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Apelacao - peça dos alunos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DA...VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...
Nome...prenome.., já qualificado nos autos do processo crime nº... que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que o condenou como incurso nas penas do art. 157, caput, do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor
APELAÇÃO
com fundamento no art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer que seja recebida e processada a presente apelação em ambos os efeitos, suspensivo e devolutivo esperando, após exercido o juízo de admissibilidade, que sejam os autos encaminhados, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local/data
 advogado
 OAB/n*....
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE:.
APELADA: Justiça Pública
PROCESSO Nº...
ÉGREGIO TRIBUNAL,
ÍNCLITOS JULGADORES,
COLENDA CÂMARA,
A r. sentença de fls. 50, proferida pelo douto Juízo da... Vara Criminal da Comarca de..., merece ser reformada totalmente, pelos motivos que o Apelante passa a expor:
I-RAZÕES DE FATO
O apelante fora acusado pela pratica de crime disposto no art. 157, caput, do Código Penal, sendo a denúncia recebida na data de...
Encerrada a instrução, o Meritíssimo Juiz da...Vara Criminal da Comarca de... condenou o apelante.
Contudo, a sentença aqui atacada não merece prosperar pelas razões expostas a seguir.
II-RAZÕES DE DIREITO
Primeiramente, vale apontar que o determinado recurso, obedece todos os pressupostos recursais necessários e por isso, merece ser conhecido. Ressaltando-se também que a sentença aqui discutida, não encontra respaldo em nosso ordenamento.
II.1- DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE FURTO.
Preliminarmente, no que consta autoria do crime, não se nega ter o réu subtraído para si os pertences da vítima Sr.ª Zenilda Moreira Silva, sendo que o mesmo confessou ter praticado a conduta delituosa perante as autoridades policiais.
Contudo, verifica-se que tanto a sentença prolatada pelo juízo a quo quanto pela denuncia oferecida pelo parquet, não se encontram em acordo com o sistema jurídico pátrio. Vejamos o que dispõe o art, 157, caput do Código Penal:
“Art. 157– Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa”.(grifo nosso)
 Ora, colendos julgadores, em tela vislumbra-se a ausência das elementares “mediante grave ameaça ou violência a pessoa” no crime praticado pelo apelante, haja vista que a mera declaração da vítima de que sofreu qualquer tipo de ataque ou de ameaça, não substitui o exame de corpo de delito, meio este que pode realmente provar a ocorrência de reais lesões, porém não foi realizado pelas autoridades competentes.
A propósito, tenho por imprescindível a realização de perícia técnica para efeito de comprovar a materialidade delitiva. Nem mesmo a confissão é capaz de afastar a exigibilidade do exame de corpo de delito, - quem dirá a mera declaração da vitima - meio de prova que, ex vi dos arts. 158 e 171 do CPP, assume especial relevo na gestão das provas relativas aos crimes que deixam vestígios.
E ainda, insta frisar que o acusado tão somente confessou o furto, alegando que não ocorreu a agressão, ou seja, não há confissão sobre a suposta violência, como também não há o exame de corpo de delito, o que é indispensável para comprovação dos fatos.
O que se pretende demonstrar é o seguinte: caso a falta de realização do exame direto seja levada a efeito por omissão do Estado investigador, se do ato resultar prejuízo para a defesa, esvaziando a acusação, o procedimento de nulidade acima colocado deve ser observado.
O prejuízo à defesa parece evidente, quando o Estado deixa de produzir a prova que seria útil ao processo. Certamente, a defesa estará prejudicada, se o delito foi praticado pelo réu entretanto e o órgão técnico do Estado deixou de agir para demonstrar a realidade dos fatos ocorridos.
É pertinente demonstrar o entendimento jurisprudencial acerca do tema exposto:
“AC Nº 70.047.308.440AC/M 3.743 - S 26.04.2012 - P 16 APELAÇÃO CRIME. FURTO SIMPLES. PLEITO MINISTERIAL DE AFASTAMENTO DA DESCLASSIFICAÇÃO DE ROUBO PARA FURTO. REJEIÇÃO. “O contexto probatório não autoriza concluir que o réu tenha empregado grave ameaça idônea contra a vítima para subtrair-lhe o telefone celular, situação que se resolve em benefício do acusado, sufrangando o princípio humanitário do in dubio pro reo. Grave ameaça não reconhecida. APELO IMPROVIDO.” (TJ-RS - ACR: 70047308440 RS , Relator: Aymoré Roque Pottes de Mello, Data de Julgamento: 26/04/2012, Sexta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 30/04/2012).(grifo nosso)
Ademais no que tange a grave ameaça, não consta nos autos nenhuma prova robusta de que em algum momento o réu agiu de forma ameaçadora em desfavor da vítima, salientado-se que o mesmo não possuía nem mesmo condição de agir de tal forma, prova disso se faz a conduta habitual perante a sociedade, enfatizada em sede de sentença, destarte, fazendo-se valer em seu favor o princípio indubio pro reo, consagrado em nossa Carta Magna.
Nesse diapasão assevera GRECCO, ROGÉRIO: “ a ameaça deve ser verossímil, vale dizer, o mal proposto pelo agente, para fins de subtração dos bens da vítima, deve ser crível, razoável, capaz de infundir temor.”.
Corroborando com esse entendimento, assevera o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas GERAIS:
“APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO QUALIFICADO - AUSÊNCIA DE PROVAS INEQUÍVOCAS DA AUTORIA - ABSOLVIÇÃO COM BASE NO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO. – “A prova colhida na fase investigativa apta a sustentar uma condenação deve ser confirmada em juízo e, ainda, estar em consonância com os demais elementos probatórios, sob pena de ofensa ao princípio do contraditório assegurado pela Constituição Federal. - Existindo dúvidas quanto à autoria, a absolvição é medida que se impõe, por força do princípio do in dubio pro reo.” (TJ-MG - APR: 10024088399886001 MG , Relator: Silas Vieira, Data de Julgamento: 16/07/2013, Câmaras Criminais / 1ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 26/07/2013)(grifo nosso)
Restando assim, nenhuma medida a ser imposta senão a desclassificação do crime de roubo, previsto no art. 157 do CP para o crime de furto previsto no art. 155 do CP.
II.2- DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Noutro Ponto, evidencia-se a presença do instituto do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código Penal, haja vista ausência da grave ameaça ou violência do agente, visto que durante a perseguição após a pratica da conduta, este por sua liberalidade desistiu de obter-se pra si a res furtiva.
Nos termos do artigo 16 do Código Penal, o arrependimento posterior constitui causa de diminuição de pena a ser aplicada aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça, quando o autor, voluntariamente, houver “reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa”.
No caso vertente, vê-se que o acusado, desistiu do crime, tendo em vista que o referido se desfaz do objeto ora furtado, antes mesmo da policia o prender em flagrante.
Segundo Guilherme de Souza Nucci, o arrependimento chama-se posterior para diferenciá-lo do eficaz. Quer dizer que ocorre posteriormente ao momento consumativo.
No furto, é perfeitamente viável a aplicação do arrependimento posterior, tendo em vista que não houve violência ou grave ameaça, ou seja, faz jus ao acusado a minorante citada, e ainda que o crime não fosse furto e sim roubo como o MM. Juiz “a quo” o tipificou, ouso citar que no entanto contra este requisito – grave ameaça e violência -, opõe-se Guilherme de Souza Nucci:
“Trata-se de requisito indispensável para a aplicação do benefício, embora se devesse, em futura modificação da lei penal, ampliá-lo paraqualquer delito que produza efeito patrimonial, independentemente de ter sido praticado com violência ou grave ameaça. Ao roubo, cometido com grave ameaça ou lesão leve, por exemplo, cujo agente, arrependido do que fez, procure a vítima ou a polícia, devolvendo, integralmente, a coisa subtraída, bem como pagando qualquer dano remanescente, deveria ser efetivada a causa de diminuição da pena. Não se privilegiam, no direito penal pátrio, as formas de arrependimento do autor. Se, por um lado, quer-se que a pena sirva – e é a concepção mais difundida atualmente – de instrumento para a reeducação, quando se vislumbra uma forma real de arrependimento, significando uma natural reeducação, não se dá valor.”
Insta salientar, que para que o instituto em tela espraie seus efeitos, não necessita que a ideia da reparação nasça em sua mente, ou seja, que a mesma ocorra de forma espontânea, somente reclama que o acusado a pratique, nesse sentido opina o autor Rogério Greco:
”Contentou-se o art. 16 do Código Penal em permitir a aplicação da causa de diminuição de pena por ele prevista quando o arrependimento posterior for voluntário, não se exigindo, aqui, o requisito da espontaneidade.”
Não resta dúvida de que deve ser reconhecida em favor do Apelante a presente causa de diminuição da pena, tendo em vista seu arrependimento posterior antes do flagrante e consequentemente antes do recebimento da denúncia ou queixa.
III-DOS PEDIDOS
Ante o exposto, pede-se e espera-se que essa Colenda Câmara digne-se receber, processar, conhecer e acolher este recurso, para que se determine:
1. Que seja, reformada totalmente a sentença a quo, julgando procedente a apelação para, determinando a desclassificação do crime de roubo, previsto no art. 157 do CP para o crime de furto previsto no art. 155 do CP, tendo em vista a inexistência da violência ou grave ameaça.
2. E, cumulativamente seja aplicada a minorante prevista no art. 15 do Código Penal, em virtude do arrependimento posterior do apelante.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local/Data
 Advogado
 OAB/GO nº...

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