Buscar

Unidade V - Provas - Teoria Geral da Prova

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
DAS PROVAS 
TEORIA GERAL DA PROVA 
1. Conceito: prova é todo elemento que contribui para a formação do 
convencimento do juiz acerca de determinados fatos relevantes para o 
julgamento da causa. 
 
Ex: instrumento em que um contrato fora registrado; um recibo de quitação; um 
laudo pericial que informa a velocidade em que um determinado veiculo trafegava; 
uma testemunha que descreva a atividade profissional da parte e outros. 
2. DOIS SENTIDOS DA PALAVRA PROVA 
 
a. Subjetivo: é o convencimento de alguém a respeito da veracidade de uma 
alegação. Ex: o juiz no processo afirma que existe prova de algo nos autos. Ele 
se convenceu. 
 
b. Objetivo: é qualquer elemento trazido ao processo para tentar demonstra que 
uma afirmação é verdadeira. Ex: quando uma das partes traz um documento 
ao processo e afirma que ele faz prova nos autos. 
 
 Existe uma intrínseca ligação entre a PROVA e o princípio do 
CONTRADITÓRIO. Através das provas é que a parte consegue exercer o 
direito de influenciar de participar na formação do resultado do processo, 
pondo em pratica o contraditório. Tal assertiva se concretiza na forma do 
artigo 369 do CPC: 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, 
bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados 
neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o 
pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
 
 
3. OBJETO DA PROVA: visa demonstrar a veracidade de alegações sobre 
FATOS que sejam CONTROVERTIDOS E RELEVANTES no processo. 
 
3.1. Há fatos relevantes que influenciam o convencimento do juiz; 
 
Existem ALEGAÇÕES QUE SÃO CONSIDERADAS IRRELEVANTES PARA O 
RESULTADO DA CAUSA, como p.ex., a discussão da responsabilidade objetiva do 
réu, estando o mesmo a discutir sobre a existência de sua culpa, que é argumento que 
não tem sustentação na real discussão. Esta alegação não integra o objeto da prova. 
 
 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
3.2. Há FATOS CONTROVERTIDOS sobre os quais as partes divergem; e, os 
FATOS INCONTROVERSOS, que não dependem de prova para seu 
reconhecimento. Ex: o valor do prêmio de um seguro fixado claramente 
na apólice. 
 
 Aqui temos alegações relevantes, mas que não serão objeto de prova (artigo 
374, II e III), por isso que, na decisão de saneamento e organização do 
processo, se permite a realização de uma fase postulatória anterior (petição 
inicial, contestação e, eventual réplica), para que as partes apresentem suas 
alegações e impugnações. E, após esta fase de debates é que se torna 
possível no processo a fixação das ALEGAÇÕES CONSIDERADAS 
IRRELEVANTES E AS RELEVANTES E, PORTANTO, CONTROVERTIDAS, 
PARA SE ESTABELECER QUAIS AS PROVAS DEVEM SER PRODUZIDAS 
NO PROCESSO. 
 
3.3. FATOS NOTÓRIOS (artigo 374, I, CPC): são aqueles fatos de conhecimento 
geral. Não são objeto de prova. 
 
Ex: alegação de que o Brasil tem como atual Presidente Michel Temer. 
 
3.4. FATOS SOBRE OS QUAIS INCIDEM PRESUNÇÃO LEGAL DE EXISTÊNCIA 
OU VERACIDADE (ARTIGO 374, IV DO CPC). Não são objeto de prova. 
 
Ex: fatos constantes em processo em que o réu tenha sido REVEL; alegação 
de que os juros de uma dívida estão pagos, quando o valor principal fora 
quitado e a mesma foi dada sem reserva ou ressalva dos juros (artigo 323 do 
CC); alegação de que plantação de um terreno fora feita por seu proprietário e 
a sua custa (artigo 1.253 do CC). 
 
4. DESTINATÁRIO DA PROVA 
 
a. Direto: o Juiz, vez que a prova produzida passa a integrar o processo. A 
prova é do processo e não das partes. cabe ao juiz indeferir as provas 
inúteis ou protelatórias (art. 370, parágrafo único do CPC) e, a ele 
incumbe apreciar a prova (artigo 371 do CPC); 
 
b. Indireto: são as partes e demais interessados nela, visto que o processo é 
público em regra. As partes e demais interessados também tem que se 
convencer que a prova produzida e usada em certa decisão pode ser 
considerada correta. Este convencimento é que orientará o comportamento 
das partes nos processo, quanto a interposição de recurso ou a busca de 
uma transação para evitar maiores perdas, especialmente a parte vencida 
nos autos. 
 
 É preciso reconhecermos que o juiz tem iniciativa instrutória no processo, ao 
lado das partes que podem postular a produção de provas (artigo 6º do CPC), 
em face do MODELO PROCESSUAL COOPERATIVO ADOTADO PELO 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
NOVO CÓDIGO EM QUE O JUIZ E AS PARTES ATUAM DE FORMA 
COOPARTICIPATIVA NA CONSTRUÇÃO DO CONTRADITÓRIO DO 
RESULTADO DO PROCESSO 
 
 Neste modelo processual o juiz e as partes estão no mesmo plano, para a 
construção comparticipativa do resultado do processo; 
 
 A participação do juiz ocorre também em grau de recurso, tanto que, se em 
primeiro grau o juiz indeferir a prova e, no Tribunal for entendida como 
relevante para a decisão do caso, aquele poderá ser reformada, determinando 
a produção da prova e proferimento de nova sentença. Ex: casos em que a 
maciça jurisprudência do Tribunal exige a produção de prova pericial 
para decisão das demandas, como nos casos de acidente de trabalho. 
 
5. VALORAÇÃO DA PROVA (PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO 
MOTIVADO OU DA PERSUAÇÃO RACIONAL e o novo PRINCÍPIO DA 
VALORAÇÃO DEMOCRÁTICA DA PROVA) – ARTIGO 371 DO NCPC 
 
Art. 371 CPC. O juiz apreciará a prova constante dos autos, 
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na 
decisão as razões da formação de seu convencimento. 
 
5.1. CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DA PROVA PELO JUIZ 
 
a. Da Prova Legal: o juiz não tem liberdade na apreciação da prova, sendo 
fixada pela lei o seu valor conforme um tabelamento. No direito brasileiro ainda 
existe esse critério em caráter excepcional. Ex: contrato de depósito voluntário 
que somente é provado por documento escrito (artigo 646 CC), somente 
admitindo prova testemunhal se houver a escrita e, emanada ou oriunda do réu 
(artigo 444 CC); 
 
b. Princípio da Persuação Racional ou livre convencimento motivado (artigo 
131 do CPC de 1973): neste critério o juiz é livre em sua valoração da prova, 
desde que informar o fundamento do valor em sua decisão. Este é um critério 
que fornecia ao juiz poder discricionário de fixar seus critérios pessoais para 
dizer se a prova é ou não capaz de formar seu convencimento. Ex: dois 
depoimentos contraditórios de testemunhas. 
 
c. Princípio da Valoração Democrática da Prova (artigo 371 do CPC 2015): 
pela nova legislação, da simples leitura do artigo em questão, fica claro que, a 
expressão “livremente” foi afastada, e, substituída pela “apreciar a prova”, 
que impõe a juiz em sua fundamentação dizer por que aceita tal prova e 
rejeita outras, pois somente existe uma verdade nos autos, ou pelo 
menos fortemente se encontrará uma probabilidade possível da verdade, 
e, como afirmou Alexandre Câmara: 
 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
“...incumbe ao juiz, ao proferir a decisão de mérito, indicar os fundamentos 
pelos quais se justifica seu convencimento, formado através da analise das 
provas produzidas no processo, construindo em contraditório seu 
convencimento a respeito dos fatos da causa.” ..... “Exige-se, pois, uma 
fundamentação que demonstre, discursivamente, como o juiz chegou às 
suas conclusões acerca da apreciação da prova, a fim de se demonstrar 
que a decisão proferida é a decisão correta para o caso concreto em 
exame, sem que isto resulte em DISCRICIONARIEDADE OU 
VOLUNTARISMO JUDICIAL.” – grifos apostos 
6. Ônus da Prova 
 
 As partes tem o ônusde alegar os fatos que lhes são favoráveis; 
 As partes tem o ônus de apresentar os instrumentos processuais para sua 
defesa e impugnações (ônus da impugnação), como p.ex. o réu, tem o ônus 
de contestar os fatos alegados na inicial do autor; 
 Dos fatos alegados, as partes passam a ter o ÔNUS DA PROVA, ou seja, 
de provar o que alegaram e de provar o que impugnaram. 
 
6.1. Princípio da aquisição ou comunhão da prova (artigo 371 CPC): por 
este artigo afirma-se que a prova será apreciada pelo juiz 
INDEPENDENTEMENTE DO SUJEITO QUE A PRODUZIU NOS 
AUTOS, pois a prova não é da parte e, sim, do PROCESSO. 
 
 Artigo 373 CPC 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor. 
 
 O juiz somente aplicará as regras de distribuição do ônus da prova, de 
forma DEFINITIVA, no momento de proferir a decisão de mérito, e, 
somente quando verifica que o material probatório é insuficiente para 
justificar sua decisão. 
 
 A prova dos fatos é dos considerados relevantes e controvertidos, alem do 
FATO CONSTITUTIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO 
AUTOR. 
 
6.1.1. FATO CONSTITUTIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO 
 
a. FATO CONSTITUTIVO: sempre vai existir porque é dele que se origina o 
direito do autor nos autos; 
 
b. FATO IMPEDITIVO: é um fato contemporâneo ao fato constitutivo do autor, 
mas é suficiente para impedir que o direito efetivamente se constitua. Ex: 
incapacidade de uma das partes contratantes que invalida o negócio jurídico. 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
c. FATO MODIFICATIVO: é um fato superveniente e que altera a substância do 
direito do autor, como por exemplo, o pagamento parcial de uma dívida que 
esteja sendo cobrada do demandante. 
 
d. FATO EXTINTIVO: é um fato superveniente à formação do direito e que faz 
com ela desapareça como é o pagamento em relação ao direito de crédito. 
 
 Alegar e não provar é como não alegar (allegatio et non probatio 
quase non allegatio). 
 
6.2.1. (INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – INVERSÃO OPE LEGIS DO ÔNUS DA 
PROVA). Casos excepcionais em que a lei não atribui o ônus da prova a 
quem alega o fato. 
 
a. Demanda proposta pelo consumidor em face do fornecedor para pedir 
reparação de dano por fato do produto. Cabe ao consumidor provar que 
adquiriu o produto, mas cabe ao FORNECEDOR o ônus da prova de que o 
DEFEITO NÃO EXISTIU. (art.12, parágrafo 3º, II do CDC); 
 
b. Demanda de investigação de paternidade proposta pelo filho da mulher que era 
casada com o réu, tendo o casamento se dissolvido até trezentos dias antes 
do nascimento, ficando o ÔNUS DA PROVA DO RÉU DE QUE O AUTOR 
NÃO É SEU FILHO, conforme artigo 1.597, II do CC; 
 
DESTAQUE - JURISPRUDÊNCIA 
Súmula nº 301 STJ (anotada) 
“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se 
ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.” 
(Súmula 301, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 18/10/2004, DJ 
22/11/2004 p. 425) 
6.2.2. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA POR DECISÃO JUDICIAL 
FUNDAMENTADA (INVERSÃO OPE IUDICES DO ÔNUS PROBATÓRIO) – 
PARÁGAFO 1º e 2º do ARTIGO 373 DO CPC) 
Art. 373. § 1
o
 Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de 
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da 
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, 
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do 
ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2
o
 A decisão prevista no § 1
o
 deste artigo não pode gerar situação em 
que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. 
Fonte: Doutrina Processual (Alexandre Câmara e outros) – ROTEIRO DE AULA 
Prof. Chrystyan Costa - DPC II – ESTACIO FAP 
 
 Aqui se tem a possibilidade de redistribuição do ônus da prova por decisão 
judicial, a ser feita sempre que o juiz perceber no processo que, a produção 
da prova pela parte encarregada é impossível ou excessivamente difícil de 
obtê-la; 
 
 Tal determinação judicial também encontra amparo no teor do artigo 6º do 
CPC, em face do princípio da comparticipação das partes (cooperação 
para a solução da lide). 
 
 Exemplos desta inversão: 
 
a. Artigo 6º, VIII, do CDC (por previsão legal); 
 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu 
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 
 
b. Uma das partes alega que houve falha do projeto de uso de uma máquina. 
A outra parte é a criadora e executora do projeto e, detém a tecnologia. 
Para esta última é mais fácil apresentar a contraprova (o projeto de fato); 
 
6.2.2.1. MOMENTO DA DECISÃO DE INVERSÃO 
 
a. Não pode ser proferido por ocasião da sentença, pois não se admite surpresa 
sobre o ônus para a parte, sob pena de ferir o contraditório; 
 
b. A decisão é fixada na fase de saneamento – DECISÃO DE SANEAMENTO E 
ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO -, onde o juiz fixa pontos controvertidos, 
defere as provas e, pode determinar a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA; 
 
c. As partes tem 05 dias para pedir ajustes e esclarecimentos da decisão, sob 
pena de se tornar ESTÁVEL (artigo 357, parágrafo 1º CPC); 
 
6.2.2.2. NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL (artigo 373, parágrafo 3º e 4º 
do CPC) 
 
 As partes podem convencionar no processo durante seu curso, livremente, o 
modo como os encargos probatórios podem ser distribuídos, salvo se recair 
sobre DIREITOS INDISPONÍVEIS (artigo 373, parágrafo 3º, I, CPC), ou 
quando se torna excessivamente difícil para a parte o exercício de seu direito 
(artigo 373, parágrafo 3º, II, CPC). 
 
Artigo 373, § 3
o
 A distribuição diversa do ônus da prova também pode 
ocorrer por convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Continue navegando