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AULA 09 - DIREITO DO CONSUMIDOR

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83
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 9
Direito do 
consumidor
O direito do consumidor como ramo autônomo do direito é recente. 
Surge com a produção de massa e a consequente necessidade de pro-
teger a vulnerabilidade do consumidor. É importante lembrar que entre 
o produtor e o consumidor existe, na maioria das vezes, o distribuidor, o 
vendedor, o que dificulta ainda mais o acesso do consumidor à solução 
do problema. 
Outro fator que contribuiu para a defesa do direito do consumidor foi 
o desenvolvimento do marketing. Se antes as compras eram feitas por 
necessidade, com o desenvolvimento do marketing elas passaram a ser 
realizadas basicamente por impulso. 
Necessário foi a intervenção do Estado nas relações de consumo, de 
modo a melhor equilibrar a relação entre o fornecedor e o consumidor. 
No Brasil, essa prática surgiu com a Constituição Federal de 1988, 
que em seu artigo 5o inciso XXXII estabeleceu a regra de que o Estado 
deveria fornecer, na forma da lei, a defesa do consumidor.
Assim, em 1990 surgiu a Lei no 8.078, o Código de Defesa do Consumidor.
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1 Relação de consumo e seus elementos
A relação de consumo nada mais é do que uma relação jurídica en-
tre dois sujeitos, em que deve ser observada a lei respectiva, ou seja, o 
Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Como em toda relação jurídica existem os sujeitos, o nexo entre eles 
e o objeto. No caso da relação de consumo, serão sujeitos o consumi-
dor e o fornecedor de produtos ou serviços. O nexo entre eles é o con-
trato de compra e venda ou de prestação de serviços – ainda que verbal, 
ou a lei. E o objeto do contrato é o bem adquirido ou o serviço.
Figura 1 – Relação jurídica de consumo
Consumidor e
fornecedor
Contrato de compra
e venda ou prestação
de serviços
Bem adquirido
ou serviço
1 2 3
Os sujeitos O objetoO nexo entre eles
(a ligação)
Estando presentes esses elementos estaremos diante de uma rela-
ção de consumo em que se aplica o Código de Defesa do Consumidor.
Na prática, entretanto, muito se discute sobre as relações jurídicas 
consideradas de consumo. Apesar de o CDC ser de 1990, somente em 
2004 o Superior Tribunal de Justiça editou uma Súmula (orientação 
de julgamento de determinado tribunal) no sentido de que o CDC se-
ria aplicável aos bancos (instituições financeiras). Antes disso, alguns 
85Direito do consumidor
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 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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 Editora Senac São Paulo.
juízes entendiam que não se aplicava o CDC aos contratos bancários, 
e muitos consumidores foram prejudicados com as práticas abusivas 
dos bancos.
Portanto, há a necessidade de definir precisamente o que é consu-
midor e o que é fornecedor, a fim de que o CDC seja aplicado de forma 
justa e eficiente.
O Código define o consumidor como “toda pessoa física ou jurídi-
ca que adquire ou utiliza produtos ou serviço como destinatário final” 
(BRASIL, 1990).
O código estabelece que consumidor é aquele que utiliza o pro-
duto ou serviço para uso próprio, ou seja, não insere o objeto num 
processo produtivo.
Todavia, também existem discussões a respeito desse conceito. 
Nossos tribunais têm adotado posição no sentido de que esse conceito 
de consumidor deva ser ampliado. Assim, basta que o adquirente de 
produto esteja diante de situação de vulnerabilidade perante o fornece-
dor do produto ou serviço para que seja considerado um consumidor 
para os efeitos da lei.
NA PRÁTICA 
Se uma pessoa física adquirir uma ferramenta para reparos domésticos, 
será, nos termos da lei considerada consumidora, sem qualquer dúvida.
Todavia, se uma empresa adquirir essa mesma ferramenta para incluir 
no seu processo de produção, seria inicialmente excluída da definição 
de consumidor descrita no artigo 2º do CDC. 
No entanto, se essa empresa estiver em situação de vulnerabilidade pe-
rante o fabricante da ferramenta, será considerada consumidora, con-
forme interpretação extensiva dada pelos tribunais brasileiros. 
 
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.O CDC, no artigo 3º, também define fornecedor como:
toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividades de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercia-
lização de produtos ou prestação de serviços. (BRASIL, 1990).
Assim, qualquer pessoa que exerça as atividades descritas na lei 
(produção, montagem, etc.) será considerada fornecedora. 
2 Direitos do consumidor
O artigo 6º do CDC explicita quais são os direitos básicos do consu-
midor. São eles (BRASIL, 1990):
1. O consumidor deve ser informado previamente sobre qualquer 
produto ou serviço, perigosos ou nocivos, que possam trazer ris-
cos à vida, saúde e segurança.
2. O consumidor deve ser informado, inclusive por divulgação públi-
ca, sobre o uso adequado dos produtos e serviços. Além disso, 
está assegurado o direito à liberdade de escolha e de igualdade 
nas contratações.
3. O consumidor deverá ser informado previamente, de modo 
claro e adequado, ou seja, sem a utilização de palavras incom-
preensíveis, a respeito dos diferentes produtos e serviços, bem 
como as especificações corretas com relação à quantidade, 
características, composição, qualidade, tributos incidentes e 
preço, bem como sobre os riscos que os produtos ou serviços 
apresentem.
4. O consumidor tem direito de ser protegido contra publicida-
de enganosa e abusiva, bem como contra métodos comerciais 
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coercitivos ou desleais e práticas e cláusulas abusivas ou impos-
tas no fornecimento de produtos e serviços.
5. O consumidor pode exigir a modificação de cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações muito onerosas ou a revisão dessas 
prestações em razão de fatos qutte venham a ocorrer após a ce-
lebração do contrato (por exemplo, uma grave crise econômica e 
desemprego), que tornem tais parcelas muito onerosas. 
6. O consumidor tem direito à prevenção e reparação dos danos ma-
teriais e morais, sejam individuais ou coletivos.
7. O consumidor tem direito de acesso ao Poder Judiciário e aos 
órgãos administrativos, como o Procon, para prevenir ou reparar 
danos materiais ou morais, individuais ou coletivos. 
8. O consumidor deve ter assegurada a facilitação da defesa dos 
seus direitos, devendo o fornecedor apresentar as provas de que 
o consumidor não possui o direito que alega e, na ausência des-
sas provas, a tese do consumidor deve prevalecer.
9. O consumidor tem direito à adequada e eficaz prestação de servi-
ços públicos, tais como água e luz. 
Esses direitosnão excluem outros concedidos por outras leis, ou 
ainda existentes em razão dos costumes, princípios gerais do direito, 
analogia ou equidade.1
Qualquer prática que viole tais direitos será considerada abusiva e 
poderá ser considerada nula. Além disso, se for o caso, o consumidor 
poderá ser indenizado por eventuais prejuízos.
1Termos conceituados no capítulo 8.
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3 Responsabilidade do fornecedor
No capítulo 8, estudamos a responsabilidade civil e o dever de inde-
nizar. Vimos que essa responsabilidade pode ser subjetiva ou objetiva. 
O CDC estabelece a responsabilidade do fornecedor e, assim, ele 
deve indenizar os consumidores pelos danos sofridos. 
A regra geral no Código Civil é a responsabilidade subjetiva. No direi-
to do consumidor, a regra geral é a responsabilidade objetiva, ou seja, 
haverá o dever de indenizar independentemente da existência de culpa.
Assim, no artigo 12, o Código de Defesa do Consumidor estabelece 
que, em casos de defeito do produto ou serviço, o fornecedor deverá in-
denizar o consumidor por qualquer dano causado, ainda que não exista 
culpa.
Já o artigo 18 do CDC estabelece que os fornecedores são responsá-
veis por defeito no produto ou serviço que cause diminuição do valor ou 
da utilização, ainda que esses defeitos não causem danos ao consumidor.
Nessa hipótese, o vício deverá ser sanado em, no máximo, 30 dias – 
se não fixado prazo diferente, caso contrário o consumidor poderá exigir 
alternativamente, à sua escolha (BRASIL, 1990):
I. a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfei-
tas condições de uso;
II. a restituição imediata da quantia paga, devidamente atualizada, 
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III. o abatimento proporcional do preço.
Há também a responsabilidade do fornecedor por desacertos de me-
didas das embalagens (artigo 19 do CDC). Em se tratando de serviços, 
o fornecedor será responsabilizado se houver divergência de qualidade 
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que tornem os serviços impróprios, diminuam-lhes o valor ou ainda haja 
divergência com a oferta ou a mensagem publicitária.
O fornecedor de serviços de reparo deverá utilizar somente peças 
originais do fabricante, exceto se o consumidor concordar expressa-
mente com a utilização de peças não originais.
Os fornecedores de serviços públicos devem oferecer serviços ade-
quados, eficientes, seguros e, se forem essenciais, devem ser contínu-
os, caso contrário, devem indenizar o consumidor.
O artigo 25 do CDC estabelece que qualquer cláusula contratual que 
atenue ou isente o fornecedor das responsabilidades acima relatadas 
serão consideradas nulas.
Os fornecedores de produtos ou serviços também são responsáveis 
por qualquer informação ou propaganda que fizerem em qualquer meio 
de comunicação. Se houver recusa no cumprimento da oferta, o consu-
midor poderá (BRASIL, 1990):
I. exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade;
II. aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III. rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventual-
mente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
A responsabilidade objetiva estabelecida pelo Código de Defesa do 
Consumidor apresenta uma exceção quanto à responsabilidade pesso-
al dos profissionais liberais (equiparados aos fornecedores de serviços). 
Ela será subjetiva, ou seja, deverá ser verificada a ocorrência de culpa. 
Somente se houver negligência, imprudência ou imperícia dos profissio-
nais liberais é que estes terão o dever de indenizar o consumidor.
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Considerações finais
Este capítulo destacou a importância das relações de consumo para 
o legislador constitucional, que resultou na edição do Código de Defesa 
do Consumidor. 
Vimos o conceito de uma relação de consumo e quais são seus prin-
cipais elementos. Elencamos os direitos básicos do consumidor e algu-
mas das responsabilidades do fornecedor de produtos e serviços.
Respeito pelo consumidor é responsabilidade social. Também é res-
peito pela própria empresa, seja fornecedora de produtos ou prestadora 
de serviços, na medida em que o consumidor, o cliente, é quem fomenta 
a atividade da empresa. Sem ele, a atividade se encerra.
Por isso, o incentivo a práticas leais e não abusivas na relação de 
consumo deve ser fomentado pelo futuro profissional, justamente por-
que somos todos consumidores.
Referências
BRANCHIER, Alex S.; TESOLIN, Juliana D. Direito e legislação aplicada. 3. ed. 
Curitiba: IBPEX, 2006.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre 
a proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível em: <https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em: 20 nov. 2016.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm

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