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Portos e vias navegáveis Prof: Ma. Monigleicia Alcalde Orioli AULA 8 MOLHES E QUEBRA-MARES DEFENSAS e ESTRUTURAS DE AMARRAÇÃO 2 Molhes e quebra-mares Uma vez que o porto é o espaço físico no qual é feita a ligação dos modos hidroviário e terrestre, ocorrendo a transferência de mercadorias e passageiros, é preciso que as obras portuárias estejam adequadamente protegidas dos efeitos das ondas e correntes, de forma a garantir uma agitação tolerável das águas do porto. As obras de proteção não serão tão importantes se o porto estiver em uma região da costa já protegida por obstáculos naturais, mas, caso contrário, são imprescindíveis. Os problemas básicos que devem ser considerados ao se projetar obras desta natureza são: o nível de agitação após a implantação da obra e a própria estabilidade destas obras Molhes e quebra-mares 4 As obras de proteção, também chamadas de obras externas ou de abrigo, podem ser classificadas segundo diferentes aspectos. Segundo a sua posição, podem ser • MOLHE - apresenta uma das extremidades ligada à costa; • QUEBRA-MAR - não tem nenhuma ligação com a costa; • Molhes 5 Um molhe é uma obra marítima de engenharia hidráulica que consiste numa estrutura costeira semelhante a um pontão ou estrutura alongada que é introduzida nos mares ou oceanos apoiada no leito submarino pelo peso próprio das pedras ou dos blocos de concretos especiais, emergindo da superfície aquática. É uma longa e estreita estrutura que se estende em direção ao mar. Essa estrutura tem como função proteger a costa ou portos, das ondas do mar, para que os navios possam acostar com segurança para carga ou descarga. O molhe possui uma extremidade em terra e a outra em mar. Quebra-mar 6 Os quebra-mares são calculados , normalmente, para uma determinada altura de onda com um período de retorno especificado. O cálculo de uma estrutura marítima deste porte, assim como de diques, molhes, portos e outras é realizado por especialistas em engenharia hidráulica usando como ferramentas modelos físicos e/ou modelos matemáticos. O quebra-mar se diferencia do molhe por não possuir ligação com a terra, tendo também como finalidade principal proteger a costa ou o porto da ação das ondas do mar. Para essa obra são utilizados blocos de concreto cúbicos e paralelepípedos de contenção às ondas marinhas Defensas 7 Defensa Acessórios empregados para proteção das embarcações e das obras de acostagem durante as manobras de atracação/desatracação e enquanto as embarcações estiverem atracadas Tipos mais comuns –Madeira –Pneus –Borracha Instalação deve atender às seguintes exigências: –Evitar contato direto entre barco e cais –Reduzir o risco de movimento do barco com ondas –Absorver os impactos da atracação Defensas 8 As defensas são uma parte integrante e de importância preponderante das instalações portuárias. Os sistemas de defensas são a primeira fronteira entre um navio e a estrutura de acostagem, garantindo a segurança dos navios que atracam nos portos e das estruturas portuárias A NBR 11240:1990 define defensa como “Elementos indispensáveis para proteção das obras de acostagem, bem como das embarcações, objetivando a absorção da energia de impacto na atracação, proporcionando a estas proteção enquanto estiverem atracadas” Defensas 9 As informações básicas para o projeto dos sistemas de defensas de instalações portuárias são fornecidas pelo estudo do impacto dos navios contra as estruturas de atracação. Ao tocar na estrutura da instalação portuária, o navio transmite a ela parte da energia cinética de que está animado. O restante desta energia será empregada no movimento de rotação do navio, em torno do ponto de impacto e em dissipações diversas Ações de atracação 10 Segundo as prescrições da NBR 9782:1987, a energia cinética característica transmitida pelo navio durante a atracação, e que deve ser considerada no dimensionamento das estruturas e defensas é determinada pela seguinte expressão: 11 A massa M1 depende do tipo de instalação portuária. Nas instalações de descarregamento de navios, a massa (M1) a ser considerada é a máxima que o navio pode deslocar. Nas instalações em que ocorrerá exclusivamente carregamento, a massa a ser considerada corresponde a situação do navio em lastro ou parcialmente carregado. Admite-se nesta situação considerar como massa deslocada pelo navio o valor de 0,9 M1, onde M1 é a massa correspondente a capacidade de carga total do navio (TPB). A massa M2, corresponde à massa de água que se movimenta em conjunto com o navio durante a atracação, é a consideração da massa hidrodinâmica pela NBR 9782:1987. Pode ser determinada pela expressão a seguir. Onde: D = calado do navio nas condições da atracação; L = comprimento do navio; a = massa específica da água. 12 De acordo com norma NBR 9782, a velocidade (V) de aproximação dos navios perpendicular à linha de atracação é afetada por uma série de fatores, quais sejam: tamanho dos navios, condições de abrigo, uso de rebocadores, habilidade do piloto e condições meteorológicas. Os valores mínimos a serem adotados para o cálculo da energia de atracação característica, segundo a referida norma, são os indicados na Tabela 13 O coeficiente de excentricidade segundo a NBR 9782:1987 leva em consideração a energia dispendida no movimento de rotação do navio, e é determinado pela expressão: Onde: l = distância entre o ponto de contato e o centro de gravidade do navio, medida paralelamente à linha de atracação; r = raio de giro do navio (podendo ser considerado como aproximadamente igual a 25% do comprimento do navio). Os valores de Ce podem variar de 0,20 a 1,0. Pianc (2002) recomenda que Ce tenha um valor mínimo de 0,5. O coeficiente de rigidez (Cr) leva em consideração a parcela da energia de atracação absorvida pela deformação do costado no navio. Segundo a NBR 9782:1987, dependendo da rigidez do sistema de defensas o valor adotado pode variar entre 0,90 e 0,95. Segundo PIANC (2002), o valor de 0,90 é aconselhável para defensas rígidas. 14 Para a obtenção do valor final da força de impacto é necessário ainda majorar o valor característico, considerando que ações variáveis provocam efeitos desfavoráveis para a segurança da estrutura, é recomendado pela NBR 9782:1987, que essa majoração seja de 1,4 para combinações normais características (em serviço). 15 Considerando um ângulo de inclinação de atracação de 5°, bem como outras incertezas, convém considerar uma queda de eficiência da defensa (Adoremos 10%). Defensas elásticas O princípio de funcionamento dessas defensas é o da deformação elástica, ou seja, toda e energia absorvida é devolvida ao sistema (navio-estrutura) sem deformação residual na defensa. Geralmente feitas de borracha No caso de cais corrido (ao longo da costa) as defensas devem estar dispostas em intervalos regulares e não superiores a 30 m de espaçamento 16 Exemplo Determine a energia cinética e a energia final para dimensionamento de um sistema de defensa, considerando: • V= 15 cm/s • Peso bruto= 60.000 t • Lpp= 217 m • Boca= 32 m • Calado= 12,00 • Ce= 0,5 • Cr= 0,95 17 18 Estruturas de atracação/amarração Cabos e cabeços de amarração Estruturas destinadas à atracação ou à amarração dos navios no berço Materiais rígidos ou flexíveis – Aço – Madeira – Concreto Para os esforços de fixação dos navios nas obras de acostagem, chamados de esforços de amarração, devem ser levados em conta a ação dos ventos, ondas e correntes marítimas Estruturas de atracação/amarração Para os esforços de fixação dos navios nas obras de acostagem, chamados de esforços de amarração, devem ser levados em conta a ação dos ventos, ondas e correntes marítimas 19 Estruturas de atracação/amarração 20 Lançantes (cabo 1) forças de correntes e ventos com os navios alinhados com a direção das mesmas Transversais (cabo 2) esforços transversais de correntee vento Linhas ‘spring/springlines’ (cabo 3) complemento dos esforços longitudinais e transversais Estruturas de atracação/amarração 21 A figura a seguir apresenta da amarração, no qual se considera a força do vento atuando na direção transversal ao navio e a força da correnteza atuando em uma direção inclinada a 20º do eixo longitudinal do navio. Neste caso, a força do vento e a componente transversal da corrente são divididas em 6 (seis) cabeços de amarração, e a componente longitudinal da corrente é lançada em um cabo apenas, qual seja o lançante de proa, ligado a um dolfin de atracação. Estruturas de atracação/amarração Para dimensionar o número de cabos, deve-se primeiro considerar a decomposição dos esforços, levando em conta a combinação mais desfavorável de vento e corrente com o navio em carga ou em lastro. É importante verificar a força de ruptura do cabo. 22 Estruturas de atracação/amarração O dimensionamento do cabeço de amarração e suas disposições são, em função dos esforços de amarração citados, do tamanho dos navios e dos tipos de obras de acostagem 23 PERGUNTAS SOBRE PORTOS NACIONAIS 24 a) Porto Ponta da Madeira b) Porto de Ilhéus c) Porto de Tubarão d) Porto de Santos e) Porto de Itaguaí 25 Porto ocupa o 1° lugar no país na importação de fertilizantes a) Porto Ponta da madeira b) Porto de Ilhéus c) Porto de Paranaguá d) Porto de Santos e) Porto de Itaguaí 26 a) 836 m b) 1575 m c) 2616 m d) 3118 m e) 4120 m O Porto de Paranaguá conta com um cais comercial com extensão acostável de 27 a) 8 berços de atracação b) 12 berços de atracação c) 16 berços de atracação d) 20 berços de atracação e) 24 berços de atracação O Porto de Paranaguá conta com um cais comercial acostável composto por 28 O Porto de Paranaguá movimentou em maio/2019 a maior quantidade de grãos para exportação da história dos Portos do Paraná. O navio chinês Lan Hua Hai foi carregado com a) 60 mil toneladas de farelo de soja b) 90 mil toneladas de farelo de soja c) 120 mil toneladas de farelo de soja d) 180 mil toneladas de farelo de soja e) 300 mil toneladas de farelo de soja Prof: Ma. Monigleicia Alcalde Orioli Referências ALFREDINI, P.; ARASAKI, E. Obras e Gestão de Portos e Costas. Editora Blucher. São Paulo: 2009. COMIM, C. Estruturas portuárias – distribuição de esforços na infraestrutura devidos à amarração e atracação de embarcações. Dissertação de mestrado: Universidade Federal do Pará, Belém, 2015. NBR 9782/1987. Ações em estruturas portuárias, marítimas ou fluviais – Procedimento (revogada)
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