Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Gestão 2016-2018 CURSO DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS COM CNAI 2 ÍNDICE Histórico da avaliação de imóveis no Brasil .............................................. 03 Associação Brasileira de Normas Técnicas .............................................. 06 Definições, símbolos e abreviaturas .......................................................... 10 Legislação e normas aplicáveis e utilizadas em avaliação de imóveis...... 18 O corretor de imóveis e a ética profissional .............................................. 28 Procedimentos de excelência ................................................................... 31 Métodos de avaliação de imóveis .............................................................. 32 Avaliação de imóveis urbanos ................................................................... 34 Avaliação de imóveis rurais ....................................................................... 45 Código Florestal Brasileiro ......................................................................... 52 Valor de locação ou arrendamento ............................................................ 55 Tabela de Ross-Heidecke para depreciação de imóveis .......................... 56 Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) ............................. 59 Laudo de Perícia Judicial ........................................................................... 62 O Corretor de Imóveis assistindo ao judiciário .......................................... 64 Honorários sobre avaliação de imóveis ...................................................... 68 Modelos de PTAM: Apartamento .................................................................................... 70 Casa residencial – método evolutivo ............................................... 103 Sala comercial ................................................................................. 111 Casa residencial – método comparativo ......................................... 125 Terreno ............................................................................................ 139 Gleba urbanizável ............................................................................ 147 Exercícios de Revisão e Fixação ............................................................... 155 Bibliografia .................................................................................................. 161 3 HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS NO BRASIL E assim começaram as primeiras habitações no Brasil. Na época não havia compras e vendas. Quando da criação das Capitanias Hereditárias, os donatários recebiam grandes extensões de terras com o objetivo de promover a colonização. De toda a produção e riquezas naturais das terras recebidas, 1/6 eram doadas ao governo. Excetuando as capitanias de Pernambuco e de São Vicente, que prosperaram, as demais não lograram sucesso. Posteriormente, os imóveis eram doados, pelos governantes aos bem-relacionados. Criado o Governo Geral, surgiram várias vilas para abrigarem aqueles que vinham em busca do pau-brasil que era, na ocasião, um produto de grande aceitação. Com o surgimento e o desenvolvimento da plantação da cana de açúcar e da exploração do minério, em Minas Gerais, a então primeira capital do Brasil, Salvador na Bahia, cedeu o seu lugar para a cidade do Rio de Janeiro. Tal acontecimento deu-se ao fato de ser o Rio de Janeiro próximo ao Estado de Minas Gerais e consequentemente, mais facilidade para o deslocamento em busca da exploração do ouro, o produto mais almejado da época. Novas moradias foram surgindo para abrigarem o grande deslocamento de pessoas que se dedicavam, principalmente, à extração de ouro das Minas Gerais. 4 Em 1808 com a chegada da Família Real ao Brasil, no Rio de Janeiro, novos deslocamentos de pessoas surgiram. Várias habitações foram tomadas pela Família Real e, nas casas escolhidas, eram afixadas as letras PR que representavam ser aquela habitação para uso da Família Real e os seus ocupantes, obrigatoriamente, teriam que desocupá-la sem nenhum direito; PR era pelos ocupantes traduzida como “ponha-se na rua”. A Lei 601, de 18 de setembro de 1850, foi a primeira lei a ser criada no Brasil relacionada ao Mercado Imobiliário, tendo sido regulamentada em 30 de janeiro de 1854 pelo decreto Imperial nº 1318, pondo fim às concessões de terras, instituídas pelo Governo Português em 1375. Surge a propriedade particular no início do século XIX, seguindo-se o movimento abolicionista, quando os escravos deixam de ser a melhor forma de capital dos fazendeiros e as terras apresentam o seu valor. Assumindo esse valor e não sendo os escravos mais obrigados a morar nas fazendas, inicia-se a especulação imobiliária através de aluguéis, arrendamentos e produção agrícola; também se iniciam os empréstimos bancários dando como garantia esses imóveis. Em 1918 foi publicado um dos primeiros artigos sobre avaliação de imóveis no Brasil, nos Boletins do Instituto de Engenharia da Revista Politécnica e da Revista de Engenharia Mackenzie. Em 1923 os professores Florence Ulhôa Cintra, José Sá da Rocha e Vitor da Silva Freire começaram a utilizar na prefeitura paulistana novos métodos de avaliação de terrenos como a Curva de Profundidade Lindsay Bernard. Em 1929, na mesma prefeitura, começaram a utilizar o procedimento acima descrito na Divisão de Taxa de Melhoria e Avaliações (é um departamento da Secretaria de obras e serviços de prefeitura de São Paulo). Algumas publicações foram realizadas logo após em 1929 e 1930 pelo engenheiro Luiz Carlos Berrini. Seu primeiro livro “Avaliações de Terrenos” dá grande destaque a fórmula de Harper para a avaliação de lotes de terrenos, apresentando também sua adaptação à empregabilidade em lotes irregulares e chegou a ser denominada ”Fórmula de Harper 5 Berrini”. Em 1949, o “Avaliações de Imóveis” desperta um grande interesse no meio técnico, onde é chamada até hoje “A Bíblia de Avaliação de Imóveis”. Ernani Ferraz Nogueira, também engenheiro, sentindo a necessidade de uma unidade aplicável, propôs três métodos de avaliação classificados como método de capitalização, método comparativo e método de custo de reprodução. Durante muito tempo os engenheiros desejavam ter a exclusividade nas avaliações de imóveis e muitas polêmicas surgiram, chegando às portas do Judiciário, ora beneficiando os engenheiros, ora, os corretores de imóveis. Em 2007 os engenheiros representados pelo seu órgão de classe CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura) e o IBAPE /SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Pesquisas) moveram uma ação contra o COFECI, querendo anular a resolução COFECI 957/2006, mais tarde substituída pela Resolução COFECI 1066/2007 que estabeleceu nova regulamentação para o funcionamento do Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, assim como para elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica e dá outras providências. Os engenheiros não foram felizes na ação impetrada objetivando a exclusividade nas avaliações imobiliárias; perderam em todas as instâncias, não cabendo mais recursos (transitado em julgado). Os Corretores de Imóveis conquistaram assim o direito à elaboração da Avaliação Mercadológica de Imóveis sintetizada no documento PTAM (Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica). O Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica é elaborado em conformidade com a Lei 6.530/78 que dá nova regulamentação à profissão de corretor de imóveis, com a Resolução COFECI 1066/2007, Ato Normativo 001/2011 e com as normas da série 14653 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.6 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional da Normalização através da Resolução nº 07, de 24/08/1992 do CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial). É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization) da COPANT (Comissão Pan-americana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das entidades de normalização das seguintes entidades internacionais: ISO (International Organization for Standardization); IEC (International Eletrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização). A ABNT é responsável pela publicação das Normas Brasileiras (ABNT/NBR) elaboradas pelos seus COMITÊS Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/NOS) COMISSÕES de Estudos Especiais (ABNT/CEE). NORMAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) Norma Técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de grau ótimo de ordenação em um dado contexto. NORMAS BRASILEIRAS DE AVALIAÇÃO DE BENS A NBR 14653, que trata de avaliação de bens, é composta de sete partes. Abordaremos as relacionadas com a Avaliação Mercadológica de Imóveis, ou seja, as partes de 1 a 4. 7 Parte 1 – Esta parte da NBR 14653 estabelece diretrizes e procedimentos gerais para a Avaliação de Bens, classificando sua natureza, instituindo definições e terminologias. Descreve ainda as atividades básicas a serem desenvolvidas, definindo metodologias de aplicação, especificando graus de fundamentação e precisão, além de indicar os requisitos básicos de Laudos e Pareceres Técnicos. Parte 2 – Imóveis Urbanos Parte 3 – Imóveis Rurais Parte 4 – Empreendimentos Parte 5 – Máquinas, Equipamentos, Instalações de Bens Industriais em geral Parte 6 – Recursos Naturais Parte 7 – Patrimônios Históricos A NBR 12721/92, que trata da Avaliação e Custos Unitários Básicos (CUB) e preparo de orçamento de construção para incorporação de edifícios em condomínios, também é importante no contexto de avaliação mercadológica. Todos os meses o SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil) de cada Estado, publica os preços do m² para os três padrões de construções: Baixo, Médio e Alto. CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DA CONSTRUÇÃO (LEI Nº 4.591/64) Estes Custos Unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12721:2006, em cumprimento à Lei nº 4.591/64, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentos e, portanto, constituem nova série histórica de Custos Unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006. Eles correspondem aos valores do metro quadrado da construção para os diversos padrões estabelecidos pela Norma, e devem ser utilizados para o preenchimento da documentação do Memorial de Incorporação a ser apresentado ao Cartório de Registro de Imóveis. 8 Os números 1, 4, 8 e 16 referem-se ao número de pavimentos dos projetos. As letras B, N e A referem-se aos padrões de acabamento da construção: Baixo, Normal ou Alto. Na formação destes Custos Unitários Básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: a) fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; b) elevador(es); c) equipamentos e instalações, tais como fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação, exaustão e outros; d) playground (quando não classificado como área construída); e) obras e serviços complementares, tais como urbanização, recreação (piscinas e campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; f) outros serviços; g) impostos, taxas e emolumentos cartoriais; h) projetos arquitetônicos, projetos estruturais, projetos de instalação e projetos especiais; i) remuneração do construtor; j) remuneração do incorporador. Desta forma, os valores acima não podem ser considerados como preços e tão somente como valores de referência. . As avaliações de bens são regidas pela NBR da série 14653, parte 1, homologada em 2001, na qual encontramos as diretrizes para os procedimentos de excelência relativos ao exercício profissional e que é exigível em todas as manifestações escritas vinculadas as atividades de avaliações. É nessa parte da norma que se relacionam e se definem os métodos para identificar o custo de um bem, para identificar indicadores de viabilidade da utilização econômica de um empreendimento e ainda definem a escolha do método que deve ser compatível com a natureza do bem avaliando, a finalidade da avaliação e os dados de mercado disponíveis. Sempre que possível para a identificação do valor de mercado deve-se utilizar o método direto comparativo de dados de mercado. Ainda na NBR 14653-1 encontramos no item 3.29 a definição de Laudo de avaliação - Relatório técnico elaborado por engenheiro de avaliações em conformidade com esta parte da NBR 14653, para avaliar o bem. 9 Encontramos ainda no item 3.34 a definição de Parecer Técnico: “Relatório circunstanciado ou esclarecimento técnico emitido por um profissional capacitado e legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade”. Concluímos que os engenheiros realmente têm a exclusividade para a elaboração de Laudo de Avaliação, porém o corretor de imóveis pode elaborar Parecer Técnico, pois é um profissional capacitado, por ter o curso de Técnico em Transações Imobiliárias, está habilitado quando inscrito no seu órgão de classe (CRECI) e sendo assunto de sua especialidade: Mercado Imobiliário. 10 DEFINIÇÕES, SÍMBOLOS E ABREVIATURAS UTILIZADOS EM AVALIAÇÕES DE IMÓVEIS PRINCIPAIS DEFINIÇÕES ACESSÓRIO Bem que se incorpora ao principal e que possui valor isoladamente, incorporado ou não a ele. AMOSTRA Conjunto de dados de mercado representativos de uma população. AMOSTRAGEM Procedimento utilizado para constituir uma amostra. ARRENDAMENTO Retribuição pela cessão de direitos à exploração, uso ou fruição de um bem capaz de produzir frutos, por prazo certo e condições convencionadas. AVALIAÇÃO É o conjunto de operações que leva à determinação técnica do valor de um imóvel, ou de direito sobre ele. AVALIAÇÃO DE BENS Análise técnica, realizada por engenheiro de avaliações, para identificar o valor de um bem, de seus custos, frutos e direitos, assim como determinar indicadores da viabilidade de sua utilização econômica, para uma determinada finalidade, situação e data. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA É a tarefa de obter uma estimativa do provável valor que um imóvel pode atingir no mercado, considerando-se: As características particulares do imóvel Condições normais de mercado Razoável equilíbrio entre as partes Prazo e condições de negociação razoáveis BEM Tudo que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de direito, que integra um patrimônio. Ex.: apartamento, automóvel, fundo de comércio etc. 11 BEM TANGÍVEL É o bem identificado materialmente, que tem existência real. Ex.: imóveis, máquinas etc. BEM INTANGÍVEL É o bem imaterial, mas que adicionaao bem físico um valor adicional em razão de interesses variados. Ex. ponto comercial, marcas etc. BENFEITORIA Resultado de obra ou serviço realizado em um bem e que não pode ser retirado sem destruição, fratura ou dano. BENFEITORIA NECESSÁRIA É aquela indispensável para conservar o bem ou evitar sua deterioração. BENFEITORIA ÚTIL É a benfeitoria que aumenta ou facilita o uso do bem, embora dispensável. Fechamento da varanda BENFEITORIA VOLUPTUÁRIA É aquela que visa ao simples deleite ou recreio, sem aumentar o uso normal do bem. 12 CAMPO DE ARBÍTRIO Intervalo de variação no entorno do estimador pontual adotado na avaliação, dentro do qual se pode arbitrar o valor do bem, desde que justificado pela existência de características próprias não contempladas no modelo. COLETA DE DADOS Procedimento fundamental na avaliação de imóveis. Recomenda-se seguir os preceitos da NBR 14653-1, item 7.4. CUSTO Total dos gastos diretos e indiretos necessários à produção, manutenção ou aquisição de um bem, numa determinada data e situação. CUSTO DE REEDIÇÃO Custo de reprodução, descontada a depreciação do bem, tendo em vista o estado em que se encontra. CUSTO DE REPRODUÇÃO Gasto necessário para reproduzir um bem, sem considerar eventual depreciação. CUSTO DE SUBSTITUIÇÃO Custo de reedição de um bem, com a mesma função e características assemelhadas ao avaliando. CUSTO DIRETO DE PRODUÇÃO Gastos com insumos, inclusive mão de obra, na produção de um bem. CUSTO INDIRETO DE PRODUÇÃO Despesas administrativas e financeiras, benefícios e demais ônus e encargos necessários à produção de um bem. DADO DE MERCADO Conjunto de informações coletadas no mercado relacionadas a um determinado bem. DANO Prejuízo causado a outrem pela ocorrência de vícios, defeitos, sinistros e delitos, entre outros. DECREPITUDE É o desgaste de suas partes constitutivas, em consequência de seu envelhecimento natural, em condições normais de utilização e manutenção. 13 DEPRECIAÇÃO Perda de valor de um bem, devido a modificações em seu estado ou qualidade, ocasionadas pelo, por exemplo, decorrer da vida útil. DETERIORAÇÃO Que é o desgaste de seus componentes em razão de uso ou manutenção inadequados. EMPREENDIMENTO Conjunto de bens capaz de produzir receitas por meio de comercialização ou exploração econômica. Pode ser: imobiliário (por exemplo: loteamento, prédios comerciais/ residenciais), de base imobiliária (por exemplo: hotel, shopping center, parques temáticos), industrial ou rural. EMPRESA Organização por meio da qual se canalizam recursos para produzir ou oferecer bens e serviços, com vista, em geral, à obtenção de lucros, podendo no seu patrimônio conter cotas-partes de outras empresas ou empreendimentos. ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES Conjunto de conhecimentos técnico-científicos especializados, aplicados à avaliação de bens. É realizada por profissional de nível superior, com habilitação legal e capacitação técnico-científica para realizar avaliações, devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA. ENGENHARIA DE CUSTOS Conjunto de conhecimentos técnico-científicos especializados, aplicados à avaliação de custos de bens e serviços. ENGENHARIA ECONÔMICA Conjunto de conhecimentos técnico-científicos especializados, aplicados à análise e avaliação técnico-econômica de empreendimentos. 14 ENGENHARIA LEGAL Parte da engenharia que atua na interface técnico-legal envolvendo avaliações e toda espécie de perícias relativas a procedimentos judiciais. FATOR DE COMERCIALIZAÇÃO Razão entre o valor de mercado de um bem e o seu custo de reedição ou de substituição, que pode ser maior ou menor do que 1 (um). FRAÇÃO IDEAL Percentual pertencente a cada um dos compradores (condôminos) no terreno e nas partes comuns da edificação. FRUTO Resultado da exploração econômica de um bem. FUNDO DE COMÉRCIO Bem intangível pertencente ao titular do negócio, decorrente do resultado de suas operações mercantis, composto entre outros de: nome comercial, freguesia, patentes e marcas. HOMOGENEIZAÇÃO Tratamento dos preços observados, mediante a aplicação de transformações matemáticas que expresse, em termos relativos, as diferenças entre os atributos dos dados de mercado e os do bem em avaliação. IMÓVEL Bem constituído de terreno e eventuais benfeitorias a ele incorporadas, sendo classificado em urbano ou rural, em função de seu uso ou vocação. 15 INFERÊNCIA ESTATÍSTICA Parte da ciência estatística que permite extrair conclusões sobre a população a partir de amostra. INFRAESTRUTURA Conjunto de obras e serviços que dá suporte às atividades econômicas, sociais ou utilização de um bem. INSTALAÇÃO Conjunto de aparelhos, peças ou dispositivos necessários (ou acessórios) à utilização de um bem. LAUDO DE AVALIAÇÃO Relatório técnico elaborado por engenheiro de avaliações em conformidade com a primeira parte da NBR 14653, para avaliar o bem. LIQUIDAÇÃO FORÇADA Condição relativa à hipótese de uma venda compulsória ou em prazo menor que o médio de absorção pelo mercado. MODELO Representação técnica da realidade. MODELO DE REGRESSÃO Modelo utilizado para representar determinado fenômeno, com base numa amostra, considerando-se as diversas características influenciantes. MUTILAÇÃO São as retiradas de sistemas ou componentes originalmente existentes. NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA Probabilidade de rejeitar a hipótese nula, quando ela for verdadeira. OBSOLETISMO Que implica superação tecnológica ou funcional. PARECER TÉCNICO Relatório circunstanciado ou esclarecimento técnico emitido por profissional capacitado e legalmente habilitado sobre assunto de sua especialização PERÍCIA Atividade técnica realizada por profissional com qualificação específica, para averiguar e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos. PESQUISA Conjunto de atividades de identificação, investigação, coleta, seleção, processamento, análise e interpretação de resultados sobre dados de mercado. 16 PONTO COMERCIAL É um bem intangível que agrega valor ao imóvel, decorrente de sua localização e expectativa de exploração comercial. É o local onde está estabelecida a empresa ou sua atividade comercial. POPULAÇÃO Totalidade de dados de mercado do segmento que se pretende analisar. PREÇO Quantia pela qual se efetua, ou se propõe efetuar, uma transação envolvendo um bem, um fruto ou um direito sobre ele. RECURSO AMBIENTAL Recurso natural necessário à existência e preservação da vida. SERVIDÃO Encargo específico que se impõe a uma propriedade em proveito de outrem. SITUAÇÃO PARADIGMA Situação hipotética adotada como referencial para avaliação de um bem. TAXA DE DESCONTO Taxa adotada para cálculo do valor presente de uma despesa ou receita futura. TRATAMENTO DE DADOS Aplicação de operações que expressem, em termos relativos, as diferenças de atributos entre os dados de mercado e os do bem em avaliação. VALOR DE MERCADO “Quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente um bem, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente.” NBR 14653-1, item 3.44. VALOR DE RISCO Valor representativo da parcela do bem que se deseja segurar e fazer seguro. VALOR PATRIMONIAL Valor correspondente à totalidade dos bens da pessoa física ou jurídica. VALOR REMANESCENTE Vida útil que resta a um bem. 17 VALOR RESIDUAL Quantia representativa do valor do bem ao final de sua vida útil. VANTAGEM DA COISA FEITA Diferença entre o valor de mercado e o custo de reedição de um bem, quando positiva. VIDA ECONÔMICA Prazo econômico operacional de um bem. VIDA ÚTIL Prazo de utilização funcional de um bem. VIDA REMANESCENTEVida útil que resta a um bem. VISTORIA Constatação local de fatos, mediante observações criteriosas em um bem e nos elementos e condições que o constituem ou influenciam. PRINCIPAIS ABREVIATURAS E SÍMBOLOS A norma estabelece que todas as notações adotadas pelo engenheiro de avaliações devem ser devidamente explicitadas no laudo ou parecer técnico, indicando-se também suas respectivas unidades de medida, em conformidade com o Decreto Federal nº 81.621 de 03/05/78, que aprova o Quadro Geral de Unidades de Medida. IA – Imóvel em avaliação CRECI/RJ – Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários ART – Artigo ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR – Normas Brasileiras IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano VV – Valor de venda VL – Valor de locação ATC – Área total construída R1, R2, R3 – Imóveis referenciais VGV – Valor global de venda IAC – Idade aparente de construção 18 FD – Valor de depreciação RDF – Resultado do fator de depreciação VM – Valor médio MG – Média geral 19 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS E UTILIZADAS EM AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS POR CORRETORES DE IMÓVEIS RESOLUÇÃO COFECI Nº 1066/2007 (Publicada no D.O.U. de 29/11/07, Seção 1, págs. 191/192) (com Ato Normativo - COFECI nº 001/2011) Estabelece nova regulamentação para o funcionamento do Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, assim como para elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica e dá outras providências. O CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS-COFECI, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 16, inciso XVII, da Lei n° 6.530, de 12 de maio de 1978. CONSIDERANDO o disposto no art. 3º da Lei n.º 6530/78 que atribui ao Corretor de Imóveis, entre outras, a competência para opinar sobre comercialização imobiliária; CONSIDERANDO o disposto no art. 39, VIII da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), que impede o fornecimento de serviços em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, na sua inexistência, com as diretrizes das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; CONSIDERANDO a normatização, pela ABNT, dos procedimentos gerais na avaliação de bens, através da norma NBR 14653- 1, e das avaliações de imóveis urbanos e rurais através das normas NBR 14653-2 e NBR 14653-3, respectivamente; CONSIDERANDO que as grades curriculares dos cursos de avaliação de imóveis e superiores em gestão imobiliária incluem disciplinas em que são ministrados os conhecimentos necessários à elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica; CONSIDERANDO a decisão unânime adotada pelo E. Plenário na Sessão Plenária realizada no dia 22 de novembro de 2007 20 RESOLVE: DO CADASTRO NACIONAL DE AVALIADORES IMOBILIÁRIOS Art. 1º - O Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários – CNAI, cuja organização e manutenção estão a cargo do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, a quem cabe também expedir Certificados de Registro de Avaliador Imobiliário para os Corretores de Imóveis nele inscritos, será compartilhado com os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis - Creci´s. Parágrafo Único - A inscrição do Corretor de Imóveis no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários é opcional, nada obstando ao corretor de imóveis nele não inscrito opinar quanto à comercialização imobiliária nos termos do artigo 3º, in fine, da Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978. Art. 2º - Poderá inscrever-se no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários o Corretor de Imóveis que seja, cumulativa ou alternativamente: I - possuidor de diploma de curso superior em gestão imobiliária ou equivalente; II - possuidor de certificado de conclusão de curso de avaliação imobiliária. §1º - Somente serão aceitos, para fins de inscrição no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, os certificados de cursos reconhecidos pelo Conselho Federal. §2º - Para inscrição no CNAI, o Conselho Federal poderá exigir aprovação prévia em prova de conhecimentos sobre avaliação mercadológica de imóveis. Art. 3º - Os inscritos ou pretendentes à inscrição no CNAI recolherão, em conta corrente bancária do Conselho Federal, taxa em valor correspondente a 30% (trinta por cento) do valor-base da anuidade da pessoa física no exercício, para cada um dos serviços abaixo relacionados: I. Inscrição para prova de conhecimentos sobre avaliação mercadológica de imóveis; II. Registro ou renovação de registro no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários. Parágrafo Único - A taxa a que se refere o item I deste artigo não será cobrada cumulativamente com a taxa de registro no Cadastro Nacional de Avaliadores. DO PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA Art. 4º - Entende-se por Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica – PTAM - o documento elaborado por Corretor de Imóveis no qual é apresentada, com base em critérios técnicos, análise de mercado com vistas à determinação do valor de comercialização de um imóvel, judicial ou extrajudicialmente. Art. 5º - O Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, para determinação do valor de mercado, deve conter os seguintes requisitos mínimos: I. Identificação do solicitante; II. Objetivo do parecer técnico; III. Identificação e caracterização do imóvel; IV. Indicação da metodologia utilizada; V. Valor resultante e sua data de referência; VI. Identificação, breve currículo e assinatura do Corretor de Imóveis Avaliador. 21 §1º - São requisitos para caracterização do imóvel a identificação de seu proprietário, o número da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis e o endereço completo ou a descrição detalhada de sua localização. §2º - A descrição do imóvel deve conter, no mínimo: I. Medidas perimétricas, medida de superfície (área), localização e confrontações; II. Descrição individualizada dos acessórios e benfeitorias, se houver; III. Contextualização do imóvel na vizinhança e infraestrutura disponível; IV. Aproveitamento econômico do imóvel; V. Data da vistoria. §3º - Ao Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica recomenda-se estarem anexados: I. Mapa de localização; II. Certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis; III. Relatório fotográfico. DA COMPETÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA Art. 6º - A elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica é permitida a todo Corretor de Imóveis, pessoa física, regularmente inscrito em Conselho Regional de Corretores de Imóveis. Parágrafo Único - A pessoa jurídica regularmente inscrita em Conselho Regional de Corretores de Imóveis pode patrocinar a elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, chancelado por corretor de imóveis, pessoa física, nos termos deste artigo. DO CERTIFICADO DE REGISTRO DE AVALIADOR Art. 7º - A todo Corretor de Imóveis registrado no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários será expedido Certificado de Registro contendo: I. Nome por extenso do Corretor de Imóveis; II. Menção ao Conselho Regional em que está inscrito, número e data de inscrição; III. Tipo de habilitação profissional para inscrição no Conselho Regional; IV. Órgão expedidor do título de conclusão do curso de avaliação imobiliária, se houver; V. Data limite de validade do Certificado de Registro; VI. Data de expedição do Certificado de Registro e assinaturas do profissional, do Presidente e do Diretor Secretário do Conselho Federal. §1º - O Certificado de Registro de Avaliador Imobiliário tem validade de 03 (três) anos, contados de sua emissão. §2º - A renovação do registro poderá depender de aprovação em nova prova de conhecimentos sobre avaliação mercadológica de imóveis. §3º - O Certificado de Registro de AvaliadorImobiliário poderá ser substituído ou complementado, a critério do Conselho Federal, com a mesma validade, pelo Cartão de Identidade de Avaliador Imobiliário. DO SELO CERTIFICADOR Art. 8º - Todo Corretor de Imóveis inscrito no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários tem direito à utilização do selo certificador, fornecido pelo Conselho Regional da jurisdição, para afixação em cada Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica de sua emissão. 22 Parágrafo Único - O selo certificador terá numeração individual e sequenciada, com mecanismo que permita autenticação e certificação de código de segurança. Art. 9º - O Conselho Regional de Corretores de Imóveis poderá cobrar, para o fornecimento do selo certificador, taxa não excedente a 10% (dez) por cento do valor da anuidade-base do exercício. Art. 10 - O fornecimento do selo certificador, em três vias, condiciona-se ao preenchimento, pelo Corretor de Imóveis Avaliador, de Declaração de Avaliação Mercadológica, em documento eletrônico ou de papel, fornecido sem ônus pelo Conselho Regional. §1º - O Conselho Regional arquivará uma via da Declaração de Avaliação Mercadológica, juntamente com uma via do correspondente Selo Certificador. §2º - O Selo Certificador fica vinculado à Declaração de Avaliação Mercadológica, vedada a utilização de qualquer outro para o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica correspondente. §3º - O Selo Certificador poderá ser emitido eletronicamente. Art. 11 - É responsabilidade do Corretor de imóveis Avaliador inscrito no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários: I. Requerer junto ao Conselho Regional a expedição do selo certificador; II. Fixar o Selo Certificador nas respectivas vias do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica. DO ARQUIVAMENTO PARA FINS DE FISCALIZAÇÃO Art. 12 - O Corretor de Imóveis Avaliador deverá manter em arquivo, por 05 (cinco) anos, cópias do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, da Declaração de Avaliação Mercadológica e do vinculado Selo Certificador, os quais deverão ser apresentados, se e quando solicitados pelo Conselho Regional, no prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis. DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 13 - O Presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis regrará, através de Ato Normativo de observância obrigatória: I. A forma de inscrição no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários; II. A instituição de prova de conhecimentos sobre avaliação mercadológica de imóveis; III. A instituição de modelos dos documentos e do Selo Certificador previstos nesta Resolução; IV. A instituição de modelo básico de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica. Art. 14 - O Corretor de Imóveis inscrito no CNAI submete-se, espontaneamente, aos regramentos estabelecidos nesta Resolução, sendo que a transgressão a quaisquer de seus dispositivos, assim como a constatação de comportamento antiético que comprometa a dignidade da instituição Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, serão considerados infração ética de natureza grave, nos termos definidos pela Resolução Cofeci nº 326/92 (Código de Ética Profissional). Art. 15 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições contrárias. Salvador (BA), 22 de novembro de 2007. JOÃO TEODORO DA SILVA 23 Presidente CURT ANTONIO BEIMS Diretor Secretário x x x x x x x x x x x x x x x ATO NORMATIVO Nº 001/2011 Normatiza a inscrição no CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários e seus consectários, criados com a Resolução-Cofeci nº 1.066/2007, e dita outras providências, em substituição ao Ato Normativo nº 001/2008. O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS - COFECI, no uso de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO o que dispõem os Art. 2º, inciso I e 19, inciso I do Regimento do COFECI, aprovado com a Resolução-COFECI nº 1.126/09, bem como o Art. 13 da Resolução-COFECI nº 1066/2007. RESOLVE: Art. 1º - Permanece inalterado o Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários – CNAI, organizado, gerido e mantido eletronicamente pelo COFECI - Conselho Federal de Corretores de Imóveis, compartilhado com os Conselhos Regionais, cujo funcionamento está regulamentado pela Resolução Cofeci nº 1.066, de 22 de novembro de 2007. Parágrafo Único - Será responsável pela gestão do CNAI um Diretor do COFECI, efetivo ou adjunto, especialmente designado. Art. 2º - Somente poderá inscrever-se no CNAI, o Corretor de Imóveis, pessoa física, regularmente inscrito e em dia com suas obrigações financeiras junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis, e que seja, cumulativa ou alternativamente, possuidor de: I) diploma de curso superior em gestão imobiliária ou equivalente, condicionado ao que dispõe o artigo 3º, II, deste Ato Normativo; II) certificado de conclusão de curso de avaliação de imóveis, condicionado ao que dispõe o artigo 3º, I, deste Ato Normativo. §1º - Somente serão aceitos os diplomas e ou certificados de cursos reconhecidos pelo COFECI, na forma prevista neste Ato Normativo e seus Anexos. §2º - O possuidor de diploma de curso superior em gestão imobiliária ou equivalente que não satisfaça aos requisitos exigidos pelo artigo 3º, II deste Ato Normativo, para inscrever- se no CNAI, deverá submeter-se a curso de avaliação de imóveis reconhecido pelo COFECI. Art. 3º - Será reconhecido pelo COFECI, para fins de habilitação do Corretor de Imóveis à inscrição no CNAI: I. O curso de avaliação de imóveis, promovido nas modalidades de ensino presencial ou a distância (EaD), por instituição de ensino que atenda aos requisitos relacionados nos Anexos VII e VIII deste Ato Normativo; II. O curso superior em gestão imobiliária, ou equivalente, cuja grade curricular contemple a disciplina de Avaliação de Imóveis que atenda, no mínimo, ao conteúdo programático listado no item 2 do Anexo VIII. §1º - O curso de avaliação de imóveis deverá ter carga horária mínima de 24 horas, se ofertado na modalidade presencial, e de 26 horas, se na modalidade EaD. 24 §2º - Caso o conteúdo programático do curso de avaliação de imóveis seja mais extenso que o mínimo constante no item 2 do Anexo VIII deste Ato Normativo, a carga horária deverá ter acréscimo proporcional e compatível com o seu conteúdo. Art. 4º - O credenciamento de instituição e o reconhecimento de curso de avaliação de imóveis, para os fins previsto neste Ato Normativo, serão concedidos por meio de Portaria expedida pelo Presidente do COFECI. §1º - Todas as instituições que atualmente oferecem o curso de avaliação de imóveis reconhecido por meio de Portaria-COFECI, expedida anteriormente à vigência do presente Ato Normativo, deverão requerer seu recredenciamento e renovação do reconhecimento do respectivo curso dentro das normas ora definidas. Não haverá renovação de credenciamento de instituição nem reconhecimento de curso de ofício. §2º - As instituições referidas no parágrafo anterior terão prazo até 30 de outubro de 2011, para fornecer ao COFECI relatório de registro pedagógico dos alunos das turmas eventualmente em andamento, desde a matrícula, contemplando os dados contidos no item 11 do Anexo VIII. §3º - As Portarias-COFECI de credenciamento de instituições e de reconhecimento de cursos de avaliação de imóveis vigentes nesta data, expedidas sob a égide do Ato Normativo nº 01, de 05/03/2008, estarão automaticamente revogadas em 31 de dezembro de 2011. §4º - O credenciamento de novas instituições, bem como o reconhecimento de novos cursos de avaliação de imóveis, a partir da data de assinatura deste Ato Normativo, estarão sujeitas às normas nele contidas. Art. 5º - A inscrição no CNAI somente será permitida a Corretores de Imóveis regularmente inscritos no CRECI de sua região, que atenda aos requisitos contidos na Resolução-COFECI nº 1.066/2007, medianteo preenchimento e assinatura, em três vias, de formulário de requerimento conforme modelo contido no Anexo I, ao qual serão juntados: I. Documentos comprobatórios da habilitação; II. Duas fotos 3x4, coloridas; III. Comprovante de recolhimento da taxa de inscrição. §1º - A taxa para inscrição no CNAI corresponderá a 30% (trinta por cento) do valor da anuidade da pessoa física da Região, vigente na data do requerimento. §2º - O requerimento será protocolizado no Conselho Regional e por este remetido ao COFECI, por meio físico ou eletrônico. §3º - O formulário de requerimento de inscrição no CNAI estará disponível, para ser baixado, no sítio do COFECI na internet em www.cofeci.gov.br. §4º - A inscrição no CNAI é opcional e espontânea e terá validade de 3 (três) anos. Art. 6º - O COFECI expedirá ao Corretor de Imóveis inscrito no CNAI o Certificado de Registro de Avaliador Imobiliário, assim como o Cartão de Identificação de Avaliador Imobiliário, conforme modelos contidos nos Anexos II e III, ambos com validade de 3 (três) anos. Art. 7º - Os Corretores de Imóveis regularmente inscritos no CNAI ficam sujeitos à observância da forma e tecnicidade preconizadas por este Ato Normativo para emissão de PTAM - Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, sob pena de exclusão sumária do CNAI sem direito a recurso, devolução de taxas ou indenização sob qualquer título. Parágrafo Único - O PTAM deverá conter, no mínimo, os requisitos listados no modelo contido no Anexo IV. http://www.cofeci.gov.br/ 25 Art. 8º - Ao emitir PTAM, o Corretor de Imóveis Avaliador inscrito no CNAI poderá preencher, em duas vias, a DAM - Declaração de Avaliação Mercadológica, conforme modelo contido no Anexo V, que poderá ser protocolizada no Conselho Regional. Parágrafo Único - O formulário para preenchimento e expedição da DAM estará disponível, para ser baixado, no sítio do COFECI na internet em www.cofeci.gov.br. Art. 9º - O Conselho Regional emitirá, para cada DAM protocolizada, um selo certificador, em quatro vias, conforme modelo contido no Anexo VI, o qual deverá ser fixado no PTAM correspondente, a fim de certificar que o Corretor de Imóveis Avaliador se encontra regularmente inscrito no CNAI. §1º - Para cada DAM protocolizada no Conselho Regional corresponderá um PTAM e um selo certificador individualmente numerado. §2º - Para custeio do arquivo permanente das DAMs, assim como da emissão do selo certificador, será recolhido pelo Corretor de Imóveis Avaliador, aos cofres do Conselho Regional, emolumento único em valor correspondente a 5% (cinco por cento) do valor da anuidade da pessoa física na data do recolhimento. §3º - A primeira e a segunda vias do selo certificador serão afixadas, cada uma delas, em uma via original do PTAM, para uso do Corretor de Imóveis Avaliador segundo suas necessidades e as de seu cliente. §4º - A terceira via do selo certificador será afixada em cópia do PTAM, a qual deverá ser mantida em arquivo do Corretor de Imóveis Avaliador pelo período mínimo de 5 (cinco) anos. §5º - A via-arquivo do selo certificador será afixada em via original da DAM, que ficará arquivada no Conselho Regional, para constituição do acervo técnico do profissional avaliador. §6º - O preenchimento da DAM e a expedição informatizada do selo certificador encontram-se em fase de desenvolvimento, e seu funcionamento será oportunamente regulamentado por meio de Portaria específica a ser expedida pela Presidência do COFECI. Art. 10 - Integram o presente Ato Normativo 8 (oito) anexos numerados de I a VIII. Art. 11 - Este Ato Normativo entra em vigor nesta data. Brasília(DF), 14 de setembro de 2011 JOÃO TEODORO DA SILVA Presidente x x x x x x x x x x x x x x Anexo I REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO NACIONAL DE AVALIADORES IMOBILIÁRIOS COFECI CRECI .......Região/........ Nome do Corretor de Imóveis:............................................................ CPF nº................................. RG nº.................. CRECI nº ................. Endereço:............................................................................................ ....... possuidor de diploma de Curso Superior em Gestão Imobiliária ou equivalente ....... possuidor de certificado de Curso de Avaliação de Imóveis http://www.cofeci.gov.br/ 26 Requer, na forma que dispõe a Resolução-COFECI nº 1.066/2007, sua inclusão no CADASTRO NACIONAL DE AVALIADORES IMOBILIÁRIOS, para o que anexa os documentos abaixo relacionados (cópias): ........ Diploma de curso superior em Gestão Imobiliária ou equivalente ........ Certificado de Conclusão de Curso de Avaliação Imobiliária ........ Comprovante de recolhimento da Taxa de Inscrição ........ Duas fotos 3 x 4, coloridas ........ Outro (especificar): Rio de Janeiro ......... de .......................de 2015 ________________________________ Assinatura do requerente Obs: 1. O CRECI deve receber o requerimento, em protocolo, processar, informando da situação do requerente junto ao Conselho Regional, encaminhando, a seguir, ao COFECI, para inclusão no CNAI. 2. Três vias: 1ª - COFECI; 2ª - CRECI; 3ª – Requerente. x x x x x x x x x x x x x x Anexo II CERTIFICADO DE REGISTRO DE AVALIADOR IMOBILIÁRIO O CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS certifica que o Corretor de Imóveis ........................................................................................, inscrito no CRECI da ...... Região/....... sob o nº ............. está registrado no CADASTRO NACIONAL DE AVALIADORES IMOBILIÁRIO e habilitado, na forma da Resolução COFECI nº 1.066/2007 e Ato Normativo-COFECI nº 001/2011, a emitir PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA. Brasília (DF), ......... de .......................de 20..... ___________________________ ____________________ Presidente Diretor Secretário Registro válido por três anos a partir da data de emissão acima. x x x x x x x x x x x x x x Anexo III CARTÃO ANUAL DE REGULARIDADE PROFISSIONAL CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DE AVALIADOR IMOBILIÁRIO 27 Cartão válido até o dia 15 de abril do ano subsequente ao de referência. Anexo IV PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA Requisitos Mínimos 1. Identificação do solicitante; 2. Finalidade do PTAM; 3. Identificação e caracterização do imóvel: Situação e localização (Estado, Município, logradouro, número, etc.); Número de matrícula e cartório de registro imobiliário; Áreas (do terreno, de construção, real privativa, de uso comum, real total, fração ideal, etc.) e dimensões do imóvel; Características e infraestrutura disponível no logradouro e na região onde se encontra o imóvel; Descrição detalhada do imóvel e acessórios (construções, benfeitorias, instalações, etc.); Relatório fotográfico, da data da vistoria realizada no imóvel; 4. Pesquisa de imóveis comparandos, para aplicação do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado: Identificação dos imóveis escolhidos para compor a amostra, explicitando as respectivas fontes; Homogeneização dos itens da amostra; 5. Determinação do Valor de Mercado do imóvel avaliando; 6. Encerramento: Conclusão do PTAM; Data e assinatura do C.I. emissor do PTAM; Aposição do Selo Certificador ao lado da assinatura; 7. Anexos: Relatório fotográfico (quando não incluído na Caracterização do Imóvel) Plantas de situação e localização, mapas, etc. Certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis; Documentos diversos (outras certidões, recibos de impostos, etc.); Currículo do C.I. avaliador. x x x x x x x x x x x x x x Anexo V C O F E C I 28 CRECI .......ª Região/..... DECLARAÇÃO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA Nome do Corretor de Imóveis:...................................................................................CPF nº............................................. RG nº............................. CRECI nº ................. Endereço:.................................................................................................................... Declara a emissão de PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA relativo ao imóvel com as seguintes características: Imóvel Urbano tipo: ..............residencial ................comercial .............outro Imóvel Rural tipo: ...................................................................................................... Por solicitação de: Nome do cliente: ....................................................................................................... ........................, .......de ....................... de 20...... ________________________________ Assinatura do requerente ______________________________________________________________________________________________ Espaço reservado para o CRECI Foi emitido o SELO CERTIFICADOR, em quatro vias, todas identificadas pelo nº .................. Cole aqui a via-arquivo do selo _______________________________________________________________________ Recebi, nesta data, duas vias do SELO CERTIFICADOR nº ............................... ............................, ..........de..............................de 20...... ____________________________ x x x x x x x x x x x x x x Anexo VI SELO CERTIFICADOR Obs.: Este selo certifica que o laudo de avaliação mercadológica foi elaborado por Corretor de Imóveis devidamente habilitado e inscrito no CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários mantido pelo Sistema COFECI-CRECI, nos moldes estabelecidos na Resolução - COFECI nº 1.066/2007 e Ato Normativo nº 001/2011. 29 O CORRETOR DE IMÓVEIS E A ÉTICA PROFISSIONAL CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (RESOLUÇÃO-COFECI 326/92) Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual deve se conduzir o Corretor de Imóveis, quando no exercício profissional. Art. 2°- Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica das transações imobiliárias. Art. 3° - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da profissão, à classe e aos colegas: I. Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade; II. Prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da coletividade; III. Manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, procurando aprimorar o trabalho desse órgão; IV. Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, aceitando mandatos e encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que forem investidos em tais mandatos e encargos; V. Observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu mister com dignidade; VI. Exercer a profissão com zelo, discrição, lealdade e probidade, observando as prescrições legais e regulamentares; VII. Defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da classe; VIII. Zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissional; IX. Auxiliar a fiscalização do exercício profissional, cuidando do cumprimento deste Código, comunicando, com discrição e fundamentalmente, aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência; X. Não se referir desairosamente sobre seus colegas; XI. Relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de consideração, respeito e solidariedade, em consonância com os preceitos de harmonia da classe; XII. Colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundi-la a fim de que seja prestigiado e definido o legítimo exercício da profissão. Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes: I. Inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo; II. Apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes que o depreciem, informando ao cliente dos riscos e demais circunstâncias que possam comprometer o negócio; III. Recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral; 30 IV. Comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou documentos a ele destinados; V. Prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio, contas pormenorizadas; VI. Zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio, reservando ao cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente; VII. Restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite; VIII. Dar recibo das quantias que o cliente lhe pague ou entregue a qualquer título; IX. Contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços profissionais; X. Receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual na jurisdição. Art. 5° - O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas. Art. 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis: I. Aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições vigentes, ou ainda, que possam prestar-se a fraude; II. Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos em lei e em Resoluções; III. Promover a intermediação com cobrança de “overprice”; IV. Locupletar-se, por qualquer forma, a custa do cliente; V. Receber comissões em desacordo com a Tabela aprovada ou vantagens que não correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados; VI. Angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe; VII. Desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis; VIII. Deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou intimações para instrução de processos; IX. Acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente atividades de transações imobiliárias; X. Praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas; XI. Promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei; XII. Abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e prévia ciência do cliente; XIII. Solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões ilícitas; XIV. Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou autoridade dos Conselhos, em matéria de competência destes; XV. Aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de Imóveis, sem dar-lhe prévio conhecimento, por escrito; XVI. Aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de Imóveis, com que tenha de colaborar ou substituir; XVII. Anunciar capciosamente; XVIII. Reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-lo; XIX. Utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no exercício de cargo ou função em órgão ou entidades de classe; XX. Receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja expressamente autorizado para tanto. 31 Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito o Corretor de Imóveis, a apuração das faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das penalidades previstas na legislação em vigor. Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que desatender os preceitos dos artigos 3º, I, V, VI e IX; 4º, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e X; 6º, I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX eXX, e transgressão de natureza leve o que desatender os demais preceitos deste Código. Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos profissionais inscritos nos Conselhos Regionais. Art. 10 - As Diretorias dos Conselhos Federal e Regionais promoverão a ampla divulgação deste Código de Ética. Brasilia (DF), __ de junho de 1992. WALDYR FRANCISCO LUCIANO Presidente RUBEM RIBAS 32 Além do Código de Ética acima reproduzido, deverão ser observados pelos Corretores de Imóveis os seguintes aspectos quando da sua atividade profissional: PROCEDIMENTOS DE EXCELÊNCIA (NBR 14653-1 ABNT) Capacitação profissional “O avaliador deve manter-se atualizado quanto ao estado da arte e somente aceitar o encargo para o qual esteja especificamente habilitado e capacitado, assessorando-se de especialista quando necessário.” Sigilo A norma (NBR 14653-1, pág. 6) diz que se “deve considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e toda informação técnica, financeira ou de outra natureza recebida do cliente”. Propriedade intelectual “Jamais reproduzir trabalhos alheios publicados sem a necessária citação. No caso de trabalhos não publicados, obter autorização para reproduzi-lo. Ao reproduzir, fazê-lo sem truncamentos, de modo a expressar corretamente o sentido das teses desenvolvidas.” Conflito de interesses “Declinar da sua contratação e informar as razões ao cliente se houver motivo de impedimento ou suspeição em decorrência de conflito de interesses.” Independência na atuação profissional. “Assessorar com independência a parte que o contratou, com o objetivo de expressar a realidade.” Competição por preço Evitar a participação em competições que aviltem honorários profissionais Difusão do conhecimento técnico. “Envidar esforços na difusão de conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos aspectos técnicos e assuntos relativos ao exercício profissional. Expressar-se publicamente sobre assuntos técnicos somente quando devidamente capacitado para tal” 33 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS A metodologia avaliatória a ser utilizada deve alicerçar-se em pesquisa de mercado, envolvendo, além dos preços comercializados e/ou ofertados, as demais características e atributos que exerçam influência no valor. Conforme a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14653-1, os principais métodos que permitem a identificação do valor mercadológico de um bem e que são utilizados pelos Corretores de Imóveis são os seguintes: I. MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO É aquele em que o valor do imóvel ou de suas partes constitutivas são obtidos através da comparação de dados de mercado relativos a outros de características similares. É utilizado para avaliações de terreno e benfeitorias e consiste na pesquisa de mercado de bens similares vendidos e/ou em oferta, considerando-se a homogeneização. II. MÉTODO INVOLUTIVO “Identifica o valor de mercado do bem, alicerçado no seu aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico-econômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as características do bem e com as condições do mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do produto”. III. MÉTODO EVOLUTIVO “Identifica o valor do bem pelo somatório das parcelas componentes do mesmo.” Caso a finalidade seja a identificação do valor de mercado, deve ser considerado o Fator de Comercialização. Valor de Mercado do Imóvel (VI) VI = (VT + VB) x FC, onde: VI = Valor do imóvel VT = Valor do terreno VB = Valor da benfeitoria 34 FC = Fator de comercializado. Fator de comercialização é a razão entre o valor de mercado de um bem e o seu custo de reedição ou de substituição, que pode ser maior ou menor do que 1 (um). IV. Método de capitalização da renda É o método baseado na teoria do valor subjetivo, ao afirmar que o valor está na mente do homem e depende o que ele dará para ser possuidor do objeto. É utilizado para avaliação de fundo de comércio, ponto comercial e locação, determinando o valor do bem em função da sua renda real ou provável, levando em consideração as taxas praticadas no mercado. V. Método residual É aquele em que define o valor do terreno por diferença entre o valor total do imóvel e o das benfeitorias. Conhecendo-se o valor total do imóvel e o das benfeitorias, subtrai-se o valor das benfeitorias, sendo a diferença, o resíduo, é o valor do terreno. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES URBANAS 1. Método de Custo de Reprodução Utilizado para apuração do valor das benfeitorias no Método Evolutivo. Os custos podem ser aferidos de duas maneiras distintas: a) Método da Quantificação do Custo Utilizando-se o CUB – Custo Unitário Básico do m2 de construção, calculado todos os meses pelo SINDUSCON. C = (Ae x CUB) x F, onde: C = CUSTO DA BENFEITORIA Ae = ÁREA EDIFICADA CUB = CUSTO UNITÁRIO BÁSICO F = ÍNDICE MÉDIO ESTIMADO (EQUIPAMENTOS ESPECIAIS + DESPESAS INDIRETAS). EM REGRA, UTILIZA-SE 1,10. b) Método Comparativo direto de custo Define-se o valor da benfeitoria através da comparação de custos com obras semelhantes. 2. Método do Custo de Reposição É normalmente usado para avaliação de máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, computadores e periféricos. Consiste na obtenção do valor de novo do bem baseado na pesquisa de valores de bens similares, acrescido, quando for o caso, das despesas de transporte, montagem e instalação. Considera, ainda, a idade real ou aparente, coeficiente de manutenção, regime de trabalho e obsolescência. * * * * * 35 AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS CONDIÇÕES GERAIS Assim que aceitarmos a tarefa de proceder ao cálculo do valor do bem a ser avaliado, imediatamente devemos sair à procura de detalhes, documentos, observações gerais sobre o imóvel e suas imediações. Aconselhamos de imediato a visita ao cartório do registro de imóveis para a retirada de fotocópia da ficha matrícula atualizada e, ato contínuo, a visita ao cadastro da municipalidade a fim de solicitarmos cópia da ficha cadastral do imóvel para a posterior comparação com a matrícula do registro. Neste momento deverá ser levantada qualquer anormalidade entre as informações da prefeitura e do registro de imóveis. Constatada alguma irregularidade, do tipo diferença de áreas, falta de averbação de edificações, anotações de penhora ou qualquer restrição, deverão ser apontadas e relatadas no parecer ou laudo. Ainda na Prefeitura podemos verificar a legislação sobre o plano diretor do município (preferencialmente o avaliador deverá possuir o conjunto de leis que compõem o plano diretor), ou solicitando uma consulta de viabilidade, assinalando eventuais projetos de desapropriações ou de melhorias da área. Todas as informações deverão constar do laudo. VISTORIA É o exame criterioso do imóvel a ser avaliado, verificando localização, informações sobre vizinhança, características físicas, topografia, estado de conservação, padrão construtivo e outros atributos intrínsecos e extrínsecos que possam exercer qualquer influência no preço do imóvel. De grande utilidade o avaliador se dirigir ao imóvel munido de formulário para anotar as informações do imóvel. Necessário fotografar o imóvel. Verifique o modelo da página 38.. Em geral deve ser observado: a) Caracterização da região compreendendo: Aspectos físicos - condições topográficas, natureza predominante do solo (consistência), condições ambientais, ocupação existente e tendências de modificação a curto e médio prazo; Aspectos ligados à infraestrutura urbana - sistemas viário e de coleta de lixo, redes de: abastecimento de água potável, energia elétrica, telefone, esgotamento sanitário, águas pluviais e gás canalizado;36 Equipamento comunitário e indicação de níveis de atividades existentes - sistema de transporte coletivo, escolas, mercado de trabalho, comércio, rede bancária, segurança, saúde e lazer; Aspectos ligados às possibilidades de desenvolvimento local, posturas legais para o uso e a ocupação do solo, restrições físicas e legais condicionantes do aproveitamento. Aspectos ligados às possibilidades de desenvolvimento local, definido por planos diretores e pela legislação específica do parcelamento do solo, confrontando as leis de Zoneamento e uso do solo do município com a realidade verificada no local. b) Caracterização do terreno do imóvel em avaliação, abrangendo: Forma, localização confrontando as observações feitas com aquelas constantes da documentação disponível e divisa definida de acordo com a posição do observador, a qual deve ser explicitada; Infraestrutura urbana; Equipamento comunitário disponível; Utilização atual, legal e econômica. c) Caracterização das edificações e benfeitorias, englobando os aspectos: Físicos - construtivos, qualitativos, quantitativos e tecnológicos comparando com a documentação disponível e verificando possíveis extrapolações de limites e confrontações; Funcionais - arquitetônicos, de projetos paisagísticos adequação da edificação em relação aos usos recomendáveis para a região com vista à preservação do meio ambiente; Condições de ocupação, tais como eventuais invasões, locações ou cessões a terceiros, ocupação pelo proprietário ou imóvel desocupado. Ambientais - adequação da edificação em relação aos usos recomendáveis para a região e preservação do meio ambiente. d) As benfeitorias não documentadas: No caso de não constarem da documentação as edificações e benfeitorias, as mesmas deverão ser quantificadas e avaliadas pelo profissional em grau de detalhamento compatível com a finalidade da avaliação. OBSERVAÇÕES: Quando o avaliador estiver impossibilitado de vistoriar internamente o imóvel por motivo devidamente justificado no laudo de avaliação, poderá o mesmo procedê-la com os elementos que lhe foi possível obter, tais como: No caso de apartamentos e escritórios: áreas comuns, outras unidades do mesmo edifício, informações da respectiva administração; No caso de unidades isoladas: área externa; 37 No caso de conjuntos habitacionais: área externa e outras unidades semelhantes. As considerações hipotéticas sobre o imóvel deverão estar claramente explicitadas enquanto tal no laudo de avaliação. Vistoria amostral Para avaliação de empreendimentos prontos compostos de diversas unidades autônomas semelhantes é permitida a vistoria por amostragem desde que seja acompanhada do critério adotado na escolha da amostra. 38 39 PESQUISA DE IMÓVEIS SIMILARES Devemos buscar imóveis com o maior número de semelhanças com o avaliando. O ideal é acima de dez imóveis, sendo aceito um mínimo de cinco. Ideal também é fotografar os imóveis utilizados, tanto o imóvel avaliado quanto os utilizados para a pesquisa. Para atender suas finalidades, a pesquisa pode ser dividida em: 2.1 - Coleta de dados – deve ser documentada em nosso próprio cadastro, outras imobiliárias ou corretores, jornais, banco de dados, transações efetuadas ou outros meios disponíveis. Muitas vezes pode se tornar difícil essa coleta de dados de imóveis similares, neste caso, pode-se optar por depoimentos de pessoas idôneas da localidade. 2.2 – Identificação e seleção das variáveis – neste momento devemos fazer uma avaliação dos dados coletados, para selecionar as variáveis e estabelecer o nível de rigor. 2.3 – Tabulação dos dados – neste momento, iremos anotar todos dados colhidos em campo, tabelados numa planilha. Para tanto estamos disponibilizando um modelo tanto do formulário (vide acima), quanto da planilha. ESCOLHENDO O MÉTODO O mais utilizado e mais recomendado dos métodos é o MÉTODO COMPARATIVO DE DADOS DO MERCADO. Através dele, é possível a determinação do valor do imóvel fazendo a comparação com outros de natureza e características semelhantes, possibilitando a valoração do imóvel, levando-se em consideração as flutuações do mercado imobiliário, frequentemente diferente das flutuações dos outros ramos da economia. “As características e os atributos dos dados pesquisados que exercem influência na formação dos preços e, consequentemente, no valor, devem ser ponderados por homogeneização ou por inferência estatística, respeitados os níveis definidos nesta norma”. (no caso dos corretores homogeneização) Como em nosso caso, não queremos nem tampouco temos autorização legal, não nos interessa o processo da ponderação por inferência estatística, motivo pelo qual usaremos a homogeneização, que pode estabelecer o nível normal, porém no nosso caso, estaremos efetuando a avaliação expedita, por impossibilidade legal. Mesmo sendo a intenção de dar tratamento às avaliações por inferências estatísticas, o normatizador permitiu o tratamento por homogeneização, quando o nível de rigor for normal, vedando, entretanto quando se tratar de avaliação rigorosa ou rigorosa especial, que somente aceitam a ponderação dos dados por inferência estatística. HOMOGENEIZAÇÃO DAS AMOSTRAS É impossível encontrar dois imóveis, completamente iguais. O simples fato de estar um imóvel de frente para o nascer do sol, ou situado do lado mais movimentado de uma rua comercial, estes dados influenciarão no valor final do imóvel. Por isso, é de importância vital a sensibilidade do avaliador para captar exatamente os fatores que deverão ser 40 comparados e ajustados, para que tenhamos imóveis os mais parecidos para realizar a comparação. AVALIANDO OS TERRENOS Só poderemos comparar grandezas iguais, dessa forma iremos tabular os dados pesquisados, homogeneizando-os com os diversos fatores para que tenhamos valores parecidos para comparação e tenhamos o valor do metro quadrado dos terrenos. Esquina: terrenos em meio de quadra ou de esquina possuem valorização diferenciada, igualmente diferente se comercial ou residencial, utilize a tabela abaixo: TABELA FATOR ESQUINA EM RELAÇÃO A ZONAS ZONA Fator ZONA Fator Residenciais comuns 10% Comerciais 20 a 25% Residenciais Valor Alto 15 a 20% Comerciais centrais 25 a 30% Topografia: este fator corrigirá a irregularidade do terreno. Observe a tabela abaixo: TABELA DE DECLIVIDADE E ACLIVE – FATOR TOPOGRAFIA Declividade Fator Aclividade Fator Até 5% 0,95 Suave 0,95 De 5 a 10% 0,90 Acentuado 0,90 Maior que 10% 0,80 Muito acentuado 0,80 Profundidade: A profundidade do terreno influenciará diretamente no valor final. Comparando dois terrenos com áreas iguais e profundidades diferentes, observamos que o terreno com maior profundidade será prejudicado, mesmo com a área igual. Existem várias teorias para definir o fator profundidade: teoria 4-3-2-1, que estabelece um percentual de desvalorização em relação com o aumento da profundidade, como sendo nos primeiros 40% um valor, 30% outro e assim por diante. Outra teoria estabelece 1/3, 2/3, onde o primeiro terço teria um valor e os 2/3 restantes outro proporcionalmente menor. Vários estudiosos elaboraram suas fórmulas, tais como: HOFMANN, JARRET e HARPER. Uma das mais utilizadas é a do professor HARPER. Entretanto, com a prática notou-se que a fórmula de HARPER, não atendia a todos os casos, pois em algumas situações, terrenos com pouca profundidade, sofriam, na realidade uma valorização, enquanto o correto seria uma desvalorização. 41 Os engenheiros brasileiros JOAQUIM MEDEIROS JUNIOR e NELSON ALONSO, do IBAPE, realizaram estudos, estabelecendo diversas fórmulas para o cálculo desse fator. No entanto, na prática verificou-se que a tabela abaixo acomoda as variações de valores, determinando suas desvalorizações.Forma: Quase da mesma maneira que o fator de profundidade, o fator forma também está ligado ao aproveitamento do terreno. Aqueles imóveis com desenho totalmente irregular dificultam o aproveitamento, no momento da construção. Portanto quanto maior o número de ângulos diferentes de 90º, maior sua depreciação. Diante do exposto é aconselhável utilizar o fator de desvalorização na proporção de pouca irregularidade 10% e bastante irregular 20%. Atualização do valor: Os valores deverão ser atualizados pela utilização de índices, sendo os mais utilizados: IGPM, IGP, IPCA, INCC (usados em imóveis durante a construção). A Caixa Econômica Federal vem usando nos seus financiamentos a taxa TR. As atualizações dos financiamentos são realizados anualmente. Forma de pagamento: Da mesma forma, a forma de pagamento, em momentos de estágios inflacionários de pico, é de vital importância ser apurado, entretanto no atual estágio inflacionário do país, pagamentos em até cinco ou seis vezes, são desprezíveis qualquer correção. Por outro lado, existem financiamentos de imóveis em até 420 meses, o que torna obrigatório a utilização de índices de atualização, do tipo TR, IPC, INPC, etc., estabelecendo uma paridade com outras informações de valor à vista. Testada: Assim como a profundidade influenciará no preço final, também a testada irá estabelecer diferenças de preço do imóvel. A tabela abaixo foi desenvolvida empiricamente, levando-se em consideração as testadas reais em relação às testadas de referência para a região. Assim após verificarmos o usual nos terrenos de determinada região, iremos estabelecer sua valorização ou desvalorização com a real testada do imóvel em questão. 42 Melhoramentos Públicos: Os terrenos servidos dos melhoramentos abaixo, obviamente serão mais valorizados, a prática aceita nos processos de rigor normal, a aplicação dos percentuais acima, num processo de relacionamento do terreno avaliado com o pesquisado, estabelecendo os fatores de correção para cada caso. Testada Padrão Testada Real (m) Des Val Des Val Des Val Des Val Des Val 5,0 0,840 0,810 0,760 0,748 0,700 6,0 0,880 0,840 0,795 0,783 0,740 7,5 0,930 0,890 0,840 0,827 0,783 8,0 0,945 0,904 0,855 0,840 0,795 9,0 0,974 0,930 0,880 0,866 0,819 10,0 X X 0,955 0,903 0,889 0,840 11,0 1,024 0,978 0,925 0,911 0,861 12,0 1,046 X X 0,945 0,931 0,880 13,0 1,067 1,020 0,965 0,949 0,898 14,0 1,087 1,039 0,983 0,967 0,914 15,0 1,106 1,057 X X 0,984 0,930 16,0 1,124 1,074 1,016 X X 0,946 17,0 1,141 1,090 1,031 1,015 0,960 18,0 1,158 1,106 1,046 1,029 0,974 19,0 1,174 1,121 1,060 1,044 0,987 20,0 1,189 1,136 1,074 1,057 X X 21,0 1,189 1,150 1,087 1,070 1,012 22,0 1,189 1,163 1,100 1,082 1,024 23,0 1,189 1,176 1,112 1,094 1,035 24,0 1,189 1,189 1,124 1,106 1,046 25,0 1,189 1,189 1,136 1,118 1,057 26,0 1,189 1,189 1,147 1,129 1,067 27,0 1,189 1,189 1,158 1,139 1,078 28,0 1,189 1,189 1,168 1,150 1,087 29,0 1,189 1,189 1,179 1,160 1,097 30,0 1,189 1,189 1,189 1,170 1,106 32,0 1,189 1,189 1,189 1,189 1,125 35,0 1,189 1,189 1,189 1,189 1,150 40,0 1,189 1,189 1,189 1,189 1,189 45,0 1,189 1,189 1,189 1,189 1,189 10m 12m 15m 16m 20m TABELA PARA CORREÇÃO DE TESTADA DE TERRENO 43 NÚCLEO COMUM PARA HOMOGENEIZAÇÃO São vários as variáveis a serem considerados nas avaliações mercadológicas. Consideramos indispensáveis as quatro variáveis a seguir: a) Fator Fonte (FF) b) Fator de Localização (FL) ou Fator Transposição (FT) c) Fator de Área (FA) d) Fator de Equivalência (FE) a) Fator Fonte (FF) ou Fator de Euforia É mais que natural nas transações imobiliárias o valor de venda ser diferente do valor inicialmente proposto, a famosa “queima de gordura”. Isto não se dá unicamente por imobiliárias, também as ofertas particulares estão sujeitas a essa negociação. Geralmente quem compra quer fazer o melhor negócio e, acredita o comprador ter feito bom negócio quando recebe um desconto da ordem de 10, 20 ou até 50% do valor pedido. Assim após longos levantamentos, estudiosos chegaram aos seguintes números: Quando se tratar de venda, fator igual a 1,00 Quando for oferta de particular, fator variando entre 0,85 a 1,00 Normalmente trabalha-se com os fatores 0,90, para imóveis ofertados e 1,00 para imóveis vendidos. b) Fator de Localização (FL) ou Fator Transposição (FT) Na Cidade do Rio de Janeiro, é comum adotar-se como fator de transposição, o quociente entre o V0 do imóvel avaliando pelo V0 do imóvel da amostra. Os V0s são fornecidos pela Prefeitura para taxação de impostos nos diversos logradouros. O V0 representa o valor de uma faixa de terreno de 1,00m de testada pela profundidade padrão (na cidade do Rio de Janeiro) de 36,00m. Em Niterói, por exemplo, utiliza-se 25,00m de profundidade. O valor do V0 pode ser obtido no IPTU ou na Planta Genérica de valores divulgada pelo município. Homogeneíza-se uma amostra, em relação ao imóvel avaliando, dividindo o V0 do imóvel avaliando pelo V0 do imóvel em amostra. Há avaliadores que utilizam VR para imóveis residenciais e VC para imóveis não residenciais usando V0 apenas para terrenos. Nos municípios onde o V0 não for calculado pela prefeitura, deve-se utilizar um indicador que represente o valor da localização onde o imóvel se situe. Os mais comumente vistos e utilizados são o Valor Venal e o Valor Tributável, mas pode haver outros. c) Fator de Área (FA) Para uma diferença de áreas (entre amostra e avaliando) de até 30% emprega-se a fórmula: área da amostra / área do imóvel avaliando e calcula-se a raiz quarta. FA = (Área amostra/área avaliando)^1/4 44 Para uma diferença de áreas (entre amostra e avaliando) superior a 30% emprega-se a fórmula: área da amostra / área do imóvel avaliando e calcula-se a raiz oitava. FA = (Área amostra/área avaliando)^1/8 NOTA: Fórmula empírica de Sérgio Antonio Abunahman (in ABUNAHMAN, Sergio Antônio. Curso Básico Engenharia Legal e de avaliações, 4ª edição revista e ampliada. São Paulo: Ed. Pini). d) Fator de Equivalência (FE) É empregado quando o padrão construtivo da amostra difere daquele do imóvel avaliando. Aplica-se: Menor do que 1 (um) quando a amostra possui melhor padrão do que o avaliando Maior do que 1 (um) quando a amostra possuir padrão inferior ao imóvel avaliando Além dos quatro fatores acima, é importante ao Corretor de Imóveis Avaliador conhecer e utilizar outras informações, como as abaixo: e) Plano Diretor do Município É uma lei municipal, obrigatória para as cidades com mais de 20.000 habitantes, que estabelece diretrizes para a ocupação do solo municipal e para os empreendimentos imobiliários. Após a vigência do estatuto das cidades, passou a ser obrigatória também para as regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e cidades integrantes de áreas especiais de interesse turístico, bem como as que possuem em seus limites territoriais empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental. Dele, podem ser obtidas informações valiosas para a avaliação de imóveis, quais sejam: I. Taxa de Ocupação (TO) É o percentual de ocupação da projeção do empreendimento sobre a área do terreno. A taxa de ocupação não tem relação com o número de pavimentos do empreendimento. II. Índice de Aproveitamento do Terreno (IAT) ou Coeficiente de Aproveitamento (CA) É um número que, multiplicado pela área do terreno, indica a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos nesse terreno, somando-se as áreas de todos os pavimentos. 45 III. Potencial Construtivo de um Terreno É a área total máxima considerando-se todos os pavimentos do empreendimento, que o Plano Diretor permite que seja edificada
Compartilhar