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A Intervenção Psicopedagógica na Instituição Educacional

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2.ª edição
2009
Mari Angela Calderari Oliveira
Intervenção 
PSICOPEDAGÓGICA 
na Escola
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.videoaulasonline.com.br
IESDE Brasil S.A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Jupiter Images/DPI Images
© 2007-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autoriza-
ção por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
O45i
2.ed.
Oliveira, Mari Angela Calderari
Intervenção psicopedagógica na escola / Mari Angela Calderari Oliveira. 2.ed. 
– Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2009.
260 p.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-0367-9
1. Psicologia educacional. 2. Psicologia escolar. I. Título. 
09-2026. CDD: 370.15
CDU: 37.015.3
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mais informações www.videoaulasonline.com.br
Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Es-
pecialista em Psicologia Social pela PUCPR. Especialista em Psicopedagogia pelo 
Centro de Especialização em Psicopedagogia de Curitiba (CEP – Curitiba). Gradua-
da em Psicologia pela PUCPR. Diretora Adjunta do curso de Psicologia da PUCPR e 
responsável técnica pelo Núcleo de Prática em Psicologia da PUCPR. Supervisora 
em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Professora de Graduação e Pós-Gradu-
ação da PUCPR. Professora dos cursos de Psicopedagogia da Faculdade Bagozzi e 
da Faculdade Espírita.
Mari Angela Calderari Oliveira
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Sumário
Um pouco mais sobre Psicopedagogia ............................ 11
Revendo alguns conceitos ..................................................................................................... 11
Algumas considerações sobre o objeto de estudo da Psicopedagogia ................ 12
A visão sistêmica e a Psicopedagogia ............................... 27
A Teoria Geral dos Sistemas ................................................................................................... 28
Psicopedagogia atuando no âmbito da instituição ..... 41
A escola enquanto instituição ............................................. 55
Os elementos do sistema escolar ........................................................................................ 59
O sistema escolar ....................................................................................................................... 62
A intervenção psicopedagógica 
na instituição educacional .................................................... 69
A demanda da escola para a intervenção psicopedagógica ..................................... 71
O que é “intervenção psicopedagógica”? ......................................................................... 72
Recursos psicopedagógicos para intervenção na instituição educacional ......... 74
O diagnóstico psicopedagógico: 
matriz diagnóstica ................................................................... 85
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Matriz do Pensamento Diagnóstico ................................................................................... 87
Diagnóstico psicopedagógico: 
instrumentos e técnicas ......................................................... 97
Entrevista para exposição de motivos ............................................................................... 97
Enquadramento do processo diagnóstico ....................................................................... 98
Observação e análise do sintoma........................................................................................ 99
Organização do primeiro sistema de hipóteses ...........................................................100
Escolha de instrumentos de investigação ......................................................................100
Levantamento do segundo sistema de hipóteses ......................................................101
Pesquisa da história ................................................................................................................101
Terceiro sistema de hipóteses .............................................................................................101
Devolutiva e o informe diagnóstico .................................................................................102
Mudanças na ação educativa: 
do ensinar para o aprender ................................................113
O fazer psicopedagógico na relação educador-educando ......................................113
A afetividade na sala de aula ...............................................................................................116
O que é modalidade de aprendizagem ..........................................................................119
Contribuições da Psicopedagogia 
na relação família e escola ..................................................131
Contextualizando a família ..................................................................................................132
A família e os problemas de aprendizagem ..................................................................133
A relação família e escola .....................................................................................................136
Um olhar psicopedagógico 
sobre as dificuldades de aprendizagem ........................149
O modelo nosográfico: uma proposta psicopedagógica .........................................152
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A aprendizagem sob 
o enfoque da Neuropsicologia ..........................................165
Aprendizagem e as bases neuropsicológicas ...............................................................165
A Neuropsicologia e o processo de aquisição da leitura e escrita .........................168
Alfabetização: o processo de leitura e escrita ...............................................................171
Princípios para trabalhar com grupos na escola .........185
O funcionamento grupal ......................................................................................................185
Algumas contribuições da técnica de grupos operativos ........................................189
Contribuições da Psicopedagogia 
no uso do lúdico .....................................................................199
O valor educativo dos jogos ................................................................................................201
Contribuições da Psicopedagogia 
no trabalho com projetos ....................................................215
Realização de um projeto .....................................................................................................216
Caixa de trabalho: 
uma contribuição da Psicopedagogia ............................229
Como operacionalizar a caixa de trabalho para o espaço da sala de aula .........232
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Apresentação
Considerar a atuação psicopedagógica como uma possibilidadede levar o su-
jeito que aprende a se tornar mais consciente e ativo no seu próprio processo 
de aprender, requer do psicopedagogo olhar e escuta diferenciados. Embora as 
fronteiras dessa atuação precisem ser definidas e delimitadas, o caráter interdisci-
plinar está intimamente relacionado com a possibilidade da intervenção no pro-
cesso de aprendizagem. 
A leitura deste livro possibilitará o conhecimento mais profundo da proposta prá-
tica da Psicopedagogia, destacando a amplitude de possibilidades de interven-
ção na instituição educacional.
Para isso, inicialmente, será apresentada uma breve retomada da caminhada da 
Psicopedagogia, caracterizando seu objeto de estudo e o processo de aprendiza-
gem, sob o enfoque da Epistemologia Convergente de Jorge Visca. 
Essa teoria faz referência à Psicopedagogia e irá nos subsidiar teoricamente para 
que se aproprie de um dos âmbitos da Psicopedagogia: o institucional. Dessa 
forma, retoma-se alguns conceitos, além de se possibilitar a construção de novos 
conhecimentos.
O contexto em questão será a instituição educacional. Estudaremos a escola 
em seu status de instituição, pensando sobre sua organização e funcionamento, 
tendo como referencial a Teoria Geral dos Sistemas.
O principal objetivo deste curso, no entanto, está focado na intervenção psicope-
dagógica na escola e nas contribuições que essa área fornece como subsídio para 
o desenvolvimento da função do educador.
Além de aspectos específicos da atuação dos profissionais que se especializam 
em Psicopedagogia, trataremos de aspectos que auxiliam os educadores que 
procuram um referencial a mais para sua função na instituição educacional.
Para isso, será proposta uma reflexão sobre a relação entre educador e educando, 
bem como serão estudadas as contribuições da Psicopedagogia no que diz res-
peito às dificuldades de aprendizagem.
Serão também enfocados alguns aspectos da Neuropsicologia no que se refere à 
aprendizagem e à construção da leitura e da escrita. Importante também, para a 
Psicopedagogia, serão os capítulos sobre o trabalho com grupos e as contribui-
ções do trabalho com o lúdico como modalidade de intervenção na aprendiza-
gem, bem como o trabalho com projetos e a proposta psicopedagógica da caixa 
de trabalho.
Outro aspecto bastante discutido dentro das escolas, que será enfocado nesse 
livro, é a relação entre família e escola, com a proposta de refletirmos sobre que 
contribuição a Psicopedagogia pode nos dar.
Espera-se que este estudo seja muito proveitoso, de maneira que as reflexões 
que realizarem sejam um diferencial significativo, não só na vida profissional, mas 
também para uma vivência enquanto seres humanos.
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mais informações www.videoaulasonline.com.br
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A Psicopedagogia é uma área que se preocupa com o fenômeno da 
aprendizagem. No que tange a ação psicopedagógica na instituição edu-
cacional, esse profissional habilitado em compreender o processo de 
aquisição do conhecimento, vai tanto na instância do aprender como na 
instância do ensinar, com sua ação interventiva, assumir um compromisso 
ético com a educação.
Podemos pensar, então que na história de construção desse campo de 
atuação houve um crescimento de uma ação mais preventiva, que priori-
za a dimensão institucional em detrimento do foco individual. Segundo 
Porto (2006, p. 116), “[...] a atuação psicopedagógica institucional auxilia o 
resgate da identidade da instituição com o saber mediando e resgatando 
o processo de ensino e aprendizagem”.
Portanto, compreender a intervenção psicopedagógica na instituição 
educacional requer do profissional habilitado a esta função posicionar-se 
em relação às diferentes tendências que foram se delineando por meio de 
análises críticas e reflexivas frente às demandas da escola. É importante 
que o psicopedagogo tenha uma coerência entre a posição teórica que o 
referencia, com a estruturação de sua prática, para que seu trabalho con-
tribua de fato como recurso para a instituição educacional.
Uma atuação psicopedagógica, que represente esse recurso, reside 
na capacidade do psicopedagogo em identificar no funcionamento ins-
titucional as configurações relacionais que podem estar obstaculizando o 
fluxo do ensinar e aprender. Os obstáculos precisam ser pensados a partir 
da integração de diferentes forças que englobam o espaço institucional, 
portanto a ação interventiva segue o mesmo foco de reflexão, o espaço 
das relações entre vínculos de quem ensina e de quem aprende, das famí-
lias com a escola e da comunidade como um todo.
Monereo e Solé (2000, p. 11) contribuem com esse pensamento, ca-
racterizando algumas tendências na intervenção psicopedagógica, exem-
plificando a diversidade no que se refere aos serviços psicopedagógicos, 
A intervenção psicopedagógica 
na instituição educacional
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70
Intervenção Psicopedagógica na Escola
que se relacionam diretamente com as particularidades que se encontram nas 
configurações vinculares no interior das instituições educacionais.
A primeira tendência refere-se a um trabalho psicopedagógico concebido 
como uma modalidade da individualização do ensino. A instituição escolar ofe-
rece respostas suscetíveis de adequarem-se às condições de seus alunos. É uma 
tendência que não responde às expectativas que estamos estruturando diante 
da ação psicopedagógica na instituição educacional, parecendo direcionar a 
ação interventiva para o aluno que representa o fracasso escolar. Relacionando 
com as unidades de análise da Psicopedagogia, essa tendência tem seu foco no 
indivíduo.
A segunda tendência refere-se à ação psicopedagógica, e é voltada para o 
contexto concreto da instituição educativa, e transcende seu caráter de “lugar 
físico”, no qual é produzida a intervenção, para tornar-se objeto da intervenção, 
não descaracterizando a escola dos objetivos que socialmente lhe são confe-
ridos. A intervenção do psicopedagogo tem como objetivo potencializar ao 
máximo a capacidade de ensinar dos profissionais que a integram e a capacida-
de de aprender dos alunos, supondo que há um complexo emaranhado em que 
aspectos estruturais e organizacionais, as configurações relacionais intra e extra 
instituições, interagem constantemente.
A terceira tendência diz respeito à ação psicopedagógica que auxilia a escola 
a pensar sobre seus propósitos e fazê-los de forma coerente com as finalidades 
educativas socialmente estabelecidas, que são expressas nas previsões normati-
vas de quem pretende um estado soberano.
Ao longo dessas reflexões, as características da intervenção psicopedagógica 
aqui abordadas não fugirão da concepção ampla do processo de aprendizagem, 
 considerando que na instituição educacional este processo acontece de forma 
dinâmica, tornando concreta a unidade do ensinar e aprender. Torna-se, então, 
objeto de estudo aquilo que é vinculado na relação ensinar-aprender, tendo 
seus protagonistas uma interação que configura a ação educativa, um deixar 
que o outro aprenda. Portanto, a ação psicopedagógica na escola deve envolver 
a dinâmica da mesma, como um todo, intervindo em várias instâncias, deixando 
vivenciar o seu ensinar-aprender de forma crítica e reflexiva.
O importante, no que diz respeito ao que se considerou até o momento, é 
que o alvo da ação psicopedagógica não é somente o aluno com problemas de 
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
71
aprendizagem, mas, principalmente, os mecanismos queinteragem na constru-
ção desse processo.
Portanto, segundo Barbosa (2001, p. 25),
[...] a Psicopedagogia na escola transforma a ação individual em grupal, analisa os sintomas, 
considerando a gama de relações que existe em uma instituição e propondo projetos de 
atuação que apontem para uma mudança global sem deixar de atender os casos concretos 
que aparecem como sintoma.
Levando em conta as considerações propostas sobre a intervenção psicope-
dagógica, sua contribuição movimenta o ato educativo, como um fato global, 
isto é, sua ação resgata uma visão globalizante do processo de aprendizagem. 
O campo conceitual da Psicopedagogia contribui com novas estratégias de 
atuação, que envolve o fenômeno institucional sob uma abordagem crítica e 
sistêmica.
A demanda da escola para 
a intervenção psicopedagógica
É muito comum encontrarmos referências que mostram a configuração que a 
escola assume como um veículo transmissor de mudanças sociais. Como exem-
plo, Patto (1984, p. 55) nos mostra sua análise das relações que se estabelecem 
entre a escola e os rumos da sociedade brasileira e analisa criticamente o papel 
desempenhado pelo sistema escolar no contrato do desenvolvimento de um 
país industrial, capitalista e independente.
Dessa forma, é importante para o psicopedagogo, que vai atuar na escola, 
parar para pensar nas diferentes demandas do sistema escolar atual, principal-
mente objetivando a coerência de sua ação.
“As necessidades da escola não são algo estático e pré-fixado, mas sim algo 
dinâmico e mutável, que se configura de diversas maneiras em momentos dis-
tintos e que obedeçam, em boa parte, às expectativas que a sociedade projeta 
sobre ela” (MONEREO; SOLÉ, 2000, p. 13).
Ao nos reportarmos ao status institucional da escola, nos deparamos com a 
importância do psicopedagogo ser capaz de estar atento às diferentes formas de 
funcionamento explícito e implícito da instituição educacional, pois essas cons-
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72
Intervenção Psicopedagógica na Escola
tituirão a “personalidade” da escola, ou melhor, traduzirão como determinada 
instituição responde aos desafios que lhe são impostos no cumprimento de sua 
função de ensinar, envolvendo toda sua estrutura física, administrativa e humana.
Segundo Monereo e Solé (2000, p. 14),
[...] tudo isso conduz à revisão do papel, da formação, da localização, das funções e dos obje-
tivos aos quais o trabalho psicopedagógico deve atender. Seria lógico que assim ocorresse, 
pois, como mencionamos, a escola vai se transformando, adotando novas dimensões e suas 
necessidades e objetivos também se modificam. Para a instituição entendida em sua globa-
lidade, o trabalho psicopedagógico deve dispor, por sua vez, de referências e instrumentos 
capazes de ajudá-la.
No entanto, é necessário, que o psicopedagogo disponha de referencial e ins-
trumental para que efetivamente conheça a instituição com a qual vai trabalhar, 
para poder coerentemente propor sua ação.
Ser capaz de fazer uma leitura do emergente e do latente na instituição 
 escolar requer do psicopedagogo este referencial e instrumental. 
É inevitável, inicialmente, retomar os fundamentos que dizem respeito à 
Teoria Geral dos Sistemas e à Epistemologia Convergente. Essas duas lentes teó-
ricas vão auxiliar na compreensão da instituição educacional, enquanto contexto 
de nossa ação, bem como oferecer instrumental adequado para a intervenção.
O que é “intervenção psicopedagógica”?
Silvia Ancona-Lopez (1995, p. 20) nos traz os seguintes sentidos para a pala-
vra intervenção:
Intervir (do latim intervenire): meter-se de permeio, ser ou estar presente, assistir, interpor os 
seus bons ofícios.
Meter-se de permeio: indica atuação. Posição ativa de alguém que interfere, que se coloca 
entre as pessoas, que de algum modo estabelece um elo, uma ligação.
Interpor os seus bons ofícios: ação de quem tem algum preparo em determinada área e põe 
seus conhecimentos à disposição de quem deles necessita. Ação de quem acredita no que faz.
Estar presente: não indica necessariamente uma ação, o que leva a pensar em alguém disponí-
vel, que aguarda uma solicitação. Estar presente parece indicar uma posição, alguém a quem 
se pode recorrer e que está inteiro na situação.
Assistir: indica ajuda, cuidados, apoio.
Tomando como base essas palavras, gostaria de refletir com vocês o sentido 
da “ intervenção psicopedagógica”. Parece claro que intervir é uma ação que pre-
determina um movimento. Alguém, numa atitude ativa, estabelece uma ligação, 
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
73
um elo com outro alguém, e assim, por estar habilitada, produz alguma transfor-
mação, que abrirá uma cadeia de ações para novas intervenções.
A intervenção psicopedagógica pressupõe essa ligação com objetivos muito 
claros, delineados pelo seu objeto de estudo, o processo de aprendizagem. 
Como intervir, então, para promover o aprender?
Se a Psicopedagogia, pelo que estamos estudando, propõe que o próprio 
 sujeito seja autor de sua aprendizagem, intervir nesse processo é criar mecanis-
mos que contribuam para que o aprender do sujeito da aprendizagem possibi-
lite num processo dialético, a transformação da realidade bem como a transfor-
mação de si mesmo.
Pichon-Rivière (1988, p. 128) nos traz um conceito de operatividade que pode 
nos referenciar sobre a ação interventiva do psicopedagogo, propondo que ope-
ratividade seja a capacidade de agir por si, sem esperar que aquele que coordena 
dê os passos e as soluções prontas para a realização de uma tarefa, mas que coor-
dene usando o desenvolvimento da autonomia.
Na instituição educacional, o psicopedagogo, segundo Barbosa (2000, p. 215),
[...] intervém a partir de ações que se caracterizem por uma atitude operativa, com objetivo de 
provocar no sujeito da aprendizagem a busca da operatividade, da resolução de um problema. 
Ele cria, mantém e fomenta a comunicação, para que os envolvidos possam desenvolver-se, 
progressivamente, a ponto de poderem aproximar-se afetivamente da tarefa e realizá-la.
Jorge Visca (1987, s.p.), teoricamente embasado pela Epistemologia Conver-
gente, sugere que
[...] a atividade operativa do psicopedagogo tem como finalidade o movimento interno do 
sujeito da aprendizagem em direção à aprendizagem. Para isto, o psicopedagogo deve estabe-
lecer, na configuração da sua ECRO profissional, a capacidade de integrar a atitude operativa 
no seu modo de interagir com o mundo.
A sigla ECRO significa Esquema Conceitual Referencial Operativo, proposto 
pela Epistemologia Convergente como unidade operacional, que possibilita ao 
psicopedagogo construir seu fazer psicopedagógico a partir de um voltar-se 
para si mesmo. Ele deixa que a ação interventiva não seja assimilada somente 
cognitivamente, mas na interação mútua dos aspectos pessoais e profissionais, 
distanciando-se tecnicamente do fenômeno estudado.
Dissociar instrumentalmente sua ação interventiva faz do psicopedagogo um 
profissional, que na instituição educacional, seja capaz de compreender horizon-
talmente o funcionamento de uma totalidade grupal, assim como verticalmente 
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74
Intervenção Psicopedagógica na Escola
o indivíduo que se encontre nela inserido, considerando tanto a dinamicidade 
das situações quanto os problemas de adaptação que dela decorrem. Da mesma 
forma que possibilita que o psicopedagogo vivencie profissionalmente seus vín-
culos afetivos, isto é, o mantém distanciado da relação para que ele possa fazer 
usode seus recursos intelectuais, suas emoções, suas percepções para melhor 
identificar possíveis envolvimentos que venham a atrapalhar sua intervenção 
(ANCONA-LOPEZ, 1995).
Barbosa (2000, p. 217) sugere que
[...] vivenciar a operatividade como aprendiz e também como possibilitador de aprendizagem 
deveria fazer parte da formação de todos aqueles que ocupam o lugar de educador, sejam eles 
professores, pedagogos, psicopedagogos ou quaisquer outros profissionais que possuam em 
sua ação com o objetivo de promover a realização e o aprender do outro.
Recursos psicopedagógicos para 
intervenção na instituição educacional
Toda atuação psicopedagógica requer um planejamento coadunado com o 
contexto institucional onde esse vai ser aplicado. Seja junto ao corpo docente, 
junto aos alunos bem como junto a equipe técnica ou comunidade, as ações 
seguem uma proposta que vá ao encontro das demandas investigadas em um 
momento de avaliação institucional. Propondo projetos, grupos operativos, pa-
lestras, grupos de trabalhos, ou qualquer outra atividade, ela só configura-se 
como prática interventiva do psicopedagogo, se na sua ECRO algumas atitudes 
estiverem internalizadas ao ponto de favorecer o movimento de aprendizagem 
criando comportamentos de autonomia e autoria nos sujeitos envolvidos.
Os recursos psicopedagógicos propostos por Barbosa (2000, p. 218) reúnem 
tanto contribuições de Jorge Visca como da própria autora citada, e possibilitam 
a intervenção no processo de aprender obstaculizado, como também para situ-
ações de ação psicopedagógica preventiva, na instituição escolar.
Esses recursos têm sua origem na Psicologia e Pedagogia, sendo que aque-
les referidos na Pedagogia podem também auxiliar na relação professor-aluno. 
 Barbosa (2000, p. 218), portanto, nos relata alguns destes recursos:
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
75
Mudança de situação � – aquilo que é sempre feito da mesma forma pode estar criando si-
tuações conflituosas. Propor uma mudança é agir operativamente, é surpreender para in-
terferir.
Informação � – para provocar um movimento em relação à determinada tarefa, fornecem-se 
informações que não são acabadas e prontas.
Acréscimo de modelo � – apresentar uma outra opção para que determinada atitude possa 
ser efetivada. Em vez de dizer “não é assim” se diz “esta é uma forma de pensar, porém vo-
cês poderiam considerar mais este aspecto”.
Modelo de alternativa múltipla � – sem ofuscar o conhecimento do outro, oferece-se algumas 
alternativas que permitem a reflexão, a escolha, o teste e a conclusão.
Mostra � – recurso não verbal, que objetiva a revisão do movimento do sujeito ou do grupo, 
sem necessariamente corrigi-lo.
Vivência do conflito � – criar um grau de ansiedade e desequilíbrio necessário para que essa 
vivência possibilite uma tensão e motivação do estabelecimento de metas e condutas mo-
dificadas.
Problematização � – criar situações-problema para que hipóteses sejam levantadas, testadas, 
confirmadas ou não, colocando certa ordem na confusão inicial.
Destaque do comportamento � – comportamentos adequados assumidos pelo sujeito ou 
pelo grupo devem ser destacados para mostrar que estes possuem condições de atingir 
uma meta.
Explicação intrapsíquica � – busca explicar ou descrever para o sujeito ou grupo, o mecanis-
mo interno que está sendo utilizado naquele momento. Pode referir-se à cognição, aos 
aspectos afetivos que energizam a ação de aprender e realizar tarefas.
Assinalamento � – explicita um segmento da conduta, enfatizando a motivação, a meta, a 
conduta escolhida etc.
Interpretação � – explicita ou comunica a conduta como um todo, enfatizando a motivação, 
a meta, a conduta excelente etc.
Os recursos apresentados caracterizam-se como ferramentas de uso contí-
nuo na prática do psicopedagogo na instituição educacional, configurando sua 
atitude operativa e delineando a construção do seu papel profissional. É impor-
tante salientar que esses recursos não são de uso exclusivo da Psicopedagogia, 
educadores em todas as funções podem se valer desses recursos, facilitando 
o desenvolvimento da atitude operativa, fundamental para a intervenção na 
aprendizagem.
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76
Intervenção Psicopedagógica na Escola
Os diferentes enfoques 
do trabalho psicopedagógico
(MONEREO; SOLÉ, 2000, p. 14)
O interesse em delimitar as diferentes maneiras de abordar (ou enfrentar) 
o trabalho psicopedagógico tem gerado um grande número de propostas 
que originaram outras tantas categorizações, sejam enfoques consultivos, 
assistenciais, humanistas, clínicos, comunitários etc. Mais importante que 
tratar de acrescentar uma nova classificação ao já complexo panorama que a 
literatura oferece sobre o assunto, é tentar identificar quais são as dimensões 
que definem, justificam e legitimam o conjunto de práticas profissionais que 
podem agrupar-se sob a epígrafe do trabalho psicopedagógico. Cremos que 
existem, pelo menos, três dimensões que gozam de um certo consenso e 
que brevemente comentaremos.
A primeira dimensão refere-se à concepção epistemológica que subjaz 
a cada enfoque de intervenção. Considerar que a aprendizagem na escola 
ocorre devido a um ou outro mecanismo ou processo determina de forma 
decisiva a interpretação feita dos fenômenos educativos e, consequentemen-
te, influi de maneira decisiva no tipo de ações, de recursos e de instrumentos 
de intervenção e avaliação que entrarão em jogo.
Mesmo que, geralmente, nos deparemos com posições matizadas sobre 
quais são esses dispositivos epistemológicos que podem explicar a mudan-
ça conceitual, podemos identificar os limites do que seria um contínuo: em 
um extremo, considerar-se-ia que esses mecanismos têm, essencialmente, 
um caráter individual e sua relação com o ambiente é de natureza reativa em 
alguns casos, adaptativa, em outros. Por meio de uma estimulação apropria-
da ou da resolução de conflitos em momentos adequados, o funcionamento 
desses mecanismos poderá ser corrigido para a obtenção de um desenvolvi-
mento adequado do aluno.
Tal intervenção, para ser eficaz, deverá responder, na medida do possível, 
às características individuais de cada aluno, tenderá a ser intensiva quanto à 
Texto complementar
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
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concentração de meios sobre o mecanismo responsável e deverá evitar que 
o aluno entre novamente em contato com aquelas situações que possam 
favorecer atitudes de regressão até que possua recursos suficientes para 
enfrentá-las.
[...]
No entanto, essa forma de abordar a intervenção não está isenta de pro-
blemas. Por um lado, as dificuldades que aparecem em contextos educati-
vos têm uma origem complexa e multicausal: ao considerar-se isoladamen-
te parte dos supostos fatores desencadeantes, especialmente aqueles que 
são mais diretamente observáveis e mais facilmente controláveis, corre-se o 
risco de simplificar a situação, atuando sobre aspectos parciais e superficiais, 
que dificilmente atingirão o problema em sua magnitude.
Por outro lado, o desejo diretivo e distanciado que, nesses casos, o psi-
copedagogo costuma adotar junto ao fato frequente de agir diretamente 
sobre os alunos, aos quais sujeita com sua autoridade, contribui para eximir 
de responsabilidades e compromissos os professores e os pais, que costu-
mam eximir-se do problema ao comprovar que agora o aluno é “problema 
do psicopedagogo”. Essa atribuição, além do mais, costuma vir acompanha-da de fortes expectativas de uma rápida e satisfatória situação, expectativas 
que quando produzem decepção geram atitudes de desconfiança e receio 
para com os psicopedagogos em geral.
[...]
A segunda dimensão que distingue alguns enfoques psicopedagógicos 
de outros faz alusão a áreas de intervenção que são atendidas prioritaria-
mente no âmbito de cada enfoque. 
Em geral, a atuação do assessor psicopedagógico, que caracterizamos an-
teriormente como especialista resolutivo, costuma centralizar sua interven-
ção em algum elemento específico do sistema escolar que foi considerado 
como problemático, preferentemente algum aluno, mas também pode tra-
tar-se de um professor, de algum membro da equipe de direção ou de algum 
familiar. De qualquer modo, o âmbito de intervenção é particularizado e o 
problema isolado, como já explicamos, para seu eficaz tratamento.
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Intervenção Psicopedagógica na Escola
No caso do psicopedagogo colaborativo, o âmbito de intervenção não 
é um elemento do sistema escolar, mas inclui, pelo menos, desde as inten-
ções às relações entre os diferentes subsistemas que integram a escola: a 
equipe de direção, a equipe de professores – agrupados por etapas, séries e/
ou departamentos –, os diferentes grupos-aula e as respectivas famílias. Lo-
gicamente, nem toda intervenção deve envolver diretamente todos e cada 
um desses subsistemas, mas quando a questão tiver focalizado sobre um 
aluno problemático, sob esse enfoque serão analisadas as implicações e as 
consequências que as ações e as medidas que forem adotadas terão sobre 
os demais subsistemas.
A terceira e última dimensão considera o tipo de relação de trabalho e 
profissional que cada enfoque mantém com a instituição educacional à qual 
presta seus serviços. Mesmo quando essa relação profissional apresentar 
múltiplas modalidades, são dois os aspectos que contribuem sobremaneira 
para defini-la: a situação contratual do psicopedagogo e o grau de depen-
dência com a instituição.
Quanto ao primeiro ponto, é preciso distinguir entre a situação de um 
psicopedagogo que age por conta própria, a do profissional contratado tem-
porariamente por uma escola, ou a do assessor que conseguiu sua colocação 
mediante concurso e faz parte do quadro estável de funcionários de uma 
administração pública. Quanto ao segundo aspecto, podemos diferenciar a 
figura de um psicopedagogo externo, que intervém de fora para a escola, de 
um psicopedagogo que atende diretamente diversas escolas e também per-
tence a uma equipe psicopedagógica, de uma terceira alternativa, a daquele 
que faz parte da equipe de professores da escola que atende. Obviamente, 
ambos os aspectos mantêm relações estreitas.
O trabalho psicopedagógico, por parte da iniciativa privada, costuma 
realizar-se fora do contexto escolar e em função de demandas específicas 
formuladas por possíveis clientes, quer se trate de instituições ou de pessoas 
físicas. Os prazos da intervenção e os resultados a serem obtidos costumam 
ser tratados a priori.
Embora o “livre exercício da profissão” pareça estar plenamente vincula-
do a essa modalidade de intervenção, existem importantes restrições que 
necessitam ser avaliadas. Em primeiro lugar, a intervenção está subordinada 
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
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a um cliente que, como afirma o tópico, sempre tem razão e que pode tentar 
impor condições e critérios de trabalho que sejam contraditórios aos que 
o próprio psicopedagogo considera adequados para o correto exercício de 
sua tarefa. Em segundo lugar, a situação externa, a partir da qual se trabalha, 
reduz substancialmente a possibilidade de efetuar um trabalho contextuali-
zado e colaborativo com a escola e, portanto, costuma-se agir segundo um 
enfoque mais individual, direto e terapêutico.
Em resumo, trata-se de uma modalidade de intervenção cuja atuação 
institucional está subordinada a casuísticas muito definidas; por exemplo, 
quando uma escola necessita de um ponto de vista externo, seja para intro-
duzir algum projeto de inovação, seja para mediar em situações de confron-
tação que requerem a presença de um árbitro que possa opinar sobre o con-
flito existente, com maiores garantias de objetividade e de independência.
A situação muda radicalmente quando o psicopedagogo é parte inte-
grante da equipe de profissionais da escola em que trabalha, como um de 
seus membros, mas com funções e atribuições particulares. As vantagens 
parecem evidentes: para o conhecimento em primeira mão da realidade e 
dos meandros da instituição, cabe acrescentar a possibilidade de influir de 
 forma permanente em seu desenvolvimento. No entanto, não é opção isenta 
de dificuldades, algumas das quais derivadas da necessidade de definir-se e 
manter-se como psicopedagogo, evitando a confusão de funções e de atri-
buições. Com isso, deve ser acrescentada a dificuldade de manter a suficiente 
independência e distanciamento profissionais para detectar necessidades e 
propor mudanças que, mesmo sendo consideradas onerosas, trariam bene-
fícios em relação à qualidade do serviço educativo oferecido. Essa circunstân-
cia é agravada quando o contrato de trabalho é temporário e precário e sua 
renovação depende da satisfação dos responsáveis pela escola, que podem 
não ver com bons olhos as iniciativas renovadoras que o psicopedagogo 
defende.
Uma última modalidade de relação de trabalho e profissional é a prota-
gonizada pelas equipes psicopedagógicas de um setor educacional, depen-
dentes de uma administração pública. Nesse caso, o assessoramento adota 
uma perspectiva combinada, dentro e fora da escola: dentro, porque o psi-
copedagogo efetua uma intervenção regular e contínua em cada escola que 
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Intervenção Psicopedagógica na Escola
 atende, geralmente um dia fixo da semana. Fora, porque participa de uma 
equipe mais ampla, que possui uma dinâmica própria e age com certa auto-
nomia de critérios e sua presença na escola não é constante.
É difícil realizar uma avaliação genérica desta modalidade de intervenção 
considerando-se a grande gama de variáveis que intervêm em sua definição: 
concepções epistemológicas e formação de seus membros, número de es-
colas assessoradas, localização urbana ou rural dessas escolas, existência de 
outros serviços de assessoramento na própria escola ou no setor atendido 
etc. De qualquer forma, na melhor das hipóteses, trata-se de uma opção que 
permitiria manter um ótimo equilíbrio entre a proximidade das escolas, suas 
peculiaridades e seus problemas específicos, e o necessário distanciamen-
to que frequentemente se requer para efetuar diagnósticos, informações, 
opiniões, orientações e propostas de inovação ou de intervenção que nem 
sempre são igualmente valorizadas por todos os grupos.
Como se pode deduzir do exposto, os organizadores deste livro inclinam- 
-se a defender um enfoque – ou se preferirem, uma observação dos processos 
educativos a partir do trabalho psicopedagógico – que se aproxime do perfil 
mais contextual preventivo e colaborativo, que constitui o que se costuma 
chamar de enfoque “educacional”, em contraposição a modelos ou enfoques 
clínicos e assistenciais. Esse enfoque educacional-construtivo do trabalho psi-
copedagógico (COLL, 1989a, 1989b) constitui a “visão” que articula e fornece 
um ponto de convergência aos diferentes capítulos deste livro.
Dica de estudo
Acesse: <http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/795611>.
Esse site é sempre alimentado com textos atuaissobre Psicopedagogia, 
aprendizagem e educação em geral. O texto “Intervenção psicopedagógica: 
como e o que planejar” faz uma reflexão acerca do papel de mediação do profis-
sional psicopedagogo no momento da intervenção, bem como propõe rever as 
condições de tratamento que se dá para a compreensão do sujeito em processo 
de aprendizagem.
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
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Atividades
1. A partir dos três casos descritos a seguir (BARBOSA, 2000), elabore um co-
mentário, no qual seja explicitado o que seria ter uma atitude operativa, em 
cada um dos casos.
a) Caso 1
 Um menino de 13 anos não consegue concentrar-se na aula. Está sempre 
brincando, chamando os colegas e andando pela sala. Os colegas riem e 
desconcentram-se. A professora chama a atenção dele a todo o momen-
to, até que acaba por mandá-lo para fora da sala: “– Seus colegas desejam 
assistir à aula e você está atrapalhando, como sempre. Diante disso, por 
favor, retire-se.”
b) Caso 2
 Uma aluna, ao fazer uma pesquisa, pergunta à professora: “– Qual dos 
dois livros a senhora acha melhor? Como é para colocar o tema na folha? 
O nome do autor é para ser destacado? Professora, você vai tirar nota se o 
trabalho for curto? Quantas páginas ele deve ter? Professora, você pode 
dar uma olhada?” Como a professora poderia responder a essas questões 
para que a aluna fosse a real autora desta pesquisa e, com isso, pudesse 
aprender?
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Intervenção Psicopedagógica na Escola
c) Caso 3
 Um menino de 11 anos que precisa ser sempre lembrado por sua mãe 
de suas obrigações. “– Como posso deixá-lo sair sem escovar os den-
tes? Eu preciso lembrá-lo. Sempre pergunto se escovou os dentes para 
sair. Isso quando já estamos no elevador. E todas as vezes, sem exce-
ção, ele volta correndo para escovar os dentes. Se eu não falar ele não 
vai lembrar.”
2. Assinale a alternativa que indica qual o melhor significado para a expressão 
intervenção psicopedagógica.
a) Intervir é fornecer um modelo a ser seguido para o aprendiz.
b) O ato de intervir é uma ação que pré determina um movimento na apren-
dizagem.
c) A intervenção não prevê uma transformação no sujeito da aprendiza-
gem.
d) A ação interventiva é passível de acontecer sem o estabelecimento de 
vínculos.
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A intervenção psicopedagógica na instituição educacional
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3. Assinale a alternativa que contempla os recursos que são considerados para 
uma intervenção psicopedagógica.
a) EOCA e EOCMEA.
b) Informe psicopedagógico.
c) Mostra, informação e alternativas múltiplas.
d) Pesquisa documental.
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A intervenção psicopedagógica 
na instituição educacional
1.
a) A atitude da professora está reforçando o comportamento inade-
quado em sala de aula. Nesse caso ela poderia promover uma bus-
ca de outras alternativas para que o aluno permaneça em sala.
b) Buscar da aluna qual a sistemática que ela teria para realizar a ta-
refa. Partir de uma ideia da aluna para poder ir orientando, não 
responder de imediato todas as perguntas.
c) A mãe precisa refletir o que leva seu filho a ir escovar os dentes? O 
pedido constante da mãe ou a saúde bucal necessária inerente ao 
ser humano.
2. B
3. C
Gabarito
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