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Dentinogénese Formação da Papila Dentária As células ectodérmicas irão dar origem quer à Papila Dentária quer ao Orgão de Esmalte. As células ectodérmicas irão libertar dois fatores de crescimento: BMP-4 e FGF-8. Estes dois fatores de crescimento irão atuar nas próprias células ectodérmicas (sinalização autócrina) estimulando a transcrição dos genes Msx2. Esta transcrição irá originar ainda mais fatores de crescimento da família BMP como também irá provocar a síntese de macromoléculas de adesão celular (adesinas, são glicoproteínas): Tenascina e Syndecan, sendo estas macromoléculas secretadas pelas células ectomesenquimatosas. A Tenascina é uma glicoproteína de estrutura de adesão celular que inibe a migração celular. Juntamente com a Syndecan, que se trata de uma proteoglicana presente na membrana celular, promovem a condensação das células ectomesenquimatosas formando um agregado de células denominado de Papila Dentária. Diferenciação em Odontoblastos De seguida, diversos fatores de crescimento da família BMP irão estimular a diferencição das células da papila dentária em Polpa Dentária (que contém fibroblastos, daí que a polpa seja a “mãe” da dentina). Estes fibroblastos irão depois produzir o FGF-4 (fibroblast growth factor) para sua própria multiplicação. Como a Dentinogénese não é um processo à parte da Amelogénese, embora se inicie antes, ambas se dão em simultâneo. Deste modo, as células do epitélio adamantino interno do orgão do esmalte vão produzir o TGF-β (fator de crescimento transformante β) que vai iniciar a diferenciação dos fibroblastos em pré-odontoblastos. Os pré-odontoblastos ganham então a capacidade de sintetizar TGF-β, prosseguindo a sua diferenciação em odontoblastos. Esta diferenciação em odontoblastos resulta no aparecimento de junções tight (aderentes) e junções GAP (comunicantes) entre os odontoblastos, transformando-se em células polarizadas. Estas células polarizadas vão então ficar organizadas e aderidas numa fileira, paralela às células do epitélio adamantino interno. O seu retículo endoplasmático juntamanete com o aparelho de Golgi desenvolvem-se, estando o odontoblasto pronto para inciar a síntese das macromoléculas da matriz extracelular da dentina. Secreção da matriz extracelular da dentina Inica-se assim a formação da dentina do manto (1ª dentina a ser formada, junto à junção amelo-dentinária, caracteriza-se pelo facto de as fibras de colagénio estarem orientadas perpendicularmente a esta, e por não apresentar tubulos). Esta dentina do manto não será forçosamente mineralizada, apresentando uma matriz proteica diferente da dentina tubular. Os odontoblastos vão assim ser responsáveis por secretar a matriz proteica da pré- dentina, formando uma matriz ainda não mineralizada. Esta é composta por: tropocolagénio que vai formar as fibras de colagénio tipo I, fosforinas, proteoglicanas, MGP e outras glicoproteínas de estrutura. As fibras de colagénio tipo I vão ser a arquitetura que irá conter os buracos de nucleação, local onde irão crescer os cristais de hidroxiapatite, agrupando-se em rede de Mathews. Quanto às fosforinas, tratam-se de glicoproteínas ricas em resíduos de fofoserina que lhe confere natureza acídica. Vão atrair água (que por sua vez pode ter iões dissolvidos). A fosfatase alcalina, proveniente das células macrofage-like, vai remover os grupos fosfato libertando-os, estando bicarbonato livre para se unir ao cálcio para a nucleação dos cristais. As proteoglicanas associam-se às fibras de colagénio, formando a rede de Mathews, e têm um papel importante na captação do cálcio para a formação dos cristais. A MGP (proteína Gla) possui capacidade de quelar/fixar o cálcio (proveniente dos casos sanguíneos da polpa). Tem resíduos de y-carboxiglutamato, o que lhe confere a capacidade de quelar o cálcio, conduzinso à sua supersaturação e fixação nos sítios de nucleação. Existem ainda outras glicproteínas de estrutura como a osteonectina, osteopontina e DSP (sialoproteína dentinária), ricas em ácido siálico (sialoproteínas), o que atrai água e por consequência iões cálcio. Mineralização da matriz orgânica da dentina do manto Na Dentinogénese só quando uma camada de matriz orgânica de pré-dentina está completa é que se inicia a mineralização desta, de modo semelhante ao que acontece na formação do tecido ósseo. A camada de matriz orgânica não mineralizada sintetizada pelos odontoblastos denomina-se de pré-dentina (rica em matriz proteica). Existem 2 mecanismos de nucleação dos cristais de hidroxiapatite, responsáveis pelo crescimento dos minerais da matriz da dentina: por vesículas da matriz e pelo complexo colagénio-fosforinas (atua nos buracos de nucleação a nível da mineralização da dentina do manto, e na mineralizaçao da dentina intertubular) Os iões de cálcio captados pelos vasos anguíneos da polpa entram para dentro do odontoblasto por co-transporte com o sódio, através das calbindinas. Estas irão distribuir o cálcio através dos espaçoes intercelulares para todos os odontoblastos. Posteriormente, dá-se o início da formação de vesículas da matriz. Um aglomerado de fosfolípidos quelantes de cálcio, como a fosfatidilcolina e a lecitina, formando-se uma membrana celular que vai rodear o cálcio e impedir que este se disperse ao longo do citosol. As anexinas são um grupo de bombas ATPásicas que permitem a entrada do cálcio na vesícula. No interior da vesícula encontramos a anidrase carbónica, proveniente das células macrofage-like, que catalisa a formação de ácido carbónico. De seguida, o ácido carbónico dissocia-se em bicarbonato e H+. Este bicarbonato irá provocar uma basificação do pH o que estimula a formação de cristais. A vesícula de secreção é então secretada em direção aos buracos de nucleação das fibras de colagénio. Os iões de cálcio e fosfato acumulam-se dentro das vesículas. Quando ocorrer supersaturação, haverá precipitação destes iões em cristais de hidroxiapatite. Os cristais de hidroxiapatite ao atingirem certo tamanho acabam por romper a membrana fosfolípidica das vesículas de secreção, continuando o seu crescimento nos sítios de nucleação nos buracos de colagénio. Formação da dentina tubular A mineralização da dentina do manto provoca a migração dos corpos dos odontoblastos centripetamente (“empurrado”, sendo que durante essa retração, vão crescendo prolongamentos odontoblásticos denominados protoplasmas, necessários para a irrigação da dentina. A dentina circumpulpar/secundária é caracterizada por essses prolongamentos odontoblásticos. O espaço à volta deles é denominado de túbulos dentinários e à volta de cada túbulo existe uma camada muito rica em GAG’s, denominada de lâmina limintans. Na dentina circumpulpar a secreção da matriz orgânica realiza-se adjacente aos túbulos dentinários, e divide- se em 2 tipos (comdiferente matriz proteica): intertubular e peritubular. A dentina intertubular irá compreender o espaço entre túbulos. A dentina peritubular irá depositar-se à volta de cada túbulo.
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