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Caso 4 - PRATICA CIVEL

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DISCIPLINA: PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS. 
(10 linhas)
Embargos à Execução por dependência ao Processo nº__________________
 PEDRO DE CASTRO, vem por seu advogado, com endereço profissional na__, bairro__, cidade__, Estado__, que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, propor: 
EMBARGOS À EXCUÇÃO
em face do BANCO QUERO SEU DINHEIRO S/A, inscrito no CNPJ n °__, com sede no Rio de Janeiro/RJ, pelos fatos e fundamentos a seguir: 
I – DOS FATOS 
 O Embargante assumiu o encargo de avalista em um contrato de empréstimo de mútuo financeiro junto a Sr.ª Laura e o Banco Quero Seu Dinheiro S.A, em agosto de 2015, no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais) a serem pagos em 30 parcelas mensais e sucessivas. Como garantia assinou uma nota promissória. 
 Em março de 2016, foi informado pelo Banco que a Sra. Laura havia deixado de cumprir sua obrigação, a partir da quarta parcela, vencida em dezembro de 2015. Objetivando evitar maiores transtornos, o Embargante quitou a dívida em 03/04/2016 sem solicitar que lhe fosse entregue a nota promissória que havia assinado. 
 Recentemente, Sr. Pedro foi surpreendido ao ser informado pelo porteiro do edifício no qual tem seu consultório que havia sido	procurado por	um oficial de Justiça. Embargante identificou que se encontra no polo passivo como Executado, em Ação de Execução fundada em título executivo extrajudicial em face dele e da titular do contrato, Sr.ª Laura. 
 Contudo, a execução e penhora são indevidas, porque o Embargante não tem relação nenhuma com o contrato em execução. Tendo em vista que o Embargado está executando outro empréstimo contraído pela Sra. Laura, no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), e não possuí qualquer garantia.
 Este contrato em que foi avalista, foi devidamente adimplido, pelo pagamento da nota promissória que está vinculada ao contrato quitado em abril/2015. E mesmo assim, o Embargado a utilizou para embasar a Execução.
 Além disso, o Embargado requereu a penhora do consultório do Embargante, situado na Rua Nóbrega nº 36, sala 801, Centro, Florianópolis-SC, o que foi deferido pelo juiz, e o Embargante já foi intimado. 
II – DOS FUNDAMENTOS
 Tendo em vista a relevância dos fundamentos, e a ilegitimidade passiva do Embargante na Ação de Execução e conforme o Art.739 A, § 1 º do CPC, deverá ser atribuído o efeito suspensivo da execução do imóvel acima citado, do Embargante. 
Pois o prosseguimento da Execução poderá causar ao Embargante grave dano de difícil ou incerta reparação.
Nesta linha, 
O referido artigo 739-A alterou o disposto no CPC/73 e passou a indicar que os embargos à execução opostos pelo devedor não possuiriam, em regra, efeito suspensivo, sendo que caberia ao juiz, observando o fumu boni iuris e o periculum in mora, além da garantia do juízo atribuir à peça defensiva efeito suspensivo e, portanto, paralisar a execução fiscal. 
O CPC, manteve a alteração formulada, a qual passou a atribuir o efeito suspensivo aos embargos opostos somente após a apreciação do magistrado a respeito da necessidade de dano de difícil reparação 
José Carneiro da Cunha preleciona: 
"A lei 6.830/80 não trata dos efeitos decorrentes da propositura dos embargos o executado. Incidem, diante disso, as novas regras contidas no CPC. Significa, então, que, ajuizados os embargos, a execução fiscal não estará, automaticamente, suspensa. Os embargos não suspendem mais a execução fiscal, cabendo ao juiz, diante de requerimento do executado e convencendo-se da relevância do argumento e do risco de dano, atribuir aos embargos o efeito suspensivo. Em outras palavras, a execução fiscal passará a ser suspensa, não com a propositura dos embargos, mas sim com a determinação judicial de que os embargos merecem, no caso concreto, ser recebidos com efeito suspensivo." (destaques adicionais)
No mesmo sentido:
Doc. LEGJUR. 150.5244.7007.1500
TJRS. DIREITO PRIVADO. EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO. LEGITIMIDADE PASSIVA. FALTA. APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. NOTA PROMISSÓRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. LITERALIDADE. PREPONDERÂNCIA. TEORIA DA APARÊNCIA. INAPLICABILIDADE.
Não constando o executado no título de crédito como emitente, avalista ou garantidor, é parte ilegítima para constar no pólo passivo da ação de execução contra si promovida, já que prepondera, na espécie, o princípio da literalidade. Logo, somente detêm legitimidade passiva aqueles que firmaram a nota promissória e obrigaram-se ao pagamento.
Teoria da aparência não aplicável ao caso. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.
II. A - DO EFEITO SUSPENSIVO
 O embargante requer que seja atribuído o efeito suspensivo, para impedir a penhora, tendo em vista presentes os requisitos e elementos que evidenciam a probabilidade do direito e o perigo do dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme artigo 919, § 1º, artigo 300 do Código de Processo Civil, fumus boni juris e periculum in mora.
II. B – ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EXECUÇÃO
 Sr. Pedro, ora embargante, não é parte legítima, uma vez que não foi avalista do segundo empréstimo no valor de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), pois não foi dada garantia, não houve vinculação e nem autorização para inclusão deste no pólo passivo. 
 O aval realizado, foi apenas para o primeiro empréstimo, no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais), o qual já foi quitado em abril/2016.
Com fulcro no artigo 337, XI, CPC, incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar a ausência de legitimidade ou de interesse processual. 
III- DOS PEDIDOS
 Diante do exposto, requer:
1- Que seja condenado por esse juízo a suspensão da presente execução. 
2- Intimação do Embargado.
3- Que seja acolhida a ilegitimidade passiva do Embargante na execução, desconstituindo a penhora que incide sobre o seu imóvel.
4 – Condenação do embargado ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa.
IV- DAS PROVAS 
 O Embargante demostra os fatos alegados através de prova documental. 
V- DO VALOR DA CAUSA 
 Dá-se à causa o valor de R$__ (valor do bem penhorado).
Nestes Termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB/UF

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