Buscar

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CELULITE E ERISIPELA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Beatriz Machado 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA TEÓRICA 10 – CELULITE E ERISIPELA 
1. INTRODUÇÃO 
 Erisipela e celulite são infecções cutâneas muito comuns que se desenvolvem devido à entrada de bactérias através da 
barreira da pele. 
 Ocorrem muito por onicomicose, feridas não cicatrizadas.. 
 A diferenciação entre elas pode ser um desafio ao médico, já que ambas cursam com uma semiologia muitas vezes sutil. 
 As duas possuem alta morbidade e diagnósticos diferenciais potencialmente graves que, se não percebidos e tratados 
adequadamente, podem evoluir com complicações. 
2. ERISIPELA X CELULITE 
 
 Foto 1: Celulite  Não conseguimos visualizar muito bem onde a lesão se inicia e termina 
 Foto 2: Erisipela  Conseguimos visualizar muito bem onde a lesão se inicia e onde termina 
3. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE AMBAS 
 Início da infecção: Eritema, dor e calor locais  SEMPRE teremos sinais flogísticos 
 Quando a infecção se estende: Surgem diversos graus de sinais e sintomas sistêmicos 
 Febre 
 Calafrios 
 Mal-estar 
 Confusão mental 
 Leucocitose 
 Disseminação: 
 Através de vasos linfáticos: Linfangite e linfadenite supurativa 
 Através da corrente sanguínea: Bacteremia 
 Áreas mais acometidas: 
 Membros inferiores 
 Face  Nos casos de erisipela facial, o edema é muito marcante, e os olhos do paciente ficam inchados 
 Podemos ter ainda: 
 Vesículas 
 Bolhas  As duas podem ter bolhas! 
 Equimoses 
 Petéquias 
Maria Beatriz Machado 
4. ERISIPELA 
 É um tipo de celulite cutânea superficial com comprometimento importante dos vasos linfáticos da derme. 
 Diagnóstico: Clínico de acordo com as manifestações do paciente 
 Agentes: 
 Ocorre principalmente por: Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (SBHGA) 
 Raramente ocorre por: Staphylococcus aureus 
 Características: 
 Placa eritematosa, edemaciada, infiltrada e dolorosa COM BORDAS BEM DELIMITADAS 
 Conseguimos diferenciar onde a lesão se inicia e onde ela termina 
 Não esquecer disso porque usamos muito essa característica para diferenciar de celulite 
 Bordas que crescem centrifugamente e que avançam rapidamente sobre a pele circunvizinha. 
 Uma dica para verificarmos se a lesão está progredindo ou regredindo é marcamos o final da lesão (onde se 
inicia a pele sã) com caneta, e depois observar se a lesão se expande além da marca 
 Erisipela bolhosa: 
 Sinal de processo infeccioso grave 
 Pode evoluir com necrose e ulceração 
 Evolução da infecção: Quando a infecção se estende profundamente para o tecido subcutâneo, pode resultar em 
celulite 
 Outras características: Linfedema  Muitas vezes está associado, sendo uma consequência de recidivas. 
 
4.1. TRATAMENTO 
4.1.1. ANTIBIOTICOTERAPIA 
 Para casos menos graves, onde só manifestações clássicas (não sistêmicas), fazemos antibioticoterapia oral: 
 Penicilina Procaína IM 600.000 UI 1 ou 2 vezes ao dia por 5 a 10 dias ou Penicilina Oral 500 mg de 6/6 horas por 5 
a 10 dias 
 Amoxacilina: 500 mg VO de 8 /8 horas por 5 a 10 dias  É o que mais fazemos na prática 
 Eritromicina 500 mg de 6 /6 horas por 5 a 10 dias 
 Para pacientes alérgicos à penicilina 
Na imagem conseguimos ver uma placa 
eritematosa, edemaciada e infiltrativa com 
bordas bem delimitadas (conseguimos ver onde 
começa a placa, e onde ela termina, tendo pele sã) 
 
Maria Beatriz Machado 
 Para casos mais graves, onde temos manifestações clássicas e sistêmicas (febre, calafrios, etc), fazemos 
antibioticoterapia parenteral: 
 Ceftriaxone: 1g EV a cada 24 horas por 5 a 10 dias 
 Cefazolina: 1 - 2g EV de 8/8h por 5 a 10 dias 
 Oxacilina: 2g EV de 4/4h por 5 a 10 dias 
 OBS: A duração do tratamento deve ser individualizada de acordo com a resposta clínica do paciente, podendo se 
estender de 5 a 10 dias  A professora disse que nunca tratamos somente 5 dias 
5. CELULITE 
 Infecção cutânea que compromete uma parte maior dos tecidos moles, estendendo-se profundamente através da 
derme e tecido subcutâneo. 
 Pode se iniciar como erisipela. 
 Diagnóstico: Clínico de acordo com as manifestações do paciente 
 Agentes: 
 Ocorre principalmente por: Staphylococcus aureus 
 Ocorre menos comumente por: Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (SBHGA) 
 Características: 
 Lesão extremamente dolorosa e infiltrativa (profunda), com BORDAS MAL DELIMITADAS que se estende ao tecido 
subcutâneo. 
 Sua demarcação com pele sã é indistinguível e não cresce centrifugamente  Podemos ter áreas de lesão 
misturadas com áreas de pele sã. 
 Em alguns casos podem se formar bolhas ou necrose, resultando em extensas áreas de descolamento epidérmico 
e erosões superficiais. 
 A infecção pode se localizar nas partes moles com formação de abscesso dérmico e subcutâneo, ou fasceíte 
necrosante. 
 Podemos ter celulite purulenta e não purulenta  O tratamento entre elas difere 
 Celulite de extremidades: Pode ter linfadenopatia regional 
 Possíveis consequências da celulite: 
 Supuração profunda 
 Septicemia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na celulite a pele fica mais brilhante 
Podemos ver lesões tão infiltrativas, 
que a pele fica com aspecto de casca de 
laranja 
 
Maria Beatriz Machado 
5.1. TRATAMENTO 
 Devemos diferenciar entre celulite purulenta e não purulenta. 
 OBS: A duração do tratamento deve ser individualizada de acordo com a resposta clínica do paciente, podendo se 
estender de 5 a 10 dias  A professora disse que nunca tratamos somente 5 dias 
5.1.1. CELULITE PURULENTA 
 Geralmente é causada por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) 
 Precisamos entrar com medicamentos que tenham espectro para bactérias gram – e anaeróbias. 
 Medicamentos: 
 Clindamicina: 300-450 mg VO de 8/8 horas por 5 a 10 dias 
 Doxiciclina: 100 mg VO de 12/12 horas por 5 a 10 dias 
 Sulfametoxazol-trimetoprim: 800/160 mg VO de 12/12 horas por 5 a 10 dias 
 Linezolida: 600 mg VO de 12/12 horas por 5 a 10 dias 
5.1.2. CELULITE NÃO PURULENTA 
 Geralmente é causada por Estreptococcus beta-hemolíticos ou Staphylococcus aureus sensíveis a meticilina (MSSA) 
 Medicamentos: 
 Orais: 
 Dicloxacilina: 500 mg VO de 6/6 horas por 5 a 10 dias 
 Cefalexina: 500 mg VO de 6/6 horas por 5 a 10 dias 
 Clindamicina: 300 - 450 mg VO a cada 6 - 8 horas por 5 a 10 dias 
 Endovenosos: 
 Cefazolina: 1 - 2 g EV de 8/8 horas por 5 a 10 dias 
 Oxacilina: 2g EV de 4/4 horas por 5 a 10 dias 
 Clindamicina: 600 - 900 mg EV de 8/8 horas por 5 a 10 dias 
6. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CELULITE E ERISIPELA - EXTRA 
PATOLOGIA SINAIS E SINTOMAS PRESENTES AGENTE INFECCIOSO E TRATAMENTO 
Impetigo 
Contagioso 
Pequenos aglomerados de vesículas ao redor do nariz, 
boca, mãos e antebraço. 
Se transformam em crostas melicéricas (cor de mel) 
Agentes: SBHGA, S. aureus 
Tratamento: Pomada de mupirocina tópica ou 
antibiótico oral. 
Ectima 
Gangrenoso 
Variam de Máculas eritematosas a máculas pusturales 
com eritema circundante e bolhas hemorrágicas 
Agente: Pseudomonas aeruginosa 
Tratamento: Penicilina antipseudomonas 
associada a aminoglicosídeo. 
Trombose 
Venosa 
Profunda 
Febre elevada associada a placa eritematosa de limites 
bem definidos. 
Geralmente com aspecto pouco inflamatório. 
Agente: Não infecciosa. 
Tratamento: Anticoagulação. 
Fasceite 
Necrozante 
Eritema, edema, calor e dor na área acometida. 
Evolui em alguns dias para uma cor púrpura com 
formação de bolhas, rapidamente progressiva para 
necrose e gangrena. 
As áreas mais acometidas são membros inferiores e 
períneo. 
Agente: SBHGA, anaeróbios 
Tratamento: 
Debridamento cirúrgico de emergência, 
fasciotomia e possível amputação. 
Antibióticos EV

Continue navegando