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00 - Direito Processual Civil II - Completo

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Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2019 (AULA 1)
📚Plano de Aula 1 – 
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO;
PROCEDIMENTO COMUM.
📌Processo de Conhecimento
Conceito
Natureza Jurídica
📌Procedimento 
Conceito 
Classificações
📌Procedimento Comum 
Disposições Gerais
Adaptação procedimental
📌Negócio processual
Conceito 
Classificação
⚠O conteúdo desta aula foi ministrado pela professora Tatiana na aula 1 da turma do 6º período no semestre 2019.1.
Durante o semestre estudaremos dentro do processo de conhecimento, o rito comum. O Código de Processo Civil inteiro possui dois andamentos processuais:
RITO COMUM
ANDAMENTO ESPECIAL
Em TGP estudamos o que é ação, jurisdição e processo:
Tatiana comprou uma máquina de lavar no site das Lojas Americanas. Ao receber o produto percebeu que não era o modelo que havia escolhido. Ela imediatamente entra em contato com o SAC da loja a fim de obter a troca da máquina recebida pela que efetivamente foi comprada. Diante de inúmeras ligações infrutíferas e enorme aborrecimento ela pensa em mover uma ação contra a loja. 👩🏼💭‍
Ou seja, ação é um direito abstrato – não é possível tocar e subjetivo – cada um tem o seu direito de ação.
	Qual é a forma de materializar a ação? Através de uma petição inicial, por meio da capacidade postulatória do advogado e a legitimidade ativa e passiva. A ação terá andamento e se finda com uma sentença válida.
	
📚Lei de Organização e Divisão Judiciária – LODJ
O CODJERJ está revogado desde 2015 e a LODJ é a lei que está em vigor. A LODJ é fundamental para analisar se a competência material, funcional ou em razão da pessoa está correta. Do art. 40 ao 60.
Ao materializar o direito de ação e criar a petição inicial atendendo os requisitos do Art. 319 do CPC, é possível encontrar o primeiro requisito:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
O juízo a que ela deve ser dirigida se reflete a critério de competência. Para onde esta petição deve ser distribuída? Existem 4 critérios de fixação de competência, podendo chegar a 5:
✅ValorÉ alegada de ofício pelo juiz.
Absoluta
✅Matéria
✅PessoaSó pode ser alegada pelo réu em contestação.
Relativa
✅Territorial
✅Funcional
	O NCPC não tem nenhum critério de competência com base no valor da causa, o código antigo tinha, por isso a doutrina e a jurisprudência pacificaram no novo código os 5 critérios e manteve com base no valor da causa. Mas na realidade os critérios de competência com base no valor da causa, estão em 3 leis espaças:
✅Lei 9.099/95 – JEC – causas até 20 salários mínimos não é necessária a figura postulatória do advogado e de 20 a 40 salários mínimos é exigida a capacidade postulatória do advogado;
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
§3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
👩🏼Professora Tatiana: “Quando no parágrafo 3º cita “a opção” faz dela relativa. É possível optar. É possível então não ingressar com a ação no Juizado Especial e sim numa Vara Cível diretamente, através do rito comum.”
No exemplo da máquina de lavar que custou R$2.000,00, citado acima, a ação seria distribuída onde? 
Pode ser no JEC, pois o valor do produto é inferior a 20 salários mínimos. Mas a opção também pode ser por distribuir a ação em face as Lojas Americanas numa Vara Cível, na justiça comum. 
	As questões discursivas da prova são de pensamento jurídico, na maioria das vezes não estão na letra da lei. Um exemplo de questão:
- Resposta do réu
1) Você distribui a ação em face as Lojas Americanas, pois ela te vendeu uma máquina de lavar roupa diferente da selecionada no site para a Vara de Fazenda Pública. Está correto? 
A resposta é NÃO. A ação deve ser distribuída numa Vara Cível.
Para conseguir a resposta desta pergunta é necessário conhecer a LODJ, material indispensável para as aulas que tratam de contestação. Onde é possível acessar a LODJ? 
www.tjrj.jus.br
 Consulta
 Legislação
 Organização e Legislação Judiciaria
http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/18186/lei-lodj.pdf
⚠Pode usar a lei na prova, pois competência é vício processual.
✅Juizado Especial Fazendário Causas até 60 salários mínimos e não precisam de capacidade postulatória do advogados, pois a competência é absoluta.
✅Lei 10.259/2001 – Juizado Especial Federal 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
A Constituição de 1988, no Art. 98 citou que seriam criados microssistemas, nos juizados que teriam celeridade processual. Posteriormente, em 2001 foi criado o Juizado Especial Federal e em 2009 o Juizado Especial Fazendário. Eles possuem como critério de competência o valor causa em até 60 salários mínimos. Só que não é opção da parte. Por exemplo, numa ação até 60 salários mínimos contra a Caixa Econômica Federal, contra o INSS – uma Autarquia Federal, não pode ser distribuída numa Vara Federal. Obrigatoriamente, deve ser distribuída no Juizado Especial Federal. É uma exceção à regra da competência com base no valor da causa relativa.
✅Art. 3º, §3º da Lei 10.259/2001 – Juizado Especial Federal
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta.
✅Art. 2º, §4º da Lei 12.153/2009 – Juizado Especial da Fazenda Pública
Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
⚠Fazenda Pública = União, Estados e Distrito Federal.
✅Art. 109, I da CRFB
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Então, se uma ação for contra a União, ela será distribuída na Justiça Federal, pelo critério de competência do art. 109, I da CRFB, nas causas de interesse da União, Autarquias, Empresas Públicas e Fundações são competência da Justiça Federal, se for até 60 salários mínimos, o teto esbarra no Juizado Especial Federal. Trata-se de uma competência absoluta. O juiz da Justiça Federal que recebe uma ação com o valor da causa menor que 60 salários mínimos, de ofício ele remete ao Juizado Especial Federal.
CASO: Manuelita é gerente de um salão de beleza. Suas folgas são sempre domingo e segunda. Ela marcou para realizar o emplacamento do seu carro numa segunda-feira. Ao chegar no posto do DETRAN – uma autarquia estadual, foi informada que o sistema estava fora do ar. Ela então remarcou para a segunda-feira seguinte, mais uma vez, o sistema estava fora do ar. Isso aconteceu mais 3 vezes, totalizando 5 idas até o posto do DETRAN-RJ, até que na sexta vez o problema foi resolvido. Porém,ela não foi isenta da multa referente ao atraso para a troca da placa e do nome do novo proprietário, que deveria ter sido feita no prazo de 30 dias após a compra do veículo. 
Pergunta: Essa ação será distribuída onde? No Juizado Especial Fazendário, pois a ação é contra uma autarquia estadual. O que deve ser levado em consideração?
Qual foi o valor da multa?
Há interesse da autora em dano moral? Quanto?
Contra quem é a ação?
	Não ultrapassando o teto de 60 salários mínimos, a soma da multa mais o dano moral, a ação deverá ser distribuída no Juizado Especial Fazendário.
✅Art. 3º, II da Lei 9.099/95 – Juizados Cíveis e Criminais
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:Aqui faz referência ao Código antigo. Como é possível observar abaixo:
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
✅Art. 275, II do CPC1973 - REVOGADO
Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;
II - nas causas, qualquer que seja o valor; 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; Mesmo superior a 60 salários mínimos, o rito era sumário.
Competência: RELATIVA
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; 
g) que versem sobre revogação de doação; 
h) nos demais casos previstos em lei. 
✅Art. 275, II do NCPC/2015
Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio.É possível verificar que o NCPC não acompanhou o inciso II do art. 3º da Lei 9.099/95
§ 1º A certidão de intimação deve conter:
II - a declaração de entrega da contrafé;
	Todas as demandas do rito sumário, principalmente nas do rol taxativo do inciso II do art. 275, era de competência relativa. O CPC quando falava de competência com base no valor da causa, se referia ao rito sumário. Esse critério de competência era do Código de Processo Civil e não do Juizado, ele foi estabelecido pela doutrina do Código de 1939, o primeiro Código de Processo Civil do nosso ordenamento jurídico, e assim foi levado para o Código de 1973 e se manteve no Código de 2015, sem o menor sentido, pois o Código de 2015 não há nenhum critério de competência com base no valor da causa. Eles estão apenas no JUIZADO. 
	No código de 1973 existia o rito solene, aquele que é mais moroso, tem mais atos processuais até chegar finalmente na sentença. Era o rito ordinário, ele era regra no código antigo, onde caberia todo tipo de ação que não estivesse no rito especial e no ordinário. Para caber uma ação no rito sumário, era necessário verificar se ela se enquadrava no inciso II do art. 275 do CPC – REVOGADO. O rito sumário era o rito mais célere, ele fluía como se fosse um juizado. A diferença do rito sumário para o rito do juizado, era o momento em que o réu ofereceria a peça de resposta:
RITO SUMÁRIO
JUIZADO
A peça era oferecida na primeira audiência que era a de conciliação. Se não tivesse acordo, a contestação já era oferecida naquele momento.
A peça é oferecida na audiência de instrução e julgamento, que é a última audiência.
	O rito sumário era um rito sumário, bem similar ao do juizado, se diferenciando apenas pelo momento em que era oferecida a modalidade de resposta do réu.
O Código de 1973 existia 3 ritos. Eram divididos da seguinte forma: 
📕Livro 1 – Processo de Conhecimento: existiam 2 andamentos processuais:
Ações até 60 salários mínimos
ORDINÁRIO - REGRA
Rol taxativo do Art. 275, II do CC/73
SUMÁRIO
📕Livro 2 – Processo de Execução
📕Livro 3 – Procedimentos Especiais:
RITO ESPECIAL
	O NCPC constitucionaliza o direito que iniciou em 2002 com a chegada do Novo CC que se adequa ao art. 5º da Constituição. O antigo código era da época da ditadura, incompatível com a constituição democrática. O Código de 1973 recebeu várias emendas, até que em 2015 o novo código foi criado com base no último inciso do art. 5º da CRFB, que foi criado por meio de uma emenda em 2004.
✅Art. 5º, LXXVIII da CRFB
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
No processo civil, prevalecem sobre o contraditório e a ampla defesa, na intenção de fazer com que o processo tenha andamento e que se chegue a uma sentença no tempo mínimo possível. 
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
CELERIDADE PROCESSUAL
	O NCPC/ 2002 tem uma divisão diferente do Código antigo, sendo ela:
📖Parte Geral: são os conceitos (Matéria de Processo Civil I);
📖Parte Especial: são os andamentos processuais – Processo de Conhecimento.
	Dentro da parte especial, o legislador já incluiu:
🔖O Procedimento Comum;
🔖O Procedimento Especial.
⚠Procedimento = andamento ou rito
Sig.: uma série de atos processuais, tudo o que dá impulso ao processo.
⁉Qual é o último ato do processo?
👨🏾‍⚖A sentença, proferida pelo juiz.
⁉Qual é o primeiro ato processual do processo?
🙋‍A petição inicial distribuída pelo autor da ação.
Professora: Tatiana Fernandes
Direito Processual Civil II
⁉O que era/ é Rito Especial??
	Eram e são as ações que por alguma maneira o legislador quis que tivessem procedimentos diferenciados, os ritos não são iguais em todas as ações, não são ações necessariamente rápidas, por exemplo, inventário e partilha são as ações mais demoradas hoje no nosso ordenamento jurídico, depois de usucapião, que era rito especial, e é a ação mais solene do ordenamento jurídico, que demora mais tempo, difícil encontrar uma ação de usucapião que tenha durado menos de 10 anos. 
	
Então rito especial, em tese, nos faz pensar que são ações mais rápidas, mas não é só isso. São ações que por sua natureza, o legislador quis que o andamento processual delas fossem diferenciados, podendo ser rápidas ou não. A maioria rápida.
✅Art. 539 do NCPC
TÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS (ROL TAXATIVO)
CAPÍTULO I
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
CAPÍTULO II
DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
CAPÍTULO IV
DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES
CAPÍTULO V
DA AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
CAPÍTULO VI
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
CAPÍTULO VII
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO
CAPÍTULO VIII
DA OPOSIÇÃO
CAPÍTULO IX
DA HABILITAÇÃO
CAPÍTULO X
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
CAPÍTULO XI
DA AÇÃO MONITÓRIA
CAPÍTULO XII
DA HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL
CAPÍTULO XIII
DA REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA
CAPÍTULO XIV
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS
CAPÍTULO XV
DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
✅Art. 318 do NCPC
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
TÍTULO I
DO PROCEDIMENTO COMUM
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
👩🏼Professora Tatiana: “Processo de conhecimento – No Código de 1973 (REVOGADO) o processo de conhecimento possuía 2 procedimentos (rito, andamento processual) que eram: ordinário e sumário. O rito ordinário era a regra das demandas distribuídas pelo antigo código, só cabendo dentro do processo de conhecimento o rito sumário nas hipóteses do antigo artigo 275, que eram causas de até 60 salários mínimos e de qualquer valor, isto é, podendo ser tanto superior a 60 salários mínimos quanto inferior determinados pelo incisoII do citado artigo. 
Também existia o pretérito CPC os procedimentos especiais que eram instituídos por uma série de ações (rol taxativo) que o legislador quis que tivessem um andamento diferenciado, com isso denominado: procedimentos especiais. 
Diante da onda de constitucionalização do direito esculpido na redação do art. 5º e seus incisos da CRFB, foi sancionado o novo CPC (Lei 13.105/2015) que teve como foco além dos princípios do acesso à justiça, celeridade processual e a razoável duração do processo com a finalidade de dar a parte ainda em vida o direito que foi buscar no estado-juiz (jurisdição).
Diante do que foi narrado acima, o processo de conhecimento possui 2 procedimentos comum e especial, tudo com o objetivo de simplificar o procedimento e torná-lo mais eficaz aos legitimados. O procedimento comum é a regra do andamento processual que prevalece na lei de ritos (art. 318, caput e p.u. do CPC) possuindo aplicação subsidiária tanto no processo de execução quanto nos procedimentos especiais, este último permanece no novo CPC com o mesmo olhar do código revogado, ou seja, são demandas que o legislador determinou que por sua natureza teriam andamento processual diferente do rito comum (são as ações disciplinadas do artigo 539 até 770 do novo CPC).
Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2019 (AULA 2)
📚Bibliografia
- Livro Didático Estácio
- Alexandre Câmara – (3 volumes) Possui posicionamentos minoritários;
- Humberto Theodoro Jr. – (3 volumes) Quem atualiza suas obras é o grupo de estudo dele;
- Humberto Dalla – (2 volumes) Professor de Mestrado e Doutorado da Estácio – Editora Saraiva 
- Fredie Didier – (6 volumes) Ele é um jurista baiano. Ajudou a fazer o NCPC - Editora Juspodium
- Daniel Assumpção Neves – (DOUTRINA UTILIZADA NESTE MATERIAL) 
Manual de Direito Processual Civil – Volume Único – 11ª edição 2019 - Editora Juspodium 
Sistema de Avaliação
📝Av1 – 9,0 – Sem consulta ao código + 1 Questão Discursiva – Base da prova é o Plano de Aula 3 – Modalidades de respostas do réu 
Trazer o Caso Concreto solicitado no dia da prova. Os casos são corrigidos antes da prova. 
📝Av2 – 10,0 – 2 questões discursivas da aula 1 a 16.
📝Av3 – 10,0
📚Plano de Aula 1 – 
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO
PROCEDIMENTO COMUM. (continuação)
✅Ação 
Subjetivo – cada um acredita que tem o seu direito de ação; 
Abstrata – não se pega a ação, mas ela se materializa através da petição inicial;
Ultra solene – o itens da petição inicial devem ser obedecidos conforme o Art. 319 do CPC.
Tatiana comprou uma geladeira no site das Lojas Americanas. Ao receber o produto percebeu que não era o modelo que havia escolhido. Ela imediatamente entra em contato com o SAC da loja a fim de obter a troca da geladeira recebida pelo modelo que foi comprado. 
👩🏼💭‍Diante de inúmeras ligações infrutíferas e enorme aborrecimento ela pensa em mover uma ação contra a loja. 
Tatiana propõe ação em face das lojas Americanas com o único objetivo de realizar a troca da geladeira que foi entregue pela geladeira que foi escolhida no site. Trata-se de uma Ação de Obrigação de Fazer. (Tatiana não quer o dinheiro de volta e nem mesmo pediu dano moral na sua ação).
🏬
Lojas Americanas
RÉU
👩🏼
Tatiana
AUTOR
Nesta ação de obrigação de fazer, qual o critério de competência? 
Em razão da MATÉRIA: Vara Cível;
Em razão do TERRITÓRIO: Domicílio do réu, por regra do Art. 46 do CPC.
✅Art. 46 do CC – Regra para propositura de ação
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
👩🏼Professora Tatiana: “O CDC foi criado com o objetivo de colocar em pé de igualdade o consumidor e o fornecedor de produto ou serviço. Um loja do porte das Lojas Americanas tem poder aquisitivo para contratar um advogado famoso e a Tatiana não tem a mesma condição. Inclusive, dependendo do valor da causa, ela pode distribuir a ação no Juizado Especial Cível, sem a necessidade de ter um advogado.”
✅Responsabilidade Civil
DANO MORAL
DANO MATERIAL
PENSÃO VITALÍCIA
LUCRO CESSANTE
DANO ESTÉTICO
INDENIZAÇÃO
💰
Nas relações de consumo, quando não se pede indenização, a ação não pode ser proposta no domicílio do autor, ou seja, uma obrigação de fazer não é responsabilidade civil, por regra deverá ser proposta no domicílio do réu. 
✅Art. 101, caput, I da Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
	Nós estudaremos neste semestre o andamento processual, desde a distribuição da Petição Inicial, os andamentos posteriores até chegar na sentença.
✅Andamento do processo – Art. 319 do CPC
Petição Inicial – Ato Processual Solene – é aquele que possui forma, tendo como critérios:
I – CompetênciaEm razão da pessoa
Art. 46 ao 53 do NCPC Em razão da matéria
II – Legitimados Em razão da função
Autor – Polo Ativo;
Réu – Polo Passivo;Territorial
III – Fatos e Fundamentos JurídicosValor da causa
A História do cliente narrada pelo advogado; 
Fundamentos Jurídicos – embasamento material através da Legislação, Doutrina e Jurisprudência;
IV – Pedidos 
O pedido deve ser certo e determinado, a exceção é o pedido genérico.
V – Provas
VI – Valor da Causa
Existem várias andamentos no processo desde a distribuição da petição inicial até que se saia a sentença, e todos esses atos são considerados solenes:
Distribui a ação, por meio da Petição Inicial
Citação do réu
Contestação e Reconvenção
Sentença
📄
⚖
Modalidades de resposta do réu.
A contestação, dentre outras coisas, tem o objetivo de o advogado do réu analisar os vícios processuais da petição inicial do autor e impugná-los. Por exemplo:
- Se foi distribuída em juízo incompetente;
- Se no polo passivo ou ativo existe alguma parte ilegítima;
- Se não tem as condições da ação – legitimidade e interesse;
- Se as partes tinham no contrato determinado que antes de recorrer ao estado-juiz, iam se utilizar de alguma forma alternativa de solução de controvérsia como a arbitragem e não utilizou;
- Se é causa de inépcia da petição inicial;
 
	⁉Qual o objetivo de estudarmos Processo Civil II?
👩🏼Professora Tatiana: “É dar a quem está em vida o seu direito. O Código de 1973, vivia o auge da ditadura. Quando veio a CRFB/1988 e nela os direitos e garantias fundamentais. Foi necessário adequar a legislação pátria ao estado democrático de direito. A primeira lei a ser integralmente revogada neste propósito foi o Código Civil que era de 1916 e teve uma nova versão em 2002. O CPC começou a se transformar numa “colcha de retalhos”, várias leis emendaram o CPC, tinha artigo com letra “j” para conseguir colocar num código ditatorial um estado democrático de direito.”
	Logo que a Constituição entrou em vigor, para o Direito Processual Civil, o que era mais importante era o princípio do contraditório e da ampla defesa. O art. 5º, LV da CRFB:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Todas as reformas que foram feitas no código foram para sempre permitir a parte, seja ela qual for, o direito do contraditório e da ampla defesa. Mas a Emenda Constitucional nº 45 deu uma nova base ao andamento processual:
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
CELERIDADE PROCESSUAL
O CPC, no processo de conhecimento, possui dois ritos, o rito comum – mais solene e o rito que só cabe em determinadas demandas específicas, chamado de rito especial. O rito especial tem andamento próprio, determinado pelo legislador. Nenhuma delas tem andamento igual uma das outras.
📚Plano de Aula 2 –
ImprocedênciaLiminar do Pedido;
Audiência de conciliação e de mediação.
📌Improcedência Liminar do Pedido;
📌Audiência de Conciliação e Mediação.
	
✅Improcedência Liminar do Pedido – Art. 332 do CPC 
	O autor distribui a ação e de imediato recebe uma sentença. O réu é ouvido em momento oportuno, por isso, quando o juiz oferece a sentença desta forma, o réu nem chega a ser citado. As hipóteses para este procedimento estão no ROL TAXATIVO do Art. 332 do NCPC. A regra é que o processo siga o seu percurso normal, distribuir a ação, ouvir o réu e depois o juiz decidir e não que o juiz lhe dê uma sentença dizendo de improcedência, isso é uma exceção à regra.
Autor distribui a ação.
1
Juiz recebe e analisa a petição.
2
Juiz profere a sentença sem citar o réu.
Sentença de Improcedência.
3
	As causas que levam a sentença de improcedência liminar* do pedido não há necessidade de ouvir o réu, pois vai julgar desfavorável ao autor. Não vai trazer prejuízo para o réu e a ação distribuída não terá andamento processual, o andamento será abreviado. 
*Liminar = desde já. 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
✅Art. 178, II do CC
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
O juiz ao receber a petição inicial verifica as provas e o tempo que se passou entre a assinatura do contrato e a propositura da ação, que é superior a 4 anos.
Qual a necessidade de utilizar a estrutura do poder judiciário para dar andamento processual a uma ação, se “o direito não socorre aqueles que dormem”?
O juiz imediatamente extingue o processo com resolução do mérito sem mesmo citar o réu. 
Art. 332. § 1º juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Caso 1
Tatiana se interessa por comprar uma sala de aula. Os alunos, que são os proprietários da sala, verificam que uma das paredes está bem infiltrada e no dia anterior a visita pintam a parede com uma tinta sem cheiro. Tatiana realiza a visita e realiza a compra.
Depois de 40 dias as infiltrações começam a aparecer. Tatiana pensa em ingressar com uma ação contra os alunos, mas como possui um bom relacionamento com a turma, não ingressa. 
Depois de 5 anos, a parede com a infiltração e sem resolver o problema, ela ingressa com a ação pedindo seu dinheiro de volta com juros e correção monetária.
Trata-se de uma a ação de anulação do negócio jurídico por vício redibitório ou por dolo. 
O contrato firmado é documento obrigatório para a distribuição da ação.
	
✅Diferença de julgamento com e sem resolução do mérito
Julgamento sem resolução do mérito: por vício processual, o autor pode sanar o vício e entrar até 3 vezes com a mesma ação;
Julgamento com resolução do mérito: faz coisa julgada material, o autor não pode mais pleitear o direito em juízo.
Caso 2
Só pode requerer a prisão civil por inadimplemento de pensão alimentícia, sendo uma exceção, se da data da dívida e da propositura da ação não se passaram 3 meses. 
	Tatiana e seu marido se separam, eles possuem um filho. No momento da separação foi definida a visitação, mas não foi firmado valores em relação a pensão alimentícia.
	Passados 7 meses sem que o pai da criança fizesse nenhum depósito, a criança, representada por Tatiana, ingressa com uma ação de alimentos requerendo a prisão do pai devido os 7 meses de atraso da pensão.
✅ Súmula 309 do STJ
Enunciado
O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
	O juiz recebe a ação e extingue pois o pedido de prisão só pode ser aceito se o pai da criança estiver em débito de até 3 meses.
O juiz imediatamente extingue o processo com resolução do mérito sem mesmo citar o réu. 
Art. 332. I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
Caso 3
A Tatiana distribui uma ação pedindo dano moral em relação a geladeira que lhe foi entregue de maneira errada. 
O Tribunal local, TJRJ, possui uma súmula que vai contrariar o pedido da Tatiana. 
OBS.: A Súmula só vale para o TJ, mas não para o STJ, neste caso específico do exemplo, vale a pena recorrer.
✅ Súmula 75 do TJRJ
Nº. 75 “O simples descumprimento de dever legal ou contratual, por caracterizar mero aborrecimento, em princípio, não configura dano moral, salvo se da infração advém circunstância que atenta contra a dignidade da parte.”
Referência: Uniformização de Jurisprudência nº. 2004.018.00003 na Apelação Cível n.º
2004.001.01324. Julgamento em 22/11/2004. Relator: Des. Luiz Zveiter. (Acórdão publicado em 19/12/2018).
O juiz imediatamente extingue o processo com resolução do mérito sem mesmo citar o réu. 
Art.322. IV - enunciado de súmula do de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
Caso 4
	Decisão de efeito repetitivo: é efeito guarda-chuva, vale em todo território nacional, pois é de relevante interesse social. 
Uma pessoa entra com a ação, vai recorrendo até que se chega ao STJ que declara ser recurso repetitivo. Mas depois da decisão do STJ, sobe para o Supremo.
Várias pessoas entram pleiteando a mesma coisa, o STJ escolhe 1, julga e vale para todos no território nacional. A decisão vale para todos os recursos que estão suspensos e para os que ingressarem depois.
	
Se existe um entendimento de recurso repetitivo contrário ao pedido pleiteado pelo autor. O juiz extingue o processo.
O juiz imediatamente extingue o processo com resolução do mérito sem mesmo citar o réu. 
Art. 322. II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
Caso 5
	Em Minas Gerais devido os acidentes de Brumadinho e da Vale, muitas pessoas ingressaram com ação em face das empresas pleiteando indenização. O TJMG verifica essa enorme quantidade de demandas, são pegos alguns recursos por amostragem, também são repetitivos, mas ainda não chegaram nos Tribunais Superiores. 
	O TJ decide em âmbito local com base nos recursos que chegam para serem apreciados.
	Os juízes de primeiro grau que estão aguardando para dar sentença, vai de encontro ao entendimento do TJMG.
	
	
	
No caso do autor que não sabe que já existe entendimento pacificado pelo Tribunal local e pede algo diferente do entendimento padronizado sobre o tema, o juiz vai extinguir a ação.
O juiz imediatamente extingue o processo com resolução do mérito sem mesmo citar o réu. 
Art. 322. III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
✅Diferença de Recursos Repetitivos e Demandas Repetitivas
	É o momento em que o Tribunal decideque vai analisar. Se já está em âmbito de STJ e STF são recursos repetitivos, pois só se chega lá através de recursos. Mas demandas são muitas demandas naquele estado específico, nos tribunais locais.
	Se o autor tenta pleitear algo contrário do que já foi pacificado em demandas ou recursos repetitivos, o juiz não vai dar andamento ao processo pois ele tem ciência que num eventual recurso, a sua decisão será modificada, por este motivo, é julgado a improcedência liminar do pedido.
✅Assunção de competência 
	É uma demanda, ou demandas pingadas, mas que o estado-juiz acha que tem que resolver. A primeira assunção veio do STJ, que é o gênero. As pessoas mudavam o gênero por meio de cirurgia e pedia alteração do nome, mas os tribunais locais não estavam permitindo a alteração do registro civil. O STJ chamou para si e a primeira ação que foi proposta lá foi decidido que era uma matéria de relevante interesse social. É um tipo de demanda em massa que atende toda a sociedade.
A partir daquele momento o STJ decidiu que qualquer pessoa que realize cirurgia de alteração de sexo ou não, que passe por um psiquiatra e tenha laudos comprovando que está bem da forma que está, não precisa mais judicializar e ter uma sentença para alterar o nome, essa pessoa pode ir direto no registro civil. Dois anos depois o Supremo manteve o entendimento do STJ. 
Transexuais têm direito à alteração do registro civil sem realização de cirurgia – DECISÃO 09/05/2017 19:47*
O entendimento foi firmado pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao acolher pedido de modificação de prenome e de gênero de transexual que apresentou avaliação psicológica pericial para demonstrar identificação social como mulher. Para o colegiado, o direito dos transexuais à retificação do registro não pode ser condicionado à realização de cirurgia, que pode inclusive ser inviável do ponto de vista financeiro ou por impedimento médico.
*Fonte: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-05-09_19-47_Transexuais-tem-direito-a-alteracao-do-registro-civil-sem-realizacao-de-cirurgia.aspx
👩🏼Professora Tatiana: “O CPC imbuído no espírito do Princípio Constitucional da Celeridade Processual e Razoável Duração do Processo criou um rol taxativo no art. 332 em que o autor, ao distribuir a sua ação, desde já (liminarmente) tem, diante do seu pedido, uma sentença de improcedência. São as hipóteses de: 
Prescrição e Decadência;
Enunciados de Súmulas dos Tribunais Locais, STJ e STF, Acórdãos fruto de recursos repetitivos, decisões de demandas repetitivas e ainda os casos de assunção de competência;
Nestes casos o pedido do autor possui sentença de improcedência antes mesmo de citar o réu em contestação, uma vez que este não será prejudicado pela decisão magistral.” 
⁉Se a improcedência do pedido for parcial?
👩🏼Professora Tatiana: “Não é o caso. Quando ocorre no rito comum da improcedência ser parcial, o processo continua em relação aos demais pedidos. Não haverá uma sentença, por isso não é o caso de improcedência liminar do pedido. Quando a decisão é parcial é agravo de instrumento, é uma decisão meio pois o processo continua com o pedido que não julgado procedente. O nome que se dá é Julgamento conforme o estado do processo, muda a terminologia. Trata-se de um julgamento parcial do processo é uma decisão interlocutória, recurso cabível da parte que você perdeu é agravo de instrumento pois o processo continua o seu andamento no outro pedido que não foi julgado.”
Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2019 (AULA 3)
📚Plano de Aula 2 –
Improcedência Liminar do Pedido;
Audiência de conciliação e de mediação. (continuação)
	Na aula passada foi deixado o entendimento que a matéria de Processo Civil II vai analisar todo o andamento do rito comum – rito mais solene, que é o rito como regra do CPC. Falaremos desde a distribuição da ação até a sentença. O trajeto do rito comum será percorrido no decorrer das aulas. 
	Nada mais célere que o autor distribuir a ação, o juiz recebe e ao analisar ver que está em desconformidade com o entendimento do tribunal, seja qual for, podendo ser Súmula de tribunal local, do STJ ou até STF, ele não dá andamento a um processo que está contrário a tais entendimentos. 
A regra seria o processo andar, mas ao longo do percurso existem 3 fases que o processo pode ser interrompido:
✅Improcedência liminar do pedido – Art. 332, §2º,3º e 4º do CPC
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Sendo um dos casos do Art. 332
Sentença: Improcedência liminar do pedido.
Distribui a P.I.
	
Neste caso, apenas o autor atuou na ação. O réu não foi citado e nem saberá que houve um processo contra ele. Independente de citação do réu, o juiz profere a sentença que finaliza o processo. Se o autor ficar insatisfeito com a sentença. Ele tem o direito de recorrer, ele interpõe um Recurso de Apelação contra a sentença proferida pelo juiz.
5
O juiz recebe 
1
2
3
4
O juiz se retrata e cita o réu.
O juiz profere sentença de “Improcedência Liminar do Pedido.”
O autor distribui P.I.
O autor insatisfeito interpõe Recurso de Apelação*.
O juiz cita o réu para se manifestar e remete para o tribunal.
O juiz analisa e se enquadra no rol do Art. 332.
*Esse recurso de apelação segue para dentro do processo do autor, o juiz tem acesso a este recurso. 
	
O apelante, neste caso o autor, vai demonstrar que o caso dele não é um caso de Improcedência Liminar do Pedido por meio da apelação. Como o juiz recebe esta apelação, é dado a ele o direito de olhar a peça, podendo ele se retratar ou remeter ao tribunal. 
Hipótese 1: Se o juiz perceber que realmente se equivocou, a sua sentença é invalidada. A partir da retratação do juiz, o réu é citado para seguir o andamento normal do processo. O prazo para o juiz se retratar é de 5 dias, lembrando que os prazos processuais são contados em dias úteis. 
	Cita o réu
Se retrata
O processo segue o andamento.
Reconhece seu equívoco
O juiz recebe a apelação
Hipótese 2: O juiz não se retrata, ele mantém a decisão. Ele vai citar o réu para abrir contraditório e ampla defesa diante da apelação. Ou seja, o réu vai entrar no processo em 2º grau de jurisdição e vai apresentar uma peça chamada “Contrarrazões de Apelação”.Anula a sentença e retorna o processo para o juiz. Abre prazo para o réu apresentar a peça de Contestação.
Acórdão Procedente para o apelante
O juiz recebe a apelação
Um colegiado vai julgar a Apelação e o contraditório exercido pelo réu
Cita o réu para apresentar a peça de “Contrarrazões de apelação”
Entende que não houve erro na sua sentença
O Processo é extinto com julgamento do mérito.
Acórdão Improcedente para o apelante
Esse trâmite não é regra, ele é exceção, faz parte do rol taxativo do art. 332 do CPC. A regra é que o processo siga. Quando o juiz recebe a petição inicial, o próximo passo é citar o réu para a audiência de conciliação ou mediação.
✅Processo de conhecimento
O autor de acordo com o art. 319, VII do CPC deve colocar na petição inicial o seu interesse ou não por uma audiência de conciliação ou mediação. 
Art. 319. A petição inicial indicará:
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
O objetivo da mediação ou conciliação é que as partes entrem num acordo, além de garantir a eficácia dos Princípios Constitucionais da Celeridade Processuale Razoável Duração do Processo. A mediação e conciliação são as formas de acordo que existem no processo de conhecimento. 
✅Princípios que regem a Mediação e Conciliação – Art. 166 do CPC
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
🎯Oralidade: as partes falam, manifestam seus interesses;
🎯Confidencialidade: o que ocorre na sala de conciliação/ mediação não pode ser divulgado;
🎯Imparcialidade: os mediadores/ conciliadores não podem tomar partido de um lado ou outro;
🎯Autonomia da Vontade: os mediadores/ conciliadores não podem intimidar ou forçar um acordo, aceitar ou não é mera deliberalidade das partes;
🎯Independência: 
Existe diferença entre mediação e conciliação:
✅Mediação – Art. 165, §3º do CPC
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
	Só é utilizada nos casos onde houve vínculo anterior entre as partes e nas hipóteses que onde o vínculo perdura no tempo. Por exemplo, casamento, guarda, separação, alimentos, sócios etc. 
	O mediador é o facilitador do diálogo. Ele tenta restabelecer o diálogo entre duas pessoas que já tiveram algum tipo de relação anterior, mas que naquele momento estão “brigados” e entraram no litígio.
Se as audiências perdurarem no tempo, foge a ideologia do novo código, por exemplo, não é razoável passar 1,2 ou 3 anos tentando um acordo. Mas se o número de audiências é restrito, fere a natureza jurídica da mediação que é reestabelecer o contato entre duas pessoas que convivem e que podem continuar convivendo durante um bom tempo.
	O mediador deve ser imparcial. Geralmente quem faz o papel de mediador não são operadores do direito, na maioria das vezes são psicólogos, assistentes sociais etc.
✅Conciliação – Art. 165, §2º do CPC
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
	Neste caso as partes não possuem vínculo anterior. O conciliador conhece o direito, pode até dizer qual é a lei e a forma que ela é aplicada naquele caso, mas ele não pode ajudar nenhuma das partes. O conciliador, assim como o mediador, deve ser imparcial. 
	Se o autor não tiver interesse em participar da audiência de conciliação ou mediação, ele deve se manifestar quanto a isso na petição inicial, pois o próximo passo do rito comum depois de distribuída a ação, é a audiência de mediação ou conciliação.
✅Art. 334, caput e §3º do CPC
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido (ver art. 332 do CPC), o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação (ver art. 165, §2º e 3º do CPC) com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado (ver art. 238 do CPC) o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
2
O autor distribui a ação.
1
	É designada dia e hora para Audiência de Conciliação ou Mediação.
Andamento do processo...
Improcedência Liminar do Pedido
O art. 334 caput, diz que o réu será citado* para comparecer à audiência de mediação ou conciliação. 
*Pelo art. 238 do CPC – a citação é o ato do magistrado no processo, que chama a primeira vez o réu, o terceiro interessa e o executado a integralizar a relação processual.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Para saber o que deve ser feito com os atos processuais as partes são intimadas. A natureza jurídica da intimação é mandamental. Exemplo: “Tome ciência”, “Faça xxx”, “Cumpra-se” etc. 
Existe divergência doutrinária a respeito desta mudança do NCPC ao artigo 238.
Daniel Amorim Assumpção em sua obra: MANUAL DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL – volume único – 2019, p. 613, traz seu posicionamento a respeito do novo conceito de citação no NCPC:
O art. 238 do CPC prevê que a citação é o ato pelo qual se convoca o réu, o executado ou interessado (o termo “demandado seria mais adequado) para integrar a relação jurídica processual. Apesar de não estar integralmente correto, já que a citação não convoca o demandado a coisa alguma, integrando-o automaticamente à relação jurídica processual, o conceito é melhor que o anterior.
O art. 239 do CPC traz algumas novidades quando comparado com o art. 214 do CPC/73. No caput do dispositivo legal vem previsto expressamente que a citação do réu ou executado não é indispensável para a validade do processo nos casos de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido, com ou sem resolução do mérito. Em regra, a citação e a intimação são feitas concomitantemente, o que aumenta a falsa impressão de serem, nesse momento inicial do procedimento, o mesmo fenômeno processual. Na realidade, é justamente nas excepcionais situações em que a citação e a intimação do demandado para se defender ocorrem em momentos distintos que se nota com maior clareza a distinção entre as duas diferentes formas de comunicação de atos judiciais.
👩🏼Professora Tatiana: “O novo CPC mudou o conceito de citação. Comparecer à audiência é uma ordem dada pelo juiz para que as partes compareçam no dia e horário da audiência, logo, o não comparecimento é considerado Ato Atentatório da Dignidade da Justiça. Só se chama citação pela redação do art. 238 do CPC, porém, a designação da audiência é um ato mandamental.”
👩🏼Professora Tatiana: “Pela regra contida na redação do artigo 334, caput do CPC, o magistrado determina a citação pessoal do réu e a intimação do autor, na pessoa do seu advogado para o comparecimento a audiência de mediação ou conciliação. A regra é que basta uma das partes manifestar interesse (mesmo no caso de litisconsórcio) para que essas audiências sejam designadas pelo juiz, incorrendo a possibilidade de transação se todos manifestarem o desinteresse na realização da mesma (§4º e 6º do Art. 334).”
§ 4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
No caso de litisconsórcio, se o polo passivo ou ativo for formado por 10 pessoas, por exemplo, e apenas duas tiverem interesse em realizar a audiência, ela será realizada. Para que não haja audiência, as 10 pessoas devem se manifestar pelo desinteresse na audiência de conciliação ou mediação.
Daniel Amorim Assumpção em sua obra: MANUAL DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL – volume único – 2019, p. 636, traz seu posicionamento a respeito do §6º do art. 334 do CPP
[...] Muito mais adequado seria prever que, sendo o litisconsórcio unitário, bastaria a manifestação de um dos litisconsortes, e, sendo litisconsórcio simples, a audiência deveria ser realizada somente para aquele litisconsorte que deixou de manifestar desinteresse em sua realização. Seja como for a multa ora analisada dar-se-á por meio de uma decisão interlocutória não recorrível por agravo de instrumento, já que ausente do rol do art. 1.015 do CP. A recorribilidade, portanto, dar-se-á por meio de apelação ou contrarrazões, nos termos do art. 1.009, §1º do CPC, sendo irrelevante para fins de interesse recursal ter a parte sancionada se sagrado vitoriosa na demanda – Enunciado 67 da I Jornada de direito processual civil do CJF “Há interesse recursal no pleito da parte para impugnar a multa do art. 334, §8º do CPC por meio de apelação, embora tenha sidovitoriosa da demanda”.
Caso as partes não compareçam à audiência, onde é obrigatória a presença de seus advogados, será considerado Ato Atentatório a Dignidade da Justiça, sendo punido com multa de 2% sobre o valor da causa ou sobre a vantagem econômica requerida, conforme §8º, 9º e 10º do art. 334 do CPC.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
O autor deve se determinar na petição inicial o pedido na para participar ou se tem desinteresse na audiência de conciliação ou mediação. Se o autor não se manifestar, o juiz vai entender pelo interesse.
Extinção do processo com resolução do mérito.
Improcedência Liminar do Pedido
1
O autor distribui a Petição Inicial.
Juiz intima o réu para que se manifeste sobre o interesse ou não da audiência.
O juiz designa dia e horário da audiência. *
Réu opta pela audiência de Conciliação/ Mediação
Improcedência Liminar do Pedido
Autor opta pelo desinteresse audiência de Conciliação/ Mediação
Juiz intima o réu para que compareça no dia e horário da audiência designada.
PRAZO MÍNIMO DE 30 DIAS!
Autor opta pelo interesse na audiência de Conciliação/ Mediação
Não há audiência de Conciliação/ Mediação.
Réu opta pelo não interesse na audiência de Conciliação/ Mediação
Juiz cita o réu para que se manifeste sobre o interesse ou não da audiência.
Autor opta pelo desinteresse na audiência de Conciliação/ Mediação
*O autor já está no processo, ele é intimado para a audiência por meio do seu advogado, mas o réu é citado pessoalmente, pois ele não tem advogado constituído, ainda. 
⏳ Prazos
	✅ Do despacho do juiz até a primeira audiência de mediação ou conciliação: mínimo de 30 dias. Para que dê tempo do réu ser citado e constituir advogado;
	✅ Entre a data da audiência e o ato que cita o réu deve ter o prazo de 20 dias;
	✅ O intervalo mínimo entre uma audiência e outra é de 20 min;
	✅ O réu tem o prazo de até 10 dias antes da data da audiência para manifestar o interesse ou não na audiência de mediação ou conciliação
✅Art. 334, caput e §§ do CPC
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. (Ver §12)
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. (Remissão para o §2º)
👩🏼Professora Tatiana: “O autor – representado por seu advogado – ao elaborar a petição inicial deverá manifestar o interesse ou não pela realização da audiência de conciliação ou mediação (Art. 319, VII do CPC). 
Obs.: Há diferenças entre mediação e conciliação determinada na redação do art. 165, §2º e 3º do CPC. 
Pela regra contida na redação do art. 334, caput, do CPC, o Magistrado determina a citação pessoal do réu e a intimação do autor, na pessoa do seu advogado, para comparecimento a audiência de mediação ou conciliação (Art. 334, caput e §3º do CPC). A regra é que basta uma das partes manifestar interesse (mesmo no caso de litisconsórcio) para que essas audiências sejam designadas pelo juiz, inocorrendo a possibilidade de transação se todos manifestarem expressamente o desinteresse na realização da mesma (§4º e 6º do art. 334). Caso as partes não compareçam à audiência, onde é obrigatória a presença de seus advogados, será considerado ato atentatório a dignidade da justiça, sendo punido com multa de 2% sobre o valor da causa ou sobre a vantagem econômica requerida (§8º, 9º e 10º do art. 334)”
📚Plano de Aula 3 – 
Professora: Tatiana Fernandes
Direito Processual Civil II
DA RESPOSTA DO RÉU
📌Conceito 
Princípios infraconstitucionais e constitucionais aplicáveis
📌Espécies: 
Contestação; 
Reconvenção; 
Inovações
📌Exceções de Impedimento e Suspeição
📌Contestação;
Preliminares
📌Incompetência absoluta e relativa;
📌Incorreção do valor da causa;
📌Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça;
📌Ilegitimidade e possível mudança no polo passivo;
📌Preclusão; 
Conceito e espécies.
✅ Respostas do Réu
	Não existindo acordo, pois se tiver acordo haverá uma sentença de mérito que se homologa o acordo e termina o processo. Se não teve acordo, o autor já se manifestou, agora o réu precisa se manifestar, são o que chamamos de: modalidades de respostas do (s) réu (s).
	O CPC apresenta alguns tipos de respostas utilizadas para o réu se manifestar sobre o que foi narrado pelo autor na Petição Inicial, são eles a contestação e a reconvenção.
🔖Contestação: é a peça do réu que ele tem que impugnar todos os fatos e fundamentos jurídicos do autor na petição inicial. Na contestação que se descobre todos os vícios processuais do autor. Deve analisar se há incompetência absoluta, relativa, se houve indeferimento da petição inicial, causas de inépcia da petição inicial, se há interesse processual, se há legitimidade etc. A base da contestação é o que foi aprendido em Processo Civil I. 
A contestação deve ser narrada com a petição inicial do autor do lado, para assim impugnar item por item, pois aquilo que não for impugnado, é tido como verdadeiro.
Além de impugnar os fatos trazidos pelo autor, o réu, na contestação apresentará a versão dele do fato ocorrido. Numa contestação não se narra fatos e fundamentos, pois eles são exclusivos da Petição Inicial. O réu impugna e conta a versão dele, o nome disso é MÉRITO. Os incisos do art. 337 apresentam uma série de vícios processuais que precisam ser analisados antes de discutir o mérito do processo. Mas é importante saber que:
Art. 319. A petição inicial indicará:
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
Autor = Narra fatos e fundamentos jurídicos na peça dele que é a Petição Inicial.
Réu = Impugna tudo o que foinarrado pelo autor na Petição Inicial, apresenta e fundamenta a versão dele. (MÉRITO)
⁉ E se o fato apresentado pelo autor for verdadeiro?
Este fato será ratificado, ele não será impugnado. Por exemplo:
Tatiana está saindo do estacionamento do Nova América com todo cuidado e cautela quando um carro colide com o carro dela. O motorista do carro que colidiu no carro da Tatiana é mais célere que ela e já no dia seguinte distribui a ação alegando que a Tatiana causou um dano no veículo dele e lhe causou um prejuízo financeiro de R$10.000,00.
O autor não manifesta interesse pela audiência de conciliação. A Tatiana também se manifesta pela desinteresse em participar da audiência. 
🔖Reconvenção: o objetivo da resposta do réu é modificar, extinguir os fatos narrados pelo autor.👨🏼‍🦳
EXMO. SR. DR. XXXX
Petição Inicial
No dia 28/08/19 o autor transitava pela Av. Martin Luther King quando repentinamente o carro da ré apareceu na saída do estacionamento do Shopping Nova América causando danos ao carro do autor.
👩🏼
Tatiana é citada e apresenta a peça de Contestação.
Contestação
No dia 28/08/19 a ré saia do estacionamento do Shopping com todo cuidado quando o carro do autor surgiu de forma abrupta, em alta velocidade não tendo tempo hábil para frear, colidindo e causando, o autor, dano no carro da ré.
👩🏼Professora Tatiana: “Na posição do réu, a verdade deve ser ratificada, mas tomando cuidado para impugnar aquilo que não é verdade. Mas se tudo o que o autor falar em sua petição inicial for verdade, a melhor alternativa é oferecer um acordo.”
A contestação leva a existência de 2 princípios:
🖋
 Princípio do ônus da impugnação especificada: Art. 341 do CPC – tem esse princípio como regra. Tem que o réu na contestação impugnar parágrafo por parágrafo da narrativa de fatos do autor, pois o que o réu não impugnar é tido como verdadeiro. 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;SÃO AS EXCEÇÕES
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
A ausência da contestação leva à revelia. Presume-se verdadeiro todos os fatos narrados pelo autor na petição inicial.
⚠PROVA – MUITA ATENÇÃO! ⚠
🖋
Princípio da Eventualidade: antes de discutir o mérito – impugnação dos fatos e a versão do réu fundamentada sobre aquilo que realmente ocorreu, antes de discutir o mérito, o réu precisa narrar as preliminares – são os vícios processuais que o réu verificou existirem em petição ao autor.
	Sobre o exemplo citado acima da colisão do veículo entre Tatiana e o motorista que trafegava pela Av. Martin Luther King, no dia 28/08/2019, só existe um critério de competência para essa demanda em relação a matéria*, o art. 53, IV determina que é competente o local do ato ou do fato ou do domicílio do autor para acidentes ocorridos em via terrestre.
*É a matéria dentro da jurisdição daquele estado que o Tribunal de Justiça designou um juiz natural que tenha expertise para processar e julgar. As competências relativas estão no CPC do art. 46 ao 53. 
Se o autor da ação que foi distribuída em face da Tatiana não propõe a ação no lugar do ato ou do fato ou no domicílio dele, e distribui no domicílio da Tatiana, ela vai narrar esse vício processual na sua contestação. Se ele distribui a ação na Comarca da Capital, que é o domicílio da Tatiana, sob pena de preclusão, ela vai arguir na contestação incompetência relativa, pois o autor não seguiu a regra de competência territorial determinada no CPC. 
Digamos que, ainda no exemplo acima, o carro que ela usava no momento da colisão seja do seu pai, que é relativamente incapaz e é assistido pelo irmão da Tatiana que mora em Brasília – DF. 
Ainda existe um vício processual. Qual? A ação foi distribuída na Comarca da Capital, que é domicílio da Tatiana, condutora do veículo e não do autor, como é expresso na regra de competência territorial. 
O Princípio da Eventualidade diz que devem ser alegados todos os vícios processuais que cabem em defesa do réu. Se a Petição Inicial do autor apresentar mil vícios processuais, todos eles devem ser alegados na preliminar da contestação, que pelo Princípio da Eventualidade, deve ser narrado tudo o que cabe em defesa dos interesses do réu.
O artigo 337 do CPC nos apresenta um rol exemplificativo, e todos os outros vícios processuais que existirem dentro do Código de Processo Civil.
✅Art. 337 do CPC – Rol Exemplificativo
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada
VIII - conexão
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
📖HISTÓRIA:
	D. Maria, uma senhora de 68 anos, caminhava pela calçada na Av. Atlântica, no bairro de Copacabana, quando tropeçou em um gancho que estava fixado na calçada na frente de um restaurante. Ela foi imediatamente socorrida e levada a emergência de um Hospital local que realizou os primeiros socorros. Com a queda, a D. Maria bateu o rosto no chão, quebrou alguns dentes, machucou o joelho além de algumas escoriações. Ela precisou colocar prótese para substituir os dentes que perdeu e precisou realizar fisioterapia para retomar os movimentos completos do joelho. D. Maria conseguiu reunir toda a documentação que comprovava o dano que ela sofreu em consequência de um gancho colocado na calçada. 
Tatiana, advogada, analisa a Petição Inicial distribuída em face do restaurante ao qual o gancho estava fixado a frente. Ao realizar as preliminares da contestação foram verificados alguns vícios, a saber:
	Vícios Processuais da Petição Inicial da D. Maria
	⛔D. Maria narra os danos materiais sofridos em decorrência da queda, sua fundamentação é no dano material, mas só teve pedido de dano moral
	Inépcia da Petição Inicial
	⛔D. Maria narrou, narrou, narrou e fundamentou o pedido do dano material no abalo psicológico
	Na narrativa dos fatos, não se chega a uma conclusão lógica
	⛔D. Maria distribuiu a ação no JEC, onde o teto são 40 salários mínimos e não tinha advogado constituído
	Indeferimento, pois a ação não cabe no microssistema do Juizado Especial Cível e causas acima de 20 salários mínimos é obrigatória que a parte tenha um advogado constituído no processo
	⛔A regra do JEC é que seja proposta no domicílio do réu e não do autor
	Art. 4º, §1º, para fundamentar a propositura da ação no domicílio do autor, D. Maria teria que narrar relação de consumo, que no caso, não houve. Ela se machucou na parte externa do restaurante sem que houvesse consumido nada em seu interior – incompetência relativa
🏬
👵🏼 
Diante dos vícios narrados pela Dra. Tatiana, é bem possível que a D. Maria tenha seu processo extinto sem resolução do mérito.
✅Art. 336 do CPC
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa (ver art. 337, caput), expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 
✅Vícios Processuais
Na contestação, para fazer jus ao Princípio da Eventualidade e também fazer valer o Princípio do Ônus da Impugnação Injustificada, a primeira coisa que o réu tem que analisar na petição inicial são os vícios, pois eles levam a sentença, essa é a segunda possibilidade de já termos fim na açãoque mal começou. 
Os vícios processuais podem ser dilatórios e peremptórios.
🖋Dilatórios: é um vício sanável. O Magistrado vai abrir um prazo para que o autor possa sanar o vício. Em seguida ele redistribui a petição inicial com as devidas correções e o processo prossegue.
Abre prazo e o autor redistribui a petição inicial.
O réu apontou os vícios narrados pelo autor na P.I. 
Autor distribuiu a Petição Inicial
Não houve acordo
🖋Peremptórios: são vícios insanáveis. Não tem como o processo continuar com aquele vício, o vício vai levar a uma sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito, de acordo com o art. 485 do CPC. 
SENTENÇA: Extinção do processo sem resolução do mérito.
👨🏾‍⚖
Não houve acordo
Autor distribuiu a Petição Inicial
O réu apontou os vícios narrados pelo autor na P.I. 
⏳ Prazos
✅Para o réu contestar e reconvir – 15 dias
Não existe uma regra de prazos para sanar os vícios. Cada caso é tratado de forma específica. Por exemplo:
✅ Ausência de litisconsórcio passivo necessário – o juiz abre prazo de 15 dias para incluir o (s) réu (s) faltantes, caso não seja incluído no prazo oferecido, o processo é extinto sem resolução do mérito. Seria um caso de preliminar dilatória que se transforma em peremptória.
✅ Incompetência relativa ou absoluta – não existe prazo pois o próprio juiz irá remeter os autos ao juízo competente. 
👩🏼Professora Tatiana: “O réu possui como regra duas modalidades de resposta: contestação e reconvenção. Prazo para ambas, de 15 dias. 
CONTESTAÇÃO: na contestação o réu deve se valer de dois princípios: Princípio do ônus da impugnação especificada e Princípio da eventualidade. Pelo princípio do ônus da impugnação especificada deve o réu na contestação impugnar toda a narrativa de fatos do autor na petição inicial, uma vez que o que não se impugna é tido como verdadeiro.
Há também o princípio da eventualidade, por este princípio o réu deve narrar tudo o que cabe para sua defesa ciente que existindo preliminares deve narra-las bem como mérito e prejudiciais de mérito.”
 Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2019 (AULA 4)
📚Plano de Aula 3 –
DA RESPOSTA DO RÉU (continuação)
📖Resumo da última aula
Distribui a Ação por meio da P.I.
Autor manifesta interesse na Audiência de Conciliação/ Mediação
O juiz intima o réu para que manifeste o interesse ou não.
Respostas do réu
ou
Autor manifesta o não interesse na Audiência de Conciliação/ Mediação
O juiz cita o réu a comparecer na audiência.
SEM ACORDO
	
Ainda há a possibilidade, antes mesmo de o juiz citar o réu, profere uma sentença de “Improcedência Liminar do Pedido”, obedecendo o rol taxativo do art. 332 do CPC.
Contestação – 15 dias (Art. 335 do CPC)
Reconvenção – 15 dias
(Art. 335 do CPC)
Princípio da Eventualidade (Art. 336 e 337 do CPC)
“Antes de narrar o mérito, verifica-se as preliminares.”
Princípio do Ônus da Impugnação (Art. 341 do CPC)
👩🏼Professora Tatiana: “Pelo Princípio da Eventualidade, como a gente narra tudo o que cabe na Contestação, para defesa dos interesses do nosso cliente (que é o réu), a redação do artigo 337 do CPC, apresenta um rol de vícios exemplificativos que podemos alegar em contestação, só que o 337 fala assim: ‘antes de narrar o mérito, verifica-se as preliminares”, então é possível saber duas coisas: 
1. que nessa peça chamada contestação, com base no princípio da eventualidade deve-se narrar, além do mérito, uma coisa que se chama preliminares, vícios processuais que o advogado do autor cometeu, alguns desses vícios pode levar a extinção do processo sem a resolução do mérito, um sentença;
2. mas alguns vícios não são tão graves assim, o legislador quis que a parte pudesse sanar esse vício e o processo continuar.”
O art. 337 apresenta vícios sanáveis e insanáveis que apresentam consequências no percurso do rito comum:
Vícios Sanáveis 
Dilatórias
	Preliminares
Vícios Insanáveis
Peremptórias
	
🔖Exemplo 1:
Tatiana propôs uma ação de divórcio na Vara Cível de Petrópolis. O advogado do réu (marido de Tatiana), recebe a Petição Inicial que foi distribuída na Vara Cível e ele percebe dois tipos de incompetência:
	Em razão da matéria
(ABSOLUTA)
	Quem processa e julga ações de divórcio é a VARA DE FAMÍLIA.
	Em razão do território
(RELATIVA)
	A ação deveria ser distribuída no Rio de Janeiro
O advogado do réu deve alegar os dois vícios processuais? Com base no princípio da eventualidade, sim. O advogado do réu deve narrar tudo o que cabe. Imaginemos que o advogado narre apenas a incompetência absoluta. A ação será remetida para a Vara de Família de Petrópolis, ou seja, não adianta, pois ela ainda está distribuída na cidade errada, apresentando uma incompetência territorial.
🔖Exemplo 2:
Tatiana é proprietária de uma loja de doces. Os alunos do 6º período decidiram realizar uma festa. Os alunos contrataram R$30.000,00 em docinhos. O pagamento deveria ser feito no dia 20/09. No dia 21/09 os alunos não realizaram o pagamento. A Tatiana ingressa com uma “Ação de Cobrança”. A ação de cobrança em face dos alunos foi distribuída numa Vara Cível da Comarca da Capital, domicílio do autor. O exemplo apresenta dois vícios:
	Em razão da pessoa
(ABSOLUTA)
	O processo deve ser ingressado pela loja de doces (PJ), representada por Tatiana (PF) e não pela Tatiana – Ilegitimidade Ativa.
	Em razão do território
(RELATIVA)
	A ação deveria ser distribuída no domicílio do réu. Como são muitos réus, o autor pode escolher.
	
O advogado dos alunos deverá alegar a ilegitimidade ativa e incompetência relativa. Existe uma ordem para isso: 1º se alega o vício sanável e depois o vício insanável. O motivo desta ordem é que apenas o juiz competente pode proferir sentença válida – art. 46 do CPC:
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
A incompetência relativa deve ser narrada primeiro pois está ligada a critério de competência, ele é remetido para o juízo competente que pode proferir uma sentença, preliminar de legitimidade ativa é um vício insanável, leva a extinção do processo sem a resolução do mérito. 
✅Critérios de fixação de competência
 		🎯MatériaAbsoluta
 		🎯Funcional
 		🎯Pessoa
🎯TerritorialRelativa
🎯Valor da causa: não estão no CPC.
De onde surgiu o critério de fixação de competência? No primeiro CPC/39. Os critérios de fixação de competência que existem no ordenamento jurídico de hoje vêm desde 1939, passou pelo código de 1973 e se mantiveram no código de 2015. No nosso código, não tem nenhum critério de competência com base no valor da causa. No código falecido existia o rito sumário que estava previsto no artigo 273 – revogado – “Caberá o rito sumário nas causas até 60 salários mínimos.” O citado artigo estabelecia o valor da causa. 
	No direito tudo tem um motivo. No CPC/73 já existia o processo de conhecimento. Este mesmo código dizia que “O processo de conhecimento terá dois andamentos processuais, dois ritos – Ordinário e Sumário”. O rito ordinário só pensava em contraditório e ampla defesa, o processo não andava. Os critérios de fixação de competência existiam nos códigos e eles se mantém. No novo código não tem nenhum critério de competência com base no valor da causa, mas nós temos no ordenamento processual 3 hipóteses de ações distribuídas com base no valor da causa, que são nos juizados.
💡Lei 9.099/95, art. 3º, §3º – Juizado Especial Cível – até 40 salários mínimos:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
	No caso de uma “Ação de Cobrança” com valor causa de R$50.000,00, o autor teria que renunciar R$20.000,00 para ingressar com a ação no JEC. Propor a ação no JEC/ Lei 9.099/95 é uma opção da parte.
💡Lei 12.153/2009, art. 2º, §4º –Juizado Especial Fazendário – até 60 salários mínimos
Exceção à regra: trata-se de competência absoluta sobre o valor da causa.
Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
🔖Exemplo:
	Tatiana está em débito com o DETRAN-RJ (uma autarquia estadual) referente a muitas multas do seu carro no valor de R$17 mil. Tatiana vai ao órgão para realizar a vistoria do seu veículo, ao se apresentar, o funcionário informa que ela não poderá realizar a vistoria em razão dos débitos. O funcionário informa que devido a uma ordem do Presidente do DETRAN-RJ as vistorias só serão realizadas nos veículos que não possuam débitos de multas. Tatiana propõe uma ação de “Obrigação de Fazer” pelo rito comum e pede tutela de urgência antecipada. 
Esta ação não será distribuída na Vara de Fazenda Pública e sim no Juizado Especial Fazendário, pois a competência é com base no valor da causa, mas é absoluta.
Se o processo for distribuído numa Vara de Fazenda Pública, o juiz vai remeter para o Juizado Especial Fazendário, pois obrigatoriamente, necessariamente causas até 60 salários mínimos são de competência do JEF, trata-se de uma competência com base no valor da causa que é uma EXCEÇÃO.
💡Lei 10.259/2001, art. 3º, §3º - Juizado Especial Federal – até 60 salários mínimos
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.Exceção à regra: trata-se de competência absoluta sobre o valor da causa.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta.
🔖Exemplo:
	Tatiana, aluna universitária, foi até uma agência da Caixa Econômica Federal para abrir uma conta. Ao receber sua primeira bolsa do estágio no valor de R$3.500,00, deposita na conta que foi aberta na CEF. No dia seguinte quando foi verificar a conta se surpreendeu com a conta zerada. Tatiana procura André, seu advogado na esperança de ter seu direito defendido. 
André orienta Tatiana que toda ação movida contra a União, suas autarquias e empresas públicas é de competência do Juizado Especial Federal e a Caixa Econômica Federal, por ser uma empresa pública, obedecendo a regra do artigo 109, I da CRFB seria distribuída na Justiça Federal, mas a competência do Juizado Especial Federal é absoluta e a causa é inferior a 60 salários mínimos, terá que obedecer a regra da Lei 10.259/2001 e ser distribuída no Juizado Especial Federal.
✅REGRA GERAL DO CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA (💡Muito Importante💡)
Na regra geral do critério de fixação de competência, 3 são absolutas e 2 são relativas. As absolutas são: Em razão da matéria, pessoa e funcional. As relativas são: territorial e valor da causa. 
O único juizado que no Brasil, tirando o Rio de Janeiro, que tem	competência relativa é o Juizado Especial Cível – Lei 9.099/95, pois é uma opção da parte distribuir a ação no JEC ou na Justiça Comum. Os critérios de fixação de competência do JEC estão no art. 4º da citada lei e diz que a regra é a competência do réu. Porém no Rio de Janeiro o Juizado Especial Cível foi criado de acordo com as Varas Regionais e essas Varas (Tijuca, Ilha do Governador, Barra da Tijuca, Campo Grande, Santa Cruz, Pavuna, Méier, Madureira, entre outros bairros) dentro do nosso município, possuem Fórum.
O que é uma Regional? Esses Fóruns citados acima são chamados de Regionais. Eles foram criados pois o Palácio da Justiça, no Centro da Cidade, não tem mais como crescer, dentro dele possui dezenas de Varas Cíveis, Varas de Fazenda Pública etc. e não dá conta de tudo o que é distribuído no nosso estado. As Regionais foram criadas com o objetivo de delegar. Elas são criadas de acordo com o contingente populacional, com uma população de mais de 1 milhão de habitantes no município do Rio de Janeiro, seria impossível apenas as os juízes das Varas do Fórum da Capital julgar todas as demandas.
Engana-se quem pensa que como as regionais são localizadas em bairros, seria uma competência territorial e relativa. Mas efetivamente, esses fóruns foram criados pois não há possibilidade de o Palácio da Justiça crescer mais. É pega a função do juiz lá do Palácio da Justiça e prorroga como se fosse um “homem elástico”. A competência de regional não é territorial é Territorial Funcional, de natureza Absoluta – essas informações estão na Lei de Organização e Divisão Judiciária (LODJ), art. 10, p.u.
Art.10 A criação de Varas, Juizados e Fóruns Regionais será feita:
Parágrafo único A competência dos Juízos das Varas Regionais, fixada pelo critério funcional-territorial, é de natureza absoluta.
	Se a ação deve ser proposta no domicílio do réu e ele reside em numa Regional, essa incompetência será absoluta, pois pela LODJ apesar destas regionais estar em bairros, são territórios e é a prorrogação da função do juízo dentro do foro central. A competência funcional territorial é de natureza absoluta.
	EXCEÇÕES
	COMPETÊNCIA
	JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
	Relativa
	JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO
	Absoluta*
	JUIZADO ESPECIAL FEDERAL
	Absoluta*
	REGIONAIS
	De natureza Absoluta*
*Trata-se de exceção.
	RIO DE JANEIRO
NITERÓI
Comarca De Niterói
	Comarca da Capital
🏢 Regional da Região Oceânica
🏢 Regional de Madureira
🏢 Regional do Campo Grande
🏢 Regional da Pavuna
🏢 Regional da Santa Cruz
🏢 Regional da Ilha
2 Municípios =
2 Comarcas =
2 Territórios
🏛
🏛
🚙 🚌 🚎 🚕 🚗 🚐 🚒 🚐 🚙 🚌 🚕
🔖Exemplo: 
Tatiana tinha que propor a sua ação em na Regional de Madureira, mas o advogado dela que faltou as aulas de competência, distribuiu na Regional da Ilha do Governador. O advogado do réu, vai alegar na Contestação: Incompetência Absoluta. As competências das Varas Regionais têm critério funcional territorial de natureza ABSOLUTA.
✅Art. 337 do CPC
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;D
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa; (art. 292 do CPC)
IV - inépcia da petição inicial;💡D = Dilatória
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;P
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;💡P = Peremptória
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
✳ Vício Sanável (III - incorreção do valor da causa;). Art. 292 do CPC
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
Os incisos do artigo 292 apresenta um rol exemplificativo de valor da causa em algumas ações. Mas se a parte apresentar o valor da causa indevido, o juiz se manifesta para que a parte recolha

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