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Propriedades físico-químicas dos fármacos Tarley Cristino Tópicos a serem abordados • Propriedades físico-químicas: • Solubilidade em água; • Coeficiente de partição óleo-água; • Grau de ionização. Propriedades biofarmacêuticas Influenciam a ação biológica Propriedades biofarmacêuticas • Facilitar a absorção e distribuição: aumentar a concentração do fármaco nos vários sítios ativos; • Facilitar uma orientação específica na superfície do receptor para que uma sequência de eventos seja iniciado para levar ao efeito farmacológico desejado. Substâncias que não apresentam as propriedades biofarmacêuticas adequadas, podem exercer ação farmacológica precária ou ser totalmente ineficaz. As fases de ação dos fármacos Dose Desintegração e dissolução • Fase farmacêutica ADME • Fase farmacocinética Interação fármaco- receptor • Fase farmacodinâmica EFEITO Hidrossolubilidade Hidrossolubilidade/ Lipossolubilidade pKa Efeitos Estéricos e eletrônicos Propriedades / parâmetros físico-químicos 1º - Solubilidade: a) Fármaco hidrofílico: se dissolve em solventes polares (aquosos). Importância da solubilidade • A hidrossolubilidade e a lipossolubilidade afetam diretamente as fases farmacêutica e farmacocinética!!! • Para serem absorvidos, os fármacos devem ser/estar solúveis no meio em que ocorrerá a absorção; • As formas farmacêuticas sólidas devem se desintegrar e o princípio ativo deve ser solúvel no meio (água, íons, enzimas, bile,...) DesintegraçãoDissolução Desintegração e dissolução Observação: além da solubilidade intrínseca do fármaco, é importante ressaltar que a velocidade de desintegração da forma farmacêutica e o tamanho das partículas TAMBÉM influenciam na etapa de dissolução!!! Desintegração e dissolução Problemas de solubilidade • Fármacos pobremente solúveis em água não são absorvidos adequadamente por via oral e precisam de outras vias de administração ou apresentam baixas concentrações plasmáticas; • Fármacos muitos hidrossolúveis não atravessam a membrana plasmática por difusão passiva, que é o principal processo de absorção de fármacos; b) Fármaco lipofílico: se dissolve em solventes apolares (orgânicos). Lipossolubilidade • A absorção depende da lipossolubilidade do fármaco, uma vez que esta propriedade está relacionada com a passagem ATRAVÉS das membranas lipídicas • A lipossolubilidade de uma substância pode ser verificada pelo seu coeficiente de partição óleo/água. Lipossolubilidade • Coeficiente de partição: é a expressão da capacidade lipofílica da substância p = [ fase orgânica] [fase aquosa] A ESTRUTURA QUÍMICA DETERMINA A LIPOFILICIDADE Nem muito, nem pouco!!!! • As substâncias mais lipofílicas, ou seja, com maior coeficiente de partição o/a são, normalmente, melhor absorvidas; • O coeficiente de partição o/a não pode ser demasiadamente alto, pois pode dificultar a dissolução dos fármacos nos líquidos do trato gastrointestinal. Lipossolubilidade X atividade biológica Coeficiente de partição • Lipossolubilidade da molécula é dada por LogP; Coeficiente de partição Lipossolubilidade • Os fármacos que apresentam maior coeficiente de partição, tem maior afinidade pela fase orgânica e, portanto, tendem a ultrapassar com maior afinidade as membranas hidrofóbicas. • Grupos funcionais polares alteram o coeficiente de partição. Coeficiente de partição • Grupos funcionais polares alteram o coeficiente de partição e consequentemente o tempo de meia-vida. E na prática???? Reatividade química Brønsted-Lowry (1923) • Ácido: espécie que doa um próton (H+); • Base: espécie que aceita um próton; • Mais utilizada em Química Orgânica; Lewis (1923) • Ácido: substância que aceita um par de elétrons; • Base: substância que doa um par de elétrons Mais ampla que a definição de Brønsted-Lowry Ácidos e bases segundo Brønsted-Lowry • Reações de transferência de prótons: • Ácido conjugado; • Base conjugada. H3O+ íon oxônio ou hidrônio Ionização do ácido • A força do ácido é medida pela constante de dissociação ácida ou constante de ionização Ka: • Quanto maior a constante de dissociação, mais forte é o ácido; • Ácidos fortes: Ka maior que 55 (íon hidrônio); • Quanto mais forte é o ácido, maior é o Ka e menor é o seu pKa; • A força do ácido é determinada pela estabilidade da sua base conjugada – quanto mais estável é a base, mais forte é o ácido conjugado. Grau de ionização (para fármacos ácidos ou básicos) • Capaz de expressar, dependendo da natureza química do fármaco e do pH do meio, a contribuição percentual relativa das espécies ionizadas e das não-ionizadas. Os fármacos são, em geral, ácidos ou bases fracas, cujas formas neutra e ionizada se mantém em equilíbrio quando em solução As fases de ação dos fármacos Dose Desintegração e dissolução • Fase farmacêutica ADME • Fase farmacocinética Interação fármaco- receptor • Fase farmacodinâmica pKa é inversamente proporcional à lipofilicidade. Espécies não-ionizadas conseguem atravessar as membranas por transporte passivo espécies ionizadas podem interagir com o receptor através de interações iônicas ou dipolo EFEITO Grau de ionização • A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas; • Expressa o pH do meio em que 50% do fármaco está na forma ionizada e 50% está na forma molecular; • Importante na fase farmacocinética, já que o grau de ionização é inversamente proporcional à lipofilicidade; • Espécies não-ionizadas (forma molecular) são mais lipofílicas e portanto, atravessam a membrana por transporte passivo; • Espécies ionizadas dificilmente atravessam as membranas Também importante na fase farmacodinâmica, já que vários fármacos interagem com o receptor na forma ionizada. Equação De Henderson-Hasselbach • Vamos considerar um ácido: Se pX = - logX, logo Porcentagem de ionização • Ácidos fracos: % de ionização (ácidos) = 100 1 + antilog (pH – pKa) • Bases fracas: % de ionização (ácidos) = 100 1 + antilog (pKa – pH) Fármacos ácidos ou básicos • Grau de ionização em um determinado compartimento está NECESSARIAMENTE relacionado com os valores de pKa do fármaco e do pH do compartimento; • A forma dissolvida e não ionizada de ácidos ou bases é absorvida preferencialmente, isso porque a forma não ionizada é mais lipofílica!! OBS.: Para fármacos não ionizados, a absorção vai depender do coeficiente de partição óleo/água do fármaco. pH dos compartimentos biológicos • Mucosa gástrica pH = 1 a 3,5 • Mucosa intestinal (duodeno) pH = 5 a 7 • Mucosa intestinal (jejuno e íleo) pH = 7 a 8 • Plasma pH = 7,4 Os compartimentos do trato gastrointestinal, em que ocorrem a absorção, São o estômago (em menor proporção) e o intestino delgado (duodono, jejuno e íleo). • Em função da importância da dissolução na absorção, muitos fármacos ionizáveis (ácidos ou bases) são utilizados na terapêutica na forma de sais; • Normalmente, a maioria dos fármacos são absorvidos no intestino; • Os ácidos fracos e substâncias neutras podem ser absorvidas, em determinada proporção, no estômago; • O tempo de permanência do fármaco é a presença de alimento nos compartimentos do trato gastrointestinal também influenciam na absorção. Exercício de pKa • Calcular o grau de ionização do piroxicam (natureza ácida; pKa = 6,3) nos seguintes compartimentos fisiológicos: • Mucosa gástrica: pH = 1,0; • Mucosa intestinal: pH = 5,0; • Plasma sanguíneo: pH = 7,4; • Tecido inflamado: pH = 5,0. Tipos de fármacos • Fármacos estruturalmente inespecíficos: dependem das propriedades físico-químicas para exercerem ação. NÃO dependem da estrutura para fazerem efeito biológico. • Fármacos estruturalmente específicos: dependem EXCLUSIVAMENTE da sua estrutura para o desencadeamento da atividade biológica → INTERAÇÃO SELETIVA Modelo chave-fechadura • Micromolécula: fármaco • Biomacromolécula: receptor ou sítio de ação. Modelo de complementaridade O O H O O O morfinaOH O N CH3 HO H O O N CH3 O H O O H H O O H O O H O O O O N + H H H O H O H
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