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O caso dos exploradores da caverna 01

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O caso dos exploradores da caverna
 Se trata de uma tradução em português de "the case of speluncean explorers.". Escrito em 1949, por Lon Fuller professor de filosofia do direito de Harvard.
 O livro conta uma história fictícia e foi escrito para ser usado como material de apoio aos alunos do direito, para incentivar debates sobre ética, finalidades da Justiça conceitos e origens do direito, às diferenças entre jusnaturalismo e juspositivismo nos diversos sistemas jurídicos do mundo.
 Os acontecimentos do livro se passam no mundo futuro bem distante no ano de 4299 num cenário bem diferente do atual. Uma hipótese para que o autor tenha colocado esse dilema jurídico no tempo tão distante talvez seja para demonstrar que as inquietações humanas são sempre as mesmas não importando se voltamos no passado ou se viajamos para um futuro distante as problemáticas humanas, em especial as que dizem respeito à ética são iguais sempre.
 Analisarmos a perfeição ou imperfeição da justiça às incertezas jurídicas são questões inquietantes, mas voltando ao livro se trata de um grupo de exploradores das cavernas amadores, que faziam parte de um clube de espeleólogos amadores. Eles tinham a ideia de fazer a exploração de uma caverna próxima, seria algo bem rápido por isso eles levaram pouco suprimentos (alimento e água) não eram profissionais já que o livro nos relata que eram amadores então antes de sair eles avisaram as famílias onde iriam explorar. Eles entraram na caverna e em seguida que entraram ocorreu um desmoronamento que deixou inacessível a entrada da caverna o que os deixou lá dentro sem ter como sair e sem comunicação até que as famílias dando-se conta que eles não haviam voltado ao final do dia acionaram a polícia que ao chegar ao local percebem que houve o desmoronamento então começam os trabalhos para tentar o resgate, o problema é que o deslizamento foi muito grande então para que realmente fosse possível o resgate seria necessário alguns dias e muito empenho físico e tecnológico da equipe que logo ao começar os trabalhos de resgate enfrentou um novo deslizamento onde morreram 10 pessoas que estavam trabalhando no salvamento dos exploradores, porém o grupo de resgate mesmo abatido com a perda dessas 10 vidas continuam com o trabalho para salvar aqueles 5 presos lá embaixo. 
 Após 20 dias de trabalhos intensos e ininterruptos da equipe de resgate os exploradores entraram em contato com a equipe através de um comunicador que só funcionava à distância curtas. Então nesse contato aparece o personagem principal da história o explorador Roger whetmore foi ele quem falou com o resgate e disse que estavam todos bem, porém com muita fome afinal eles estavam lá já tinha 20 dias e tinham levado provisões para um dia apenas. Então ele perguntou quantos dias o resgate ia levar para chegar até eles à resposta da equipe foi que poderia levar ainda 10 dias então Roger perguntando ao médico da equipe do resgate se eles tinham chance de sobreviver 30 dias sem comida lembrando que nessa altura eles já estavam há 20 dias sem alimento o médico então falou que provavelmente eles não resistiram. Roger ficou em silêncio por um tempo, quando voltou a usar o comunicador fez a seguinte pergunta "e se um de nós se matar e os outros se alimentarem da carne poderíamos sobreviver até o resgate? " 
 O médico bem a contragosto respondeu que sim, Roger então diz para as autoridades que estavam do lado de fora que precisa de ajuda de um juiz, ele queria saber como eles poderiam escolher quem iria morrer. Porém ninguém de fora da caverna quis dar uma opinião ou conselho, nem o juiz nem o padre que estavam do lado de fora, todos ficaram chocados com a proposta. Então após 10 dias quando finalmente os quatro exploradores foram resgatados ficou-se sabendo que Roger whetmore havia sido assassinado. Segundo relatos dos sobreviventes esses fizeram um contrato entre os cinco decidindo então tirar a sorte através de um par de dados e assim escolher quem irá morrer, relatam também que a ideia foi do próprio Roger, porém quando chegou na hora ele mudou de ideia o que fez com que os outros jogassem os dados por ele, e justamente o Roger foi o sorteado então os quatro exploradores executaram o contrato matando Roger, e alimentando-se de sua carne. 
 Então após o resgate os quatro foram julgados eletricidade a lei vigente determinava que quem matar alguém teria que ser julgado a pena de morte os quatro seriam então enforcados em um cumprimento da pena, eles recorreram à segunda instância da justiça onde o caso seria julgado por 5 juízes cada um com uma visão que teriam que deliberar sobre muitos problemas ali envolvidos.
 Principalmente a incerteza em relação a qual norma deveria ser aplicada, tirar a vida de alguém é errado em qualquer sistema jurídico, porém no caso dos exploradores a morte de Roger parecia muito justificada. Então o autor para demonstrar a diferença entre as visões das correntes juspositivas e jusnaturalistas ele coloca os votos dos juízes.
 O primeiro voto é de um juiz juspositivista, o juiz Truepenny que era presidente do tribunal e como defensor do positivismo ele alegou que não tem como fugir do positivismo da lei e que se a lei diz que matar alguém é punível com pena de morte, então a pena teria que ser aplicada, mas ele se mostrou muito sensibilizado com o caso. Ele como positivista estava preso à letra da lei o que o levou a fazer algo inusitado, porém permitido na lei daquele local que seria de abster de votar, o que no nosso sistema jurídico é algo inadmissível, um juiz não pode se negar a julgar.
 O segundo juiz é um juiz naturalista, o juiz Foster, ele traz dois argumentos, no primeiro ele fala que aqueles homens estavam em estado de natureza e que naquela situação eles estariam fora do alcance das normas da lei positivista então segundo a visão do jusnaturalista no momento que eles fizeram o contrato eles estavam no estado de natureza então se havia sido feito o contrato não havia crime. Porém aqui podemos ver que não foi levado em conta a impossibilidade de penhorar a vontade futura. Também temos a condição da validade do distrato do contrato, e o ponto que Roger havia desistido do mesmo.
 O segundo argumento do juiz jusnaturalista Foster lembra que o objetivo final da Justiça é preservar a vida e garantir uma convivência pacífica em sociedade evitando mortes. Portanto não seria justo matar mais pessoas, ele falou isso em referência não só a Roger, mas aos outros 10 que também perderam a vida. Ele levantava ali a questão da lei que se mostra injusta, se ela deve ser obedecida ou não. Na visão jusnaturalista a solução do caso deve ser baseado no caso concreto e nas jurisprudências anteriores. Ele concluiu seu voto julgando os réus inocentes do crime de homicídio contra Roger.
 O terceiro juiz era outro positivista, juiz Tatting , que argumentou que o caso concreto, assassinato por motivos alimentares não estão previstos na legislação e se não está previsto na lei ele prefere se abster de julgar o caso.
 O quarto voto foi do juiz Keen , um juiz do corrente juspositivista que faz sua argumentação segundo o que está escrito na lei. Se matar alguém é pena de morte. E essa lei foi aprovada e positivada então não interessa se a lei é justa ou injusta a única coisa que importa é o que diz o texto da Lei. O que mostra que ele era um juspositivismo agarrado a letra da Lei não levando em conta a ética, o certo ou errado o único que interessa é o que está escrito, dessa forma o juiz Keen deu sua conclusão confirmando a sentença condenatória.
 O quinto voto foi do juiz Handy que também tinha uma visão juspositivista, mas usou argumentos bem próximos ao jusnaturalista afirmando que seria preciso primeiro entender a realidade do caso.
 Ele também trouxe uma pesquisa de opiniões da sociedade daquele local e dizia que 90% da população achava que eles deveriam ser absolvidos, que eles não poderiam ser mortos Inclusive a própria família do Roger não estava a favor da punição. Ele falou um pouco sobreo bom senso que se deve ter na interpretação da Lei escrita, ele também falou que não entendia como é possível que alguns juízes deixem para o executivo tomar a decisão acerca da condenação daqueles homens que já sofreram tanto. Ele fez críticas do colega juiz Keen, e também deixou claro aos colegas que estavam lavando as mãos acreditando que o executivo daria clemência na opinião dele, isso não aconteceria. Ele falou que é obrigação do tribunal decidir, e que tinha certeza que depois de todo o sofrimento que aqueles homens passaram eles deveriam ser inocentados, mas diante de tudo que foi falado pelos colegas ele se sentiu incapaz então se absteve o que causou no empate que manteve a sentença de primeira instância que era condenação dos réus a morte.

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