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Universidade Estácio de Sá Curso de Serviço Social Estágio Supervisionado I em Serviço Social ANÁLISE INSTITUCIONAL Inara Lopes dos Santos 201607055384 Análise Institucional desenvolvido para composição da nota de avaliação da disciplina Estágio Supervisionado I do curso de Serviço Social, da Universidade Estácio de Sá com o requisito parcial para obtenção do grau em Bacharel em Serviço Social. Lajedo-PE 2018 I. Apresentação O presente trabalho foi realizado a partir do estágio curricular I em Serviço Social no Centro de Atenção Psicossocial - CAPS I Lajedo-PE, com o objetivo de descrever a atuação do Serviço Social na instituição e, ainda, como o Assistente Social é percebido pelos demais profissionais. Para isso, foi descrito o processo de trabalho do Serviço Social na Saúde Mental, bem como, as atividades que o CAPS oferece aos usuários. Como método, optou-se por ser uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva com abordagem quantitativa, sendo escolhido a aplicação do diário de campo como instrumento de coleta de dados. Ressalta-se que o Assistente Social é um profissional com papel decisivo pois, estabelece vínculos com os usuários e familiares. No campo de estágio o trabalho é desenvolvido de forma interdisciplinar, propiciando a troca de saberes com o objetivo em comum. Sendo assim, constata-se que o Serviço Social tem uma participação fundamental na Saúde Mental, seja pelo ponto de vista técnico ou dos usuários. Este profissional deve desenvolver ações que promovam a integração do sujeito com o contexto o qual se insere, que incluem a rede de relações sociais e o ambiente familiar, pois os transtornos devem ser entendidos para serem tratados. II. Análise Institucional Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que cerca de 700 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum tipo de transtorno mental, neurológico e/ou comportamental que causam um grande sofrimento individual e social. O CAPS – Centro de Atenção Psicossocial constitui serviços estratégicos na política de saúde mental, consolidando as propostas da Reforma Psiquiátrica, conforme Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. A Lei indica uma direção para a assistência psiquiátrica e estabelece uma gama de direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais; regulamenta as internações involuntárias, colocando-as sob a supervisão do Ministério Público, órgão do Estado guardião dos direitos indisponíveis de todos os cidadãos brasileiros. De acordo com parâmetros populacionais, a capacidade de atendimento e o perfil dos usuários, os CAPS são divididos em: CAPS I: municípios ou regiões de saúde com população acima de quinze mil habitantes; CAPS II: municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes; CAPS III: municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes, atendendo 24 horas/dia, incluindo feriados e finais de semana; CAPS AD: referência para o atendimento de usuários com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes; CAPS AD III: municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes, atendendo 24 horas/dia) e; CAPS i: referência para o atendimento a crianças e adolescentes, indicado para municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes (BRASIL,2013). Para ser atendido num CAPS pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pela Estratégia Saúde da Família ou por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora. (Brasil, 2004) III. O Serviço Social na Instituição 3.1 Histórico Para atender à população com transtornos mentais, surge o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, em Lajedo-PE, com uma população de 39.240 habitantes, é inaugurado o CAPS I no dia 30 de Maio de 2014, com recursos federais e de caráter público, através do projeto do Sr. Flaviano Assis de Andrade e sobre a coordenação da Sr.ª Tatiana Luciano Freire, como um serviço de referência no atendimento e tratamento, prioritariamente, às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e, às pessoas com sofrimento ou transtorno mental em geral, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. No quadro de funcionários, contam com uma equipe composta por: 1 psiquiatra, 1 enfermeira, 1 assistente social, 2 psicólogas, 2 terapeutas ocupacional, 1 técnico de enfermagem, 1 coordenadora,1 auxiliar administrativo, 1 nutricionista, 1 cozinheira e 2 recepcionistas. As consultas médicas ocorrem na segunda-feira de manhã, sendo distribuídas: 7 consultas/semanacom o psiquiatra e 7 consultas/semana com a psicóloga. O tempo de consulta varia de 30 dias a 2 meses, dependendo da situação e do médico. Apenas o psiquiatra pode realizar a internação em uma clínica hospitalar psíquica. Os profissionais doserviço de atenção psicossocial, compreendema necessidade do seu próprio desejo de estarem no cuidado, nos olhares para com os usuários, para que possam sustentar a sua prática e se responsabilizarem pelo cuidado, resultando a reabilitação e inclusão do usuário na sociedade pelo acolhimento. 3.2 Trabalho do Assistente Social O Serviço Social surge com foco na garantia e defesa do acesso ás políticas sociais básicas, fortalecendo o acesso de usuários através das mediações. A assistente social trabalha na inserção social e trabalho em grupo, com duração de aproximadamente de 1 hora. O Assistente Social como profissional inserido na divisão social e técnica do trabalho, integra as equipes da saúde mental brasileira, em decorrência da necessidade do Estado em controlar as expressões da questão social. A resolução nº 287 de 08 outubro de 1998 do Conselho Nacional de Saúde caracteriza o assistente social, entre outros, como profissional de saúde, devendo ater-se a dispositivos legais e ao Conselho de Classe desta categoria. A orientação e o encaminhamento de direitos sociais são fortalecidos pelo projeto Ético-político da categoria e reconhecimento legal dos direitos sociais na Constituição de 1988. Deve-se viabilizar o acesso, implementar ações, que resultam no campo de valores, comportamentos, cultura, conhecimento, resultando a reinserção de usuários na sociedade. As atividades no CAPS são realizadas por equipe multiprofissional, prioritariamente em espaços coletivos (grupos, assembleias de usuários, reunião diária de equipe), de forma articulada com os outros pontos de atenção da rede de saúde e das demais redes. E o cuidado é desenvolvido por intermédio de Projeto Terapêutico Singular, envolvendo em sua construção a equipe, o usuário e sua família (BRASIL, 2013). O Serviço Social tem sido atingido pela lógica neoliberal, requisitando ações focalizadas seletivas, fiscalizatórias, que se encontra pelo o que foi lutado e conquistado no processo de Reforma Psiquiátrica. 3.2.1 Nome do assistente social e número do CRESS Aline de Lima Santos – 9917 3.2.2 Objetivos do trabalho do Assistente Social Novos desafios são colocados para o assistente social, que se vê permeado de contradições, onde o sistema capitalista e os avanços do neoliberalismo impõem limites à prática profissional e aos usuários do serviço que tem acesso aos seus direitos de forma precária. O assistente social realiza ações específicas junto aos usuários dos serviços, articulando com as intervenções na família de cada um, tanto em casos de pessoas que vivem sobre o mesmo teto ou no regaste de vínculos familiares, através do prontuário do usuário, este se torna um dos principais instrumentos de registro da situação do usuário eponderando a prática interdisciplinar, pois possibilita ter acesso às informações sobre o usuário e seu tratamento em saúde mental. IV. Desvelamento do objeto 4.1 Perfil da População Usuária No Brasil, quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com algum transtorno mental, segundo dados da OMS. O número de usuários dos serviços do CAPS vem aumentando, isso porque os medicamentos não resolvem os problemas sociais, pessoais, financeiros. É necessário tratamento complementar e associado ao medicamento para que o usuário compreenda seu problema e aprenda a conviver com ele. Os usuários que mais utilizam a medicação para transtorno mental, são frequentadores do CAPS. Esses usuários caracterizam-se através do sexo feminino e masculino, com idades na faixa etária de 16 a 70 anos. O CAPS de Lajedo-PE possui mais de 200 usuários registrados desde a sua criação. Apesar do fornecimento de medicamentos psicotrópicos acontecer para aproximadamente 80 usuários de forma mensal, não existe o farmacêutico trabalhando no CAPS. 4.1 Demandas e Expressões da Questão Social O Assistente social pode desenvolver sua atuação nas políticas públicas, na formulação, implementação, monitoramento e avaliação dessas políticas. Diante dessas demandas, é possível observar o crescimento e visibilidade da profissão.O profissional de assistente social tem como objeto de intervenção as expressões da questão social no CAPS como: A discriminação, preconceito, a pobreza, a violência, o alcoolismo e droga, dentre outras. O Código de Ética de 1993 normatiza a profissão. Com a Reforma Psiquiátrica os Centros de Atenção tiveram sua implementação difundida, e o assistente social, na sua intervenção na área da saúde, desempenha suas estratégias de prevenção sustentadas pelo Código de Ética e na Lei de Regulamentação da Profissão, como também, nas Legislações da Política da Saúde. O assistente social atua em: Atendimento direto ao usuário; mobilização; controle social; investigação; planejamento e gestão; assessoria; qualificação e formação profissional..., é importante destacar que esses eixos não devem ser compreendidos de forma segmentada, mas articulada dentro de uma concepção de totalidade. (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2009, p.41). Isso, possibilita a inserção de mais profissionais atuando no âmbito da saúde, e no CAPS a atuação do assistente social com os usuários e familiares, com fortalecimento de vínculos, visitas domiciliares, acolhimento, terapias em grupo e outros. V Possibilidades e Desafios da intervenção do Serviço Social no campo de estágio Diante da demanda proposta para o assistente social, existe alguns desafios que estão postos para o Serviço Social, principalmente para a Saúde Mental. Propondo a defesa intransigente dos direitos humanos, a luta pela erradicação de todas as formas de preconceitos, para haver a inserção do usuário na sociedade, a garantia da qualidade do serviço prestado. A falta de um transporte do próprio CAPS, dificulta a visitar domiciliar, limitando o profissional em sua prática do cotidiano. Na Saúde Mental, o assistentesocial necessita buscar conhecimento de psicopatológicos, psicofarmacológicos. Conhecer as várias lutas que existe no campo, dessa forma, saberá como dialogar com a equipe da saúde. VI – Considerações finais Pode-se concluir a importância da observação de práticas exercidas no campo de estágio, obtendo experiência na prática que são oferecidas na teoria pelo percurso acadêmico. No campo da saúde mental, por exemplo, pode-se perceber a importância do Serviço Social para os usuários,seja pela fragilidade dos mesmos, carência, exclusão social e familiar ou, atémesmo, para mostrar a importância de seu tratamento. Trabalhar com usuários de Saúde Mental, é saber que cada um possui suas limitações e através do processo de trabalho do Assistente Social, realizar métodos e estratégias de reinserção social do usuário, no desenvolvimento de seu tratamento. VII – Referências bibliográficas CAPS Lajedo. Disponível em: <https://www.lajedo.pe.gov.br/portal_noticias/assuntos/caps/>. Acesso em: 08 de outubro de 2018. Centro de Atenção Psicossocial completa 3 anos. Disponível em: <https://www.lajedo.pe.gov.br/portal_noticias/centro-de-atencao-psicossocial- completa-3-anos-de-funcionamento/>. Acesso em: 10 de outubro de 2018. Resolução Nº 287 De 08 De Outubro De 1998. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/1998/res0287_08_10_1998.html>. Acesso em: 14 de outubro de 2018. Proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccIVIL_03/LEIS/LEIS_2001/L10216.htm>. Acesso em: 15 de novembro de 2018. Mudanças na Política Nacional de Saúde Mental: mais uma ameaça do governo ilegítimo. Disponível em <http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1439>. Acesso em: 15 de Novembro de 2018. ALBUQUERQUE, J. A. GUILHON. Instituição e poder: a análise concreta das relações de poder nas instituições. 2 eds. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986. FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. 4ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002. ________, Vicente de Paula. O saber profissional e o poder institucional. São Paulo: Cortez Editora, 1985. WEISSHAUPT, Jean Robert. As funções sócio institucionais do serviço social. São Paulo: Cortez, 1988. Seminário Nacional de Serviço Social na Saúde (2009). Disponível em: <http://www.cfess.org.br/visualizar/livros>. Acesso em: 22 de novembro de 2018. Relatório de Fiscalização: Serviço Social e a Inserção de Assistentes Sociais nas Comunidades Terapêuticas. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/visualizar/livros>. Acesso em: 22 de novembro de 2018.
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