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Estrutura do poder judiciário

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ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
A matéria abordada é de inesgotável pesquisa, reconhecendo a sua complexidade abordaremos de forma sucinta os aspectos fundamentais.
Os órgãos da jurisdição, órgãos de um dos poderes da soberania, estão dispostos segundo uma disciplina traçada pela própria soberania, respeitando à sua investidura, posição e acesso nos quadros da magistratura, condições e garantias do exercício de suas funções, e ainda à distribuição de suas atribuições.
A organização judiciária brasileira é estabelecida pela Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, no Título IV – Da Organização dos Poderes, Capítulo III - Do Poder Judiciário, artigos 92 a 126.
O Poder Judiciário apresenta como função típica o exercício da função jurisdicional, ou seja, a função de fazer justiça, resolvendo os conflitos de interesses individuais, assegurando, assim, a ordem jurídica e a paz social (através do processo). Deve o Judiciário aplicar a lei aos casos concretos, distribuindo a Justiça aos que tenham direito, segundo os princípios elencados na Constituição Federal.
Órgãos do Poder Judiciário são os juízes e tribunais, estes corpos colegiados, compostos de juízes. No desempenho de suas atividades funcionais, os órgãos da jurisdição necessitam de auxílio de órgãos secundários, como os escrivões, contadores, partidores, oficiais de justiça e muitos outros, aos quais são atribuídas funções integrativas e documentativas da exercida pelos primeiros.
FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO
Em geral, os órgãos judiciários brasileiros exercem dois papéis. O primeiro, do ponto de vista histórico, é a função jurisdicional, também chamada jurisdição. Trata-se da obrigação e da prerrogativa de compor os conflitos de interesses em cada caso concreto, através de um processo judicial, com a aplicação de normas gerais e abstratas.
O segundo papel é o controle de constitucionalidade. Tendo em vista que as normas jurídicas só são válidas se se conformarem à Constituição Federal, a ordem jurídica brasileira estabeleceu um método para evitar que atos legislativos e administrativos contrariem regras ou princípios constitucionais. A Constituição Federal adota, para o controle da constitucionalidade, um sistema difuso (todos os órgãos do Poder Judiciário podem exercê-lo e suas decisões a esse respeito são válidas apenas para o caso concreto que apreciam), embora reconheça um sistema concentrado em alguns casos (os ocupantes de certos cargos públicos detêm a prerrogativa de argüir a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, federal ou estadual, perante o Supremo Tribunal Federal, por meio de ação direta de inconstitucionalidade; nesse caso, a decisão favorável ataca a lei ou ato normativo em tese).
ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO
A Função do Poder Judiciário, no âmbito do Estado democrático, consiste em aplicar a lei a casos concretos, para assegurar a soberania da justiça e a realização dos direitos individuais nas relações sociais.
A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o compõem, formando assim as instâncias. A primeira instância corresponde ao órgão que irá primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder Judiciário. As demais instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância inferior a ela, e sempre o fazem em órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do julgamento.
Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em primeira instância poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, dando oportunidade às partes conflitantes de obterem o reexame da matéria.
Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência originária, apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são apresentadas diretamente, sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à apreciação do juízo inferior. A competência originária dos tribunais está disposta na Constituição Federal.
A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal. À Justiça Estadual cabe o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal comum ou especializada.
À Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais, e responsável pelo julgamento de ações em que a União, as autarquias ou as empresas públicas federais forem interessadas; e a especializada, aquela composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.
No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que à Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores. É formada por Juntas de Conciliação e Julgamento, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, composto por juízes nomeados pelo Presidente da República, e pelo Tribunal Superior do Trabalho, composto por dezessete ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal.
À Justiça Eleitoral compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a apuração das eleições que ocorrem no país, bem como a diplomação dos eleitos. É formada pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por sete juízes e pelo Tribunal Superior Eleitoral, também composto por sete ministros.
E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. É composta pelos Juízes-Auditores e seus substitutos, pelos Conselhos de Justiça, especiais ou permanentes, integrados pelos juízes-auditores e pelo Superior Tribunal Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal.
COMPOSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL
O Poder Judiciário no Brasil se encontra estruturado com base em princípios e determinações postos na Constituição Federal, em Lei Complementar e legislação ordinária. O sistema adotado se caracteriza pela ausência de flexibilidade. Só pode ser alterado por Emenda Constitucional, o que dificulta mudanças que se tornam imperiosas em face da existência de fatos que as exigem de imediato.
Os Tribunais e Juízes estaduais, os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais são considerados órgãos de justiça comum. Já os Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais e Militares formam a justiça especial, por decidirem sobre matérias específicas de cada área de atuação.
A visão estrutural do Poder Judiciário se extrai do texto da Carta Magna. Esta dispõe no art. 92 da Constituição Federal Brasileira que os órgãos do Poder Judiciário são:
· O Supremo Tribunal Federal;
· O Superior Tribunal de Justiça;
· Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
· Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios;
· Os Tribunais e Juízes do Trabalho;
· Os Tribunais e Juízes Eleitorais;
· Os Tribunais e Juízes Militares.
Supremo Tribunal Federal
O Supremo Tribunal Federal (STF) é o guardião da Constituição Federal. Compete-lhe, dentre outras tarefas, julgar as causas em que esteja em jogo uma alegada violação da Constituição Federal, o que ele faz ao apreciar uma ação direta de inconstitucionalidade ou um recurso contra decisão que, alegadamente, violou dispositivo da Constituição.
O STF compõe-se de 11 Ministros, aprovados pelo Senado Federal e nomeados pelo Presidente da República, dentre cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e de reputação ilibada.
Superior Tribunal de Justiça
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o guardião da uniformidade da interpretação das leis federais. Desempenha esta tarefa ao julgar as causas, decididas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, que contrariem lei federal ou dêem a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal.
O STJ compõe-se de 33 Ministros, nomeados pelo Presidente da República dentre Juízes, Desembargadores, advogados e membros do MinistérioPúblico, com base em 
Justiça Federal
São órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais Federais (TRFs) e os Juízes Federais. A Justiça Federal julga, dentre outras, as causas em que forem parte a União, autarquia ou empresa pública federal. Os TRFs decidem em grau de recurso as causas apreciadas em primeira instância pelos Juízes Federais.
Justiça do Trabalho
Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho. Compete-lhe julgar as causas oriundas das relações de trabalho. Os Juízes do Trabalho formam a primeira instância da Justiça do Trabalho e suas decisões são apreciadas em grau de recurso pelos TRTs. O TST, dentre outras atribuições, zela pela uniformidade das decisões da Justiça do Trabalho. Em 31.12.2004 teve a sua competência fortemente ampliada, para processar e julgar toda e qualquer causa decorrente das relações de trabalho, o que inclui os litígios envolvendo os sindicatos de trabalhadores, sindicatos de empregadores, análise das penalidades administrativas impostas pelos órgãos do governo incumbidos da fiscalização do trabalho e direito de greve. Recebe anualmente cerca de 2,4 milhões de processos trabalhistas.
Justiça Eleitoral
São órgãos da Justiça Eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. Compete-lhe julgar as causas relativas à legislação eleitoral. Os TREs decidem em grau de recurso as causas apreciadas em primeira instância pelos Juízes Eleitorais. O TSE, dentre outras atribuições, zela pela uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral.
A Justiça Eleitoral desempenha, ademais, um papel administrativo, de organização e normatização das eleições no Brasil.
A composição da Justiça Eleitoral é sui generis, pois seus integrantes são escolhidos dentre juízes de outros órgãos judiciais brasileiros (inclusive estaduais) e servem por tempo determinado.
Justiça Militar
A Justiça Militar compõe-se do Superior Tribunal Militar (STM) e dos Tribunais e Juízes Militares, com competência para julgar os crimes militares definidos em lei. No Brasil, a Constituição Federal organizou a Justiça Militar tanto nos Estados como na União. A Justiça Militar Estadual existe nos 26 Estados-membros da Federação e no Distrito Federal, sendo constituída em primeira instância pelo Juiz de Direito e pelos Conselhos de Justiça, Especial e Permanente, presididos pelos Juiz de Direito. Em Segunda Instância, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul pelos Tribunais de Justiça Militar e nos demais Estados pelos Tribunais de Justiça.
Justiça Estadual
A Constituição Federal determina que os estados organizem a sua Justiça Estadual, observando os princípios constitucionais federais. Como regra geral, a Justiça Estadual compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça (TJ) e os Juízes Estaduais. Os Tribunais de Justiça dos estados possuem competências definidas na Constituição de nosso país, bem como na Lei de Organização Judiciárias dos Estado. Basicamente, o TJ tem a competência de, em segundo grau, revisar as decisões dos juízes e, em primeiro grau, determinadas ações em face de determinadas pessoas.
A Constituição Federal determina que os estados instituam a representação de inconstitucionalidade de leis e atos normativos estaduais ou municipais frente à Constituição Estadual (art. 125, §2º), geralmente apreciada pelo TJ. É facultado aos estados criar a justiça militar estadual, com competência sobre a polícia militar estadual.
Os integrantes dos TJs são chamados Desembargadores. Tradicionalmente, os Juízes Estaduais são chamados Juízes de Direito.
GARANTIAS DA MAGISTRATURA
O ingresso na magistratura de carreira do Estado dá-se por intermédio de aprovação em concurso público de provas e títulos, como nos trás a Lei Orgânica da Magistratura Nacional em seu art. 78:
Art. 78 - O ingresso na Magistratura de carreira dar-se-á mediante nomeação, após concurso público de provas e títulos, organizado e realizado com a participação do Conselho Secional da Ordem dos Advogados do Brasil.
O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, através de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
Não se podem confundir garantias da Magistratura (e não propriamente do magistrado) com privilégios do indivíduo que veste a toga, quando tais garantias são dirigidas a preservar a isenção no ditar a Justiça e o Direito. Garantias estas, inclusive, que devem ser preservadas além da atividade do Juiz, sob pena de termos magistrados que ao final da carreira passem a buscar os meios para que suas condições de vida e de sua família, muitas vezes privada da sua presença diuturna, e se descuide seja com a tutela que caiba proferir, seja mesmo com a isenção que deve possuir.
Vitaliciedade, Inamovibilidade e Irredutibiliadde de Vencimentos dos Magistrados
A vitaliciedade assegura ao juiz o direito de exercer com independência as suas funções, sem o risco de ser destituído da função, exceto por sentença judicial em processo disciplinar. Sobre esse direito o art. 25 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) estabelece:
Art. 25 - Salvo as restrições expressas na Constituição, os magistrados gozam das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
Com a garantia da inamovibilidade, o juiz sabe que pode decidir mesmo contrariando interesses de quem quer que seja sem que receio de sofrer perseguições, ostensivas ou veladas, ou punições mascaradas sob a forma de remoção, transferência, relotação ou promoção para local distante, ou que, por qualquer outra razão, não seja de seu interesse, conforme o art. 30 da LOMAN:
Art. 30. O juiz não poderá ser removido ou promovido senão como seu assentimento, manifestado na forma da lei, ressalvado o disposto no art. 45, I.
A irredutibilidade de vencimentos visa a integridade financeira do magistrado para que possa exercer a judicatura de modo imparcial e independente. A independência financeira está intimamente ligada à sua tranqüilidade e serenidade na hora de proferir suas decisões, como vemos no art. 32 da lei orgânica supra citada:
Art. 32 - Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive o de renda, e aos impostos extraordinários.
EMENDA CONSTITUCIONAL 45
Com a finalidade de se estabelecer a segurança jurídica, assegurar o princípio da igualdade e a celeridade processual, a emenda constitucional 45 de 08 de dezembro de 2004 veio estabelecer as súmulas vinculantes.
Conforme Alexandre de Moraes: "os órgãos do poder judiciário não devem aplicar as leis e atos normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar as desigualdades arbitrárias, devendo, pois, utilizar-se de todos os mecanismos constitucionais no sentido de conceder às normas jurídicas uma interpretação única e igualitária".
Estão legitimados para iniciar o processo das súmulas vinculantes, além do próprio Supremo Tribunal Federal, que poderá, de ofício, iniciar este processo, as mesmas pessoas ou órgãos que podem ingressar com ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103, I a IX) poderão propor ação de aprovação, revisão ou cancelamento de súmula, cabendo salientar que esta legitimidade poderá ser ampliada mediante lei federal, nos termos do art. 103 - A, § 2º da Constituição Federal.
O órgão responsável pelo julgamento, Conforme art. 103-A da Constituição Federal, o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula vinculante. Deste modo, não basta uma só decisão do STF, somente após reiteradas decisões é que se pode editar uma súmula. Outro dado importante: tem que ser matéria constitucional. O STF não pode criar súmula vinculante para fixar como obrigatória uma determinadainterpretação de uma lei ordinária. O objeto da súmula necessariamente tem que ser a interpretação de uma norma constitucional.
A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica (CF, art. 103 A, § 1º).
As súmulas aprovadas terão eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta, podendo o Supremo Tribunal Federal proceder à sua revisão ou cancelamento na forma estabelecida em lei.
As decisões dos juízes ou tribunais que contrariarem a súmula vinculante serão passíveis de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal que, se julgar procedente a ação, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial.
Cabe lembrar que as súmulas anteriores à EC 45/04 não têm caráter vinculante e que para terem o citado efeito deverão ser aprovadas por decisão de dois terços de seus membros, conforme art. 8º da Emenda.
Além dessa súmula, de caráter vinculante, há a intenção de se introduzir na Constituição Federal os artigos 105-A e 111-B, que criam a súmula impeditiva de recursos no STJ e no TST, respectivamente. Essa matéria, entre outras, retornou à Câmara dos Deputados para apreciação.
O § 3º sugerido ao artigo 105 A, enfatiza que:
Art. 105 A - São insuscetíveis de recurso e de quaisquer meios de impugnação e incidentes as decisões judiciais, em qualquer instância, que dêem a tratado ou lei federal a interpretação determinada pela súmula impeditiva de recurso.
Em síntese, a súmula impeditiva de recursos, prevê que só se admitirá a possibilidade de recurso contra decisão de juiz hierarquicamente inferior quando proferida em desconformidade com súmula (sem efeito vinculante, evidentemente), do Supremo Tribunal Federal. No entanto, cabe lembrar que este instituto ainda não se faz presente em nosso ordenamento jurídico.
A estrutura Judiciária, embora seja independente no que se refere a seus diversos órgãos e ramos, promovendo assim uma série de garantias como a livre atuação de seus membros, também apresenta restrições quanto o que vem a ser essa livre atuação.
Todo esse sistema embora independente possui o propósito de atuar em uma relação de harmonia e sincretismo com os diversos ramos e órgãos, sempre objetivando a busca da justiça no que se refere a direitos e garantias iguais, quando julga-se ser titular de uma pretensão. Por meio de seus diversos órgãos a estrutura judiciária atua em todos os ramos de conflitos, desde os mais simples de esfera privada, quanto os mais complexos (bem social indisponível). Uma ordem jurídica justa e igualitária é a grande e principal pretensão desse poder; A burocracia que emperra o sistema, e desvirtua a sua essência são óbices que devem ser solucionados. O sistema jurídico brasileiro possui estruturalmente e essencialmente todos os requisitos necessários a uma prestação jurisdicional pura, limpa, justa e satisfatória, porém, não basta apenas possuir órgãos, não basta apenas possuir princípios e principalmente não basta apenas possuir a lei, esta por si só não significa garantia de justiça, esta justiça tão argumentada, tão desejada e por muitos tão questionada deve ser buscada por uma sociedade atuante que cobre dignidade, ética e moral dos membros do único poder que embora os representantes não sejam eleitos diretamente pelo povo, são os que têm o poder que lhes é assegurado por sua independência de aplicar aquela que é o remédio contra injustiças e corrupção: a lei.
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Vademecum universitário de direito. 2. ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1995.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
JUS NAVIGANDI. Acessado através do endereço eletrônico <jus.uol.com.br>.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 20. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2002.
Ab initio insta dizer que o Poder Judiciário contém o chamado poder jurisdicional de forma que ele não pode se abster de analisar as demandas jurídicas que lhe são submetidas (art. 5, XXXV da CF/88). No entanto, pelo princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua de ofício nas demandas, ou seja, ele deve ser provocado pelo interessado para poder intervir nas relações conflituosas. 
O objetivo desse artigo é, de forma simplificada, ensinar aos estudantes, a estrutura do Poder Judiciário. Nesse sentido, oportuno destacar que a Constituição Federal dedicou um capítulo exclusivo ao Poder Judiciário, no qual pode ser encontrado a partir do artigo 92 da Constituição Federal. 
Pois bem, primeiramente, oportuno anotar que o (a) Superior Tribunal de Justiça Desportiva; (b) Tribunal Marítimo e; (c) o Tribunal de Contas da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios; não pertencem ao Poder Judiciário. A confusão ocorre pelo fato desses órgãos usarem em sua denominação a expressão 'Tribunal', 'Superior' que também são expressões  utilizadas pelo Poder Judiciário, contudo, relembro uma vez mais que tais entes não pertencem ao Poder Judiciário. 
Os órgãos do Poder Judiciário estão previstos no artigo 92 da CF, a saber: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: (EC Nº 45/2004)
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A - O Conselho Nacional de justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
Importante observar que os juizados especiais (art. 98, I, CF) e a justiça de paz (art. 98, II, CF) também fazem parte do Poder Judiciário, porém, eles são regulamentados em lei específica. 
Outra dica importante refere-se a nomenclatura utilizada pelos magistrados. Nesse diapasão, a Constituição Federal atribui o título de desembargador ao juiz do Tribunal de Justiça. Os demais magistrados de 1ª e 2ª instâncias são chamados de juizes ou juízes monocráticos. Já os Tribunais Superiores - 3º instância - e o Supremo Tribunal Federal, a Carta Magna conferiu a esses juízes o título de Ministro.  
O Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Conselho Nacional de Justiça tem jurisdição em todo o território nacional e sede em Brasilia. 
O Poder Judiciário tem como função típica exercer o seu poder jurisdicional, ou seja, aplicar a lei a um caso concreto, contudo, ele exerce também funções atípicas, tais como, elaborar regimento interno de seus tribunais (art. 96, I, a), conceder licença e férias ao magistrado (art. 96, I, f). Nesse sentido, é dizer que o Poder Judiciário exece funções incomuns, assim, quando ele elabora seu regimento interno, ele está exercendo função típica do Poder Legislativo, quando ele concede férias ao magistrado, ele está exercendo função típica do Poder Executivo. No mesmo sentido ocorre com os outros Poderes, quando o Presidente da República edita uma medida provisória, ele está legislando, quando o Poder Executivo, por meio do Senador Federal, julga o Presidente da República por crimes de responsabilidade, ele está exercendo função típica do Poder Judiciário. Nessa esteira, as funções típicas e atípicas atribuídas a esses Entes, é chamada pela doutrina de freios e contrapesos. 
O sistema de freios e contrapesos, em apertada síntese, quer dizer que cada Poder é independente e harmônico, sendo que todos têm a mesma importância, de modo que, ao mesmo tempo, cada Poder controlao outro para evitar abuso ou desvio de função. Por exemplo, a inconstitucionalidade de uma lei declarada pelo Poder Judiciário exerce um freio ao ato do Poder Legislativo. Por fim, insta dizer que esta teoria teve origem na França, por Monstesquieu, tratada em sua obra o Espírito das Leis. 
Para melhor entendimento, vejamos as funções típicas e atípicas dos Poderes Executivo e Legislativo: 
Poder Executivo - tem como função típica a prática de atos de chefia de Estado e atos da administração, tais como, governar o povo e seus interesses públicos, além de ter como papel fazer cumprir a lei, porém exerce funções atípicas. Por exemplo, o Presidente da República pode criar uma medida provisória, que é uma medida que tem força de lei, desse modo ele está exercendo função típica do Poder Legislativo; o Presidente da república pode conceder indulto, ou seja, julgar, desse modo ele está exercendo função típica do Poder Judiciário. 
Poder Legislativo - tem como função típica criar leis “legislar”, porém, exerce funções atípicas. Por exemplo, prover cargos, conceder férias e licenças aos seus funcionários, funções típicas do Poder Executivo; o Senado Federal julga crime de responsabilidade do Presidente da República, desse modo ele exerce a função típica do Poder Judiciário. 
As garantias do Poder Judiciário são indispensáveis para o exercício da democracia, Separação dos Poderes e a observância dos direitos fundamentais.
O professor Alexandre de Moraes diz que “as garantias conferidas aos membros do Poder Judiciário têm assim como condão conferir à instituição a necessária independência para o exercício da Jurisdição, resguardando-a das pressões do Legislativo e do Executivo, não se caracterizando, pois, os predicamentos da magistratura como privilégio dos magistrados, mas sim, como meio de assegurar o seu livre desempenho, de molde a revelar a independência e autonomia do Judiciário”. 
E complementa: “Tão importante são as garantias do Poder Judiciário que a própria Constituição considera crime de responsabilidade do Presidente da República atentar contra seu livre exercício, conforme o artigo 85”. 
São garantias do Poder Judiciário: 
a) Autonomia administrativa e financeira (art. 99, CF); 
São garantias dos juízes do Poder Judiciário: 
b) Vitaliciedade (art. 95, I, CF); 
c) Inamovibilidade (art. 95, II, CF); 
d) Irredutibilidade de subsídios (art. 95, III, CF); 
São vedados aos juízes do Poder Judiciário: 
a) Exercício de outro cargo ou função, salvo uma de magistério (art. 95, Parágrafo Único, I, CF); 
b) Receber custas ou participação em processo (art. 95, Parágrafo Único, II, CF); 
c) Dedicar-se a atividade político-partidária (art. 95, Parágrafo Único, III, CF); 
d) Receber auxílio ou contribuição de pessoa física, entidade pública ou privada, ressalvada as exceções (art. 95, Parágrafo Único, IV, CF); 
e) Exercer advocacia do juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos. (art. 95, Parágrafo Único, V, CF); 
Em suma, através das garantias e das vedações, o texto constitucional assegura ao magistrado a imparcialidade e a independência no exercício de suas funções. 
A par dessas informações, a seguir, veremos a estrutura de cada órgão do Poder Judiciário: 
Conselho Nacional de Justiça 
É um órgão, com sede na Capital Federal, cuja função é de controlar a atuação administrativa e financeira dos órgãos do Poder Judiciário, além de supervisionar o desempenho funcional dos juízes. 
O CNJ é composto por 15 membros com mandato de 2 anos, admitida uma recondução, a saber: 
· Presidente do STF; 
· 1 ministro do STJ, indicado pelo respectivo Tribunal; 
· 1 ministro do TST, indicado pelo respectivo Tribunal; 
· 1 desembargador do TJ, indicado pelo STF; 
· 1 juiz estadual, indicado pelo STF; 
· 1 juiz do TRF, indicado pelo STJ; 
· 1 juiz de TRT, indicado pelo TST; 
· 1 juiz do trabalho, indicado pelo TST; 
· 1 membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 
· 1 membro do Ministério Público Estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo Órgão competente de cada instituição estadual; 
· 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB; 
· 2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputado e outro pelo Senado Federal. 
Sendo que o Conselho será presidido pelo Presidente do STF e na sua ausência pelo Vice-Presidente do STF. 
O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, tais como: 
· Receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
· Exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
· Requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
Supremo Tribunal Federal 
O STF é composto por 11 membros, sendo que eles devem atender os seguintes requisitos: 
Ter mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato; 
· Ser cidadão; 
·  Notável saber jurídico; 
· Reputação ilibada. 
Alexandre de Moraes observa que “O STF, portanto, não exige para seus membros a obrigatoriedade do bacharelado em Ciências Jurídicas, e tampouco que seus membros sejam provenientes da magistratura, apesar da obrigatoriedade de notável saber jurídico”. 
O STF é o guardião da Constituição Federal e para realizar esta tarefa ele pode ser acionado de forma originária ou recursal. 
A forma originária quer dizer que algumas autoridades, por exemplo, Presidente da República, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, entre outros previstos no art. 103 da CF, podem propor Ação Direta de Inconstitucionalidade diretamente no STF, sem ter que seguir a via ‘difusa’ que seria primeiro propor ação ao Juiz de Direito e de forma recursal chegar ao STF. 
O art. 102 da CF consta um rol de institutos ao qual o STF poderá julgar de forma originária ou recursal. 
Superior Tribunal de Justiça 
O STJ é composto por no mínimo 33 membros, sendo que eles devem atender os seguintes requisitos: 
· Ter mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
· Notável saber jurídico; 
· Reputação ilibada. 
Os ministros do STJ serão nomeados pelo Presidente da República, Chefe do Poder Executivo, após a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. A escolha feita pelo Presidente da República será feita através de uma lista tríplice elaborada pelo próprio STJ. 
Os membros do STJ compor-se-ão da seguinte forma: 
· 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais; 
· 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça; 
· 1/3, em partes iguais, de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada; e membros do Ministério Público Federal, Estaduais, Distrital e Territórios, alternadamente, com mais de 10 anos de carreira. 
O STJ, da mesma forma que o STF, pode julgar originariamente ou de forma recursal. A competência está disposta no art. 105 da CF. 
Alexandre de Moraes salienta que “O STJ deve processar e julgar originariamente os casos em que os direitos fundamentais de altas autoridades da República, que não estejam sob a jurisdição do STF, estiverem sob ameaça ou concreta violação, ou quando estas autoridades estiverem violando os direitos fundamentais dos cidadãos. Assim compete aos STJ processar e julgar, originariamente, nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contasdos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais”. 
Tribunal Superior Eleitoral 
O TSE é composto por no mínimo 7 membros, a saber: 
· 3 juízes dentre os Ministros do STF; 
· 2 juízes dentre os Ministros do STJ; 
· 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF. 
O TSE elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do STF, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do STJ. 
No âmbito dos crimes eleitorais, há duas correntes, porém, o professor Sobreiro Neto, afirma que “Predomina a interpretação da primeira corrente conforme Resolução 16.142/89”. 
A primeira corrente a que o autor se refere diz que: 
- TSE compete julgar = Presidente e Vice-Presidente; 
- TRE compete julgar = Senadores, Suplentes, Deputados, Governador, Vice-Governador e Prefeitos; 
- Juízes Eleitorais compete julgar – Vice Prefeito e Vereadores. 
Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais 
Os TREs serão compostos por 7 juízes, sendo que: 
· 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
· 2 juízes dentre os juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
· 1 juiz do TRF com sede na capital do Estado ou Distrito Federal, ou, não havendo, um juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; 
· 2 juízes nomeados pelo Presidente da República, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ. 
O TRE elegerá, dentre os desembargadores, o seu Presidente e o Vice-Presidente, acumulando este às funções de Corregedor Regional Eleitoral. 
Em relação à jurisdição eleitoral de primeiro grau, Sobreiro Neto ensina que: “se dá perante a Zona Eleitoral e é exercida por juízes de direito (magistrados da Justiça Estadual), muito embora a atividade seja tipicamente de natureza Federal (dada a constituição da Justiça Eleitoral). Os juízes de direito em efetivo exercício nas comarcas onde funciona apenas uma Zona Eleitoral ou vara única serão, independentemente de designação do Tribunal Regional, os juízes eleitorais que presidirão as respectivas Zonas Eleitorais. Onde houver mais de uma vara ou mais de uma Zona Eleitoral, serão designados pelo Tribunal Regional Eleitoral”. 
Juntas Eleitorais 
As Juntas Eleitorais serão compostas entre 3 a 5 juízes, sendo que: 
· 2 ou 4 membros dentre cidadãos de notória idoneidade, os quais não precisam ter formação jurídica, nomeados pelo TRE; 
· 1 Juiz de Direito que será o Presidente. 
Importante observar que, os membros da primeira instância da Justiça Eleitoral, no exercício de suas funções, gozam das garantias inerentes da magistratura, inclusive inamovibilidade conforme preceitua o artigo art. 121, §1° da CF. 
Tribunal Superior do Trabalho 
O TST é composto por 27 membros, sendo que eles devem atender os seguintes requisitos: 
· Ter mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
Os ministros do TST serão nomeados pelo Presidente da República, Chefe do Poder Executivo, após a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
Os membros do TST compor-se-ão da seguinte forma: 
· 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional do Trabalho, observado o disposto do art. 94; 
· Os demais dentre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio TST. 
Alexandre de Moares adverte que “na hipótese do quinto constitucional encaminhada a lista tríplice e presentes aos requisitos constitucional, o Presidente da República escolherá o candidato a Ministro do TST, que será sabatinado pelo Senado Federal. Em relação aos demais membros, pertencentes aos quadros dos Tribunais Regionais do Trabalho, a EC n°45/04, diferentemente da redação original da Constituição Federal, não previu a elaboração de lista tríplice pelo TST, mas sim de indicação pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho diretamente ao Senado Federal”. 
A competência da TST estará disposta em Lei, conforme preceitua o art. 101-A, §1 da CF. 
Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho 
Os TRTs serão compostos por, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República e devem obedecer aos seguintes requisitos: 
· Ter mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
Sendo que: 
· 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
· Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
Os TRTs instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Eles também poderão funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. Nas comarcas não abrangidas pelas Varas do Trabalho, será atribuído aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
No que tange a competência da Justiça do Trabalho, podemos citar alguns exemplos extraídos do art. 114 da CF, que compete a ela processar e julgar: 
· Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
· Ações que envolvam exercício do direito de greve; 
· Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
Superior Tribunal Militar 
O STM compor-se-á de 15 Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo: 
· 3 oficiais-generais da Marinha da ativa e brasileiros natos; 
· 3 oficiais-generais da Aeronáutica da ativa e brasileiros natos; 
· 4 oficiais-generais do Exército da ativa e brasileiros natos. 
· 5 cíveis sendo: 
· 3 advogados; 
·  2 por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar. 
Os Ministros civis, especificamente os 3 advogados, devem obedecer aos seguintes requisitos: 
· Ter mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
· Notório saber jurídico 
· Reputação Ilibada; 
· 10 anos de efetiva atividade profissional. 
O funcionamento e a competência da Justiça Militar estarão dispostas em Lei. 
Tribunais Regionais Federais e Juiz Federal 
Os TRFs serão compostos por, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República obedecendo aos seguintes requisitos: 
· Ter mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade; 
· Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
Sendo que: 
· 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de carreira; 
· Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
Os TRFs instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Eles também poderão funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
A primeira instância será exercida por um juiz federal singular, com recurso para o respectivo Tribunal Regional Federal. 
A competência da Justiça Federal está prevista expressamente na Constituição Federal nos artigos 108 e 109, dentre elas, podemos citar algumas, tais como: 
· Processar e julgar, originariamente os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiçado Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça eleitoral; 
· Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
· As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
Tribunais de Justiças e Juiz Estadual 
A Justiça Estadual, também conhecida como Justiça Comum, é aquela que processa e julga tudo aquilo que não está expresso, portanto, se não está previsto na Justiça do Trabalho, Justiça Militar, Justiça Eleitoral ou Justiça Federal, cabe à competência a Justiça Estadual. 
Os Tribunais de Justiça e os Juízes dos Estados serão organizados pelo Estado, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal. 
Oportuno destacar que o Tribunal de Justiça poderá propor aos Estados onde o efetivo militar seja superior a 20.000 integrantes que seja criada, por lei estadual, uma Justiça Estadual Militar, composta, em primeiro grau, por juiz de direito e em segundo grau elo Tribunal de Justiça Militar do Estado. A essa justiça militar compete processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
DICA PARA ESTUDO 
Quem conseguiu chegar até aqui, pode se perguntar: "Como eu vou decorar tudo isso?" 
A minha dica é realizar leituras e fazer exercícios de fixação. Tem também um vídeo no youtube, muito bem elaborado pelos professores Alberto Dell’Isola e Valéria Dell’Isola, que ensinam aos alunos o método de associação (http://www.youtube.com/watch?v=DC5aQkEvc5o), que poderia ser aplicado parcialmente nesse contexto. 
Em apertada síntese, o vídeo faz as seguintes associações, a saber: 
· STF - associar à palavra F a palavra Futebol e fazer a seguinte pergunta: Quantos jogadores existem em um time de Futebol? 11. Portanto, 11 é a quantidade de ministros do STF. 
· STJ - associar à palavra J a palavra Jesus e fazer a seguinte pergunta: Com quantos anos Jesus Cristo morreu? 33 anos, portanto, 33 é o número de ministros do STJ. 
· STM - associar à palavra M a palavra Moça e fazer a seguinte pergunta: Com quantos anos a menina se torna moça? 15 anos, portanto, 15 é o número de ministros do STM. 
· TSE - lembrar da frase “Tem SEte” 
· TST - lembrar da frase “Trinta Sem Três = 27 membros” 
· CNJ - lembrar que é a mesma quantidade de membros do STM 
[footnoteRef:1][2] MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24º ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. [1: ] 
*Escrito por: Angelo Mestriner | Aluno do curso de Direito da UNIP. Formado em Processamento de Dados com ênfase em Análise de Sistemas pela FAT
A função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira garantidas pela Constituição Federal.
São órgãos do Poder Judiciário o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito Federal e Territórios.
Supremo Tribunal Federal
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado Federal.
Superior Tribunal de Justiça
Abaixo do STF está o STJ, cuja responsabilidade é fazer uma interpretação uniforme da legislação federal. É composto por 33 ministros nomeados pelo Presidente da República escolhidos numa lista tríplice elaborada pela própria Corte. Os ministros do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo Presidente do Brasil.
O STJ julga causas criminais de relevância, e que envolvam governadores de estados, Desembargadores e Juízes de Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e Trabalhistas e outras autoridades.
Além dos tribunais superiores, a o sistema Judiciário federal é composto pela Justiça Federal comum e pela Justiça especializada (Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar).
Justiça Federal
A Justiça Federal comum pode processar e julgar causas em que a União, autarquias ou empresas públicas federais sejam autoras, rés, assistentes ou oponentes – exceto aquelas relativas a falência, acidentes de trabalho e aquelas do âmbito da Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
É composta por juízes federais que atuam na primeira instância, nos tribunais regionais federais (segunda instância) e nos juizados especiais, que julgam causas de menor potencial ofensivo e de pequeno valor econômico.
Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho julga conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e patrões. É composta por juízes trabalhistas que atuam na primeira instância e nos tribunais regionais do Trabalho (TRT), e por ministros que atuam no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Justiça Eleitoral
Com o objetivo de garantir o direito ao voto direto e sigiloso, preconizado pela Constituição, a Justiça Eleitoral regulamenta os procedimentos eleitorais. Na prática, é responsável por organizar, monitorar e apurar as eleições, bem como por diplomar os candidatos eleitos. Também pode decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições.
Os juízes eleitorais atuam na primeira instância e nos tribunais regionais eleitorais (TRE) e os ministros que atuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Justiça Militar
A Justiça Militar é composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda instância e por ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). Sua função é processar e julgar os crimes militares.
Justiças Estaduais
A organização da Justiça estadual é competência de cada estado e do Distrito Federal. Nela existem os juizados especiais cíveis e criminais. Nela atuam juízes de Direito (primeira instância) e desembargadores, (nos tribunais de Justiça, segunda instância). Nos estados e no DF também existem juizados especiais cíveis e criminais.
A função da Justiça estadual é processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar.
O STF e o STJ têm poder sobre a Justiça comum federal e estadual. Em primeira instância, as causas são analisadas por juízes federais ou estaduais. Recursos de apelação são enviados aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais de Justiça e aos Tribunais de Segunda Instância, os dois últimos órgãos da Justiça Estadual.
Às decisões dos tribunais de última instância das justiças Militar, Eleitoral e do Trabalho cabe recurso, em matéria constitucional, para o STF.

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