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Prática Simulada IV (Semana 04)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS – SC
(10 LINHAS)
PROCESSO Nº XXXXXXXXX
		
	PEDRO DE CASTRO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº…, residente e domiciliado a …, com endereço eletrônico xxx, vem por seu advogado infra-assinado, com escritório na Rua xxx, propor a presente
EMBARGOS À EXECUÇÃO
pelo rito especial de execução, em face de BANCO QUERO SEU DINHEIRO S/A, inscrita no CNPJ n°..., com sede (endereço completo), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I- DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE
O embargante não é parte legítima para figurar no polo passivo da execução em trâmite.
Frisa- se que a ausência de legitimidade, impede o magistrado de analisar o mérito da causa, e como o momento processual é uno, requer, o embargante a extinção do feito sem julgamento do mérito, art.337, XI do CPC.
II- DOS FATOS
Trata- se de ação de execução por título extrajudicial, assinada pela embargante como fiança de um empréstimo de mútuo.
Frisa- se que o embargante quitou o referido empréstimo em abril de 2016, sem, contudo, receber a nota promissória do empréstimo quitado. É importante mencionar que o embargante tomou conhecimento da execução em curso e da penhora do seu consultório situado na rua xxx, centro, Florianópolis.
Urge ressaltar, que apesar da nota promissória está assinada pelo embargante (executado), tal título não se refere ao contrato em que o embargante está sendo executado, portanto o mesmo está sendo cobrado por uma dívida que não tem legitimidade, que não é parte legítima.
III- DOS FUNDAMENTOS
O título obrigacional no qual Pedro se comprometeu como fiador foi somente o primeiro, no qual já foi devidamente quitado, apesar de não ter recolhido a nota promissória que assinou. 
Entretanto, o mesmo não assumiu vínculo com o segundo empréstimo, por livre e espontânea vontade. 
O Banco se aproveitou do documento do qual já tinha posse para vincular o autor sem seu consentimento, sendo assim o título executado é inexequível e inexigível, como trata o seguinte dispositivo legal do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: 
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
Uma vez que a avaliação ocorreu sem o consentimento do autor esta pode ser considerada de má-fé e indevida. Pois para que uma pessoa se comprometa como avaliador, é fundamental estar ciente do ato praticado. E no caso, não foi o que aconteceu. O autor não assinou novo documento para celebração de novo negócio jurídico, sendo assim não pode ter penhorado, os seus bens.
Pois, em nenhum momento se comprometeu a assegurar a garantia do segundo negócio celebrado. 
No que está assegurado o seu direito no dispositivo abaixo citado. 
Art. 917, CPC: 
II - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
Diante dos fatos narrados, resta evidente, ser o Embargante, parte ilegítima no polo passivo da referida ação, pois não tem relação nenhuma com o contrato ora executado.
IV- DA LITIGÂNCIA DE MÁ- FÉ
No caso em tela, trata- se de litigância de má-fé do banco, ora embargante, com fundamento nos arts. 79 e 80 do CPC. 
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Uma vez que foi utilizado um título executivo já quitado pelo embargante. E ainda o embargante teve seu consultório dentário penhorado na execução em curso, caracterizado, portanto, a litigância de má-fé, requerendo a aplicação de multa pecuniária de 20% sobre o montante da execução.
V- DO EFEITO SUSPENSIVO
No presente caso, o embargante encontra- se com o bem penhorado, e com fundamento no art. 919, § 1º do CPC, requer a suspensão do feito até a análise das matérias elencadas nos presentes embargos. É importante mencionar que os requisitos dos art. 300 do CPC e seguintes, dispõe da tutela de urgência, estão presentes o fumu boni iuris e o periculum in mora.
VI- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
A) O deferimento da tutela de urgência, a aplicação do efeito suspensivo atribuído à execução, com a suspensão da execução contra o embargante, sob pena de multa;
B) A citação do embargado, para querendo, conteste o feito no prazo de 15 dias;
C) Seja reconhecida a litigância de má-fé do embargado, sob pena de multa, a aplicação da multa conforme art. 79 e seguintes do CPC;
D) Seja reconhecida a ilegitimidade passiva do embargante, com a consequência, extinção da execução, bem como a desconstituição da penhora do imóvel do embargante;
E) A condenação do embargado nas custas e honorários advocatícios, sob o valor da execução.
VII- DAS PROVAS
Requer a produção de todas provas em direito admitidas, em especial a prova documental.
VIII- DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á o valor da causa R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Termos em que, 
Pede deferimento.
Duque de Caxias, XX de XXX de XXXX.
Advogado
OAB/RJ: XXX.XXX