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Livro Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Giusepina D’Amico Lopes
Colaboradores: Prof. Ricardo Scalão Tinoco
 Prof. José Carlos Morilla
Estudos Ambientais e 
Saneamento Urbano
Professora conteudista: Giusepina D’Amico Lopes
Engenheira civil com habilitação em Engenharia Sanitária pela PUC-Campinas e mestre em Saneamento e Meio 
Ambiente pela Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp.
Como professora do Ensino Superior desde 2000, ministrou aulas na Universidade São Judas Tadeu e no Instituto 
Paulista de Ensino e Pesquisa. Atualmente, é professora adjunta da UNIP. No curso de Engenharia Civil da UNIP, ministra 
as seguintes disciplinas: Hidráulica e Hidrologia, Sistema de Tratamento de Água e Esgoto e Estudos Ambientais e 
Saneamento Urbano. A partir de 2011, assumiu a coordenação do curso de Engenharia Civil dos campi Jundiaí e Limeira 
do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da UNIP.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L864e Lopes, Giusepina D’Amico.
Estudos Ambientais e Saneamento Urbano / Giusepina D’Amico 
Lopes. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
112 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Recursos naturais. 2. Abastecimento de água. 3. Saneamento. 
I. Título.
CDU 628
W504.67 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Lucas Ricardi
Sumário
Estudos Ambientais e Saneamento Urbano
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 CONCEITO DE ECOSSISTEMA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E 
CRESCIMENTO URBANO ......................................................................................................................................9
1.1 Conceito de ecossistema ......................................................................................................................9
1.1.1 Ecossistema terrestre............................................................................................................................. 10
1.1.2 Ecossistema urbano ............................................................................................................................... 12
1.1.3 Ecossistema primitivo ........................................................................................................................... 13
1.1.4 Ecossistema rural .................................................................................................................................... 14
1.2 Desenvolvimento sustentável ......................................................................................................... 14
1.3 Crescimento urbano ............................................................................................................................ 15
2 RECURSOS NATURAIS ................................................................................................................................... 20
2.1 Recursos naturais renováveis .......................................................................................................... 20
2.2 Recursos naturais não renováveis ................................................................................................. 21
2.3 Utilização dos recursos naturais .................................................................................................... 22
3 QUALIDADE AMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA ............................................................................... 23
3.1 Qualidade do ar ..................................................................................................................................... 23
3.2 Qualidade da água ............................................................................................................................... 26
3.3 Qualidade do solo ................................................................................................................................. 28
3.4 Qualidade de vida ................................................................................................................................. 31
4 ATIVIDADES HUMANAS E AS MUDANÇAS AMBIENTAIS GLOBAIS .............................................. 32
4.1 Alterações climáticas .......................................................................................................................... 33
4.2 Perda da biodiversidade ..................................................................................................................... 34
4.3 Contaminação dos recursos hídricos ........................................................................................... 36
4.4 Impactos ambientais urbanos versus ocupação de áreas de risco .................................. 40
4.4.1 Deslizamentos e erosão ........................................................................................................................ 42
4.4.2 Enchentes urbanas ................................................................................................................................. 45
4.4.3 Ilhas de calor............................................................................................................................................. 47
4.4.4 Efeito estufa .............................................................................................................................................. 50
4.4.5 Poluição ...................................................................................................................................................... 53
Unidade II
5 IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO ............................................................................................................. 63
6 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................................................................................................................... 65
6.1 Distribuição da água na Terra ......................................................................................................... 66
6.2 Ciclo hidrológico ................................................................................................................................... 66
6.3 Água na transmissão de doenças .................................................................................................. 68
6.4 Qualidade da água ............................................................................................................................... 71
6.4.1 Classificação da água ............................................................................................................................ 74
6.4.2 Padrões de qualidade ............................................................................................................................75
7 TECNOLOGIAS EM SANEAMENTO AMBIENTAL .................................................................................... 76
7.1 Noções sobre sistemas de tratamento de água ....................................................................... 76
7.1.1 Captação de águas superficiais ......................................................................................................... 76
7.1.2 Tratamento de água............................................................................................................................... 78
8 TRATAMENTO DE ESGOTOS ......................................................................................................................... 87
8.1 Lagoas facultativas .............................................................................................................................. 92
8.2 Lodos ativados ....................................................................................................................................... 94
7
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
Esta disciplina almeja capacitar o futuro profissional a relacionar e aplicar o conhecimento das 
diferentes áreas que compõem o saneamento básico.
Os objetivos gerais deste livro-texto são desenvolver o raciocínio, o interesse e a intuição 
técnico-científica do aluno, incentivando o estudo no tocante às questões ambientais e ao saneamento.
Serão abordados os conceitos essenciais sobre meio ambiente, para melhor compreensão dos 
problemas ambientais e apresentar os principais componentes de produção e abastecimento de água 
em áreas urbanas, sistemas de coleta e transporte de esgotos. Nesse contexto, serão estudados aspectos 
como o tratamento de questões gerais quanto à gestão desses sistemas, conflitos de uso, soluções 
convencionais e novas tendências.
Por fim, serão apresentadas questões da política de gestão dos recursos hídricos no âmbito federal 
e estadual e propostas para a minimização dos principais problemas pertinentes ao saneamento 
urbano e conflitos com outros usos de água.
INTRODUÇÃO
É possível identificar que, com o passar dos anos, o meio ambiente tem sido tema de vários congressos 
e de reuniões nacionais e internacionais. De fato, isso se dá pelo pouco cuidado que estamos tendo com 
ele. É preciso haver conscientização. Preservar e conservar o meio ambiente e os recursos naturais é vital, 
somente assim será possível haver desenvolvimento sustentável, o que permitirá uma melhor qualidade 
de vida para a sociedade. Deve-se usar de forma adequada, ética e racional o que a natureza nos oferece.
Existem várias definições para o meio ambiente; para preservá-lo corretamente, é preciso saber quais 
são as principais definições. O meio ambiente propriamente dito é o conjunto de unidades ecológicas que 
funcionam como um sistema natural, composto de atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera. Já na área de 
ecologia, o meio ambiente envolve os ecossistemas, divididos basicamente em duas partes: natural e artificial.
O meio ambiente natural é o mais conhecido e o que está sendo discutido na maioria de reuniões e 
congressos a respeito de preservação do meio ambiente e da natureza. Divide-se em quatro categorias: 
recursos naturais renováveis e não renováveis; recursos inesgotáveis; recursos energéticos; e recursos 
não energéticos. Os recursos são os insumos necessários para a sobrevivência do ecossistema e da 
sociedade que não passaram por nenhuma transformação relevante pelas mãos humanas.
O meio ambiente artificial corresponde a tudo o que houve de modificação, por exemplo, às 
cidades, e tudo o que faz parte delas, como os edifícios, os espaços públicos e os equipamentos 
utilizados como bem comum. Envolve também as áreas rurais, pois compreende todo e qualquer lugar 
habitado pelos cidadãos.
Este livro-texto destacará como o meio ambiente vem sendo afetado pelo crescimento da população 
e como a área de engenharia pode ajudar com os sistemas de captação e drenagem.
9
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Unidade I
1 CONCEITO DE ECOSSISTEMA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E 
CRESCIMENTO URBANO
1.1 Conceito de ecossistema
Para entender um pouco do ecossistema, é preciso lembrar alguns conceitos básicos da ecologia. 
A ecologia é a área da biologia que estuda o meio ambiente e os seres vivos que nele habitam e tem 
como objetivo entender e monitorar o funcionamento de toda a natureza.
Para não haver interpretações equivocadas, deve-se acentuar o significado de alguns termos:
Quadro 1 
Biosfera Regiões do planeta onde existem seres vivos.
Biótopo Área geográfica onde se encontra uma comunidade.
Comunidade Conjunto de populações de espécies diferentes que vive em uma mesma área geográfica.
Ecossistema Local de interação entre seres vivos (fatores bióticos) e fatores físicos e químicos (fatores abióticos).
Habitat Local em que determinada espécie vive. 
Nicho ecológico Papel ecológico de uma espécie em uma comunidade. Envolve seus hábitos alimentares, sua reprodução, suas relações ecológicas e outras atividades. 
Pirâmide ecológica Representação gráfica do fluxo de energia e matéria em um ecossistema.
População Conjunto de seres vivos da mesma espécie que vive em determinado local.
O conceito de ecossistema é um conjunto de comunidades de seres vivos que vivem em um 
determinado local e estão em comum interação com o meio ambiente, de maneira equilibrada, estável 
e autossuficiente.
O termo foi usado pela primeira vez em 1930 pelo ecólogo Arthur George Tansley, cuja intenção 
era explicar a complexa interação entre os organismos e as comunidades em que vivem e os fluxos 
de energias e materiais, e desde então essa palavra faz parte do vocabulário de cientistas. Quanto 
maior a biodiversidade (quantidade de espécies), maior a capacidade de recuperação do ecossistema, 
possibilitando as melhores absorções e reduções das alterações ambientais.
O problema atual é que, ao longo do tempo, os seres humanos têm criado produtos e processos que 
interferem direta ou indiretamente nesse equilíbrio. A sequência de transferência de energia e matéria, 
que é natural, vem sofrendo com essa intervenção, prejudicando todo o processo.
10
Unidade I
O ecossistema global é formado por vários ciclos e processos independentes, os quais ocorrem 
de maneira equilibrada e sincronizada. O ecossistema global possui algumas subdivisões, tais como 
terrestres e aquáticos, e suas classificações são feitas conforme os seres vivos e os organismos que nele 
vivem. Só existe vida nesse planeta devido ao Sol, que é fonte de luz, calor e energia. A quantidade 
necessária desses itens mantém a Terra na temperatura adequada para os seres que nela habitam e 
ainda contribui para a camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta, os quais são prejudiciais à vida.
 Lembrete
O habitat é o espaço físico do ecossistema, lugar onde são oferecidas 
as condições naturais necessárias para a subsistência e a reprodução das 
espécies. Nicho ecológico é o modo de vida em que um organismo se vincula 
aos fatores bióticos e abióticos do meio, através de diversas condições 
físicas, químicas e biológicas.
1.1.1 Ecossistema terrestre
No ecossistema terrestre, existem as plantas, os animais, as bactérias, o oxigênio, o gás carbônico 
e o nitrogênio. Estes, em comunhão, fazem parte da cadeia alimentar, que se inicia com a fotossíntese 
das plantas e termina em decomposição, reiniciando todo o ciclo. As cadeias alimentares são ciclos 
que mantêm o ecossistema em perfeito equilíbrio e que raramente excedem quatro ou cinco níveis ou 
grupos de seres vivos.
• Fatores bióticos: são todos os seres vivos da comunidade (plantas e animais) que existem 
em número e espécie suficientes para assegurar a alimentação e existência um do outro, 
desempenhando diferentes papéis em um ecossistema e ocupando diferentes níveis tróficos. 
Como exemplo, destacam-se: produtores, consumidores e decompositores; macroconsumidores; 
microconsumidores.
Produtores 
(plantas)
Consumidores 
(sapos,gafanhotos)
Decompositores 
(bactérias, fungos)
Figura 1 – Fatores bióticos
• Fatores abióticos: são todas as partes sem vida do ambiente. Esses fatores são fundamentais 
para a sobrevivência das espécies, atuando inclusive no metabolismo dos seres vivos. A seguir, 
serão ilustrados alguns exemplos:
— água, ar, solo, atmosfera, luz;
11
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
— substâncias inorgânicas: ciclos dos materiais;
— compostos orgânicos: ligam o biótico-abiótico;
— regime climático;
— temperatura;
— luz;
— pH;
— oxigênio e outros gases;
— humidade;
— solo.
Figura 2 – Fatores abióticos
O ecossistema terrestre é formado por ciclos e cada fator tem sua importância em cada etapa, 
podendo sofrer alterações quanto às dimensões que são consideradas. Pode ser considerado um 
imenso ecossistema, envolvendo todos os ecossistemas existentes (ecosfera). Deve-se atentar que há 
uma diferença entre ecossistema e bioma, e essa diferença ocorre devido à geografia do espaço ao 
qual se refere.
12
Unidade I
 Observação
O bioma é geograficamente mais abrangente e é predominantemente 
definido de acordo com um conjunto de vegetações com características 
semelhantes, além de outros requisitos, por exemplo, a Mata Atlântica. 
Entretanto, como o ecossistema pode ser considerado em grande escala, as 
definições ficam um pouco confusas. Contudo, para grandes extensões de 
território (de dimensões regionais), em geral se usa a denominação bioma.
1.1.2 Ecossistema urbano
O ecossistema urbano nada mais é do que o ecossistema terrestre com a interferência humana, por 
exemplo, uma cidade. É formado por componentes biológicos (animais, plantas e outras formas de vida) 
e componentes físicos (ar, solo, clima, água e topografia); também é integrado por estruturas que foram 
construídas (edifícios, estradas, redes de energia e esgotos). O pulmão do ecossistema urbano é formado 
por uma diversidade de espaços verdes (pátios, parques, árvores e edificações ecologicamente corretas). 
Mesmo que o cinza da cidade e o verde dos parques estejam bem fragmentados, ambos funcionam em 
conjunto como um único organismo, mantendo o equilíbrio entre os membros e o meio ambiente.
Figura 3 – Exemplo de ecossistema urbano: cidade de Maringá/PR
Geralmente, os ecossistemas urbanos sofrem profunda alteração, decorrentes da decisão humana, 
como a poluição, o desmatamento e a construção civil, sujeitos a modificações rápidas de tipo de solo e 
da cobertura vegetal, bem como a temperatura e quantidade de água. As alterações também podem ser 
provenientes de causas naturais, como as mudanças climáticas e os desastres naturais.
13
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
 Observação
Uma questão extremamente importante para os ecossistemas urbanos 
é a sua capacidade de criar ambientes saudáveis, quer para o ecossistema 
natural, quer para os cidadãos.
Para a preservação da Terra, existe uma concentração de ozônio em forma de gás na atmosfera que 
protege o planeta contra os raios ultravioletas do Sol, que são perigosos para nossa saúde. Quando se toma 
uma decisão que pode alterar ou desestabilizar o ecossistema, poderão ocorrer as seguintes consequências:
• Efeito estufa: devido à poluição do ar, está havendo uma grande concentração de gás carbônico 
na atmosfera. Assim, mesmo com a absorção dos raios solares pela camada de ozônio, uma 
barreira de gás, os raios solares conseguem atingir a Terra e outros são irradiados em forma de 
calor. Consequentemente, a Terra aquece e o calor não retorna para a atmosfera, elevando cada 
dia mais sua temperatura.
• Chuva ácida: é a água pura, sem cheiro, cor ou gosto. Torna-se ácida quando, na atmosfera, 
mistura-se com os poluentes de indústrias e os gases emitidos pelos automóveis. Esse tipo de 
chuva causa muitos danos ao meio ambiente e a única forma de sanar esse problema é reduzir a 
emissão de gases poluentes e diminuir a poluição do ar.
1.1.3 Ecossistema primitivo
É o conjunto de seres que tiveram uma pequena ou nenhuma alteração nas características naturais 
do ecossistema considerado. Isso ocorre por causa de aspectos como: a relação da área total desse 
ecossistema em questão e a área de intervenção antrópica; o tipo de atividade antrópica realizada; as 
características abióticas e bióticas do ecossistema, como o tipo de solo e de subsolo, chuva, radiação 
solar, ventos, arranjo da cadeia trófica, existência de espécies endêmicas, entre outros, que conferem 
maior ou menor fragilidade ao ecossistema.
Figura 4 – Exemplo de ecossistema primitivo
14
Unidade I
1.1.4 Ecossistema rural
É o principal responsável pelas mudanças significativas do ecossistema primitivo, as quais são 
causadas pelo conjunto de atividades agropecuárias. Trata-se, primordialmente, de um ecossistema 
exportador, cujas características são:
• Produção de alimentos para os humanos e foco no atendimento à demanda local (agricultura de 
subsistência). Exemplos:
— Desenvolvimento de processos para importação energéticas, em forma de fertilizantes 
químicos, combustível para a movimentação de equipamentos para preparo do solo, plantio e 
colheita, bombeamento de água para irrigação de culturas, transportes de insumos para a área 
de produção e de produtos para a área de consumo.
— Desenvolvimento e estudos de importação biótica com a utilização de espécies vegetais e 
animais de outras regiões, inclusive em sistemas de monocultura, para manutenção e produção 
de produtos que possam garantir sustento e alimento dos seres.
• Alteração na vegetação primitiva, visando à implantação das áreas para a agricultura ou para 
a pecuária.
— Estudos de geologias, geografias e relevos, podendo ou não sofrer alterações, com o intuito de 
desenvolvimentos do solo para os devidos tipos de uso e ocupação, tais como o aproveitamento 
de uma área plana, para o melhor desenvolvimento da pecuária ou montes com temperaturas 
mais amenas, para produção de vegetais.
Figura 5 – Exemplo de ecossistema rural
1.2 Desenvolvimento sustentável
Cria métodos, produtos, técnicas ou tecnologias de maneira sustentável para que possa atender a 
humanidade no presente sem comprometer as futuras gerações.
15
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Não se pode desenvolver algo, independentemente da necessidade, sem antes analisar e 
compreender os fatores ambientais, sociais, tecnológicos, políticos e econômicos que acompanharam 
a nossa história. Ao refletir a respeito de modelos de desenvolvimentos e direções adotadas 
recentemente, pode-se evitar a antropização.
 Saiba mais
Antropia é a ciência que estuda a chamada antropização, ação do 
ser humano sobre o meio ambiente (biótipo ou biomassa); também 
pode ser a ação, o ato ou o resultado da atuação humana sobre a 
natureza com a intenção de modificação, independentemente do 
juízo de valor que é feito. Leia a reportagem a seguir para entender 
melhor o assunto:
SOUSA, R. Ação antrópica. Mundo Educação, [s.d.]. Disponível em: 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/acao-antropica.htm. 
Acesso em: 12 nov. 2019.
A ação antrópica, em escala global, faz com que os ambientes naturais sejam alterados 
significativamente, sobretudo pela falta de critério no uso dos recursos naturais e pela poluição em 
todo o meio ambiente físico, causando muitos impactos ambientais, sociais e ecológicos. De fato, algo 
preocupante para as futuras gerações, que ficarão mais expostas a doenças e terão uma qualidade de 
vida inferior.
Em relação à interferência dessa ação nos ecossistemas, o ecossistema primitivo pode sofrer ou não 
uma pequena mudança, pois ele pode ser alterado, transformando-se num ecossistema rural. Quanto 
ao ecossistema urbano, as alterações são mais significativas, pois interferem diretamente na densidade 
demográfica, na desproporcionalidade do ambiente construído e do natural, bem como nos ciclos do 
meio ambiente.
1.3 Crescimento urbano
O crescimento urbano está se tornando um tema muito presente em congressos e reuniões 
ambientalistas e de estados,visto que o aumento da população está em constante ascensão. Para 
manter um desenvolvimento sustentável, é necessário que sejam realizados diversos planos e projeções 
para atender essa demanda.
Segundo o relatório da ONU de 2014, foi estimado que 54% da população mundial vivem em áreas 
urbanas. Para 2050, projeta-se um aumento que poderá chegar a 66%, afetando principalmente países 
de baixa renda ou em estado de pobreza (ONU, 2015).
16
Unidade I
90
70
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30
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1960 1975 2000 2025
2018
Ano
Brasil
América do Sul
América Latina e Caribe
Pr
op
or
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ur
ba
na
 (p
or
ce
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ag
em
)
2050
Porcentagem urbana por região e sub-região
Figura 6 – Projeção do crescimento urbano mundial
Em relação à área urbana, África e Ásia apresentam maior população e projeção de crescimento, 
podendo chegar a 90% de sua totalidade até 2050, uma vez que seu desenvolvimento urbanístico está 
caminhando a passos largos. Quanto à Índia, China e Nigéria, a maior parte a população está concentrada 
nas áreas rurais, e a estimativa é que até 2020 haja urbanização, elevando a estatística de pessoas 
alocadas em áreas urbanas nesses países. Em áreas rurais, a população vem crescendo lentamente desde 
1950, e a Índia está no topo do ranking, com aproximadamente 857 milhões de pessoas, seguido da 
China, com 635 milhões (BID, 2014).
Figura 7 – Crescimento populacional
17
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Nesse contexto, administrar o aumento populacional e manter a urbanização sustentável é um 
grande desafio para obter êxito no desenvolvimento.
 Observação
Segundo Maglio (2010), a Constituição Estadual de São Paulo de 
1967 foi o ponto principal para a criação de planos diretores para o 
desenvolvimento integrado dos municípios, o que foi mantido em ementa 
no ano de1969. Esse plano foi aplicado em todos os estados brasileiros e 
hoje todos os municípios possuem um plano diretor, devendo apresentar 
periodicamente as alterações necessárias para comportar o crescimento 
populacional estimado para o Estado. Para tal, os governantes podem 
buscar financiamentos e recursos para atender a demanda.
No Brasil, o crescimento urbano teve uma ascensão significativa e chega atualmente a 80% de sua 
população total. A ação dos administradores públicos, a falta de planejamento familiar e a chegada de 
refugiados exigem políticas públicas mais eficazes e organização para manter o equilíbrio social. Hoje as 
grandes cidades precisam administrar e melhorar a questão de moradia habitável e mobilidade pública 
para atender os fluxos de forma qualitativa.
1950 1975 2000
População rural e urbana (Brasil)
Ano
0
50
100
150
200
250
2025
Po
pu
la
çã
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(m
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õe
s)
2050
20
18
Rural
Urbana
Figura 8 – População urbana versus rural
Conforme preceituado na reunião Eco92, foi assinado um tratado no qual destacava-se que as 
questões urbanas, rurais e ambientais deveriam ser tratadas de maneira única. Esse conceito foi 
registrado e serviria para atender e planejar ações voltadas ao crescimento populacional (ONU, 1992).
18
Unidade I
Um grande exemplo do não cumprimento da Eco92 é a ocupação irregular em áreas de proteção 
ambiental ou em áreas de risco pela população mais desprovida. Assim, são criadas favelas e há aumento 
do fluxo de pessoas. Em contrapartida, não ocorre melhoria no acesso aos serviços urbanos, tais como 
transporte, saúde, segurança, educação e emprego.
Figura 9 – Comunidade
Figura 10 – Congestionamento
19
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Figura 11 – Descarte de esgoto em rios
Além dos problemas apontados nas figuras anteriores, há inúmeras questões causadas pelo 
crescimento urbano sem o devido planejamento. Nesse contexto, deve-se acentuar o uso em grande 
escala dos recursos naturais sem a devida projeção futura, podendo gerar sua escassez.
 Observação
Alguns estudos apresentam diferenças significativas entre o ambiente 
natural e o urbano, e uma das principais é a poluição atmosférica, que 
pode sofrer danos pelos fatores climáticos, que acabam favorecendo a 
formação de novos poluentes e dificultando sua dispersão. Por exemplo, 
citam-se fatores como ausência de chuvas, inversão térmica e aumento da 
temperatura local, comprometendo a qualidade do ar do ecossistema.
Um dos principais itens que piora a qualidade de vida nos centros urbanos são as ilhas de calor, que 
têm como causas:
• diminuição e falta de manutenção das áreas verdes urbanas, pois a evapotranspiração realizada 
pelas plantas auxilia a regularização térmica;
• importação de energia para atendimento à demanda de atividades urbanísticas, por exemplo, 
transporte, produção industrial e iluminação;
• absorção de quantidade significativa de calor ao longo do dia pelas edificações, áreas impermeáveis 
e vias de circulações asfaltadas.
20
Unidade I
Outro ponto a ser acentuado é a excessiva impermeabilização do solo, o que causa o aumento 
de enchentes e alagamentos, potencializando os reflexos negativos na saúde pública e nas atividades 
humanas, desbalanceando os fluxos de energia e a utilização dos recursos naturais.
2 RECURSOS NATURAIS
São classificados como recursos naturais os bens da natureza que podem ser usufruídos para 
sobrevivência, bem-estar e conforto dos seres humanos. Entre os mais importantes para nossa sobrevivência, 
destacam-se o ar e a água.
Esses recursos podem ser extraídos de forma direta ou indireta, sofrendo ou não alterações para seu 
uso. Exemplos: carvão, energia elétrica e petróleo.
Com o passar dos anos, foram criadas muitas tecnologias e maneiras de aproveitar os recursos que 
o meio ambiente fornece para facilitar as atividades da humanidade. Contudo, é impossível criar ar e 
água, pois esses elementos são recursos naturais renováveis. Aliás, a ausência de ar e água é a principal 
ameaça para a qualidade e para a extinção da vida.
Para entender melhor o tema, devemos classificar os recursos como renováveis e não renováveis, o 
que será estudado a seguir.
2.1 Recursos naturais renováveis
São itens inesgotáveis, mas que sofrem renovações, seja pelo meio ambiente, seja pela ação humana.
Exemplos: luz solar, ventos e água.
Figura 12 – Exemplo de vento
21
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Figura 13 – Exemplo de água e luz
2.2 Recursos naturais não renováveis
São recursos que não podem ser substituídos ou cuja renovação ocorra de forma lenta, levando 
milhares de anos para ser concluída.
Exemplos: petróleo e minérios em geral.
Figura 14 – Petróleo
 Lembrete
A água, mesmo que classificada como recurso natural renovável, pode 
se tornar escassa, devido à má utilização e à poluição dos rios.
22
Unidade I
2.3 Utilização dos recursos naturais
Como destacado anteriormente, os recursos naturais estão cada dia mais escassos.
O Brasil é uma das nações mais ricas em recursos naturais. Seu solo é de excelente qualidade, o que 
lhe confere destaque na agricultura, tanto para consumo interno quanto para exportação. Além da 
agricultura, é possível encontrar outros recursos minerais no solo.
Atualmente, a exploração de recursos minerais é uma atividade com grande potencial, e o principal 
minério exportado pelo Brasil é o ferro; cerca de 90% de sua produção é para comércio exterior, sendo 
muito utilizado como matéria-prima para a fabricação de aço e manganês. Mais de 75% da produção 
mundial de extração do metal nióbio e ferronióbio são do Brasil, que fica pareado com outros países em 
potencial, como China, Canadá, Rússia, Austrália e Estados Unidos (VASCONCELOS, 2019).
Figura 15 – Exploração de minérios de ferro
Segundo a ONU (2015a), mais de 18% da população mundial não têm acesso à quantidade 
mínima de água potável para consumo, e esse dado pode ser agravado caso o padrão de consumo 
não seja alterado.
Conforme foi acentuado, o ar e a água são os principais recursos para a sobrevivência dos seres. 
O Brasil tem a maior reserva de água doce do planeta e a maior área de florestas, recursos estes que 
devem serprotegidos, pois são de extremo valor para a vida. Tais elementos sofreram grande devastação 
nos últimos anos, e isso poderá esgotá-los e inclusive provocar a redução da existência dos seres vivos.
Os recursos naturais não renováveis, que têm como principal exemplo o petróleo, são utilizados 
como fonte de energia. Estudos já comprovaram que futuramente o petróleo será um item escasso, 
por isso a ciência vem desenvolvendo outros materiais para substitui-lo ou ser usado como alternativa. 
A indústria automobilística tem realizado testes e comercializações de veículos movidos a gás natural e a 
eletricidade e tem criado metodologias mecânicas com diferentes fontes de energia.
Para entender um pouco mais como é definido esse padrão de consumo destacado neste livro-texto, 
é preciso saber como tudo começou.
23
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
O padrão de consumo é definido pela quantidade da utilização de recursos naturais necessários para 
atender à demanda da sociedade, tais como alimentação, moradia, lazer, transporte e qualquer outro 
item que venha ser necessário.
O problema é que o desenvolvimento tecnológico e o crescimento populacional têm crescido de 
forma exponencial, e sem a efetividade de sistemas de políticas ambientais e de integração nos planos 
horizontais e verticais, o que acaba exigindo maior disponibilidade de recursos naturais, muitas vezes 
ultrapassando a capacidade de autorrecuperação dos sistemas naturais e dificultando a gestão para a 
melhoria da qualidade de vida e conservação do meio ambiente.
 Observação
Vale salientar que as revoluções industriais e a agricultura são os 
pontos que mais causam impactos e alterações nos sistemas naturais. 
A questão não é atual: já em 1972 a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente em Estocolmo foi um marco para discutir os problemas 
ambientais em âmbito internacional.
3 QUALIDADE AMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA
A qualidade ambiental é um termo muito usado para caracterizar as condições ambientais em 
âmbitos nacionais e internacionais. Existem diversas normas, reuniões, conselhos, congressos, órgãos 
públicos e privados e ONGs que atuam de forma ininterrupta no tocante ao controle da qualidade do 
meio ambiente. No Brasil, o órgão responsável é o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
A qualidade ambiental pode ser dividida em áreas: ar, água, solo e vida. Por meio de reuniões e 
congressos, criaram-se diversas normas e padrões pré-estabelecidos para acompanhar essa qualidade, 
algo essencial para a preservação da vida.
3.1 Qualidade do ar
A camada que envolve a Terra é composta de uma mistura de gases (99% de oxigênio e nitrogênio) 
e a exposição à poluição atmosférica é tão antiga quanto o fogo. Contudo, o controle da qualidade do 
ar só foi iniciado por conta do aumento excessivo da taxa de morbidade e mortalidade do período de 
expansão econômica do pós-Segunda Guerra.
A qualidade do ar é um direito da sociedade, o que está previsto na Constituição (BRASIL, 1988). 
Para tal, existe uma gestão que acompanha minuciosamente cada etapa. A figura a seguir ilustra como 
é feito esse gerenciamento.
24
Unidade I
Controlar a situação
Limites da emissão; legislação e 
padrões de emissão; uso do solo; 
combustíveis
Identificação do problema
Monitoramento; inventários; 
fontes; avaliação de impactos 
ambientais
Formulação de políticas
Modelagem de alternativas; 
avaliação de cenários; análise de 
custo-benefício
Figura 16 – Gestão da qualidade do ar
Essa gestão é monitorada de forma frequente e baseada nos programas que serão devolvidos para 
melhoria dos problemas identificados. De forma geral, avalia-se um grupo de poluentes, que serve como 
indicador da qualidade do ar, tais como dióxido de enxofre (SO²), poeira em suspensão, monóxido de 
carbono (CO), ozônio (O³) e dióxido de nitrogênio (NO²), os elementos que mais causam efeitos adversos 
ao meio ambiente.
 Saiba mais
Para saber mais sobre as emissões e índices medidos no Brasil, consulte:
BRASIL. Instituto de Energia e Meio Ambiente. 1º Diagnóstico da rede 
de monitoramento da qualidade do ar no Brasil. Brasília, 2014. Disponível 
em: https://www.mma.gov.br/images/arquivo/80060/Diagnostico_Rede_
de_Monitoramento_da_Qualidade_do_Ar.pdf. Acesso em: 13 nov. 2019.
Para que esses resultados sejam computados, é necessário definir uma determinada medida. Para 
tal, deve-se considerar o tempo de coleta das informações, além de estabelecer regiões e locais corretos 
para implantar as estações de amostragem, sempre obedecendo a critérios, como:
• priorizar locais de maior potencial de exposição;
• instalar o equipamento nas áreas onde possuem entradas de ar, considerando a direção 
predominante do vento;
• fixar o equipamento em locais onde há possibilidade de desenvolvimento, a fim de analisar o 
efeito da expansão e o aumento do risco na qualidade do ar;
25
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• evitar locais onde haja obstáculos, mesmo que não sejam grandes fontes de poluição, tais como 
chaminés, edifícios e árvores;
• instalar o equipamento a uma altura que diminua a possibilidade da reentrada de partículas e os 
efeitos diretos dos veículos.
O Conama criou um padrão nacional para os respectivos tempos de amostragem e métodos de 
medição, para cada tipo de poluente, conforme tabela a seguir.
Tabela 1 – Padrões nacionais de qualidade do ar
Poluente Tempo de amostragem
Padrão 
primário 
(μg/m3)
Padrão 
secundário 
(μg/m3)
Método de medição
Partículas totais em suspensão (PTS)
24hs¹
MGA²
240
80
150
60
Amostrador de grandes volumes
Partículas inaláveis (PI)
24hs¹
MAA³
150
50
150
50
Separação inercial/filtração
Fumaça
24hs¹
MAA³
150
60
100
40
Refletância
Dióxido de enxofre (SO²)
24hs¹
MAA³
365
80
100
40
Pararosanilina
Dióxido de nitrogênio (NO²)
1h
MAA³
320
100
190
100
Quimiluminescência
Monóxido de carbono (CO)
1h¹
8h¹
40.000
35 ppm
10.000
9 ppm
40.000
35 ppm
10.000
9 ppm
Infravermelho não dispersivo
Ozônio (O³) 1h¹ 160 160 Quimiluminescência
 Adaptado de: Conama (1990).
 Saiba mais
Para saber mais sobre as resoluções e os planos desenvolvidos pelo 
Conama, acesse:
http://www2.mma.gov.br
Assim, quando é evidenciada a emissão de gases em taxas elevadas, são criados planos e são 
desenvolvidos mecanismos, emergenciais ou não, para o tratamento dos gases emitidos antes que eles 
26
Unidade I
sejam lançados na atmosfera. É vital mudar o padrão de consumo, criar políticas públicas integradas e 
desenvolver senso crítico para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano.
3.2 Qualidade da água
A água é o suporte básico para o desenvolvimento e a manutenção de todas as formas de vida. Para 
determinar a qualidade da água, são avaliadas suas características físicas, químicas e biológicas, podendo 
passar do conceito de boa ou ruim para adequada ou inadequada, dependendo de sua destinação.
A avaliação de características físicas inclui a determinação de temperatura, turbidez, sólidos 
(suspensos, dissolvidos e totais), a condutividade e até a análise de sua cor. A análise de características 
químicas indica as espécies iônicas (sódio, manganês, ferro, chumbo etc.), compostos orgânicos naturais 
(lipídios, carboidratos e proteínas), compostos orgânicos sintéticos (agroquímicos, solventes, surfactantes, 
pesticidas), gases (oxigênio, amônia), pH, alcalinidade e dureza. No aspecto biológico, é possível examinar 
a água pela presença de organismos patogênicos, espécies de algas, organismos bentônicos e bioensaios.
Figura 17 – Água
A Resolução n. 20 do Conama dividiu as águas em três tipos (doce, salinas e salobras) e as classificou em 
nove subclasses (CONAMA, 1986). Conforme sua utilização, tais preceitos foram modificados pela Resolução 
n. 357, que estipulou subclassificações e fez alterações dos índices nas faixas de uso (CONAMA, 2005).
 Saiba mais
Para saber mais sobre as subclassificações e as faixas de uso da água, 
consulte as referências a seguir:
CONAMA.Resolução n. 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre 
a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu 
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento 
de efluentes, e dá outras providências. Brasília, 2005. Disponível em: http://www.
mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019.
27
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
CONAMA. Resolução n. 393, de 8 de agosto de 2007. Dispõe sobre o 
descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas 
marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências. Brasília, 
2007. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=541. Acesso em: 11 nov. 2019.
CONAMA. Resolução n. 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as 
condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a 
Resolução n. 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (Conama). Brasília, 2011. Disponível em: http://www2.mma.gov.
br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. Acesso em: 11 nov. 2019.
O quadro seguinte apresenta um resumo das classes de água doce:
Quadro 2 
Tipo de classe Destinação
Classe especial
Abastecimento doméstico (sem prévia ou com simples desinfecção)
Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas
Classe 1
Abastecimento doméstico (após tratamento)
Proteção de comunidades aquáticas
Recreação de contato primário (natação, mergulho etc.)
Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas ou frutas que se desenvolvem rente ao solo ou 
que são ingeridas cruas, sem remoção de películas
Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana
Classe 2
Abastecimento doméstico (após tratamento convencional)
Proteção das comunidades aquáticas
Recreação de contato primário
Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas
Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana
Classe 3
Abastecimento doméstico (após tratamento convencional)
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras
Dessedentação de animais
Classe 4
Navegação
Harmonia paisagística
Usos menos exigentes
Adaptado de: Conama (1986).
Uma vez classificada a água, é necessário que o monitoramento e o controle sejam executados de maneira 
efetiva e periódica. No Brasil, foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos, baseada na Lei n. 9.433/97. 
Realizando nacionalmente, hoje esse processo é conduzido pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos, que, por sua vez, delega aos comitês de bacias hidrográficas uma subdivisão em nível 
regional, a qual consegue gerir e monitorar com mais precisão a qualidade da água do país.
28
Unidade I
3.3 Qualidade do solo
O solo é formado por uma camada na superfície da crosta terrestre, com espessura variável e diversos 
tipos de estrutura. Constituído de minerais e substâncias orgânicas, predominantemente em formas 
granulares, o solo apresenta diversas propriedades, tais como permeabilidade, porosidade e textura, 
permitindo a sobrevivência de inúmeros seres vivos – micro e macroscópicos. Pode-se dizer que o solo 
também desempenha funções diversificadas e fundamentais, visto que a interação com os processos e 
as classificações físicas, químicas e biológicas são constantes, podendo sofrer diversas alterações.
 Observação
As alterações originais provêm da degradação causada por fenômenos 
físicos, como fissuras, estilhaçamentos, penetração de raízes, dilatação. 
As alterações evolutivas são decorrentes de fenômenos químicos, como 
dissolução das rochas calcárias, ação corrosiva de certos vegetais e hidrólise 
nas rochas silicosas.
Figura 18 – Tipos de solo
Entre as principais funções do solo, destacam-se o fato de ser:
• essencial à vida terrestre, animal e humana;
• crucial para a produção de alimentos e matérias-primas;
• fator de controle natural dos ciclos de elementos e energia dos ecossistemas;
• filtro bioquímico essencial nas trocas entre a atmosfera e a litosfera;
• um grande reservatório natural de água doce.
29
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
 Saiba mais
Para saber mais sobre as classificações dos solos, leia:
MAGLIO, I. C. Saneamento, saúde e ambiente. Barueri: Manole, 2010.
Devido ao crescimento populacional, atualmente está se fazendo grande uso do solo e sem o correto 
planejamento. Assim, foram criados diversos programas e planos de ação para garantir o controle e 
a qualidade do solo. É vital entender que uma das primeiras atuações a ser executada é garantir o 
uso do solo dentro da ética ambiental, pois ele é considerado um recurso natural e um ecossistema 
vivo fundamental. No Brasil, o órgão que gerencia o solo em âmbito nacional é o Ministério do Meio 
Ambiente, e este delega a órgãos estatutários, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
(Cetesb), a fiscalização e o controle para que tais medidas sejam mais efetivas.
Quando se fala em qualidade do solo, de forma genérica, trata-se da capacidade do solo em 
desempenhar as funções essenciais para o homem e o meio ambiente, mantendo sua fertilidade e 
sua correta utilização, para que as futuras gerações possam usufruir dos mesmos benefícios que o 
solo promove.
Deve-se avaliar que, para cada tipo de uso, o solo precisa de uma determinada qualidade e 
característica. Para moradia ou desenvolvimento urbano, não é necessário haver um tratamento 
específico, e sim a criação de elementos que possam fundamentar as edificações, bem como manter 
espaços que permitam a permeabilidade da água.
Figura 19 – Edificações
Já no âmbito agrícola, o solo precisa ser tratado constantemente ou produzir cultivos diversificados, 
pois a melhor forma de manter e melhorar sua qualidade é aumentando a matéria orgânica; assim, o 
solo ficará mais fértil, elevando a capacidade de retenção de água e de nutrientes.
30
Unidade I
Figura 20 – Agricultura
O solo também é usado para disposição de resíduos, sejam eles perigosos, inertes ou não inertes. 
É preciso fazer uma avaliação minuciosa do local onde serão levados esses depósitos, para que 
não haja contaminação do lençol freático, emissão descontrolada de gases e interferência no 
ecossistema da região.
Figura 21 – Aterro sanitário
Segundo a Cetesb (1976), existem vários instrumentos que podem ser aplicados para prevenção, 
controle da poluição e contaminação do solo, tais como:
• padrões de emissões;
• padrões de condicionamento de fontes;
• padrões de qualidade ambiental;
31
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• padrões de condicionamento de projetos;
• usos legalmente pré-estabelecidos;
• legislação e fiscalização;
• licenciamento ambiental;
• instrumentos econômicos;
• banimento de tecnologias e produtos;
• responsabilização pós-consumo.
 Lembrete
Sempre que houver degradação, utilização incorreta ou passivos 
ambientais, deve-se avaliar cada caso com sua devida particularidade, a 
extensão dos danos causados e a necessidade de elaborar um plano de 
recuperação e remediação.
3.4 Qualidade de vida
A qualidade de vida indica o nível das condições básicas e suplementares dos seres humanos e está 
diretamente relacionada à qualidade do meio ambiente. É necessário preservar e respeitar o meio ambiente, 
para garantir a sustentabilidade e uma melhora na qualidade de vida atual e de gerações futuras.
Como a humanidade é diretamente conectada e influenciada pelo meio ambiente, quanto maior 
sua qualidade, melhor será seu estado de saúde física, mental, psicológica e emocional. A Organização 
Mundial da Saúde (OMS) criou um questionário científico que possibilita a verificação dos níveis de 
qualidade de vida das pessoas, de acordo com a região, a cultura e os grupos sociais em que vivem.
Historicamente, o conceito de qualidade de vida teve sua origem no século XX, preocupando-se com 
a saúde do trabalhador. À época, identificavam-se os efeitos negativos na saúde dos operários causados 
pelo tempo de permanência e pelas condições no local detrabalho, o que prejudicava a produção da 
indústria e a vida do trabalhador.
Em 1950 a OMS definiu que a saúde ocupacional é uma ciência que visa ao alto grau de bem-estar 
físico, social e mental dos trabalhadores. Em 1958, o economista John Kenneth Galbraith apresentou 
uma visão diferente dos objetivos de crescimento econômicos de tipo quantitativo, para a melhor 
qualidade na condição de vida dos homens (ONU, 2015a). Após esse período, criou-se a conscientização 
de que só seria possível melhorar a saúde do trabalhador e sua qualidade de vida se houvesse um 
32
Unidade I
melhor desenvolvimento da infraestrutura social, a mudança na jornada de trabalho e a conservação e 
a manutenção do meio ambiente.
Hoje muitas empresas e organizações revelam uma preocupação com a qualidade de vida do 
trabalhador e buscam mensurar periodicamente o nível de satisfação dos profissionais, criando métodos 
e desenvolvimentos que possibilitem o melhor desempenho em sua atividade. Dessa forma, a economia 
da organização ou a empresa terão um crescimento saudável.
 Observação
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um modo de medir a 
qualidade de vida nos países, comparando fatores como riqueza, qualidade 
do processo de alfabetização, educação, expectativa média de vida e índice 
de natalidade e mortalidade.
A qualidade de vida está diretamente ligada à saúde; ter hábitos saudáveis, cuidar bem do corpo, 
ter uma alimentação equilibrada, manter bons relacionamentos, ter tempo para o lazer fazem com que 
o ser humano melhore seu humor. Desse modo, permite-lhe adquirir uma nova forma de visualizar um 
problema, por exemplo, obter uma melhor solução, diminuir os níveis de estresse e manter um equilíbrio 
entre saúde e qualidade de vida.
Qualidade de vida é diferente de padrão de vida. Padrão de vida é uma medida que quantifica a 
qualidade e a quantidade de bens e serviços que determinada pessoa ou grupo pode ter acesso.
4 ATIVIDADES HUMANAS E AS MUDANÇAS AMBIENTAIS GLOBAIS
A relação entre a atividade humana e as mudanças ambientais remonta às primeiras civilizações. 
Para o desenvolvimento da sociedade, eram necessárias algumas mudanças, e não havia planejamento 
e um profundo conhecimento de suas interferências. Há autores que defendem que as mudanças 
ambientais tiveram início com a Revolução Industrial, mas estudos mostram que o meio ambiente 
já vinha sofrendo alterações há milhares de anos, por conta de fatores como agricultura, imigrações, 
pecuária, desflorestamento, e as catástrofes eram classificadas como causas naturais.
Segundo Diamond (2005), algumas sociedades, como os maias, os habitantes da ilha de Páscoa e os 
mochicas sofreram ruína devido ao extermínio ecológico, pois não tinham a capacidade de entender 
que a fragilidade do meio ambiente, combinada com a ganância, permitia a exploração de recursos 
naturais além dos limites da sustentabilidade. Naquela época, as mudanças climáticas eram consideradas 
provenientes de causas naturais, porém ocorriam em âmbito regional.
Obviamente, após a Revolução Industrial, essas mudanças climáticas provenientes das atividades 
humanas se agravaram e tomaram uma proporção mundial, causando vários desastres ambientais.
33
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
 Observação
Desastre é o efeito final sobre um ecossistema causado por vários 
fenômenos e processos que sofreram evoluções sistemáticas. O desastre 
pode ser natural ou antrópico, causando danos à humanidade, à economia 
e ao meio ambiente.
4.1 Alterações climáticas
Atualmente, a questão da ecologia e do meio ambiente e suas modificações é um tema frequente 
na vida dos seres humanos. De fato, trata-se de um assunto que exige estudos e a criação de planos 
para melhorar a qualidade do meio ambiente. A população, de maneira geral, quando questionada sobre 
alterações climáticas, cita como principal fator o aquecimento global.
O aquecimento global é o aumento da temperatura na camada de ar próxima à superfície da Terra. 
Todavia, existem muitas alterações que estão ocorrendo, sobretudo o aquecimento, que tem como fonte 
o efeito estufa.
Efeito estufa é um fenômeno natural de aquecimento térmico da Terra, essencial para manter a 
temperatura do planeta em condições ideais para a sobrevivência dos seres vivos; é formado por uma 
camada de gases que cobre a superfície da Terra, composto principalmente de gás carbônico, metano, 
vapor e ozônio.
Devido à emissão em demasia de gases com o efeito estufa, as alterações climáticas atuais são 
provenientes dos seguintes aspectos:
• aumento da temperatura na superfície terrestre e nos oceanos;
• derretimento das calotas polares;
• aumento do nível médio do mar.
O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) relatou que a temperatura 
mundial, ao longo de 150 anos, sofreu um aumento mediano de 0,8 ºC; acentuou, ainda, que se não 
forem tomadas providências, esse aumento pode chegar até 4 ºC em 2100, o que ocasionaria catástrofes 
irreversíveis para a humanidade. Com base nesse estudo e para evitar impactos mais graves, muitos 
países aderiram à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC), cujo 
objetivo é definir políticas de emissão dos gases para limitar o aumento da temperatura em menos de 
2 ºC. Para que tais metas sejam alcançadas, será necessário reduzir, em nível mundial, as emissões dos 
gases com efeito estufa em 50% (AEA, 2018).
Atualmente, as principais fontes dos gases com efeito estufa, segundo o IPCC (AEA, 2018), são:
34
Unidade I
• queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) na produção de eletricidade, nos 
transportes, na indústria e nos lares (CO2);
• agricultura (CH4) e mudanças na utilização dos solos, como o desmatamento (CO2);
• aterro de resíduos (CH4);
• utilização de gases fluorados industriais.
 Saiba mais
Para saber mais sobre as alterações climáticas, leia:
AGÊNCIA EUROPEIA DO AMBIENTE (AEA). Mitigação dos efeitos das 
alterações climáticas. AEA, 2018. Disponível em: https://www.eea.europa.
eu/pt/themes/climate/intro. Acesso em: 13 nov. 2019.
AGÊNCIA EUROPEIA DO AMBIENTE (AEA). Sobre as alterações climáticas. 
AEA, 2016. Disponível em: https://www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/
about-climate-change. Acesso em: 13 nov. 2019.
Consulte também:
https://www.ipcc.ch
O Brasil é o quarto país em emissão de gases do efeito estufa, atrás de China, Estados Unidos e União 
Europeia. Tal cenário é devido ao desenvolvimento industrial desses países, que vêm aumentando as 
suas emissões. Destaca-se, nesse contexto, que a maior parte das emissões se dá pelo desmatamento e 
pelas alterações no solo.
Para diminuir a emissão dos gases do efeito estufa, deve-se adotar as seguintes ações: minimizar 
o desmatamento; investir no reflorestamento e na conservação das áreas naturais; incentivar o uso de 
energias renováveis; utilizar biocombustíveis; diminuir o consumo de energia elétrica; evitar queimadas; 
fazer o correto uso e destinação de resíduos.
4.2 Perda da biodiversidade
A biodiversidade é a variedade de vida existente na Terra, podendo ser macro ou microscópica. 
Estudos indicam que há mais de 100 milhões de espécies que habitam o nosso planeta. Conforme 
foi estudado neste livro-texto, os ecossistemas e os seres que neles habitam funcionam em perfeito 
equilíbrio, um depende do outro para manter a qualidade e o desenvolvimento, permitindo que os ciclos 
sejam sempre renovados.
35
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Somos parte integrante dos ecossistemas e fazemos parte da biodiversidade, e nosso grande desafio é 
adotar medidas para um desenvolvimento sustentável, sem prejudicar e comprometer o meio ambiente. 
O Brasil deve ter uma proteção especial, visto que os quatro biomas mais ricos estão em nossas terras, 
não só pela diversidade da fauna e da flora, mas também pela importância para o equilíbrio global (Mata 
Atlântica, Cerrado, Amazônia e Pantanal).
Figura 22 – Desmatamento
A perda da biodiversidade é um problema que, mesmotratado de forma contundente, causa muita 
preocupação. Espécies foram extintas devido às alterações climáticas, algo que ocorre até hoje. Estima-se 
que haja uma redução de até 10% das espécies nos próximos trinta anos.
A poluição do ar também é uma grave questão. Gases nocivos e tóxicos são produzidos e dispensados 
na atmosfera, e a mistura deles com a água da chuva forma a chuva ácida, que contamina e prejudica 
os ecossistemas.
De maneira resumida, elencam-se algumas causas e efeitos que ameaçam a vida:
• Desmatamento: destruição dos habitats, principal responsável pela redução da biodiversidade 
em âmbito global.
• Agronomia e pecuária: destruição de florestas, através de queimadas, para expansão dos campos.
• Crescimento urbano: avanço sobre habitats naturais e de preservação ambiental.
• Poluição: envenenamento da água e do ar, causando morte de várias espécies.
• Exploração excessiva de plantas e animais: diminuição da biodiversidade.
Somente será possível minimizar as perdas, os desastres e as catástrofes por meio do uso consciente 
dos recursos naturais, com o desenvolvimento de maneira sustentável, garantindo um futuro melhor 
para o planeta.
36
Unidade I
 Saiba mais
Para saber mais sobre a biodiversidade e demais alterações, consulte as 
referências a seguir:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Impactos sobre a biodiversidade. 
Brasília, [s.d.]b. Disponível em: https://www.mma.gov.br/biodiversidade/
biodiversidade-global/impactos.html. Acesso em: 13 nov. 2019.
O QUE é biodiversidade. eCycle, [s.d.]. Disponível em: https://www.ecycle.
com.br/3188-o-que-e-biodiversidade. Acesso em: 13 nov. 2019.
WWF-BRASIL. O que é biodiversidade. [s.d.]. Disponível em: https://
www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biodiversidade/. 
Acesso em: 13 nov. 2019.
4.3 Contaminação dos recursos hídricos
Durante séculos a água foi considerada um bem de quantidade infinita, visto que ela possui a 
capacidade de autodepuração. Entretanto, com o passar dos anos e o crescimento urbano, os índices de 
poluentes e esgotos lançados aumentaram, e, consecutivamente, sua capacidade diminuiu, promovendo 
uma poluição mais agressiva.
A superfície do planeta tem como principal ocupação a água, totalizando 75% de sua área total. 
Segundo a ONU (1989), 8% da água disponível para consumo são destinados ao consumo humano, e os 
92% restantes são divididos entre as indústrias e a agricultura.
Oceanos e mares 
(salgada)
97%
Consumo (doce)
0,30%
Geleiras, neves, locais 
inacessíveis (doce)
2,70%
Figura 23 – Porcentagem versus tipos de água na Terra
37
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Cerca de 11,6% da água doce superficial do planeta está em terras brasileiras, espalhada por todo 
o território; para maior controle, são analisadas de acordo com as regiões em que se encontram. 
Proporcionalmente, a quantidade de água existente em determina região não equivale à quantidade de 
habitantes que nela reside (ANA, 2012).
Amazônia
45,10%
Tocantins – Araguaia
11,30%
Atlântico – nordeste oriental
3%
Parnaíba
3,90%
Atlântico – nordeste ocidental
3,40%
São Francisco
7,50%
Atlântico – leste
4,40%
Paraguai
4,30%
Paraná
10,30%
Atlântico – sudeste
2,70%
Atlântico – sul
2,20% Uruguai
2%
Figura 24 – Porcentagem dos recursos hídricos versus região hidrográfica
Para evitar desperdício, controle e conservação, foi criado em 1924 um decreto federal, 
conhecido como Código de Águas, porém nunca implantado, em virtude da sensação de fartura 
que se tinha à época.
Contudo, com o passar dos anos e diversos estudos, foi identificado que a principal fonte poluidora 
dos recursos hídricos é a destinação incorreta dos esgotos industriais, em especial pela contaminação da 
agricultura. De fato, isso pode prejudicar os recursos hídricos superficialmente ou de forma subterrânea.
 Observação
Poluição e contaminação têm definições diferentes.
Poluição é o ato ou ação humana de poluir, degradar as características 
do meio ambiente, seja por meio de remoção, seja por meio de adição de 
substâncias, de maneira que prejudique a saúde.
Contaminação é transmissão de germes nocivos ou infecciosos; infecção 
por contato.
38
Unidade I
A seguir, destacam-se as principais consequências da poluição da contaminação:
• aumento das doenças provenientes do contato com a água contaminada, causando grandes 
impactos na saúde humana;
• diminuição da quantidade e da qualidade da água;
• aumento nos custos de tratamento da água e da produção de alimentos;
• estagnação na indústria e na agricultura.
Figura 25 – Poluição de recursos hídricos
Como a água é um recurso vital, foram criadas diversas legislações para gerenciar, controlar, fiscalizar 
e punir os principais responsáveis pela poluição ou contaminação, resguardando o meio ambiente e os 
recursos hídricos.
 Saiba mais
A Constituição da República Federativa do Brasil garante a todos os 
seres o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para saber 
mais, consulte:
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 11 nov. 2019.
39
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
É necessário que os conceitos de poluição e contaminação estejam bem claros, pois as maneiras de 
combater e solucionar essas degradações estão ligadas diretamente às suas classificações.
Figura 26 – Contaminação dos recursos hídricos
Nem sempre a água poluída estará contaminada, mas a contaminada certamente estará poluída. 
De qualquer forma, o uso da água ficará comprometido em ambos os casos. Para que a água volte a ter 
boa qualidade, deve-se efetuar o correto tratamento. Atualmente, podemos classificar os principais 
tipos de poluentes:
• Lixos que desoxigenam a água: materiais vegetais e animais.
• Agentes contaminantes: bactérias e vírus.
• Nutrientes vegetais: fertilizantes, como nitratos e fosfatos.
• Compostos químicos orgânicos: pesticidas e detergentes.
• Outros produtos químicos: ácidos de mineração e ferro de siderúrgicas.
• Sedimentos de erosão: areia e lama no leito do rio, que pode destruir organismos que vivem na 
interface sólido-líquido.
• Substâncias radioativas: lixo de mineração, processamento de materiais radiativos e o próprio 
material radiativo usado.
• Calor oriundo da indústria: água para refrigeração industrial.
Dessa forma, é preciso avaliar sempre todo processo que possa gerar resíduos poluentes ou 
contaminantes. Aplicando as melhores soluções e destinações dos resíduos, pode-se garantir que os 
recursos hídricos e o meio ambiente sejam tratados de forma consciente.
40
Unidade I
4.4 Impactos ambientais urbanos versus ocupação de áreas de risco
O crescimento urbano teve uma grande evolução após a Revolução Industrial; sabe-se que diversas 
características do ecossistema rural foram alteradas com esse desenvolvimento, causando um grande 
desafio para os gestores. O crescimento em demasia e a falta de políticas para garantir um desenvolvimento 
sustentável causaram o desbalanceamento dos ciclos, a impermeabilização em grandes escalas dos solos, a 
alteração nos cursos das águas e a desproporcionalidade entre os ambientes natural e urbano. Enfim, todos 
esses problemas afetam diretamente o meio ambiente, causando muitas oscilações e impactos ambientais.
Estudos recentes mostram que, mesmo que os gestores criem políticas ambientalistas, visando à 
melhor utilização dos recursos naturais, à qualidade de vida e a não escassez para as gerações futuras, 
de nada adiantaria se os homens não se conscientizarem e aderirem a tais políticas.
Segundo a Constituição (BRASIL, 1988), todo cidadão tem direito: à qualidade de vida, desde o 
ar que respira, que deve ter baixos índices de poluição; à água de qualidade, que deve ser potável e 
atender a quantidade necessária para o consumo humano; à moradia, que engloba desde a residência 
habitável a que tem direito, como as cidades, asruas, o lazer. Todas as necessidades citadas garantem 
que o cidadão tenha qualidade de vida.
Não é difícil notar nas grandes cidades moradias à beira de rios ou em áreas de riscos, e essas 
instalações vem crescendo constantemente.
 Observação
Áreas de risco são regiões que estão propícias a desastres naturais, 
como inundações ou deslizamentos.
No Brasil, diversos estudos identificaram que na última década as moradias de risco cresceram de 
modo exponencial, principalmente pelo aumento do crescimento urbano. Com o sonho de uma melhor 
qualidade de vida, as pessoas se mudam para as grandes cidades em busca de melhores oportunidades, 
gerando uma enorme demanda para os governos. Existem vários serviços assistenciais que auxiliam as 
pessoas a adquirir uma moradia digna e em condições habitáveis, mas nem todas conseguem.
Os impactos ambientais mais comuns no Brasil são:
• Deslizamento de terra: considerado o principal desastre, pois gera um grande número de vítimas.
• Enchente: dá-se principalmente pela falta de permeabilidade no solo e pela destinação incorreta 
dos esgotos.
• Erosão: ocasionada pela alteração incorreta nos cursos d’água e pela impermeabilização do solo.
• Seca: utilização incorreta e em demasia da água.
41
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Figura 27 – Ocupação das áreas de riscos
Há vários projetos que vêm sendo desenvolvidos para a reestruturação de algumas áreas, a 
conscientização da população e o remanejamento para áreas legais. A principal instituição responsável 
pelo monitoramento das áreas de riscos no Brasil é a Defesa Civil, que também possui um serviço de 
assistência à população em casos emergenciais.
A ONU (1989) considerou que em 1990 se daria o início da Década Internacional para Redução 
dos Desastres Naturais (DIRDN), tendo como finalidade a redução da perda de vidas humanas, danos e 
transtornos socioeconômicos nos países em desenvolvimento provocados por desastres naturais.
Podem ser considerados desastres naturais: escorregamentos; terremotos; erupções vulcânicas; 
tsunamis; inundações; vendavais, seca e desertificação; incêndios; pragas de gafanhotos; além de outras 
calamidades de origem natural.
A Defesa Civil alerta que inúmeras medidas podem ser tomadas para que os desastres sejam 
prevenidos, sejam estruturais, sejam não estruturais. Destaca que a escolha da medida a ser tomada 
interfere diretamente na disponibilidade de recurso financeiro repassado pelo governo.
 Saiba mais
Para saber mais sobre legislações, decretos e recomendações da Defesa 
Civil, consulte:
SÃO PAULO (ESTADO). Decretos, leis federais e recomendações. São 
Paulo: Defesa Civil, [s.d.]. Disponível em: http://www.defesacivil.sp.gov.br/
decretos-leis-federais-e-recomendacoes/. Acesso em: 13 nov. 2019.
42
Unidade I
4.4.1 Deslizamentos e erosão
Levantamentos e estudos realizados pela ONU (2015b) apresentam que nas duas últimas décadas as 
quantidades de vítimas de desastres naturais foram de aproximadamente 3 milhões de pessoas e que 
economicamente os prejuízos passaram de U$ 23 bilhões. Por causa desses números alarmantes, foram 
determinadas metas internacionais para diminui-los:
• Otimizar as condições para minoração das consequências dos eventos danosos. Assim, é 
necessário considerar o histórico e a questão econômica de cada país para criar sistemas de 
alerta e desenvolver estruturas resistentes, garantindo efetividade e rapidez nos planos de ações. 
Salienta-se, ainda, a assistência em países em desenvolvimento.
• Elaborar e implantar diretrizes e estratégias. Ambas devem ser aplicadas ao corpo técnico-científico, 
experiente, levando em consideração as características culturais e econômicas de cada nação.
• Investir em estudos, o que é feito por meio da estimulação e da criação de técnicas e atividades 
científicas capazes de solucionar questionamentos ainda não apontados, reduzir a perda de vidas 
humanas e perda de bens materiais.
• Disponibilizar informações técnicas de estudos já realizados, como medidas de avaliação, 
prevenção e diminuição dos desastres naturais, possibilitando uma previsão dos acidentes.
• Criar planos de assistência técnica e transferência de tecnologias para que sejam efetivas as 
reduções dos desastres, elaborar programas que possam registrar os desastres e aferir a efetividade 
dos estudos e iniciativas.
Em relação ao Brasil, devido à grande ocupação em morros em áreas de riscos, o desastre mais 
recorrente e preocupante é o deslizamento, pois é o que causa mais vítimas, seguido de enchente, 
erosão e seca.
Figura 28 – Deslizamento
43
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
É óbvio que, a curto prazo, as soluções apontadas pela ONU não terão efetividade para mudar o 
cenário em questão, uma vez que o crescimento é exponencial. Com base nessa realidade, é necessário 
um acompanhamento minucioso e preventivo de órgãos públicos ou privados, possibilitando que as 
famílias que residem em áreas de risco tenham uma convivência com os riscos “em segurança”.
Devido ao histórico no Brasil, várias cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, 
Vitória e Recife, sofrem com o crescimento e a ocupação irregular das áreas de risco. Assim, a Defesa 
Civil criou um sistema que permite avisar aos moradores de determinada localidade os riscos que estão 
correndo, principalmente em período de chuvas, e o número das vítimas diminuiu. Existem sinais que 
podem identificar os possíveis deslizamentos e erosões:
• Inclinação de postes, árvores e cercas: evidência de que o solo está em movimentação.
• Trincas: podem aparecer em paredes e chãos, criando, em alguns casos, relevo entre as partes.
• Degraus em barrancos: sinal evidente de alerta.
A seguir, elencam-se diretrizes que podem prevenir ou minimizar os riscos:
• Evitar cortes verticais: taludes são necessários para reduzir os deslizamentos e proporcionar 
uma sustentação para a superfície em nivelamento com a crista, pois o corte incorreto 
desestabiliza a terra.
• Plantar árvores: é comum a plantação de bananeiras nessas áreas, devido às propriedades da 
banana; porém, trata-se de uma planta pesada e de raiz superficial, por isso o recomendável 
é plantar espécies mais leves, de preferência aquelas cujas raízes atinjam uma profundidade 
maior, como o bambu; também é necessário fazer a poda regular e o corte das árvores que 
estão em risco de queda.
• Destinar corretamente dos resíduos: por conta do estreitamento das ruas e da dificuldade 
de acesso, os lixos são jogados em encostas, córregos e bocas de lobo; a destinação deve ser 
executada corretamente, evitando alagamentos, tamponamentos, decomposição e sobrepeso.
• Construir calhas e canaletas: nesses locais, nem todos os que residem possuem recursos 
financeiros para construir uma moradia dentro das normas; as calhas e as canaletas têm como 
finalidade conduzir e direcionar a água da chuva sem que ocorram erosões.
• Limpeza: é necessário limpar regularmente ralos, esgotos e galerias para que a água continue seu 
curso e chegue ao seu destino.
• Aterro: em vários pontos aparecem poças, que acumulam água, e é preciso que eles sejam sempre 
aterrados, evitando o aumento das poças.
44
Unidade I
• Reforços estruturais: as trincas nos muros e nas paredes começam a aparecer quando há algum 
problema com o solo; nesses casos, é necessário fazer um reforço.
• Cooperativas: além dos órgãos públicos e privados que fiscalizam as áreas de risco, é necessário 
que sejam criadas cooperativas dentro da comunidade para haver fiscalização mais efetiva, 
cooperando com a comunidade e os órgãos responsáveis. Assim, se necessário, essas cooperativas 
acionam as entidades responsáveis.
• Evitar proximidade com cursos d’água: é comum aproveitar cada espaço das áreas de risco, 
mas é necessário manter a construção longe dos cursos de água, pois a probabilidade de 
escorregamento do solo ou assoreamento é muito maior; ainda é preciso acentuar o descarte 
de resíduos incorretos, que podem ocasionar uma inundação.Figura 29 – Erosão
 Observação
Deslizamento é diferente de erosão.
Deslizamento é o deslocamento de massa de terras, que ocorre 
geralmente em terrenos argilosos, após fortes chuvas, arrastando toda ou 
parte de uma encosta.
Erosão é o desgaste da superfície terrestre pela ação mecânica e química 
da água corrente, das intempéries ou de outros agentes geológicos.
45
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Vale ressaltar que todos esses deslizamentos e erosões ocorrem principalmente pela ocupação 
indevida de áreas de risco, há poucos registros de deslizamento causado por ação natural com 
tantas vítimas.
É necessário que ONGs e programas públicos ou privados que visam à melhor qualidade de vida 
trabalhem incansavelmente para conscientizar o homem no sentido de usar melhor os recursos naturais. 
Deve-se aplicar recursos financeiros e sociais para solucionar os problemas causados pelo crescimento 
da área urbana em demasia.
4.4.2 Enchentes urbanas
A utilização incorreta dos recursos e a falta de consciência causam diversas reações no meio ambiente, 
desestabilizando o ecossistema; muitas vezes, os impactos são irreversíveis. A atividade antrópica é a 
que mais cresce e apresenta uma grande dificuldade para os gestores, pois necessita de planos de ação 
e estratégias que minimizem ou revertam os efeitos da degradação ambiental.
As grandes dificuldades, que provêm do crescimento urbano em demasia acumulada e da ação 
antrópica, são as inundações e as enchentes. Esses problemas são mais frequentes em grandes cidades, 
em suas áreas urbanas, pois há inúmeras causas para tal resultado. O assoreamento dos leitos de rios, a 
impermeabilização do solo e fatores climáticos são exemplos.
No Brasil, o desenvolvimento urbano está se tornando caótico, pois a frequência de inundações 
e enchentes está cada vez maior. A produção de sedimentos e a deterioração da qualidade da água 
(superficial ou subterrânea) trazem grandes transtornos e custos para o ambiente e para a sociedade. 
Conforme o aumento da urbanização das cidades, a impermeabilização do solo e a canalização, as 
vazões máximas crescem em até sete vezes, assim como a produção de sedimentos.
Em algumas cidades, a qualidade da água chega a ter 80% da carga de um esgoto doméstico, o que 
contribui, e muito, para a degradação do meio ambiente e a desestabilização dos ecossistemas. Estudos 
apontam que, no Brasil, essas condições tendem a piorar, visto que nenhuma das cidades possui um 
plano diretor de drenagem urbana e os recursos estão sendo aplicados em soluções paliativas em vez de 
serem destinados a soluções definitivas.
O homem, por sua vez, vem criando várias soluções para combater esses problemas. Contudo, ainda 
que esses efeitos possam ser minimizados, a solução está bem distante, sobretudo porque a população 
continua agredindo o meio ambiente. Próximo das grandes cidades criaram-se diversas represas, 
diques e desvios dos cursos d’água para que o impacto fosse menor, mas sem sucesso. Infelizmente, 
lixos são jogados em rios, há entupimento das bocas de lobo, o crescimento e a impermeabilização 
estão em alta, sem contar as obstruções de condutos e as drenagem inadequadas; enfim, todos esses 
aspectos não permitem que a percolação da água ocorra ou que sua correta condução seja efetivada 
até a destinação final.
46
Unidade I
Figura 30 – Enchente do rio Xapuri
As inundações e as enchentes não só agridem o meio ambiente, danificando o espaço, como também 
causam muitas vítimas; há prejuízo econômico para a área afetada, contaminação de doenças por meio 
hídrico (exemplo: leptospirose e cólera) e contaminação da água que entra em contato com produtos 
tóxicos e estações de tratamento. Muitas vezes, levam-se anos para que os impactos causados pelas 
enchentes sejam reduzidos, permitindo que as cidades voltem ao seu funcionamento normal.
Figura 31 – Enchente em Trizidela do Vale
47
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Assim, faz-se necessária a regulamentação do solo, delimitando as áreas que podem ser ocupadas, 
as zonas de risco e os locais onde os impactos provenientes de inundação sejam mínimos. Esse tipo de 
zoneamento ou plano diretor urbano permite a manutenção das áreas e um melhor acompanhamento 
das ações antrópicas.
As inundações podem ser classificadas em áreas, como:
• Áreas ribeirinhas: o rio segue o fluxo normal dentro no leito menor, possibilitando a ocupação 
das áreas do leito maior, mas a cada dois anos, em média, devido aos períodos chuvosos, o rio 
atinge o leito maior, causando inundações. Esse tipo de enchente, ocasionada pelo processo 
natural do ciclo hidrológico, ocorre onde as bacias são consideradas grandes (acima de 500 km²).
• Áreas urbanas: essa inundação se dá pela ocupação do solo, pelo aumento de sua impermeabilização 
e pela falta de planejamento de redes de saneamento que possam suportar esse crescimento.
Fazer o uso racional dos recursos naturais e destinar corretamente os resíduos é vital. Em vez 
de dispor recursos financeiros para tratar o impacto, o ideal seria aplicar recursos financeiros para a 
melhoria e para o desenvolvimento sustentável das cidades. Todavia, quando ocorrem problemas, os 
políticos apenas decretam calamidade pública.
 Observação
O gestor municipal dificilmente buscará recursos para implantar soluções 
sustentáveis de medidas não estruturais, pois a população sempre espera 
obras. Além disso, não deseja interferir em interesses dos proprietários das 
áreas de risco, algo politicamente complexo.
4.4.3 Ilhas de calor
É natural que o crescimento urbano provoque alterações no meio ambiente, a exemplo das ilhas de 
calor, que aparecem com maior frequência em cidades que possuem um grau de urbanização elevado; 
recebem esse nome pois é um fenômeno climático que ocorre em grandes urbanizações, onde o ar e as 
temperaturas da superfície são mais quentes do que as áreas rurais em torno.
Podemos usar como exemplo a cidade de São Paulo, considerada uma ilha de calor. Formada por 
muitas edificações, a cidade possui pouca quantidade de espaços naturais, além de alto índice de 
poluição atmosférica e grande concentração de asfalto, o que permite que a absorção e a retenção do 
calor sejam mais efetivas, elevando a temperatura e ultrapassando as médias dos municípios da região.
As figuras a seguir ilustram bem o que foi destacado:
48
Unidade I
Indicador sintético de 
cobertura vegetal na cidade 
de São Paulo
0,678 a 1
0,449 a 0,678
0,244 a 0,449
0,085 a 0,244
0 a 0,085
Figura 32 – Indicador sintético de cobertura vegetal na cidade de São Paulo
Índice de Desenvolvimento 
Humano (IDH) municipal - 2000
2 a 13,4 (21)
0,4 a 2 (19)
-0,7 a 0,4 (15)
-1,4 a -0,7 (18)
-4 a -1,4 (23)
Figura 33 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) municipal: 2000
49
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
23,5 a 24°
Menor Maior
25°
24,5° 25,5° 26,5° 27,5° 28,5° 29,5° 30,5° 31,5 a 32°
26° 27° 28° 29° 30° 31°
Temperatura aparente da superfície (alvo) de registro
Observação: segundo a aplicação do modelo de regressão quadrática 
de Marinho et al. (2011)
Figura 34 – Ilhas de calor: temperatura aparente da superfície por distrito
Nas ilhas de calor, a umidade relativa do ar é menor do que em áreas rurais ou municípios cujo grau 
de urbanização é baixo. Esse fenômeno fica em evidência em dias meteorologicamente normais, pois em 
dias nublados e com ventos a presença do Sol é menor e a dissipação do calor é maior. Geralmente, as 
diferenças nas temperaturas médias das áreas urbanas para as áreas rurais variam de 5 a 6 ºC, visto que 
há uma vulnerabilidade, o que ocorre por causa da taxa de resfriamento que as zonas rurais possuem, 
algo que está relacionado estatisticamente à taxa populacional de ambas as áreas.
Esse fenômeno ocasiona ações negativas para o meio ambiente, pois intensifica o aquecimento 
global, deteriora e gera novos microclimas. A seguir, serão acentuadas suas principais causas:
• Construções humanas: as superfícies urbanas estão com a capacidade

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