Buscar

Sociedades Empresariais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SOCIEDADES
Aspectos Gerais do Direito Societário:
Há de ser fazer duas distinções importantes quando se fala no direito de sociedade.
· Sociedade não é empresa;
· Sociedade não é sempre pessoa jurídica
Como hoje não se fala mais em ato de comércio para basear o direito empresarial a atividade que irá classificar as sociedades é a atividade empresária.
Desse modo, as sociedades serão empresárias quando no seu objeto se encontrar a prática de uma atividade empresária e será sociedade simples a que não contar com à prática de atividade empresária. Tal classificação pode ser encontrada no art.982, do CC, cujo paragrafo único retrata um detalhe bastante importante, vejamos:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Em regra, a sociedade é a união de duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, para praticarem uma atividade econômica, que busquem precipuamente o lucro, para que esse resultado auferido seja partilhado entre os sócios. Já as pessoas jurídicas podem ser entendidas como entidades, unidades de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos, tendo em vista que a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeito de direito e obrigações.
As sociedades estão no rol do art. 44 do CC como espécie de pessoas jurídicas de direito privado, porém, nem toda sociedade irá possuir pessoa jurídica própria, formando pessoa jurídica. 
Essas serão as sociedades não personificadas, tem-se o conjunto de sociedades, sem, porém ter a formação de pessoa jurídica. São conhecidas como sociedades não personificadas.
Já outras sociedades, formam pessoa jurídica e tornam-se sujeito próprio de direitos e obrigações. Essas são as sociedades personificadas.
Dois são os tipos de atos constitutivos que a legislação brasileira admite quando na criação de uma sociedade: contrato social ou estatuto social. 
Algumas sociedades dependerão da elaboração de um contrato social para que ele seja levado a registro e constitua a sociedade. O ato terá, portanto, natureza de acordo de vontades, seguindo as regras formais do direito contratual comum. Obviamente não se pode afirmar que o contrato social seja idêntico ao das relações civis, até pela questão das partes contratuais que não são tão definidas e antagônicas.
Outro tipo de ato constitutivo é o estatuto social. Esse já terá natureza de regulamento e não de acordo de vontades. Para se ter ideia da diferença formal, no estatuto não há qualificação das partes (dos sócios), muito menos assinatura deles. A aprovação do estatuto para que ele possa ser levado a registro e constitua a sociedade é feita através de ata de assembleia de sócios;
Há sociedades em que o intuito principal é a reunião daqueles sócios especificamente e a sua participação na sociedade terá importância fundamental. O que importa não é apenas o que se investe, mas quem investe. Essa é classificada como sociedade de pessoas.
Já em outros tipos societários não haverá essa importância tão grande da pessoa dos sócios, sendo muito mais relevante o capital investido. Essa é conhecia como sociedade de capitais.
As atividades econômicas envolvem riscos. Nem sempre os investimentos realizados pelos sócios numa sociedade, dá o retorno esperado e as vezes pode até mesmo acontecer de o patrimônio social não ser suficiente para arcar com as obrigações contraídas. É nesse contexto que se irá analisar quais tipos de autonomia patrimonial uma sociedade possui, se própria ou imprópria.
Quando uma autonomia é própria, somente o patrimônio da sociedade, em regra, responde pelas obrigações. A sociedade é classificada como limitada.
Quando a sociedade tem autonomia imprópria, o patrimônio dos sócios poderá ser usado caso o patrimônio social não seja suficiente para pagar suas obrigações. A sociedade será ilimitada. 
Ainda é possível que a sociedade seja classificada como mista, quando existem sócios que respondem limitadamente e outros que respondem ilimitadamente.
A personalidade jurídica das sociedades deve ser utilizada com fins legítimos e não deve ser desvirtuada. Dessa forma, caso tais fins sejam desvirtuados, não se pode fazer prevalecer a separação patrimonial entre a pessoa jurídica e seus membros.
A desconsideração é, pois, a maneira de adequar a pessoa jurídica aos fins para os quais ela foi criada; é uma forma de reconhecer a relatividade da personalidade jurídica das sociedades. Esta separação patrimonial somente se justifica quando a pessoa jurídica é usada adequadamente, o desvio da função faz com que deixe de existir razão para a separação patrimonial.
O primeiro texto legislativo que falou em desconsideração no Brasil foi o código de defesa do consumidor.
Em 2002, o código Civil passou a tratar da desconsideração e a doutrina brasileira passou a entender que a teoria se divide em teoria maior e teoria menor.
Após a lei n°13.874/2019, o art. 50 do código civil passou a ter a seguinte redação:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. 
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; 
II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.

Outros materiais