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TRATAMENTO DO SORRISO GENGIVAL INTRODUÇÃO / DEFINIÇÃO A linha do sorriso é definida como uma linha imaginária entre o lábio superior e a visibilidade do tecido gengival e os dentes. Uma variedade de fatores, incluindo a forma e a posição dos dentes e os níveis de tecido gengival, podem influenciar a estética global do sorriso. Certa quantidade à mostra de gengiva é aceitável para a estética, sendo considerada como um fator de jovialidade. Porém, ao expor mais de 3mm de gengiva, o sorriso torna-se anti estético tanto para o cirurgião dentista quanto para o público em geral, sendo assim uma exposição excessiva da gengiva, denominada, sorriso gengival. Obs.: O professor considerou para inserção conjuntiva - 1,5mm; para epitélio juncional - 1,5mm; assim possibilidade de 3mm para aumento de coroa. Uma avaliação estética extra e intra-oral é geralmente conduzida para determinar a(s) causa(s) da exposição gengival em excesso e o(s) tratamento(s) mais apropriado(s). O exame extra-oral inclui a avaliação da simetria facial, da altura facial, da linha dos lábios (ou linha de sorriso), do comprimento do lábio e da sua mobilidade. Já o exame intra-oral compreende a avaliação da qualidade dos tecidos moles e do biótipo periodontal, da linha gengival e das margens gengivais individuais, da forma do dente e das proporções dos dentes anteriores superiores. ETIOLOGIA As principais causas de sorriso gengival são: hiperatividade do músculo elevador do lábio superior, crescimento acentuado verticalmente da maxila, hipertrofia gengival e/ou erupção passiva alterada, uma combinação destes fatores ou ainda o lábio superior curto ou hiperativo ao sorrir. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de sorriso gengival deve ser precoce, baseado em parâmetros clínicos específicos, e o tratamento realizado mediante uma análise cuidadosa dos fatores etiopatogenéticos e do grau de severidade da alteração. Um plano de tratamento correto deve contemplar a possibilidade de uma resolução terapêutica ortognática, ortopédica e/ou cirúrgica, considerando sempre a complexidade da exposição da gengiva (linha alta do sorriso) em conexão com a idade do indivíduo. Com a finalidade de melhorar o alinhamento da margem gengival e fornecer uma exposição adequada dos dentes, a modificação do complexo dento gengival através de procedimentos cirúrgicos é frequentemente indicada nos casos de pacientes que apresentam exposição excessiva de gengiva durante o sorriso. FATORES A SEREM CONSIDERADOS PARA A CORREÇÃO 1. Localização da margem gengival em relação a junção cemento-esmalte e a crista óssea (isso é visto através da radiografia); 2. Relação coroa-raiz osso alveolar (se a retirada for exagerada, corre o risco de remover o suporte dentário e consequente mobilidade); 3. Tamanho e forma do lábio superior; 4. Localização da linha do lábio durante a fala e um “sorriso aberto”. TIPOS DE TRATAMENTO Há diversos tipos de tratamento para correção do sorriso gengival. Remoção de excessos e remodelação dos tecidos gengivais através das técnicas de cirurgias plásticas periodontais, gengivectomia e/ou gengivoplastia, retalho posicionado apicalmente, cirurgia ortognática, extrusão dental e combinação destes. A. Cirurgia Ortognática A cirurgia ortognática é um procedimento para correções ósseas complexas. O objetivo do tratamento, neste caso, é diminuir o crescimento ósseo exagerado da maxila. Quando existem alterações de oclusão e de tipologia facial, associadas às desproporções esqueléticas (como crescimento exagerado da maxila), a correção cirúrgica por meio de cirurgia ortognática é o tratamento de eleição. Sem essa cirurgia não é possível mudar as características das funções e da musculatura orofacial do paciente. A estrutura óssea é avaliada por meio de cefalometria. A etiologia óssea caracterizada pelo excesso vertical maxilar, manifesta-se principalmente em pacientes com crescimento predominantemente vertical. B. Gengivectomia / Gengivoplastia A gengivectomia foi definida por Grant (1979) como “excisão da parede do tecido mole da bolsa periodontal patológica”. Desta forma é para a eliminação de bolsa. É indicada na presença de bolsas periodontais supra-ósseas profundas. Nos casos de correção de contornos gengivais, como crateras e hiperplasias gengivais a técnica de gengivectomia é conhecida como gengivoplastia. A gengivectomia é realizada quando existe quantidade de tecido gengival suficiente para que, após a sua remoção, a margem gengival livre fique a 3 mm da crista óssea alveolar. Nesse caso também, ocorre a cicatrização de 2ª intenção (quando não há sutura). Condições para a gengivectomia: localização da crista alveolar óssea em relação à JAC de, aproximadamente, 1,5 a 2 mm / espessura adequada de osso alveolar / banda de gengiva queratinizada larga. Caso não se verifiquem estas condições, é provável que ocorram recidivas. Durante o procedimento é feito a remoção do excesso gengival através de um corte com angulação de 45º, feito isso é realizada uma raspagem da gengiva para dar o contorno mais natural. Ao longo do procedimento dever-se-á ter em atenção alguns aspectos: a simetria entre os ICS; a margem gengival dos caninos deverá estar ao nível da dos ICS; a margem gengival do incisivo lateral deverá posicionar-se 1 mm abaixo dos anteriores e, deverá existir harmonia e paralelismo entre o novo contorno gengival com a linha do sorriso e linha bipupilar. C. Gengivectomia com bisel interno Técnica utilizada quando a quantidade de mucosa queratinizada do paciente não é suficiente para a técnica de gengivectomia com bisel externo. Tem acesso ao tecido ósseo de suporte e pode ou não fazer remoção de osso. Nessa técnica a cicatrização é feita por primeira intenção (há suturas). Obs.: Deve aguardar o tempo de contração e reparação do tecido gengival, a fim de não haver retração ou um processo de reparação no sentido apical, respectivamente. D. Retalho posicionado apicalmente Remoção de osso baseado na distância biológica de 3mm e no formato arco côncavo. Nessa técnica há obrigatoriamente a remoção de tecido ósseo. É indicada quando a coroa clínica é menor que a coroa anatômica, e a coroa anatômica ainda não é suficiente para a correção do sorriso. E a largura de gengiva queratinizada é mínima (menor ou igual que 3 mm), de forma a preservá-la ao máximo possível. A técnica de RPA consiste na elevação de um retalho muco-periósteo de espessura total que é posicionado numa localização mais apical em relação à posição inicial.. Após a fase inicial de cicatrização, poderá ser necessário recorrer à gengivectomia ou gengivoplastia para realizar pequenos ajustes estéticos. IMPORTANTE! O alongamento coronário com recorrência à osteotomia está contra-indicado nas seguintes condições clínicas: 1) significativo compromisso da relação coroa/raiz dos dentes em questão e adjacentes; 2) quando se prevê insuficiente quantidade de osso de suporte remanescente após a cirurgia; 3) áreas onde possa existir um comprometimento estético devido a recessão dos tecidos moles em vestibular ou interproximal ou possa ocorrer formação de triângulosnegros. ASPECTOS QUANTO AO BIOTIPO DO PERIODONTO CATEGORIAS DE PACIENTES PARA TRATAMENTO PERIODONTAL CIRÚRGICO RESSECTIVO ASSOCIADO A TRATAMENTO PROTÉTICO Categoria 1 - relação oclusal normal e guia incisal* (protrusiva). * quando os dentes inferiores anteriores deslizam pela concavidade palatina dos dentes anteriores superiores, desocluindo os posteriores. Categoria 2 - relação oclusal anormal. VANTAGENS PARA CADA TRATAMENTO - Retalho dividido posicionado apicalmente Maior proteção ao tecido ósseo; Sutura no periósteo; Acesso ao tecido ósseo. - Gengivectomia interna Área do palato; Ausência de mucosa alveolar; Acesso ao tecido ósseo. - Osteotomia / Osteoplastia Aumento da coroa anatômica; Restabelecimento da morfologia óssea. CONSIDERAÇÕES FINAIS ● A remoção de gengiva também deve ser feita pela lingual também, porque essa pode evitar a contração da gengiva vestibular. ● Durante o tratamento, independente da técnica utilizada, deve-se ter em mente a PROJEÇÃO ARCO CÔNCAVO REGULAR. ● É necessário aguardar 60 a 90 dias para se observar a reparação tecidual.
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