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Transtornos do Neurodesenvolvimento e Deficiência Intelectual

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1.4. Transtorno do Neurodesenvolvimento 
O novo grupo de transtornos do neurodesenvolvimento é uma das mudanças na estrutura do DSM apoiada por características fisiopatológicas. São doenças caracterizadas por um atraso ou desvio no desenvolvimento do cérebro que influenciam características fenotípicas. Por exemplo, TDAH, transtornos de aprendizagem, retardo mental e transtornos do espectro autista
1.4.1. Deficiencia Intelectual 
O conceito de deficiência intelectual (DI) passou por modificações ao longo do tempo em função das transformações da própria sociedade. A DI já foi considerada como motivo justificável para o abandono e a morte na Antiguidade; como condição para custódia e acolhimento pela caridade, na Idade Média; como patologia orgânica, permeada de atributos negativos e ameaçadores, no início do século XIX; até ser compreendida, na atualidade, a partir de uma abordagem mais ampla que contempla, para além de problemas orgânicos, as variáveis culturais e educacionais que cercam sua determinação (Mazzotta, 2005; Pessotti, 1984).
Nessa mudança de contexto, a American Association on Developmental Desabilities (AAIDD - Schalock et al., 2010) define a DI como a ocorrência concomitante de limitações significativas no funcionamento intelectual e defasagem em pelo menos três áreas de condutas adaptativas, expressas nas habilidades conceituais, sociais e práticas, que englobam atividades cotidianas do indivíduo e adaptação às demandas sociais. Essa definição indica que as limitações no desempenho devem ser consideradas no ambiente comunitário típico da idade do indivíduo, levando em conta a diversidade cultural e linguística, e que as limitações frequentemente coexistem com potencialidades, que devem ser desenvolvidas com vistas ao pleno exercício da sua cidadania.
A deficiência intelectual é uma interrupção no desenvolvimento ou uma formação incompleta da mente, causando, no indivíduo, limitações no funcionamento, tanto intelectual como nos comportamentos adaptativos, e pode ser causada por vários fatores (FIERRO, 2004; OMS, 2011). Entre eles figuram: os que atuam antes da concepção, os de ordem genética, ambientais, perinatais, pós-natais, nutricionais e ainda causas desconhecidas (ASSUMPÇÃO JUNIOR, 2008). A deficiência intelectual constitui uma condição permanente, embora não imutável, pode-se obter desenvolvimento e evolução do quadro, ainda que sem sua reversão completa (FLETCHER et al., 2009; MALLOY-DINIZ et al., 2010). Por isso está inclusa na seção das necessidades educativas especiais de caráter permanente (FIERRO, 2004).
Ainda de acordo com o autor acima, duas das áreas do comportamento adaptativo que seguem, devem estar comprometidas: comunicação, autocuidado, vida no lar, interação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, autodeterminação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. A avaliação deve considerar fatores multidimensionais, tais como os ambientais e pessoais em sua relação dinâmica, a fim de que se possa ofertar apoios específicos à aprendizagem e desenvolvimento, áreas que as pessoas geralmente enfrentam dificuldades.
Considerando os possíveis comprometimentos das pessoas com deficiência intelectual e as prováveis desvantagens relacionadas a oportunidades de direitos, autonomia financeira e qualidade de vida dessas pessoas, frente a outros membros da sociedade, essa vem proporcionando ações que visam à satisfação de necessidades (PASSERINO; MONTARDO, 2007), o que se denomina inclusão. A inclusão social de pessoas com necessidades especiais visa proporcionar uma sociedade igualitária para todos, de forma que os indivíduos possam se adaptar e ter um desenvolvimento social assim como os outros indivíduos (PASSARINO; MONTARDO, 2007).
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada no Brasil pelo Decreto n° 6949/09, traz como princípios o direito de pessoas com deficiência à autonomia e à independência, à liberdade de fazer as próprias escolhas, à não discriminação, à igualdade de oportunidades e à plena e efetiva participação na sociedade.No entanto, a conquista desses direitos para as pessoas com deficiência de modo geral, e com DI de modo particular, encontra inúmeros entraves, especialmente no que se refere ao acesso à educação e ao trabalho. Apesar das mudanças conceituais sobre DI ocorridas ao longo do tempo, coexistem na atualidade crenças e atitudes distintas sobre essa condição, que favorecem, ainda, a segregação, a marginalização e a sua exclusão de vários espaços sociais.
A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência cita três esferas de participação: a econômica, a social e a cultural. A econômica se refere à participação no mercado de trabalho, constituição de renda e benefícios da pessoa com deficiência. A social se refere à participação familiar, comunitária e em espaços de lazer, bem como o protagonismo social da pessoa com deficiência intelectual. A cultural se refere à participação escolar e acesso à cultura.
Bia Paiva uma jovem com síndrome de down fala sobre como conseguiremos atingir a acessibilidade para todos: “Para existir acessibilidade no mundo, precisamos que as demais pessoas abram os olhos, os ouvidos, o coração e o corpo inteiro” para que eles possam entrar e encontrar nas outras pessoas um lugar de reconhecimento e afeto, ou seja, um lugar humano. A humanidade se encontra dentro do outro. E a acessibilidade ao mundo humano se da pela abertura que oferecemos através de nossa sensibilidade. ( CARPE DIEM, 2011 p. 32)
1.4.2. Transtorno do Espectro Autista 
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) envolve um conjunto de transtornos neurodesenvolvimentais de causas orgânicas, caracterizado por dificuldades de interação e comunicação que podem vir associadas a alterações sensoriais, comportamentos estereotipados e/ou interesses restritos. Sua manifestação é muito diversa e seus sinais, embora comumente presentes na infância, podem surgir somente quando as demandas sociais extrapolarem os limites de suas capacidades (American Psychiatric Association, 2013).
Pesquisas sobre a prevalência do autismo apontam para um crescimento significativo do número de casos diagnosticados. Estudos norte-americanos, por exemplo, sugerem que para cada 68 crianças nascidas, uma possui esse transtorno. No Brasil, o estudo epidemiológico de Paula, Fombonne, Gadia, Tuckman, & Rosanoff (2011) indica que cerca de 600 mil pessoas tenham TEA (0,3% da população). Alertam esses autores, contudo, cruzando com outros dados internacionais e considerando os casos ainda não diagnosticados, essa estimativa pode ser muito maior.
Transtorno do Espectro Autista para a Análise do comportamento 
A análise do comportamento busca identificar respostas do indivíduo considerando o contexto (ambiente ou situação) onde ocorrem e, ainda, considerando as consequências que estas respostas produzem. Assim, a análise do comportamento visa uma explicação individualizada, a partir da análise da relação entre eventos ambientais e eventos orgânicos. 
O analista do comportamento vê os transtornos invasivos do desenvolvimento como o quadro genético e neurológico que são, porém analisa os comportamentos de cada criança que recebeu este diagnóstico como faria com os comportamentos de qualquer pessoa, ou seja, buscando variáveis ambientais presentes no momento em que cada resposta aconteceu no passado e as consequências que esta resposta vem produzindo no ambiente. Chamamos isto de função dos comportamentos e podemos afirmar que até comportamentos “estranhos” observados em crianças autistas têm uma função, ocorrem porque são adaptativos e úteis na vida desta criança. Os autistas não aprenderam outros comportamentos mais adequados que produziram as mesmas conseqüências. Na ausência de uma fala funcional e inteligível, os comportamentos auto-lesivos e as birras são extremamente úteis na comunicação e, por isso, se mantêm. 
O surgimento de estereotipias no repertório comportamentalde crianças com TEA tem, pelo menos, três grandes causas. A primeira é a restrição comportamental, ou seja, as dificuldades geradas pelo diagnóstico em aprender comportamentos sociais, verbais e de brincar levam a um repertório restrito. Por isso, a criança ocupa seu tempo com os poucos comportamentos aprendidos e que geram prazer. Com isso, os padrões de busca de prazer do bebê, que são meramente sensoriais, perduram até idades nas quais a criança já deveria se socializar.
A segunda causa é a alteração sensorial. As crianças autistas apresentam alterações orgânicas que afetam a recepção e a decodificação de estímulos sensoriais. Com isso, estes estímulos podem afetar de forma exagerada ou diminuída; gerando muito prazer ou extrema aversão.
A terceira explicação para estas respostas é a tendência à repetição, que é uma característica inerente ao diagnóstico autista. Mudanças e situações novas geram medo, ansiedade, irritabilidade e podem evocar comportamentos disruptivos.
Em relação ao tratamento o analista para lidar com o pobre repertório comportamental dos autistas atuamos ensinando novas habilidades nas diversas áreas do desenvolvimento. Paralelamente ao ensino de comportamentos adequados, é preciso agir para a criança escolher se engajar neles ao invés de se engajar nas estereotipias.
Para isso, precisamos combinar diversas estratégias. Uma delas é o reforço diferencial, ou seja, precisamos reforçar positivamente (com elogios, atenção e acesso a itens de interesse) os comportamentos adequados e funcionais ensinados nas diversas áreas do desenvolvimento. Paralelamente, é preciso retirar as consequências reforçadoras dos comportamentos inadequados. Logicamente, só poderemos retirar as consequências sobre as quais temos controle, ou seja, não dar atenção, não falar sobre estes comportamentos, etc.
Relato da série Atypical 
O protagonista da série é Sam, um menino de 18 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1, que afeta principalmente sua comunicação social e seus interesses restrito e repetitivo. No entanto, com a ajuda da sua psicoterapeuta, ele iniciará uma aventura de grande carga emocional que o levará a tentar superar diferentes barreiras sociais e pessoais: ter uma namorada. Pessoas com TEA podem ter relações, na verdade, 9% deles são casados, de acordo com os dados mostrados na série. Não é que eles não querem se comunicar, é que eles são incapazes de fazê-lo.
Ele apresenta respostas atípicas às aberturas sociais com outras pessoas. Dificuldade em ter conversas triviais e meramente objetivas, pois são incapazes de entender o sentido figurado porque sua forma de entender o mundo é literal, ou seja, não conseguem compreender uso de sarcasmo nem duplo sentido. Além disso uma pergunta simples pode ser transformada por ele em um longo monólogo sobre o assunto de forma estritamente objetiva e fora de contexto. Essa incapacidade de entender e expressar emoções corretamente. Na série, você vê sua psicoterapeuta ensinando Sam a rir em diferentes situações e contextos. No início da série também mostra como Sam estava aprendendo as emoções com a ajuda de sua família através de cartões de emoções.
Comportamentos repetitivos como uma técnica para aliviar a ansiedade que gera a frustração de não poder entender e, portanto, enfrentar situações inesperadas, pessoas com TEA realizam comportamentos repetitivos. No caso de Sam, você pode ver como ele recita de memória os tipos de pinguins e anda ao redor da cama.
Uma das características das pessoas com TEA é que eles se concentram em um tópico muito específico e mantem um interesse nele de forma obsessiva. No caso de Sam, sua obsessão é pinguins e tudo o que tem a ver com a Antártica. Ele é um especialista em pinguins, ele sabe de tudo. O comportamentos estereotipados é outra questão constante na série, onde ele faz tudo de forma milimétrica e qualquer variação do ambiente pode afetá-lo. Por exemplo, colocar os talheres na mesa de forma alinhada.
Outro fator interessante analisado na série é A necessidade de evidências empíricas e objetivas, como quando ele tenta se conectar com outras garotas simplesmente como um experimento, se encontra com colegas de escola e meninas apenas para aprender decifrar os gostos deles. Anota tudo para depois estudar, ou seja, ele é um pesquisador nato.
Outro aspecto da série é a reflexão que mostra sobre o alto nível de bullying que este tipo de pessoas sofre. A enorme dificuldade de simpatizar com essas pessoas e perceber sua desordem junto com o período adolescente pode levar a situações estressantes e agressões verbais ou mesmo mais violentas. E podem levar também a um isolamento, pois como se vê na série, a incapacidade de Sam de entender o que está acontecendo em torno dele o levam a usar fones de ouvido para se isolar do som e do exterior, além de ficar nervoso com certos ruídos que parecem insignificantes, como o ruído dos botões em uma jaqueta.
A melhor parte da série é como você vê a evolução desse adolescente que simplesmente quer ser como os outros. Ficar perto das meninas e melhorar suas relações pessoais, mesmo que seja forçado e acima de tudo, descobrir o significado do amor mesmo que seja errado. Como ele se apaixona pela pessoa errada e não entende a situação, o que o leva a executar ações erradas. Descobrir o significado do ciúme.
1.4.3. Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade 
De acordo com as autoras De Paula e Mognon (2017) o TDAH é considerado um dos transtornos mais comuns na infância, pertencente ao grupo dos transtornos neurodesenvolvidos. Existem duas dimensões de sintomas desatenção e hiperatividade/impulsividade. E os sintomas podem estar presentes em apenas um dos grupos ou em ambos, sendo classificado como tipo combinado. Os sintomas de desatenção são caracterizados por uma frequente dificuldade da criança para prestar atenção em detalhes e para manter-se atenta na realização das tarefas ou atividades lúdicas; seguir instruções até o fim e concluir os trabalhos escolares; organizar tarefas; envolver-se em atividades que exigem esforço mental prolongado, entre outras. Já os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade são caracterizados por diversos comportamentos da criança como: frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira; corre ou sobe nas coisas em situações inapropriadas; possui dificuldade para brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; fala em demasia; apresenta dificuldade para esperar a sua vez, entre outras. Para que o diagnóstico de TDAH seja estabelecido, o indivíduo deve apresentar seis ou mais sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade/impulsividade por um período mínimo de seis meses, em um grau considerado inconsistente com o nível do desenvolvimento, sendo que estes sintomas podem acarretar prejuízos nas áreas acadêmicas, ocupacional e social, consideradas importantes na vida do indivíduo. 
Ainda segundo as autoras acima alguns fatores podem contribuir no processo de avaliação, tais como, pais, paciente, professores e médicos.  O uso de escalas objetivas para pais e professores e a testagem neuropsicológica são apontadas como avaliações complementares que contribuem para o diagnóstico, promovendo maior segurança das informações. Outra importante forma de avaliação complementar é a testagem psicológica e também alguns instrumentos de avaliação podem ser relevantes para reforçar a hipótese diagnóstica de TDAH, sendo eles o Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC), a Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, entre outros. 
Uma questão importante na elaboração do plano de tratamento é a análise do prejuízo dos sintomas, as comorbidades, a motivação do paciente e a disponibilidade da família. E também a estruturação das sessões com o público infantil deve ser mais atrativa e criativa, sendo utilizadas estratégias lúdicas. (DE PAULA E MOGNON, 2017) 
 Para as autoras De Paula e Mognon (2017) as técnicas utilizadasno tratamento do TDAH na perspectiva da TCC são: a psicoeducação que é utilizada nas sessões iniciais do tratamento, essa técnica consiste no ensino sobre o transtorno para o paciente, a família e os professores passam a compreender melhor os sintomas e prejuízos acarretados pelo transtorno, desfazendo rótulos comumente empregados a essas crianças. Já a técnica de solução de problemas tem por objetivo de agir no déficit de controle inibitório, caracterizado pelo “agir antes de pensar”, possibilitando dessa forma, treinar o pensamento antes da ocorrência do comportamento. 
Outras técnicas muito utilizadas são a autoinstrução que permite amenizar as dificuldades na manutenção da atenção, promovendo o desenvolvimento do controle comportamental do paciente por meio de um treinamento da autoinstrução que apresenta o terapeuta como modelo no início do desenvolvimento da técnica até a internalização do procedimento pelo paciente. E no automonitoramento e autoavaliação a criança é orientada a fazer uma marcação em um formulário de registro comportamental toda vez que o comportamento que está sendo avaliado ocorrer. Aumentando assim a conscientização da criança com TDAH sobre o seu próprio comportamento. (DE PAULA E MOGNON, 2017) 
Ainda de acordo com as autoras acima, as crianças com TDAH apresentam dificuldades significativas no planejamento de atividades futuras, assim, a técnica de planejamento e cronograma é uma importante estratégia para resolução desse problema. Com o auxílio do terapeuta, o paciente organiza as tarefas e compromissos fixos numa grade semanal, sendo estabelecido tempo necessário para cada atividade e, em seguida, as metas da semana são subdivididas e inseridas no planejamento. Outra técnica utilizada é o sistemas de recompensas e/ou de fichas que têm como objetivo premiar comportamentos adequados do paciente a partir de recompensas (reforçadores) para o comportamento esperado. Já o custo de resposta é uma técnica em que ocorre a retirada de pontos durante a sessão em virtude da apresentação de determinados comportamentos inadequados apresentados pela criança. Os pais também podem ser orientados para a utilização dessa técnica em casa. 
Os pais, cuidadores e familiares são de suma importância no processo psicoterápico do TDAH.O treinamento de pais favorece a modificação de comportamentos disfuncionais da criança, fortalecendo também aqueles mais desejáveis a partir do uso de técnicas de controle de contingências. A intensificação das sessões com os pais também melhoram os resultados da terapia e salientam que os mesmos exercem uma função de facilitadores no tratamento, uma vez que podem auxiliar a criança no uso de estratégias e nas tarefas de casa quando solicitado. A orientação dos professores também é muito importante, visto que estão incluídos desde o momento da avaliação, com o preenchimento de escalas específicas, sendo orientados até o final do tratamento. Quando o psicoterapeuta não consegue o apoio da escola, o tratamento tende a ficar limitado. (DE PAULA E MOGNON, 2017) 
No trecho a seguir Osho (2006, p.9) me trás muita reflexão ao descrever a cena de uma sala de aula e a desatenção de um aluno: 
“O professor fica dizendo aos alunos: ‘Prestem atenção ao que eu falo! Fiquem atentos!’ Eles estão atentos, mas a outra coisa. Um pássaro está cantando a plenos pulmões fora da sala de aula, e a criança está atenta ao pássaro. Ninguém pode dizer que ela não está atenta, ninguém pode dizer que ela não é meditativa, ninguém pode dizer que ela não está em profunda concentração; ela está! Na verdade ela esqueceu completamente do professor e das contas que o professor está fazendo no quadro negro. A criança está completamente desatenta a tudo isso, mas está inteiramente possuída pelo pássaro e pelo seu canto. Mas o professor diz ‘Fiquem atento! O que você está fazendo? Não se distraia’. Na verdade o professor está distraindo a criança! Ela está atenta, e essa atenção está acontecendo naturalmente. Aí escutar o pássaro, ela está feliz, e o professor a está distraindo. O pássaro era mais atraente para ela, então o que fazer ? O professor não era tão atraente, as contas não despertavam interesse.”
Analisando o trecho acima, me arisco a dizer que talvez seja por isso o alto indice de crianças com transtornos de deficit de atenção, por diagnósticos equivocados. Muitos professores encaminham alunos alegando TDAH, mas será que não seria o professor tedioso demais para aquela criança? Fazendo assim com que a criança mude seu foco de atenção. Eu mesma passei por isso quando estava na primeira série minha professora me batia sempre que errava algo, com isso adquiri um medo de responder perguntas e estar errado. Quando comecei a segunda série ficava inquieta e desatenta na sala porque tinha medo da professora me perguntar algo. E com isso a professora pediu para minha mãe me levar ao terapeuta, pois ela acreditava que eu tinha TDAH. Fiquei três meses indo até a terapia e a minha terapeuta não me perguntava nada, então eu passava os 50 minutos em silêncio, então a terapia se tornou uma tortura para mim. Eu conseguia conversar muito mais com a minha fonoaudióloga do que com a minha terapeuta. 
Até que minha terapeuta afirmou para minha mãe que eu tinha TDAH, sem fazer a utilização de nenhum instrumento de avaliação, sem nem ao menos ter uma conversa comigo e com isso me encaminhou para um psiquiatra, pois precisava de remédios. Sorte que neste momento minha mãe decidiu me levar em outro psicólogo para ouvir outra opinião e este logo no primeiro mês já disse para minha mãe que o que eu tinha era um trauma, um medo de errar e que a agitação na mesa era a ansiedade e a desatenção era um mecanismo de defesa para evitar perguntas. 
Agora com todas essas reflexões e artigos fica claro para mim quantas etapas envolvem um diagnóstico correto e quantas inúmeras formas se tem para um tratamento de TDAH. E o quão triste é ver psicólogos deixando tudo que aprenderam de lado e focando apenas no dinheiro e não no paciente. Ou até mesmo professores pensando apenas em passar matéria e não se importando se aquela didática utilizada instiga o aluno e o motiva a aprender ou não. 
Casos Midiáticos: 
A verdade é que, quando as pessoas com TDAH são capazes de encontrar algo que lhes causam paixão, elas provavelmente se dedicam mais do que qualquer um. E exemplos não faltam…
Adam Levine 
Guitarrista e principal compositor da banda Maroon 5, desabafou durante uma entrevista em 2011 que, ao longo da vida, lutava conta TDAH e revelou o quão difícil era o tempo em que precisava se concentrar para concluir algum trabalho escolar. Os desafios aos quais estava submetido, na época em que frequentava a escola, deixavam-no extremamente frustrado. Já adulto e trabalhando de forma mais engajada com a música, continuou a apresentar dificuldades no estúdio, principalmente quando precisava compor novas músicas. “No primeiro álbum, eu me lembro muito claramente de ficar travado e não ser capaz de me concentrar. Eu tinha 30 ideias flutuando pela minha mente e não conseguia colocá-las no papel. Voltei ao médico para discutir os meus sintomas e aprendi que eu ainda tinha TDAH, e que o mesmo poderia me afetar na idade adulta. Uma vez que soube disso, fui capaz de trabalhar com o meu médico para gerenciar os sintomas”, disse Adam Levine. 
Walt Disney 
Um dos maiores empresários de todos os tempos foi rejeitado em um de seus primeiros empregos devido à “falta de criatividade”, deu a volta por cima e transformou o que eram desenhos crus em uma marca poderosa, instantaneamente reconhecível em todos os cantos do mundo. Mesmo sendo portador de TDAH, Disney foi capaz de construir um império e criar um produto que realmente conquistou as pessoas.
Will Smith 
Will Smith é um dos maiores atores negros de Hollywood. Will Smith se diz inquieto, longe de parar. Ele mesmo confirmou que “sofre” de TDAH. Em entrevista à revista Rolling Stone, Smith disse: “eu era a única diversão queteve problemas para prestar atenção.”

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