Buscar

aula 05 - IRC

Prévia do material em texto

Insuficiência renal crônica – IRC
Doença Renal Crônica - DRC
Baseada em 3 componentes
• Anatômico ou estrutural 
• Funcional – determinado pela TFG (taxa de 
filtração glomerular
• Temporal – tempo das alterações
Por esta definição é portador de DRC. Qualquer 
individuo que por um período maior ou igual a 3 
meses, apresente alteração da TFG associada a 
alguma lesão da estrutura renal ( hematúria, 
proteinúria, microalbuminuria)
Características 
Decorrente de mudanças degenerativas 
progressivas nos tecidos renais 
Nesse estágio permanecem poucos néfrons 
em funcionamento, que gradativamente se 
deterioram 
Pode resultar de diversas doenças que 
envolvem os néfrons
1. Doença metabólica com envolvimento 
renal (DM)
2. Hipertensão
3. Glomerulonefrite crônica
Indivíduos com risco de desenvolver DRC
Risco elevado
Hipertensos
Diabéticos 
Portadores de doença cardiovascular
Indivíduos com historia familiar de DRC
Risco moderado
Portadores de glomerulopatias ou litíase 
renal
Transplantados renais com rejeição 
crônica 
Indivíduos expostos a drogas 
nefrotóxicas
Indivíduos com infecção sistêmica e 
neoplasias
Sintomas são resultantes
Perda progressiva de néfrons
Redução do fluxo sanguíneo 
Os néfrons se deterioram e perdem 
gradativamente sua capacidade para manter 
o balanço hídrico , a concentração de solutos 
nos fluídos e o balanço de eletrólitos.
Conforme a insuficiência renal progride, o 
nível de produtos de excreção leva aos 
sintomas de uremia, que é definida como a 
síndrome do mal estar, fraqueza, náusea e 
vômitos, comprometimento neurológico que 
é ocasionado por um nível inaceitável de 
excreções nitrogenadas no corpo.
A perda de néfrons acarreta inúmeros danos 
metabólicos.
1. Equilíbrio de eletrólitos  decorrente da 
redução da função dos néfrons
Sódio  com a diurese concentrada, a 
perda de sódio contribui para uma redução 
no volume de fluido extracelular, quando 
ocorre um aumento na ingestão de sódio, 
este não pode ser prontamente excretado, 
o que vem a causar edema. 
Potássio  o equilíbrio do potássio não 
costuma ficar de imediato prejudicado, 
isso se dá quando a oligúria se agrava.
2. Retenção de nitrogênio  o aumento da 
perda da função dos néfrons acarreta 
quantidades elevadas de metabólicos de 
nitrogênio, como a ureia e a creatinina.
3. Anemia  ocorre prejuízo na produção de 
células vermelhas
4. Hipertensão  resultante da isquemia 
ocorrida quando o fluxo sanguíneo para o tec. 
renal está cada vez mais prejudicado
A sede, anorexia, perda de peso, diarreia ou 
vômito são consequências da função renal.
A DRC pode ser classificada em estágios 
baseada na TFG
Estágio Classificação TFG
(ml/min)
Albuminúria
1 Lesão renal com TFG normal ou 
aumentada
≥ 90 Presente
2 Lesão renal com leve da TFG 89 - 60 Presente
3 a Lesão renal com moderada da 
TFG
59 – 45 Presente ou 
ausente
3b Lesão renal com moderada da 
TFG
44 – 30 Presente ou 
ausente
4 Lesão renal com grave da TFG 29 - 15 Presente ou 
ausente
5 Insuficiência renal terminal ou 
fase dialítica
< 15 Presente ou 
ausente
Estado Nutricional e DRC
Fatores que contribuem para a redução da 
ingestão alimentar
Redução da acuidade do paladar
Inflamação crônica
Restrição alimentar excessiva
Grande numero de medicamentos
Aspectos emocionais e psicológicos
Piorada qualidade de vidasedentarismo
Uremia 
Aumento do catabolismo proteico
Resistência à ação da insulina
Acidose metabólica
Peritonite inflamação crônica
Avaliação Nutricional na DRC
Cuidados com pacientes portadores de DRC
• Peso seco- utilizados em pacientes dialíticos, 
peso sem edema 
• Descontar o peso do liquido dialítico dos 
pacientes em diálise peritonial
• Utilizar marcadores bioquimicos
Parâmetro Limites de normalidade Valores desejados na 
DRC
Albumina (g/dl) 3,5 a 5 >3,8 a 4
Pré-albumina 
(g/dl)
19 a 38 > 30
Colesterol 
(mg/dl)
< 200 100 a 200
Marcadores bioquímicos mais utilizados na 
avaliação nutricional do paciente com DRC
Tratamento da DRC
O tratamento da DRC compreende duas fase :
• Fase não dialítica ou conservadora
• Fase dialítica ou de terapia renal 
substitutiva: hemodiálise ou diálise 
peritonial
Terapia Nutricional
O tratamento deve ser individual e ajustado 
conforme a progressão da doença.
Objetivos:
Reduzir e minimizar a degradação proteica;
Evitar desidratação ou super hidratação;
Corrigir a depleção de eletrólitos e evitar excessos.
Manter um bom estado nutricional
Manter o apetite
Controlar complicações – hipertensão, dislipidemias
Retardar a progressão da insuficiência renal, 
adiando a diálise.
Proteína  os pacientes na fase pré-diálise da 
IRC necessitam em torno de 0,6g/kg para 
manter o balanço nitrogenado, podendo 
variar até 0,8g/kg. Para assegurar um bom 
aporte de aminoácidos essenciais, 2/3 da 
proteína ingerida devem ser de alto valor 
biológico.
A recomendação de quando iniciar a dieta 
para os pacientes com IRC é baseada nos 
seguintes critérios.
❖Grau de DRC – é indicado o controle 
proteico na DRC moderada
❖Presença de progressão da DRC
❖Grau de proteinúria 
Energia 
Idade Energia 
≥ 60 anos 30 a 35 kcal/kg/dia
< 60 anos 35 kcal/kg/dia
Carboidratos – 50 a 60% do VET
Lipídios – 25 a 35 do VET
Recomendação de Proteína 
DRC Proteína 
Estágios 1 e 2 (TFG ≥ 
60ml/min)
Normal – 0,8 a 1,0g/kg/dia
Estágio 3 (TFG 59 a 
30ml/min)
0,6 a 0,75g/kg/dia
Estágio 4 (TFG 29 a 15 
ml/min)
0,6 a 0,75g/kg/dia
Estágio 5 (TFG < 15ml/min) 0,6 a 0,75g/kg/dia
Diabete descompensado 0,8g/kg/dia
Proteinúria 0,6 a 0,8g/kg/dia
> 3g/24h 0,8 + 1g proteína para cada g de 
proteína excretado
Em todos os estágios, 50% do total de proteína deve ser PAVB
A redução na ingestão proteica visa
retardar a progressão da DRC, 
prevenindo o dano renal.
O consumo elevado de proteína leva a
microalbuminúria e a proteinúria.
Água  deve ser controlada, suficiente para 
manter o volume urinário. O monitoramento 
do peso corporal e do volume de excreção 
urinária auxilia no manejo hídrico.
Sódio  a necessidade é bastante variada. 
Quando há edema ou hipertensão deve ser 
restrita. Normalmente irá variar de 1 a 3g de 
NaCl/dia.
Não é recomendável o uso do sal dietético, pois
contém potássio em sua composição.
Potássio  não é normalmente restringido, 
até que haja uma perda significativa na 
função renal. A ingestão deve ser 
adequada, conforme os níveis sérios.
Fosforo  deve ser restrito na 
hiperfosfatemia, que ocorre normalmente 
quando a TFG é inferior a 25ml/min. 
Presente em alimentos proteicos e nos
aditivos alimentares a base de fosforo.
Anemia
Complicação frequente, sendo a depleção de
eritropoetina o fator mais comum seguido da 
deficiência de ferro
Carambola – pode provocar neurotoxidade, 
por causa de uma neurotoxina normalmente 
depurada pelo rim.

Continue navegando

Outros materiais