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QUEIXA CRIME

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA
Autos de Inquérito Policial nº...
Kelly Lorena, Brasileira, solteira, operadora de telemarkiting, portador do documento de identidade RG. nº5214785, CPF sob nº025636131-30, residente e domiciliado à (Rua X6 Quadra 22 Lote 5 Bairro do Paraíso), por seu advogado e procurador com poderes especiais Alberto Martins França, OAB nº9530 (doc 1), vem respeitosamente perante a presença de vossa Excelência, propor:
QUEIXA – CRIME SUBSIDIÁRIA 
Em face de Armando Freitas de Almeida, Brasileiro, solteiro, Empresário, portador do documento de identidade RG. nº4215786, CPF sob nº02563413539, residente e domiciliado à (Avenida T.9 Quadra 29, condomínio Residencial solar ville setor Solar das Aurora), com fundamentos nos artigos 5º, inciso LIX da Constituição Federal, artigo 100º, parágrafo 3º do Código Penal e nos termos do artigo 41º do Código de Processo Penal, baseadas nas provas colhidas no inquérito policial, ante a inércia do Ministério Público em propor ação penal pelos Seguintes motivos:
I. DOS FATOS 
Consta dos autos que no dia 28 de junho de 2019, nesta cidade, no Bairro do Paraiso, Armando Freitas, já qualificado nos autos, agindo consciente e voluntariamente, atacou fisicamente por motivo fútil Kelly Lorena, no momento em que ela estava saindo da faculdade. No ensejo da violência a querelante estava acompanhada de seu amigo Sérgio Luiz.
O querelado agiu injustamente, uma vez que usou de extrema violência para cobrar uma dívida de locação do imóvel que a querelada morava. Armando deferiu diversos socos e pontapés contra a vítima, quebrando uma de suas pernas e deixando a incapacidade para as atividades habituais por 45 dias, como foi apurado do inquérito policial.
Percebe-se, portanto, que se findou o prazo legal previsto no artigo 46 do Código de Processo Penal para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público. Assim, em cumprimento ao que lhe é facultado pelos dispostos nos artigos 24 e 26 do Código de Processo Penal, o autor, parte legítima, vem propor Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, a fim de ver o réu julgado pelo crime de lesão corporal grave tipificado no artigo 129, § 1, inciso I do Código Penal.
II. DO DIREITO 
Conforme dos autos, ficou comprovado através das provas do exame de corpo de delito e do relatório do médico que o querelado causou lesões que resultaram em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, além dos outros hematomas expostos pelo corpo, em decorrência dos socos e pontapés. 
O artigo 129, § 1, inciso I do Código Penal diz que:
“Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
“Pena - reclusão, de um a cinco anos.”
Em vista disso, fica evidente que o querelado infringiu o artigo acima mencionado, ou seja, lesão corporal de natureza grave. Pode-se comprovar que esse crime aconteceu, vossa excelência, porque houve a incapacidade para a querelada ir para o trabalho, além disso, impossibilitou a sua locomoção para a faculdade. 
Conforme os ensinamentos do penalista Rogério Sanchez, Manual de Direito Penal Parte Especial:
 “Entende-se por ocupação habitual qualquer atividade corporal costumeira, tradicional, não necessariamente ligada a trabalho ou ocupação lucrativa, devendo ser lícita, não importando se moral ou imoral, podendo ser intelectual, econômica, esportiva etc.” (SANCHES CUNHA; 2018 p.121) 
É importante destacar que a Kelly ficou com a sua perna toda enfaixada e andando de muleta, fazendo com que a impedisse que a querelada realizasse suas ocupações habituais, como por exemplo, andar alguns quilometros para pegar o transporte coletivo para trabalhar e ir pra faculdade. 
O núcleo do tipo legal do art. 129 é ofender. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. Ensina o professor Julio Fabbrini Mirabete que:
“O núcleo do tipo é ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, incluindo, pois toda conduta que causar mal físico, fisiológico ou psíquico à vítima. A ofensa pode causar um dano anatômico interno ou externo (ferimentos, equimoses, hematomas, fraturas, luxações, mutilações). ” 
(MIRABETE, 2012, p. 71)
Basta ver excelência, que a sua integridade corporal foi ofendida no momento em que o Armando agrediu de forma insolente, sem a Kelly produzir qualquer ato contra ele, de tal forma que o maior dano causado foi à fratura em sua perna. Haja vista, que, a agressão foi presenciada por testemunha arrolada, o amigo da vítima Sérgio Luiz, que logo em seguida prestou soccorro e levou à agredida ate um hospital mais próximo. Desta maneira também foi registrada nas filmagens das câmeras de vigilância da faculdade toda a cena do fato. 
Conforme o entendimento do TJGO: 
APELAÇÃO CRIMINAL. AMEAÇA E LESÃO CORPORAL CONTRA A MULHER. 1. ABSOLVIÇÃO. A palavra da vítima, que, em crimes desta natureza, possui especial relevo, relatando que foi agredida e ameaçada, aliadas ao Relatório Médico e Radiografia da face, são provas suficientes para sustentar o decreto condenatório. Constatado que a ameaça proferida pelo agente foi real e grave o suficiente para incutir fundado temor na vítima, a ponto da mesma representá-lo criminalmente, impõe-se a manutenção da sentença condenatória. 2. REDUÇÃO DO QUANTUM DA PENA. Restando patenteado que o apenamento foi fixado de forma justa e proporcional ao caso concreto, tendo a douta Juíza sentenciante procedido à análise correta das circunstâncias judiciais para fixação das penas basilares, em obediência as diretrizes traçadas no artigo 59, do Diploma Repressivo, impõe-se a manutenção da pena tal qual fixada na sentença. 3. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. A pena corpórea imposta não pode ser substituída por restritivas de direitos, tendo em vista o disposto no art. 44, inc. I do Código Penal (crime cometido com violência ou grave ameaça). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-GO - APR: 03746576620168090157, Relator: DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 02/07/2019, 2A CAMARA CRIMINAL, Data de Publicação: DJ 2796 de 30/07/2019)
Em conformidade com a jurisprudência acima, fica evidente que a palavra da vítima em crimes desta natureza, possui especial relevo, relatando que foi agredida violentamente. Destarte que também constaram marcas da violência no relatório Médico, são provas suficientes para sustentar o decreto condenatório do querelado. Apurado que a ameaça pelo ódio e a raiva proferida pelo agente, foi o suficiente para causar várias consequências, sendo elas, piscológicas, física e ate mesmo emocional.
Ocorre que no caso em tela, os autos está há mais de 30 dias com o Parquet, sem tomar qualquer inicitativa até a presente data. De acordo com o artigo 46, do Código de Processo Penal, o Ministério Público tem o prazo de 15 dias para oferecer a denúncia no caso de réus soltos. Assim diante da inércia do Promotor de Justiça, a querelante tem a legitimidade para promover a Queixa-Crime Substitutiva da Denúncia, tornando-se, portanto, a ação penal privada subsidiária da pública, na forma do artigo 29 do Código de Processo Penal combinado com o artigo 100, parágrafo 3º, do Código de Processo Penal.
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que: 
a) seja recebida a presente Queixa-crime Substitutiva da Denúncia, na forma do artigo 29 e 41 do Código de Processo Penal combinado com o artigo 100, parágrafo 3º do Código de Processo Penal. 
b) seja citado o querelado, a fim de apresentarem a resposta à Acusação na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal, no prazo de 10 (dez) dias, e ao final seja condenado nas penas do artigo 129, parágrafo 1º inciso I do Código Penal. 
c) Seja feito a intimação das testemunhas abaixa arroladasa fim de ser ouvidas. 
d) E por fim requer finalmente a oitiva do Ministério Público na forma do artigo 45 do Código de Processo Penal, querendo aditar a denúncia ou intervir no presente feito. 
Protesta-se por todos os meios de provas admitidos em Direito. 
Nesses termos, pede deferimento.
Goiânia, 21 de agosto de 2019.
Alberto Martins França 
OAB nº9530 
Rol de testemunhas
1. Sérgio Luiz Costa Filho, estudante, qualificado;

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