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A problematica da identidade nacional nas línguas luso africanas

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A problemática da formação da identidade nacional nas línguas luso africanas
Este trabalho tem por finalidade tentar fazer uma reflexão sobre a questão da identidade nacional expressada nas literaturas luso-africanas.
Depois de conseguir a independência do colonialismo português, os seguintes países africanos: (Angola, Moçambique, Guinea Bissau, Cabo Verde e São Tomé), adotaram oficialmente a língua portuguesa como língua de comunicação para a grande maioria da população em conjunto com a língua crioula. Assim, esses países se enfrentaram com a problemática de decidir em qual língua falar – O português como idioma oficial ou a língua nativa (crioulo), como meio de comunicação intercultural. 
Mesmo com consequência da tensão entre ambas as línguas, a literatura luso africana não elude esta problemática. Assim, se pode notar nos trabalhos literários; como por exemplo, no da poetisa guineense: Odete Semede, que dá importância da preservação e difusão da língua nativa (crioula) como uma forma de afirmação e de resistência da identidade nacional. 
De acordo com a autora Maria Nazareth Soares Fonseca, em seu artigo: “Em que língua escrever? ela descreve a problemática sobre decidir escrever os textos literários na língua oficial (portuguesa), ou na língua nativa (crioulo). Para evitar esse dilema, a poetisa Semede decide escrever seus poemas em ambos os idiomas. Para ela é uma preocupação constante em escrever nessas duas línguas. 
Assim, ela escreve e dá relevância à língua crioula pelo fato de poder preservar e dar mais vida à língua. Em seu poema: “Em que língua escrever?”, a poetisa ressalta a questão da legitimidade da língua crioula e sobre sua importância de representar as experiências contadas e vividas pelo povo guineense ao adquirir uma língua própria. Segundo Fonseca, o poema de Semedo expressa de certa forma, o impasse de escrever na língua crioula (como veículo de identificação nacional) um idioma que permite expressar os sentimentos mais íntimos usando a língua portuguesa como o idioma oficial. 
Dessa mesma maneira, o escritor Pires laranjeira escreveu em seu artigo: “A identidade crioula e negro africana e uma nova representação da mulher”, como por exemplo: Em Cabo Verde e São Tomé e príncipe”, o conceito de crioulidade expressado na escritura literária de autoras femininas. O autor explica a difícil relação que existe para o escritor no uso da língua nativa (crioula) e na língua portuguesa. Por isso, o autor se pergunta sobre o rol que tem o intelectual crioulo diante a escolha do idioma.
É um dilema vivido pelas escritoras (de ambos os países) na escolha sobre em qual idioma escrever seus textos literários. Assim, por suas condições de intelectuais, se debatem com a problemática de expressar suas identidades nacionais (as suas pátrias, seus idiomas nativos, suas culturas ancestrais etc.). E, ao mesmo tempo, expressar o idioma do colonizador. Segundo o escritor mencionado, o intelectual crioulo vive sobre a pressão de representar uma cultura genuína nacional, e ao mesmo tempo, de estar também junto com as vanguardas transnacionais. 
Frente a este dilema, o autor destaca a diferença que existe nos discursos literários das escritoras Olinda Beja e Conceição Lima . 
Segundo o autor, há uma diferença entre ambas as escritoras, no que se refere ao seu posicionamento no uso da língua crioula como língua literária. Em outras palavras, o escritor expõe duas formas de pensar frente à essa problemática – como no caso de Olinda Beja, de Cabo-Verde, que prefere usar o idioma português como um veículo de comunicação com o mundo exterior. Ela quer expressar a realidade crioula através do discurso europeu/universal.
Ao contrário, as escritoras de São Tomé, Olinda Beja e Conceição Lima, veem a mestiçagem como uma parte da identidade nacional. Para Conceição Lima, o escritor tem que ter uma postura crítica nos âmbitos socioculturais e históricos. Ela ressalta que o escritor deve expressar o sentimento da identidade nacional da população negra.
Este sentido de pertence e afirmação da identidade nacional também é explicada pelo autor Benjamin Abdala, ao qual expõe em seu artigo: “ Utopia e dualidade no contato de culturas”, o nascimento da literatura Cabo-verdiana”. O autor analisa no conto: “O galo cantou na Bahia”, de Manoel Lopes, o nascimento da narrativa cabo-verdiana, que se diferencia dos modelos literários europeus. O conto expressa uma toma de consciência da identidade cabo verdiana. 
Para o autor, o conto de Mário Lopes, representa pela primeira vez, a expressão da crioulidade, na literatura de Cabo Verde. Como afirma, em: “ O galo cantou na Bahia”, o crioulo, símbolo da identidade nacional, associa-se à língua portuguesa, dando origem a uma tensão linguística, onde o idioma do colonizador é mais predominante, cumprindo sua função veicular” ( p: 87) .
Nessa curta análise, foi possível notar que, de certo modo, há um compromisso das escritoras/escritores luso africanos de manter e expressar as línguas nativas (crioulas) como uma forma de reafirmação da identidade nacional. Assim, a literatura se converte em um veículo de informação e toma de consciência ao ter o sentimento de pertence à identidade nacional. Para os escritores, a língua local é expressada lado a lado com a língua do colonizador, com o objetivo de difundir a comunicação das línguas nativas, e ao mesmo tempo, difundi-las a nível internacional.
 
 
Bibliografia
*O trabalho foi analisado com base nos textos críticos.
Abdala Jr. (p.81-97) “Utopia e dualidade no contato de culturas: o nascimento da literatura cabo verdiana”.
Pires Laranjeira (p.17-31) “A identidade crioula e negro africana e uma nova representação da mulher, como exemplos de: Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Nazareth Soares Fonseca (71-82) “Em que língua escrever?” A língua e seus conflitos na literatura de Guiné-Bissau” .
Semedo Costa, Odete, (p.223-230). ”No princípio era a gota... era o grão”.
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20a%20identidade%20%C2%ABcrioula%C2%BB%20e%20negro-africana%20e%20uma%20nova%20representacao%20da%20mulher,%20com%20exemplos%20de%20cabo%20verde%20e%20sao%20tome%20e%20principe 
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