve-
riam acelerar); impaciência (motoristas com sinistros frequentes 
estavam sempre ansiosos ou com pressa); agressividade (serem 
sempre os primeiros a querer se mover quando a luz do semáforo 
fica verde), e distração (fácil e frequentemente distraídos por apa-
relhos celulares, comida, bebida e assim por diante). 
O estresse, a ansiedade, a depressão e o desespero tomam conta 
do trabalhador, qus precisa manter o seu emprego para sustentar 
a sua família, 
Frank Bírd Jr.. após analisar vários casos, publicou, em 
1966. estudos contemplando não só as lesões decorrentes dos 
acidentes, mas também os danos à propriedade, bem como os 
prejuízos decorrentes das paralisações de produção causadas 
por acidentes. Bird Jr chegou á conclusão de que, para cada 
acidente grave (com afastamento), havia cerca de 30 aciden-
tes com danos materiais e cerca de 600 incidentes sem danos 
pessoais ou materiais. Essa relação é conhecida como pirâmide 
de Frank Bird Jr. Para que este engenheiro chegasse a essa pro-
porção, ele estudou cerca de 2 milhões de acidentes em quase 
300 empresas 
Na evolução dos estudos de Frank Bird Jr. e Loftus, surgiu, 
com base em registros de acidentes de suas próprias unidades, a 
pirâmide da DuPont (Figura 1.6), multinacional que atua em di-
versos segmentos da indústria Essa pirâmide trouxe uma nova 
perspectiva ao gerenciamento de segurança ao acrescentar os des-
vios comportamentais em sua base. Por meio da identificação e do 
controle desses desvios, podemos diminuir de forma significativa 
a possibilidade de ocorrência de acidentes, alicerçados em ações 
no comportamento seguro. Por estar na base da pirâmide de Frank 
Bird Jr., a redução dos comportamentos de risco tem grande im-
pacto na diminuição dos acidentes. 
i 
3C •qurançft do trabalho e saúde rxupaoonai 
Figura 1*4 Dominó de Frank Bird Jr. 
< a <t> 9 m o> 9 
1 3 « 5 
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3 
Pré-contato Contato Pós-contato 
fonte adaptada de Bird, Frank e Loftus ÍI976). 
v ; s 
Seguindo esse modelo baseado em dominós, de Frank Bird Jr , 
pode-se dizer que, se os esforços se aplicarem sobre os três pri-
meiros dominós (falta de controle, causas básicas e imediatas), o 
acidente poderá ser evitado na maioria das vezes. 
Segundo a Organização Internacional do trabalho (OIT. 
2013a), apenas as causas naturais matam mais do que os aciden-
tes de trabalho. Muitos desses acidentes de trabalho têm como 
principal causa o fator humano, por meio de: suas características 
psicossociais, atitudes negativas para com as atividades preven-
cionistas. aspectos da personalidade, falta de atenção, entre ou-
tros (DI L A S C I O . 2001). O aumento do desemprego implica uma 
grande insegurança para o trabalhador e pode ocorrer em razão de 
fatores como: polivalência, flexibilização, descentralização e oti-
mização dos recursos humanos ( I I A R V E Y . 1993). Além do medo 
do trabalhador em perder seu trabalho - e, consequentemente, a 
sua fonte de sobrevivência - , o ritmo acelerado, a imposição de 
metas inatingíveis e a pressão constante geram ambientes bastante 
competitivos, causando aumento na desregulamentação dos direi-
tos do trabalho, terceirização, precanzação da classe trabalhadora 
e enfraquecimento do sindicalismo de classe ( R I B E I R O , 2008). 
A perda do controle sobre o trabalho amplia o mal-estar e o 
sofrimento para aqueles que trabalham (GUIMARÃES. 2006) 
Assim, as pessoas ficam ávidas por mostrar todo o seu potencial 
no trabalho, de forma a não ser descartado pela empresa, mes-
mo que isso custe a sua saúde ( E N R I Q U E Z , 2006). Em busca de 
maior produtividade, o trabalhador descuida da segurança e saúde. 
Os acidentes,as doença» e a prevenção em segurança e saúde ocupacional 
Eles reciclaram conhecimentos dos funcionários sobre méto-
dos de segurança e tomaram outras medidas. Na prática, temos 
visto que as causas de acidentes tendem a ser diversificadas, de 
modo que os empregadores devem adotar uma abordagem variada 
para preveni-los. Apresentaremos alguns métodos de prevenção a 
seguir para explicar como evitar acidentes de trabalho. 
Redução das condições de risco 
Reduzir condições de risco é sempre a primeira tarefa na lista 
de prevenção de acidentes. 
Engenheiros e técnicos de segurança do trabalho devem avaliar 
os locais de trabalho, eliminando ou reduzindo os riscos identifi-
cados. Por exemplo, pisos escorregadios em cozinhas comerciais e 
industriais, muitas vezes, causam quedas, locais escuros dificultam 
a visibilidade de veículos, máquinas e equipamentos. Empregado-
res contam com os engenheiros e técnicos de segurança para "dei-
xar de fora" condições

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