Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
51. SOLO 1.1. Formação: Fatores e Processos 5 1.1.1. Fatores de Formação 5 1.1.1.1. Relevo 5 1.1.1.2. Clima 6 1.1.2. Material de Origem 6 1.1.3. Organismos 6 1.1.4. Tempo 7 1.1.5. Processos de Formação 7 1.2.Constituintes 7 1.2.1. Fase Líquida 8 1.2.2. Fase Gasosa 9 1.2.3. Fase Sólida 9 1.2.3.1. Matéria Orgânica 9 1.2.3.2. Fragmentos Minerais 9 1.3. Características Físicas 9 1.3.1. Textura 9 1.3.2. Estrutura 11 1.4. Características Químicas 12 1.4.1. Complexo Coloidal 12 1.4.2. Soma de Bases 12 1.4.3. Capacidade de Troca Catiônica (CTC) 12 1.4.5. Saturação por Alumínio (m%) 13 2. MECANISMOS DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES 13 2.1. Interceptação Radicular 13 2.2. Fluxo de Massa 13 2.3. Difusão 14 3. ACIDEZ DO SOLO 14 3.1. Componentes de acidez do solo 15 4. ALCALINIDADE DOS SOLOS 18 5. Conservação do Solo 18 6. Avaliação da Fertilidade do Solo 19 6.1. Diagnose Visual 20 6.2. Diagnose Foliar 20 6.2.1. Amostragem de Folhas 20 6.2.2. Interpretação dos Resultados de Análises Foliares 23 6.3. Análise do Solo 27 6.3.1. Amostragem de Solo 27 6.3.1.1. Seleção das Áreas 27 6.3.1.2. Quando Coletar 28 6.3.1.3. Tipos de Amostra 28 6.3.1.5. Onde retirar as amostras 28 6.3.1.6. Ferramentas para Amostragem 29 6.3.2. Amostragem de Solo em Plantio direto 29 7. Interpretação dos Resultados das Análises de Solo 37 7.1. Interpretação de resultados de análise de amostras de subsolos 38 7.2. Equivalência de Unidades 38 8. Elementos Essenciais (Solo, Planta, Adição e Perdas) 39 8.1. Nitrogênio (N) 40 8.1.1. No Solo 40 8.1.2 Na Planta 43 8.2. Fósforo (P) 43 8.2.1 No Solo 43 8.2.2. Na Planta 44 8.3. Potássio (K) 45 8.3.1. No solo 45 8.3.2 Na planta 46 8.4. Cálcio (Ca) 46 8.4.1 No solo 46 8.4.2 Na planta 46 8.5. Magnésio (Mg) 47 8.5.1 No solo 47 8.5.2 Na planta 48 8.6. Enxofre (S) 48 8.6.1 No solo 48 8.6.2. Na planta 49 8.7. Boro (B) 49 8.7.1. No solo 49 8.7.2. Na planta 50 8.8. Cobalto (Co) 51 8.8.1. No solo 51 8.8.2 Na planta 51 8.9. Cobre (Cu) 52 8.9.1. No solo 52 8.9.2. Na planta 52 8.10. Ferro (Fe) 53 8.10.1. No solo 53 8.10.2. Na planta 53 8.11. Manganês (Mn) 54 8.11.1. No solo 54 8.11.2. Na planta 55 8.12. Molibdênio (Mo) 55 8.12.1. No solo 55 8.12.2. Na planta 56 8.13. Zinco (Zn) 56 8.13.1. No solo 56 8.13.2. Na planta 57 8.14. Cloro 57 8.14.1. No solo 57 8.14.2. Na planta 57 9. Chave para Identificação de Deficiência e Toxidez de Nutrientes 58 10. EXTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES PELAS PRINCIPAIS CULTURAS. 66 11. Adubação 76 11.1. Adubação corretiva 76 11.1.1.Calagem 76 11.1.1.1. Classificação dos materiais corretivos 76 11.1.1.2. Características físicas e químicas dos corretivos 78 11.1.1.3. Poder de neutralização(PN) 78 11.1.1.4. Reatividade (RE) 79 11.1.1.5. Efeito Residual (ER) 79 11.1.1.6. Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) 80 11.1.1.7. Legislação sobre corretivos de acidez. 80 11.1.1.8. Métodos de recomendação de calagem (Raij et al., 1996) 80 11.1.1.9. Método da neutralização do Al+3 e da elevação dos teores de Ca+2 e Mg+2 81 11.1.1.10. Método da solução tampão – SMP 82 11.1.1.11. Época e modo de aplicação dos corretivos de acidez do solo 82 11.1.2. Gessagem 83 11.1.2.1. Origem do Gesso 83 11.1.2.2. Composição 84 11.1.2.3. Emprego do Gesso Agrícola 85 11.1.2.4. Recomendações do uso do gesso agrícola (CFSEMG, 1999) 86 11.1.2.5. Critérios de recomendação 86 11.1.3. Fosfatagem 87 11.1.4. Potassagem 89 11.2. Adubação Orgânica 89 11.2.1. Compostagem 90 11.2.2. Classificação do Composto 91 11.2.2.1. Matéria Orgânica crua 91 11.2.2.2. Composto Imaturo 91 11.2.2.3. Composto Semicurado ou Bioestabilizado 91 11.2.2.4. Composto Maturado, Humificado 91 11.3. Adubação Verde 92 11.3.1.Benefícios da Adubação Verde 92 11.4. Adubação Mineral 93 11.4.1. Adubação Nitrogenada 94 11.4.2. Adubação Fosfatada 95 11.4.3. Adubação Potássica 95 11.4.4. Adubação com Macronutrientes Secundários 96 11.4.4.1. Adubação com Cálcio 96 11.4.4.2. Adubação com Magnésio 96 11.4.4.3. Adubação com Enxofre 96 11.4.5. Adubação com Micronutrientes 96 11.4.5.1. Adubação no solo 97 11.4.5.2. Adubação via foliar 97 11.4.5.3. Tratamento de sementes 97 11.5. Adubação Foliar 98 11.5.2. Translocação dos elementos 99 11.5.3. Fatores que influenciam a absorção foliar 99 11.5.3.1. Fatores externos 99 11.6. Adubação Fluida 100 11.6.1. Definições de adubos fluidos. 100 11.6.2. Matérias-primas para a produção de adubos fluidos. 101 11.6.3. Formas de aplicação de fertilizantes fluidos 102 11.6.3.1. Aplicação em profundidade 102 11.6.3.2. Aplicação em superfície 102 11.6.3. Aplicações foliares 102 11.6.4. Vantagens e desvantagens dos adubos fluidos 102 11.6.5. Atributos dos fertilizantes fluidos 104 11.6.5.1. Atributos físicos. 104 11.6.5.2. Atributos de natureza química 104 11.7. Fertirrigação 105 11.7.1.Vantagens e Limitações da fertirrigação 106 11.7.2. Características necessárias para fertirrigação adequada. 107 11.7.2.1. Escolha dos fertilizantes. 107 11.7.2.2. Uniformidade do sistema de irrigação e operação. 109 11.8. Localização e distribuição 109 11.8.1. Aplicação localizada. 110 11.8.1.1. Culturas Anuais 110 11.8.1.2. Culturas Permanentes 110 11.8.2. Adubação em Área Total 110 11.9. Época de aplicação 111 11.9.1. Adubação de pré-plantio. 111 11.9.2. Adubação de plantio. 111 11.9.3. Adubação de pós-plantio 111 12. Regulagem de Semeadora-Adubadora 111 13. Garantias de fertilizantes 113 14. Características dos Principais Fertilizantes. 120 15. Compatibilidade entre fertilizantes. 126 16. Cálculo de fórmula de adubo 127 17. ARMAZENAMENTO DE FERTILIZANTES 130 18. AMOSTRAGEM DE FERTILIZANTES 130 18.1. Amostragem de Produtos Ensacados 130 18.2. Amostragem de Produtos a Granel 131 18.3. Procedimentos para o Preparo da Amostra 131 19. AGRICULTURA DE PRECISÃO (AP) 131 19.1. Fatores que afetam a produção 132 19.1.1. Clima 132 19.1.2. Solo 132 19.2. Informações Básicas para a Agricultura de Precisão 133 19.2.1. Mapa de solos 133 19.2.2. Equipamentos usados na Agricultura de Precisão. 134 19.2.2.1. Sensoriamento remoto 134 19.2.2.2. O sistema de Informação Geográfico (SIG) 135 19.2.2.3. Global Positioning System (GPS) 135 19.2.3. Aplicações do Sensoriamento remoto na Agricultura de Precisão. 135 19.2.4. Limitações do Sensoriamento Remoto. 136 19.2.5 Método de amostragem de solo. 136 19.3. Considerações sobre a AP 137 20. Tecnologia de aplicação de corretivos e fertilizantes 137 20.1. Modos de Aplicação 139 20.1.1. Aplicação a lanço 139 20.1.2. Aplicação em linha 139 20.1.3. Aplicação em faixas 139 20.2. Equipamentos 140 20.3. Desempenho dos aplicadores 143 1. SOLO 1.1. Formação: Fatores e Processos A camada sólida do globo é chamada de litosfera, e esta tem uma espessura que varia de 60 a 100 km. Chamamos de solo a camada externa da Litosfera, a qual pode ter uma espessura variando de alguns centímetros até 3 a 4 m de profundidade. Do ponto de vista agrícola, o solo pode ser definido como a camada arável (0 – 30 cm) que contém matéria viva capaz de suportar as plantas. 1.1.1. Fatores de Formação O solo é resultante da ação combinada de agentes naturais, tais como: clima, seres (vegetais, animais incluindo o homem), relevo, etc., sobre as rochas, em um determinado período de tempo. 25% 5% 25% 45% Água Matéria orgânica Ar Fragmentos Minerais [ ] [ ] + + - = = H H pH log 1 log CaO MgO +2H 2 O (Solo) Ca +2 + 2OH - Mg 2+ + 2OH - + Calor Cal virgem (Solução do solo) Figura 1. Fatores de formação do solo. Jenny 1941, citado por Prado (2001) 1.1.1.1. Relevo Segundo Moniz et al. 1982, citado por Prado 2001, a dinâmica da água é muito influenciada pelas formas de relevo, que condicionam seu movimento vertical ou lateral ao longo da encosta. Estes autores idealizaram a direção dos fluxos de água lateral e basal para explicar a gênese dos solos que possuem horizontes B textural. A figura 2 apresenta as diferentes condições de movimentos da água no solo. Figura 2. Condições de movimento da água no solo (Prado, 2001) 1.1.1.2. Clima Segundo Prado (2001), os elementos do clima, cuja atuação sobre a pedogênese é maisdireta, são: radiação solar (calor), precipitação pluvial (água) e pressão atmosférica (vento).O calor influencia diretamente nas velocidades das reações químicas e dos processos biológicos que ocorrem no perfil do solo. A água promove a reação de hidrólise a partir da qual são liberados cátions para a solução do solo, ou reação de hidratação dos constituintes do solo. A água excedente atua no desenvolvimento do perfil do solo conforme a quantidade: regiões onde a quantidade de água excedente é grande, geralmente, apresentam solos mais desenvolvidos (mais profundos e com baixa atividade coloidal, pois a velocidade e a intensidade dos processos pedogenéticos são mais acentuadas). Por outro lado, regiões onde a quantidade de água excedente é baixa, normalmente apresentam solos menos desenvolvidos (mais rasos e/ou alta atividade coloidal e/ou alta saturação por bases e mesmo acúmulo de carbonatos). As mudanças climáticas modificam a paisagem devido à ação das fases mais úmidas e mais secas. 1.1.2. Material de Origem É o material não consolidado, de origem mineral ou orgânica, que deu origem aos solos por processos pedogenéticos. Esse material intemperizado pode ter sofrido transporte e decomposição, o que é muito comum em clima tropical. Quando os solos são originados dessa forma são denominados alóctones, e a presença de linha de pedras ou “stone line” pode ser uma evidência do referido transporte. Os depósitos de materiais que foram movidos para as partes baixas de encostas ou escarpas, principalmente por gravidade, recebem o nome de colúvio (Curi et al., 1993, citado por Prado, 2001). Segundo Prado (2001), o material de origem é constituído por minerais com diferentes graus de susceptibilidade ao processo de intemperismo, o qual pode ser físico, químico ou biológico. Esse intemperismo pode estar relacionado com vários atributos do solo: químico, granulométrico, morfológico e mineralógico. Quimicamente, a influência do material de origem no solo pode ser exemplificada pela predominância de solos eutróficos quando derivados do arenito da formação Bauru com cimento calcário. Granulometricamente, os solos derivados de rochas basálticas são de textura argilosa e muito argilosa, enquanto os solos derivados de arenito são arenosos, a menos que tenha ocorrido uma contribuição do meio externo. 1.1.3. Organismos A matéria orgânica desempenha papel importante na diferenciação dos horizontes do solo, pois a microflora (algas, fungos e bactérias, principalmente) e a microfauna (nematóides e protozoários) decompõe os restos animais e vegetais e, em conseqüência liberam húmus, que é a mistura complexa de substâncias amorfas e coloidais. A ação da macrofauna e da macroflora na diferenciação dos horizontes está relacionada com a quantidade de matéria orgânica que elas adicionam ao solo, que variam de acordo com a espécie. Essa matéria orgânica interfere no processo de troca catiônica por meio do contato direto com a raiz e a superfície do colóide. Outra ação da matéria orgânica refere-se à função de estoque de nutriente, os quais retornam ao solo com o processo de reciclagem. Ao proteger o solo do processo erosivo, a macroflora contribui para que o perfil do solo não seja truncado. A macrofauna (tatu, minhoca, formiga e cupim) contribui, com suas escavações, para uma maior aeração do solo. Finalmente, o homem pode agir sobre alguns atributos do solo por certas práticas de manejo, tais como: drenagem, calagem, gessagem, adubação e uso de herbicidas (Prado, 2001). 1.1.4. Tempo O tempo é o fator de formação que define o quanto o material de origem sofreu ação do clima e dos organismos em um determinado tipo de relevo. Todas as propriedades morfológicas requerem tempo para se manifestarem no perfil do solo. 1.1.5. Processos de Formação As modificações sofridas pela rochas são devidas a processos físicos, químicos e biológicos, provocados pela ação isolada ou conjunta dos fatores mencionados acima. Os processos físicos podem ser: mudança de temperatura, congelamento, degelo, umedecimento, secagem transporte, arrastamento, percolação, etc. Os processos químicos incluem a hidrólise, hidratação, carbonatação, oxidação e redução, etc. Os processos biológicos refletem a ação dos organismos animais e vegetais. Com o passar do tempo, a rocha, sob ação destes processos destrutivos, influenciados pelo relevo, vai se degradando e decompondo formando o “regolito”. O regolito é considerado o material de origem dos solos, pois sobre ele vão se acumulando diversas camadas (horizontes) que constituem o perfil. Muitas vezes esse material de origem é transportado para lugares distantes, sendo responsável pelos solos que sobre ele se formaram. 1.2.Constituintes O solo pode variar em coloração, textura e outras características, nas diversas regiões do globo, mas é constituído basicamente de quatro componentes fundamentais, fase líquida, fase gasosa, matéria orgânica e fragmentos minerais, sendo estes dois últimos constituintes da fase sólida, como mostra a Figura 3. Tecnologia de aplicação - FZEA/USP & Usina São João Produto: Mistura de grânulos N : K - 22:00:22 - Aplicador Pendular - Soqueira de Cana-de-açúcar 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Distância (m) -7,55 -6,55 -5,55 -4,55 -3,55 -2,55 -1,55 -0,55 0,55 1,55 2,55 3,55 4,55 5,55 6,55 Esquerdo Distância (m) Direito Distribuição % N (%) K2O (%) Média N K2O Geral 18,97% 25,03% Dir. 18,86% 26,11% Esq. 19,48% 23,45% I.C. 18,9 +/- 2,18 25,0 +/- 2,2 Figura 3. Composição volumétrica percentual de um solo com boas condições de desenvolvimento das plantas. Fonte: Serrana, s/d. 1.2.1. Fase Líquida A necessidade de água para a vida das raízes, como para qualquer tecido, é por demais óbvia para necessitar evidências. Basta atentar-se para o fato de que freqüentemente a porcentagem de água presente nos órgãos vegetais se eleva a mais de 90%. Admite-se que, em média, a planta utiliza em torno de 200 a 1000 litros de água para cada quilograma de material vegetal produzido. Além de fazer parte do tecido vegetal propriamente dito, a água tem a função de dissolver e transportar os nutrientes que serão utilizados pelas plantas para a elaboração da seiva elaborada. Desde que a água capilar praticamente não se movimenta no solo, o crescimento contínuo das raízes é fator essencial à absorção eficiente de água e dos sais minerais nela dissolvidos. Na realidade, são as radicelas que caminham para a água por meio de seu crescimento e não, como antigamente se pensava, que a água capilar do solo caminhava para as radicelas, à medida que estas a absorviam. A água e os sais minerais dissolvidos que se acham em áreas não penetradas pelas raízes, ainda que a pouco centímetros delas, são inaproveitáveis para as plantas. Se a umidade do solo for mantida na capacidade de campo, ou seja na sua máxima capacidade de retenção de água, o desenvolvimento do sistema radicular será mínimo porque a raiz não precisará crescer para conseguir água. Ao contrário, se o solo não receber água senão quando sua umidade se aproximar do ponto de murchamento, o desenvolvimento das raízes será máximo, por ter a falta de água estimulando o crescimento das radicelas. Porém se a falta de água ocorrer por um período prolongado a planta não terá crescimento adequado dessas raízes e da parte aérea. A reposição da água do solo é feita normalmente pela precipitação, porém pode ser reposta artificialmente através da irrigação. 1.2.2. Fase Gasosa O ar que circula entre as partículas do solo favorece a germinação de sementes, o desenvolvimento de raízes e a multiplicação da população de bactérias. A quantidade de ar em um solo é proporcional a sua porosidade, e consequentemente à sua textura e manejo. A aeração do solo pode ser prejudicada ou eliminada quando o solo é submetido a situações anormais, por exemplo, os solos hidromórficos em que os poros são ocupados por águae não ar. Outro fator responsável pela diminuição da porosidade é a compactação do solo, resultado, na maioria das vezes, do trânsito intenso de máquinas, que quebra a estrutura do solo e dificulta o desenvolvimento de raízes. 1.2.3. Fase Sólida 1.2.3.1. Matéria Orgânica A matéria orgânica é um composto muito importante na composição do solo sendo responsável, em parte, pela composição do “Complexo Coloidal”. Ela é formada por resíduos vegetais e animais decompostos ou em decomposição. Múltiplas são as ações benéficas da matéria orgânica, dentre elas o fornecimento de nutrientes para a cultura, além de agir positivamente nas propriedades físicas do solo, deixando-o mais pesado, fofo e arejado, além de reter a umidade do ambiente. 1.2.3.2. Fragmentos Minerais Resultam da desagregação e decomposição das rochas que constituem a camada externa do Globo Terrestre. Os minerais são, por definição, substâncias de composição química conhecida, forma cristalina definida e propriedades físicas bem características. São formados por compostos químicos simples ou complexos. Os minerais são constituídos por diferentes compostos químicos e estes por sua vez são formados por diferentes elementos químicos, sendo alguns destes essenciais para o desenvolvimento da planta e por isso denominados nutrientes vegetais. 1.3. Características Físicas 1.3.1. Textura As partículas resultantes da desagregação das rochas apresentam dimensões diversas, decrescendo em tamanho passam de seixos a areia grossa e fina, depois limo e finalmente argila. A textura do solo depende da proporção que mantém entre si essas diferentes partículas. Da maior ou menor predominância de um desses elementos resultam diferentes tipos de solo: argilosos, arenosos, etc.. Na Tabela 1 são apresentadas interpretações de diversas frações granulométricas que compõe o solo. Tabela 1. Teor de argila e interpretações. Teor de argila Interpretações ( 15% (1) Textura arenosa 16 – 35% Textura média 36 – 60% Textura argilosa > 60% Textura muito argilosa (1)Argila + silte Fonte: Prado (2001) Para se descrever morfologicamente o solo, utiliza-se a Figura 4, enquanto na legenda de solos é utilizada a Figura 5. Figura 4. Classes texturais do material constitutivo de horizontes e perfis de solos Fonte: Lemos & Santos 1996, citados por Prado 2001 Figura 5. Classificação textural simplificada. Fonte: Embrapa 1979, citado por Prado 2001. 1.3.2. Estrutura Segundo Prado (2001), as partículas de argila, silte e areia, normalmente, estão reunidas, formando agregados, separados por superfície de “fraqueza”. A estrutura refere-se ao arranjo dessas partículas e é definida em termos de tipo, classe e grau de desenvolvimento. A Figura 6 apresenta vários tipos de estrutura do solo. Sentido de Rotação x Sentido de Rotação y Caso A : > f Caso B : < f Maior distância = x Menor distância = y Figura 6. Tipos de estrutura do solo: a) laminar; ba) prismática, bb) colunar, ca)blocos angulares, cb) blocos sub-angulares e d) granular. Fonte: Lemos & Santos, 1996, citados Prado 2001. A coloração do solo varia de acordo com a quantidade de matéria orgânica, óxidos de ferro e classes de drenagem do solo. As cores vermelhas do solo são normalmente devidas ao maior teor de hematita e dos baixos teores de goethita, sendo que esse último mineral tem o poder de colorir o solo de amarelo e o primeiro de vermelho. Pequenas quantidades de hematita (1%) já são suficientes para colorir o solo de vermelho, (Resende, 1976, citado por Prado, 2001). A relação goethita /hematita é maior nos horizontes superficiais , isso ocorre porque a presença de matéria orgânica no solo retarda a taxa de cristalização dos óxidos e hidróxidos de ferro, (Schwertmann, 1968, citado por Prado, 2001). 1.4. Características Químicas 1.4.1. Complexo Coloidal Do ponto de vista de nutrição de plantas, a fase sólida do solo (fração mineral + fração orgânica) pode ser dividida em: Parte Inativa: esta fração é constituída por minerais com diâmetro maior que 0,002 mm, ou seja, pedras, cascalho e limo. Por serem partículas relativamente grandes, não participam diretamente da nutrição da planta, tendo como principal função a sustentação da mesma. Parte Ativa: é também denominado complexo coloidal, e suas partículas não ultrapassam 0,002 mm de diâmetro, sendo formado, portanto, principalmente por argila e húmus. As principais características do complexo coloidal são: fonte de nutrientes para as plantas e centro de reatividade do solo. 1.4.2. Soma de Bases Dá-se o nome de Soma de Bases (SB), à soma dos íons básicos adsorvidos pelos colóides. SB= Ca++ + Mg++ + K+ + Na+ O valor de SB é expresso em mmolc.dm-3 ou em cmolc.dm-3 1.4.3. Capacidade de Troca Catiônica (CTC) A CTC, refere-se a quantidade total de cátions adsorvidos por unidade de peso ou volume de solo. Ela pode ser classificada em CTC efetiva ou potencial. · CTC efetiva é aquela disponível para a planta, que o solo apresenta em função do seu pH, ou seja : CTC efetiva = SB + acidez trocável onde, Acidez trocável = Al+.3 Portanto: CTC efetiva = SB + Al+ = Ca++ + Mg++ + K+ + Al+++ · CTC potencial é aquela que o solo pode apresentar em determinado pH, geralmente pH=7,0: CTC = SB + acidez titulável pH 7,0 Acidez titulável = H0 + Al3+ Portanto: CTC = SB + H+ Al = Ca++ + Mg++ + K+ + Al+++ + H+ A capacidade de adsorção e troca de íons (cátions) dos solos agrícolas é muito variável, dependendo da maior ou menor riqueza de húmus e teor total de argila, bem como da constituição desses últimos componentes. 1.4.4. Saturação de Bases - (índice de fertilidade aparente) Outro conceito importante que devemos considerar é o da saturação das bases (V%), ou seja a soma de bases trocáveis SB, expressa em % da CTC determinada a pH 7,0, calculada pela expressão abaixo. V = SB x 100 CTC 1.4.5. Saturação por Alumínio (m%) A saturação por alumínio (m%) refere-se a porcentagem de Al3+ presente na CTC do solo, podendo ser o principal agente inibidor do desenvolvimento radicular, além de poder causar toxidez na planta pelo seu excesso. A fórmula de cálculo da saturação por alumínio (m%) é a seguinte: m (%) = Al3+ x 100 SB + Al3+ 2. MECANISMOS DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES O primeiro passo para o nutriente ser absorvido, é entrar em contato com a raiz. Este contato pode ser estabelecido por três diferentes formas, dependendo do íon a ser absorvido, cujas características determinam seu comportamento no solo. 2.1. Interceptação Radicular A raiz ao se desenvolver no solo entra em contato com os nutrientes que estão em solução, podendo então absorvê-los. 2.2. Fluxo de Massa Neste processo o íon caminha pela solução aquosa do solo até entrar em contato com a raiz e ser absorvido. 2.3. Difusão É o caminhamento do íon no solo em uma fase aquosa estacionária da solução do solo, de uma região de maior para menor concentração do íon em questão (caminhamento à curtas distâncias). 3. ACIDEZ DO SOLO Segundo Fullin (2001), os solos brasileiros são geralmente ácidos, devido à pobreza em bases do material de origem ou à processos pedogenéticos que favorecem as perdas por lixiviação do potássio, cálcio, magnésio e sódio e a concentração residual de hidrogênio e alumínio devido a sua menor lixiviação. Além da ocorrência natural da acidez do solo, os cultivos tendem a agravar o problema, principalmente devido a absorção dos cátions pelas raízes das plantas, os quais são substituídos pelos íons hidrogênio no complexo de troca do solo. Também a atividade biológica, produzindo reação ácida, e práticas agrícolas como adubação mineral, especialmente com adubos nitrogenados, resultam na acidificação do solo. A compreensão da reação do solo, o seu caráter ácido, básico ou neutro, requer em primeiro lugar o conhecimento dos conceitos de ácido e base. Segundo Bronsted e Lowry (1923), citados por Vitti et al. (2001), o ácido é uma substância que tende a ceder prótons (íons H+), enquanto que a base éuma substância receptora dos mesmos prótons. Assim, em solução aquosa, o ácido se dissocia ou se ioniza liberando o H+ e o ânion correspondente: HA H2O H+ + A- É importante lembrar que, de acordo com a sua constante de equilíbrio ou de ionização (Ka), os ácidos podem ser classificados em fortes ou fracos: · Ácidos fortes – alta Ka – HCl, HNO3, H2SO4 (1) · Ácidos fracos – baixa Ka CH3COO- + H+ (2) (1) Todo H+ se encontra ionizado, sem a presença de moléculas de HCl (H+ combinado), (2) Apenas uma pequena quantidade de H+ se encontra ionizada, com a maior parte do H+ combinado com ânions CH3COO, isto é, com a maioria das moléculas de CH3COOH intactas. Diz-se que os H+ dissociados (segundo membro) correspondem a acidez ativa; HCl ou CH3COOH no primeiro membro indica a acidez potencial, enquanto que no caso do CH3COOH a acidez ativa é muito menor que a potencial. Devido aos ácidos fracos dissociarem-se pouco, ocorre nas soluções aquosas concentrações baixas de íons hidrogênio, tão baixas que seria difícil de representa-las na notação de frações decimais. A notação de pH desenvolvida pelo químico sueco Sörensen foi introduzida para descrever a atividades de íons H+ em soluções ácidas muito diluídas sendo definida por: [ ] [ ] + + - = = H H pH log 1 log Onde H+ = atividade de íons hidrogênio em mol.L-1 ou íons- grama. L-1 3.1. Componentes de acidez do solo Segundo Kinjo (1983) a acidez do solo pode ser dividida em acidez ativa, acidez potencial a qual se divide em acidez trocável e acidez não trocável. a) Acidez ativa: refere-se a concentração efetiva de íon hidrogênio da solução do solo e é expressa em valores de pH. b) Acidez trocável: refere-se aos íons H+ e Al3+ trocáveis, os quais estão retidos na superfície dos colóides por forças eletrostáticas. Como a quantidade de Al3+ é muito superior a de H+, é comumente expressa em: mmolcH0 + Al 3+/dm3 (Vitti et al., 2001). c) Acidez potencial: de acordo com Kinjo (1983) e Vitti et al., (2001), refere-se a quantidade de íon hidrogênio que um solo (fase sólida) é capaz de liberar na solução ao pH 7,0 e corresponde à soma da acidez de troca e da acidez não trocável do solo, sendo a soma de acidez trocável (Al3+ + H+ eletrovalente) mais hidrogênio H0 covalente. É expressa em :mmolc H0 +Al3+.dm-3 d) Acidez não trocável: é devida a ligação covalente do hidrogênio, associado aos colóides com carga negativa variável e aos polímeros de alumínio (Kinjo, 1983). Pode ser expressa em: mmolc H0.dm-3 A Figura 7 apresenta esquematicamente os componentes de acidez do solo - H + - Al 3+ -C O O - Al 3+ /3 -Al - OH 0 Fe - OH 0 O - C - OH 0 ACIDEZ TROCÁVEL ACIDEZ NÃO TROCÁVEL H + H + H + H + H + ACIDEZ POTENCIAL TOTAL OU TITULÁVEL ( Fase sólida) ACIDEZ ATIVA, IÔNICA, ATUAL OU LIVRE ( Fase líquida) Figura 7. Componentes da acidez do solo (Kinjo, 1983) Efeitos na disponibilidade de nutrientes : quando o pH em água está entre 6,0 a 6,5 a disponibilidade dos macronutrientes e dos micronutrientes para a planta ou é máxima ou não é limitante, conforme pode ser observado na Figura 8 (Malavolta, 1979 citado por Vitti et al. , 2001). Efeitos na solubilidade de elementos tóxicos: A solubilidade do Al3+ e do Mn2+,, elementos tóxicos às plantas quando em excesso no solo, diminui com o aumento do valor do pH do solo (Figura 8) (Vitti et al., 2001) Tecnologia de aplicação - FZEA/USP & Usina São João Produto: Mistura de grânulos N : K - 22:00:22 - Aplicador Pendular - Soqueira de Cana-de-açúcar 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Distância (m) -7,55 -6,55 -5,55 -4,55 -3,55 -2,55 -1,55 -0,55 0,55 1,55 2,55 3,55 4,55 5,55 6,55 Esquerdo Distância (m) Direito Distribuição % N (%) K2O (%) Média N K2O Geral 18,97% 25,03% Dir. 18,86% 26,11% Esq. 19,48% 23,45% I.C. 18,9 +/- 2,18 25,0 +/- 2,2 Figura 8. Efeito do pH em H2O na disponibilidade dos nutrientes e na solubilidade do alumínio. (Malavolta, 1979). Tabela 2. Relação entre parâmetros de acidez do solo. Saturação (%) pH CaCl2 pH água Por Bases Por Alumínio 3,80 4,40 4 90 4,00 4,60 12 68 4,20 4,80 20 49 4,40 5,00 28 32 4,60 5,20 36 18 4,80 5,40 44 7 5,00 5,60 52 0 5,20 5,80 60 5,40 6,00 68 5,60 6,20 76 5,80 6,40 84 6,00 6,60 92 6,20 6,80 100 Fonte: (Raij, 1996) 4. ALCALINIDADE DOS SOLOS O problema de alcalinidade excessiva em solos brasileiros dificilmente ocorre, por estes se encontrarem, quase na totalidade, em regiões sujeitas a pluviosidade regular, e os elementos básicos responsáveis pela alcalinidade são facilmente percolados no perfil do solo em conseqüência dessa chuva. Na região Nordeste, principalmente no Polígono da Seca, é que são encontradas algumas regiões de terras com caráter alcalino, exigindo eventualmente alguma correção. 5. Conservação do Solo O solo agrícola, além de sofrer um empobrecimento natural pela retirada de nutrientes por parte da cultura instalada, pode sofrer uma destruição parcial ou total pela ação das enxurradas, tanto no aspecto químico quanto físico. Devido a isso é que se torna extremamente necessária a realização de práticas conservacionistas Essa práticas podem ser realizadas dos mais variados tipos, cujos principais estão ilustrados na figura a seguir. - Processos Edáficos - Escolha da Gleba - Adubação Mineral e Orgânica - Processo de Natureza Vegetativa (movimentação do solo) - Plantio em Nível - Plantio em Faixa de Nível - Renques de Vegetação Conservação do Solo - Controle da Capina e Ceifas do Mato - Cobertura do Solo - Adubação Verde - Cobertura Morta - Processos Mecânicos (movimentação do solo) - Cordões em contorno (terraço de base estreita) - Terraço Verdadeiro (terraço em patamar) - Terraço em Camalhão (terraço de base larga) - Enleiramento permanente - Coroação - Banquetas Individuais - Terraço Murundum 6. Avaliação da Fertilidade do Solo Um parâmetro de grande importância para a determinação correta da adubação é a fertilidade do solo. É importante conhecer as condições de fertilidade do solo para se estabelecer o manejo mais adequado da adubação. Para avaliação da fertilidade do solo e do estado nutricional das culturas conta-se com três métodos: diagnose visual, diagnose foliar e análise química do solo, sendo que seus resultados devem ser interpretados simultaneamente. Dentre esses métodos, a análise do solo é a mais difundida e utilizada pelos produtores. 6.1. Diagnose Visual A avaliação do estado nutricional pela diagnose visual parte do preceito que todas as plantas necessitam dos mesmos nutrientes e que a falta de algum deles provocará as alterações fisiológicas e consequentemente alterações morfológicas semelhantes. Logo, percebe-se que, quando a planta apresentar os sintomas, a produção já terá sido afetada. Sabe-se que os nutrientes apresentam mobilidades diferentes dentro da planta, então a parte da planta onde os sintomas se manifestarão inicialmente dependerá do nutriente e de sua mobilidade de redistribuição. Assim, nutrientes denominados móveis (N, P, K e Mg) quanto à redistribuição originarão sintomas nas partes mais velhas da planta. Antagonicamente, nutrientes com menor mobilidade (Ca, S e micronutrientes) apresentarão sintomas inicialmente nas partes mais jovens da planta. Cabe lembrar que, sintomas de deficiência e de toxidez, devem ocorrer de modo generalizado na cultura, devem também apresentar gradiente e simetria na planta, com base nessas considerações é possível distinguir sintomas de deficiência nutricional dos sintomas causados pelo ataque de pragas, ocorrência de doenças,fitoxidez, etc. 6.2. Diagnose Foliar 6.2.1. Amostragem de Folhas Para se obter uma análise completa da situação em que a planta está submetida é necessária a realização de uma análise foliar em complemento à análise de solo. O tipo de folha, época a ser coletada , bem como o numero de folhas por amostra a ser coletada variam de acordo com a cultura conforme especificado na Tabela abaixo: Tabela 3. Amostragem para a diagnose foliar das principais culturas CULTURA ÉPOCA TIPO DE FOLHA Nº FOLHAS/ha CEREAIS Arroz Início do perfilhamento Medianas 30 Milho Aparecimento de inflorescência feminina (“cabelo”) Folha abaixo da espiga 30 Sorgo Início do perfilhamento Medianas 30 Trigo Início do florescimento 1ª a 4ª folhas a contar da ponta 30 ESTIMULANTES Cacaueiro Verão 3ª folha a partir da ponta, lançamento recém amadurecido, plantas a meia-sombra 18 Cafeeiro Primavera – verão 3º e 4º pares de folhas, a partir da ponta, ramos a meia-altura 30 Chá 6-15 meses antes da poda 1ª folha com gema e 3ª folha 60 Fumo Folhas recém-amadurecidas 30 Continuação Tabela 3. Guaranazeiro Primavera – verão Folhas recém-maduras, ramos a meia altura 30 FIBROSAS Algodoeiro Herbáceo Início do florescimento Limbo de folhas adjacentes a “maçãs 30 Arbóreo Início do florescimento Folhas recém-maduras 30 Juta 3 meses após o plantio Da ponta, recém-madura 18 FORRAGEIRAS Gramíneas Primavera – verão Recém-maduras ou toda a parte aérea 30 Leguminosas Primavera – verão Florescimento 30 Frutíferas Abacaxi Verão Folha “D”:, recém-amadurecida, num ângulo de 45º, com bordos da base paralelos, análise na folha inteira ou porção basal não clorofilada 25 Bananeira Florescimento Folha III (abaixo e oposta às flores), porção mediana (10 cm de largura) clorofilada Citros Verão Folhas com 4-6 meses de idade do ciclo da primavera, ramos com ou sem frutos 20 Goiabeira Um mês depois de terminar o crescimento do ramos 4º par, ramos terminais sem frutos 30 Macieira Primavera – verão Inteiras, com pecíolos, na parte mediana de ramos do ano 100 folhas de 25 plantas Mamoeiro Florescimento Folha “F”: na axila com a primeira flor completamente expandida 18 Maracujazeiro Outono Ramos medianos, 4ª a partir da ponta 60 Pereira 2-3 semanas após florescimento pleno Inteiras, porção mediana dos ramos do ano 100 folhas de 25 plantas Pessegueiro Verão Recém-amadurecidas do crescimento do ano 100 folhas de 25 plantas Videira Fim do florescimento Na base do primeiro cacho 30-60 HORTALIÇAS Abóboras Início do florescimento Pecíolo de folha recém-madura 40 Alho Antes da formação do bulbo, durante ou depois Folha mais nova completamente desenvolvida 40 Continuação Tabela 3. Alface Formação de cabeça Folhas recém-maduras 40 Brócolos Meio do ciclo Nervura principal da folha recém-madura 40 Cebola Meio do ciclo Folha mais alta 40 Cenoura Ver brócolos 40 Couves Meio do ciclo Folha recém-madura 40 Couve-flor Embrotoamento Nervura principal da folha recém-madura 40 Ervilha Pleno florescimento Folha inteira recém-madura 40 Espinafre Meio do ciclo Folha inteira recém-madura 40 Melancia Primeiro fruto Pecíolo da 6ª folha a partir da ponta 40 Melões Floração, 1º fruto ou 1º fruto maduro Ver melancia 40 Pepino Primeiros frutos Ver melancia 40 Pimentão Florescimento pleno Folhas recém-maduras inteiras 40 Repolho Ver alface Nervura principal da folha envolvente 40 Tomateiro Florescimento ou primeiro fruto maduro 4ª folha a partir da ponta 40 Vagens Florescimento pleno Folha trifoliolada mais velha 40 LEGUMINOSAS DE GRÃOS Feijões Início da floração Primeira folha amadurecida a partir da ponta do ramo 30 Soja Fim do florescimento Primeira folha amadurecida a partir da ponta do ramo, pecíolo excluído 30 OLEAGINOSAS Amendoim Início do florescimento 4ª folha da haste principal a partir da base (1ª = acima dos ramos cotiledonares) 30 Dendezeiro Fim das chuvas Folha 9 (plantas novas) ou 17 (adultas), pecíolos centrais 25 plantas Girassol Início do florescimento Folhas do terço superior 30 Mamoneira Início do florescimento Limbo da 4ª folha a partir da ponta 30 SACARINAS E AMILÁCEAS Batatinha Meio do ciclo, 35-45 dias após emergência Pecíolo da 4ª folha a partir da ponta 30 Cana-de-açúcar Quatro meses após brotação Folha +3, folha +1 = com primeira lígula, terço mediano, excluída a nervura principal 20-30 por talhão uniforme Mandioca 3-4 meses de idade Primeira folha recém-madura 30 Continuação Tabela 3. ESSÊNCIAS FLORESTAIS Araucária Primavera – verão Terceiro verticilo 18 Eucalipto Verão – outono Recém-maduras, ramos primários 18 Pinus Verão – outono Recém-maduras, primárias 18 Seringueira Verão – outono 3-4 folhas recém-maduras, à sombra, na base do terço superior da copa 6 Fonte: Malavolta et al., 1997 6.2.2. Interpretação dos Resultados de Análises Foliares As tabelas abaixo apresentam os teores de macro e micronutrientes considerados adequados para as principais culturas: Tabela 4. Teores foliares de macronutrientes considerados adequados nas folhas para as principais culturas. CULTURA N P K Ca Mg S g.kg-1 CEREAIS Arroz 2,5 – 3,0 0,25 – 0,4 2,5 – 3,5 0,75 – 1 0,5 – 0,7 0,15 – 0,2 Milho 2,75 – 3,25 0,25 – 0,35 1,75 – 2,25 0,25 – 0,4 0,25 – 0,4 0,15 – 0,2 Sorgo 1,3 – 1,5 0,4 – 0,8 2,5 - 3 0,4 – 0,6 0,4 – 0,6 0,08 – 0,1 Trigo 3 3– 3,3 0,2 - 0 ,3 2,3 – 2,5 1,4 0,4 0,4 ESSÊNCIAS FLORESTAIS Araucária 1,6 – 1,7 0,14 – 0,18 1,3 – 1,5 0,6 – 0,8 0,2 – 0,3 0,15 – 0,2 Eucalipto 1,4 – 1,6 0,1 – 0,12 1 – 1,2 0,8 – 1,2 0,4 – 0,5 0,15 – 0,2 Pinus 1,2 – 1,3 0,14 – 0,16 1 – 1,1 0,3 – 0,5 0,15 – 0,2 0,14 – 0,16 Seringueira 2,6 – 3,5 0,16 – 0,23 1 – 1,4 0,76 – 0,82 0,17 – 0,24 0,18 – 0,26 ESTIMULANTES Cacaueiro 1,9 – 2,3 0,15 – 0,18 1,7 - 2 0,9 – 1,2 0,4 – 0,7 0,17 – 0,2 Cafeeiro 2,9 – 3,2 0,16 – 0,19 2,2 – 2,5 1,3 – 1,5 0,4 – 0,45 0,15 – 0,2 Chá 4,5 - 5 0,45 – 0,5 2 – 2,5 0,3 – 0,4 0,2 – 0,25 ? Fumo 3,5 - 4 0,2 – 0,3 4 - 5 1,5 - 2 0,4 – 0,8 0,4 – 0,6 Guranazeiro 4,5 - 5 0,3 – 0,4 1 – 1,5 0,3 – 0,5 0,2 – 0,3 0,15 – 0,2 FIBROSAS Algodoeiro Herbáceo 3,5 - 4 0,2 – 0,25 1,4 – 1,6 3 - 4 0,4 – 0,5 0,2 – 0,3 Arbóreo 2,6 – 3,3 0,2 – 0,3 2,4 – 2,7 1,5 – 3,8 1,8 – 2,3 0,6 – 1,2 Juta1 0,12 0,64 1,24 - - - FORRAGEIRAS Gramíneas Colonião 1,13 – 1,5 0,08 – 0,11 1,43 – 1,84 0,4 – 1,02 0,12 – 0,22 0,11 – 0,15 Jaraguá 1,28 – 1,47 0,06 – 0,11 1,08 – 1,65 0,23 – 0,46 0,15 – 0,23 0,13 – 0,18 Continuação Tabela 4. Napier 1,8 0,12 1,5 0,37 0,2 0,7 Leguminosas (P.A.) Galáctia 3,5 0,5 5 3,7 0,5 0,2 Soja perene 3 1,5 3,7 2,7 0,5 0,2 Siratro 2,7 0,4 2,7 2,1 0,7 0,1 Estilosantes 2,6 0,6 3,5 2,2 0,4 0,4 FRUTÍFERAS Abacateiro 1,6 - 2 0,12 – 0,25 1,5 - 2 1,5 - 3 0,4 – 0,8 0,2 – 0,3 Abacaxi 2 – 2,2 0,21 – 0,23 2,5 – 2,7 0,3 – 0,4 0,4 – 0,5 0,2 – 0,3 Bananeira 2,7 – 3,6 0,18 – 0,27 3,5 – 5,4 0,25 0,12 0,3 – 0,6 0,2 – 0,3 Citros 2,5 – 2,7 0,12 – 0,16 1,2 – 1,7 3 – 4,9 0,3 – 0,5 0,15 – 0,2 Goiabeira 3 0,3 3 1,3 0,3 0,3 Macieira 2,3 – 2,5 0,2 – 0,25 1,5 - 2 1,4 - 2 0,2 – 0,4 0,2 – 0,3 Mamoeiro Limbo 4,5 - 5 0,5 – 0,7 2,5 - 3 2 – 2,? 1 0,4 – 0,6 Pecíolo 1 0,3 2,5 - 3 2 – 2,2 1 0,4 – 0,6 Mangueira Ramos c/ frutos 1 – 1,2 0,08 – 0,12 0,4 – 0,5 2,8 – 3,4 0,5 – 0,8 0,15 – 0,18 Ramos s/ frutos 1,2 – 1,3 0,12 – 0,14 0,4 – 0,6 3 – 3,3 0,5 – 0,6 0,16 – 0,18 Maracujazeiro 4 - 5 0,4 – 0,5 3,5 – 4,5 1,5 -2 0,3 – 0,4 0,3 – 0,4 Pereira 2,3 – 2,7 0,14 – 0,2 1,2 - 2 1,4 – 2,1 0,3 - 0,5 0,17 –0,26 Pessegueiro 2,6 – 3,5 0,2 – 0,3 2,5 - 3 1,5 – 2,5 0,3 – 0,5 0,2 – 0,3 Videira (pecíolo) 2,5 – 2,7 0,2 –0,3 1,5 - 2 3 - 4 0,3 – 0,4 0,2 – 0,3 HORTALIÇAS Abóboras (pecíolo) 15000 (N-NO3, ppm) 16000 (P-PO4, ppm) 10 Alho Antes dos bulbos 5 0,3 4 0,1 0,15 1,5 Durante os bulbos 4 0,3 3 0,6 0,3 0,7 Depois dos bulbos 3 0,3 2 0,6 0,3 0,3 Alface 3 0,35 5 1,25 0,35 0,25 Brócolos 9000 (N-NO3, ppm) 4000 (P-PO4, ppm) 5 Cebola 4 0,3 4 0,4 0,4 0,7 Continuação Tabela 4. Cenoura2 7500 (N-NO3, ppm) 3000 (P-PO4, ppm) 6 2,25 0,35 0,4 Couve-flor2 7000 (N-NO3, ppm) 3500 (P-PO4, ppm) 4 1,5 0,4 1,25 Ervilha 4,5 0,3 2 1,5 0,3 0,5 Espinafre 4 0,4 6 1 1 0,3 Melancia 7500 (N-NO3, ppm) 2500 (P-PO4, ppm) 5 Melões 3 0,35 5 Pepino 7500 (N-NO3, ppm) 2500 (P-PO4, ppm) 5 Pimentão 3,5 0,25 2,5 2,5 0,75 0,4 Repolho 8000 (N-NO3, ppm) 3000 (P-PO4, ppm) 5 Tomateiro (pecíolo) 3 0,35 4 1,4 – 1,8 0,4 0,3 Vagens 3,5 0,3 2,25 LEGUMINOSAS DE GRÃO Feijões Phaseolus 3 - 5 0,2 – 0,3 2 – 2,5 1,5 - 2 0,4 – 0,7 0,5 –1 Vigna 1,8 – 2,2 0,12 – 0,15 3 – 3,5 5 – 5,5 0,5 – 0,8 0,15 – 0,2 Soja 4,5 – 5,5 0,26 – 0,5 1,7 – 2,5 0,4 - 2 0,3 - 1 0,25 OLEAGINOSAS Amendoim 4 0,2 1,5 2 0,3 0,25 Dendezeiro Folha 9 2,7 0,16 1,25 0,5 0,23 0,21 Folha 17 2,5 0,15 1 0,6 0,24 0,21 Girassol 3,3 – 3,5 0,4 – 0,7 2 – 2,4 1,7 – 2,2 0,9 – 1,1 0,5 – 0,7 Mamoneira 4 – 5 0,3 – 0,4 3 - 4 1,5 - 2,5 0,25 – 0,35 0,3 – 0,4 SACARINAS E AMILÁCEAS Batatinha 3 0,35 5 2 0,75 0,35 Cana-de-açúcar Planta 1,9 – 2,1 0,2 – 0,24 1,1 – 1,3 0,8 - 1 0,2 – 0,3 0,25 – 0,3 Soqueira 2 – 2,2 0,18 – 0,2 1,3 – 1,5 0,5 – 0,7 0,2 – 0,25 0,25 – 0,3 Mandioca 5,1 – 5,8 0,3 – 0,5 1,3 - 2 0,75 – 0,85 0,29 – 0,31 0,26 – 0,3 1 Extração com HAc 0,5 N 2 Dados para Ca, Mg e S – parte aérea Fonte: Malavolta et al., 1997 Tabela 5. Teores foliares de micronutrientes considerado adequados para a principais culturas. Cultura B Cu Fe Mn Mo Zn mg.kg-1 CEREAIS Arroz 40 - 70 10 - 20 200 - 300 100 - 150 25 – 35 Milho 15 - 20 6 – 20 50 - 250 50 - 150 0,15 – 0,2 15 – 50 Sorgo 20 10 200 100 20 Trigo 20 9 – 18 16 - 28 1 - 5 20 – 40 ESSÊNCIAS FLORESTAIS Araucária 10 3 25 4 5 Eucalipto 40 - 50 8 – 10 150 - 200 100 - 600 0,5 -1 40 – 60 Pinus 20 - 30 5 – 8 50 - 100 200 - 300 0,1 – 0,3 34 – 40 Seringueira 20 - 70 10 - 15 70 - 90 15 - 40 1,5 - 2 20 – 30 ESTIMULANTES Cacaueiro 30 - 40 10 - 15 150 - 200 150 - 200 0,5 - 1 50 – 70 Cafeeiro 50 - 60 11 - 14 100 - 130 80 - 100 0,1 – 0,15 15 – 20 Chá 20 Fumo 19 - 261 68 - 140 160 1 FIBROSAS Algodoeiro Herbáceo 20 - 30 30 - 40 60 - 80 20 - 40 1 - 2 10 – 15 FORRAGEIRAS Gramíneas Colonião 15 - 20 7 - 10 100 - 150 80 - 100 0,5 -1 20 – 25 Jaraguá 20 - 25 3 - 5 150 - 200 200 – 300 0,11 –0,15 25 – 30 Napier 25 - 30 10 - 15 150 - 200 150 - 200 0,5 – 0,75 40 – 50 Leguminosas (P.A.) Galáctia 60 - 70 5 - 7 150 - 200 200 - 250 15 – 20 Soja perene 40 - 60 8 - 10 150 -200 100 - 120 0,5 – 0,8 30 – 35 Siratro 25 - 30 8 - 10 100 - 150 60 - 90 0,2 – 0,4 25 - 30 Estilosantes 70 - 80 4 - 7 600 - 700 90 - 120 25 – 30 FRUTÍFERAS Abacateiro 50 – 100 5 – 15 50 – 200 30 – 500 30 – 150 Abacaxi 30 – 40 9 – 12 100 – 200 50 – 200 10 – 15 Bananeira 10 – 25 6 – 30 80 – 360 200 –2000 20 – 50 Citros 36 - 100 5 - 16 60 - 120 25 – 100 0,1 - 1 25 – 100 Goiabeira 10 - 16 144 - 162 202 – 398 28 – 32 Macieira 30 - 65 5 - 10 100 - 200 50 - 100 0,15 – 0,3 25 – 30 Mamoeiro limbo 15 11 291 70 43 Mangueira 30 30 70 120 90 Maracujazeiro 40 - 50 10 – 20 120 - 200 400 - 600 25 – 40 Pereira 20 - 40 9 – 20 60 -200 60 - 120 30 – 40 Continuação Tabela 5. Pessegueiro 40 - 60 100 -150 30 – 40 Videira (pecíolo) 30 - 40 40 - 100 25 - 40 HORTALIÇAS Alho,(P.A.,1/2 ciclo) 50 25 200 100 75 Couve-flor 60 - 80 8 - 10 120 - 140 50 - 70 0,4 – 0,8 30 – 50 Ervilha 100 - 110 15 - 20 100 - 120 40 – 50 0,6 –1 80 – 200 Espinafre 30 – 40 10 – 15 300 – 400 200 – 250 100 – 120 Tomateiro 50 – 70 10 – 15 500 – 700 250 – 400 0,3 – 0,5 60 – 70 LEGUMINOSAS DE GRÃO Feijões Phaseolus 30 - 60 10 - 20 100 - 450 30 – 300 20 – 100 Vigna 150 - 200 5 - 7 700 - 900 400 – 425 0,2 – 0,3 40 – 50 Soja 21 - 55 10 - 30 51 - 350 21 – 100 21 – 50 OLEAGINOSAS Amendoim 140 - 180 110 – 440 0,13 –1,39 Dendezeiro 12 - 14 10 50 - 250 50 0,1 – 0,6 18 Girassol 50 - 70 30 - 50 150 - 300 300 – 600 70 – 140 SACARINAS E AMILÁCEAS Batatinha, 1/2 do ciclo 40 - 50 5 - 8 800- 1000 Cana-de-açúcar Planta 15 - 50 8 - 10 200 – 500 100 – 250 0,15 – 0,3 25 – 50 Soqueira 8 - 10 80 – 150 50 – 125 25 – 30 Mandioca 30 - 60 6 - 10 120 – 140 50 – 120 30 – 60 Fonte: Malavolta et al., 1997 6.3. Análise do Solo Para se obter uma análise de solo confiável é necessário, a princípio, realizar amostragem correta do solo, como descrito abaixo. 6.3.1. Amostragem de Solo 6.3.1.1. Seleção das Áreas Os solos são normalmente heterogêneos. Por essa razão deve-se dividir a propriedade em glebas uniformes, levando em consideração os seguintes detalhes: cor do solo; posição no relevo; textura; histórico da área (culturas, calagens, adubações, etc); erosão e drenagem; cultura atual ou cobertura vegetal. Manchas no terreno não devem fazer parte da amostra, ou devem ser amostradas separadamente, se o tamanho justificar. Assim, depois de separadas as áreas uniformes, se necessário é feita subdivisão de cada uma, de forma que seu tamanho máximo não ultrapasse 20 hectares Figura 8. Divisão da propriedade em glebas ou áreas uniformes 6.3.1.2. Quando Coletar As amostras deverão ser coletadas alguns meses antes do plantio. O ideal é recolher as amostras no início da estação seca, ou logo após a colheita nas culturas perenes. 6.3.1.3. Tipos de Amostra Amostra simples - É uma pequena quantidade de terra retirada ao acaso em área ou gleba homogênea. Amostra composta - É a reunião de várias amostras simples (sub-amostras) colhidas ao acaso dentro de área ou gleba uniforme, que são misturadas para representá-la melhor. Em geral, sempre devem ser coletadas pelo menos 20 amostras simples para se fazer uma amostra composta. 6.3.1.4. A Coleta da Amostra de Solo Uma vez dividida a propriedade em áreas ou glebas uniformes e após correta identificação de cada gleba, será feita a coleta da amostra. Caminhando em zigue-zague de forma a percorrer toda a área ao acaso, serão coletadas porções de solo de 12 a 20 locais diferentes. O solo coletado de cada um desses locais (sub-amostras) deverá ser colocado em recipiente limpo, devendo ser bem misturado e dela coletado uma amostra de cerca de meio quilo, que será acondicionado em saco plástico ou caixa identificados. Essa amostra composta vai representar uma área ou gleba homogênea da propriedade. Durante a coleta, deve-se evitar amostrar em locais próximos a casas, brejos, sucos de erosão, formigueiros, caminhos , etc. 6.3.1.5. Onde retirar as amostras De modo geral: Culturas Anuais: nas ruas, ou entrelinhas. Culturas Perenes: no local de adubação de cobertura. Caso seja a primeira amostragem, convém amostrar separadamente os locais que não receberam adubação de cobertura. 6.3.1.6. Ferramentas para Amostragem Várias ferramentas são utilizadas para retiradas das amostras: -Trado de rosca, trado de caneca, trado holandês, sonda, trado tubular 6.3.2. Amostragem de Solo em Plantio direto O plantio direto vem crescendo num ritmo acelerado a nível mundial (Tabela 6). Com 19,75 milhões de ha, os Estados Unidos é o país onde o PD alcançou a maior difusão em termos de área cultivada, seguindo-se o Brasil com 13,47milhões de ha, Argentina com 9,25 milhões de ha, Austrália com 8,64 milhões de ha, Canadá com 4,08 milhões de ha, e Paraguai com 0,8 milhões de ha (Derpsch, 2000). Estima-se que o PD é utilizado em aproximadamente 58 milhões de ha em todo o mundo. Aproximadamente 83% da tecnologia está sendo praticada no Continente Americano, cerca de 15% na Austrália e apenas 2% na Europa, Ásia e África. Apesar da expansão experimentada em termos de área nos Estados Unidos, o PD representa apenas 16% da área agrícola total do país. No Brasil, a taxa de adoção é de 25% em relação a área total, enquanto que na Argentina é de 37% e no Paraguai 52% (Derpsch, 2000). Tabela 6. Situação geral do plantio direto no mundo(1) País Área sob plantio direto em ha 1999/2000 USA 19.750.000 Brasil 13.470.000 Argentina 9.250.000 Austrália 8.640.000 Canadá 4.080.000 Paraguai 800.000 México 650.000 Bolívia 200.000 Chile 96.000 Colômbia 70.000 Uruguai 50.000 Venezuela 50.000 Outros 1.000.000 Total 58.106.000 (1) Fonte: Derpsch, 2000. É de fundamental importância conhecer a variabilidade das características químicas do solo na avaliação da fertilidade para fins de recomendação de adubação (Melsted & Peck, 1973), desenvolvimento de esquemas de amostragem mais sensíveis e eficientes, e determinação de ótima alocação de unidades de amostragem, para maior eficiência dos delineamentos experimentais (Wilding & Drees, 1983). O conhecimento da variabilidade espacial de propriedades químicas do solo fornece subsídios para a coleta de amostras de solo representativas da lavoura. Uma amostra de solo é considerada representativa quando reflete, com alto grau de confiança, as condições de fertilidade do solo da área amostrada (Anghinoni & Salet, 1995). A amostragem do solo é a etapa inicial, tanto no suporte da pesquisa desenvolvida para a construção de programas de recomendação de adubação e calagem, como também da sua utilização pelo produtor (Anghinoni & Salet, 1995). Essa etapa é crítica na utilização das recomendações de adubação e calagem, pois os erros (vícios) contidos na amostra não mais poderão ser corrigidos, resultando em recomendações de quantidades insuficientes ou excessivas de insumos, que se refletirão, em qualquer um dos casos, em prejuízos no rendimento das culturas e/ou no lucro do produtor (Anghinoni & Salet, 1998). A intensidade de amostragem (número de subamostras para formar a amostra composta) é dependente do grau de variabilidade do solo (Anghinoni & Salet, 1998). Não somente o desmatamento, mas também, o uso do solo com o passar do tempo, conduz ao aumento de sua heterogeneidade (Santos & Vasconcellos, 1987), principalmente, nos locais onde os fertilizantes têm sido aplicados em faixas ou em linhas (Melsted & Peck, 1973). A heterogeneidade é uma condição intrínseca do solo. Ela ocorre naturalmente, tanto no sentido horizontal como vertical, resultando do efeito conjugado dos fatores de exploração do solo. No caso de uma paisagem cultivada, fontes adicionais como o manejo exercido pelo homem contribuem para o aumento da heterenogeneidade natural do solo (Anghinoni & Salet, 1998). Assim, quanto maior a ação antrópica, maior será a heterogeneidade do solo e maior número de subamostras necessárias (Anghinoni & Salet, 1995). As recomendações de adubação e de calagem, em uso no Brasil, foram construídas para o sistema convencional de preparo do solo, considerando os índices de fertilidade de amostras de solo retiradas da camada mobilizada (arável), geralmente, de 0-20 cm. Entretanto, mediante a utilização do sistema plantio direto, ocorrem alterações significativas nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, em comparação ao sistema convencional, que, por sua vez, afetam consideravelmente os índices de fertilidade, alterando as recomendações de adubação e de calagem (Anghinoni & Salet, 1998). No sistema convencional de cultivo ocorrem alterações dos atributos químicos originais, pela aplicação de corretivos e fertilizantes (Santos & Vasconcellos, 1987). Entretanto, no sistema plantio direto, a variabilidade do solo é aumentada, ainda mais, pela ação residual das linhas de adubação, que se mantêm na sequência dos cultivos, juntamente com a redistribuição dos nutrientes reciclados dos resíduos (Anghinoni & Salet, 1998; Souza et al., 1998). Esta variabilidade é caracterizada, também, pela correlação ou dependência espacial, resultante da manutenção das linhas de adubação (intactas), o que requer, também, procedimento estatístico não clássicos (por exemplo, geoestatística) para o tratamento dos dados (Souza, 1992, citado por Anghinoni & Salet, 1995). Desse modo, a variabilidade do solo, no sistema plantio direto, é maior do que no preparo convencional, tanto no sentido horizontal como em profundidade no perfil do solo, especialmente nos seus atributos químicos. Até mesmo o instrumento utilizado na amostragem do solo também pode ser fonte de variabilidade, considerando o próprio tamanho (volume de solo) da subamostra, como também possíveis perdas, como, por exemplo, na coleta com trado de rosca, que pode acarretar perdas de solo, principalmente das camadas superficiais, mais ricas em alguns dos atributos químicos do solo (Schlindwein et al., 1998). Como os índices de fertilidade são alterados em sua magnitude e distribuição no solo, a utilização dos procedimentos recomendados para o preparo convencional do solo dificilmente resultarão na coleta de amostras representativas do estado de fertilidade do solo no sistema plantio direto (Anghinoni, 2000). Assim, os sistemas conservacionistas de manejo criam um ambiente no solo diferentemente daquele verificado no sistema convencional, principalmente, no tocante ao acúmulo superficial de matéria orgânica e de fertilizantes, representando novos desafios para a amostragem do solo (Schulte & Bundy, 1985; Tyler, 1985). Devido ao aumento acelerado de áreas cultivadas no sistema plantio direto no Brasil, principalmente nos últimos anos, tem ocorrido, paralelamente, um incremento na demanda de conhecimento sobre a variabilidade dos índices de fertilidade do solo utilizados nas recomendações de adubação e calagem. Esse assunto vem preocupando técnicos e pesquisadores envolvidos nas redes regionais de laboratórios de análises de solos e comissões de fertilidade do solo encarregadas da elaboração das recomendações de adubação (Anghinoni, 2000). Segundo Anghinoni (1999), os procedimentos de coleta de amostras de solo para fins de recomendações de adubação e calagem, elaboradas regionalmente no Brasil, consideram o tipo e magnitude da variabilidade que caracteriza o preparo convencional do solo. Como os índices de fertilidade são alterados em sua magnitude e distribuição no solo, a utilização dos procedimentos recomendados para o preparo convencional do solo dificilmente resultarão na coleta de amostras representativas do estado de fertilidade do solo no sistema plantio direto. As demandas de conhecimento sobre a variabilidade dos índices de fertilidade do solo utilizados nas recomendações de adubação e calagem no sistema plantio direto têm aumentado muito nos últimos anos, pelo aumento acelerado da área cultivada nesse sistema no Brasil. Esse assunto vem preocupando técnicos e pesquisadores envolvidos nas redes regionais de laboratórios de análises de solos e das comissões de fertilidade do solo encarregadas da elaboração das recomendações de adubação. Considerando todos aspectos de heterogeneidade relacionados a solos cultivados em plantio direto e a importância da amostragem para diagnóstico da fertilidade do solo, surgiu a necessidade de estudos visando concluir quais são os critérios mais adequados para amostragem em plantio direto. Segundo Schlindwein & Anghinoni (2000), embora as recomendações sobre a coleta de solo no preparo convencional sejam de domínio amplo, não se sabe, ao certo, que probabilidade (s) de erro(s) foram adotadas para determinar o número de subamostras e, assim, conferir o grau de confiabilidadena representatividade da amostra composta. Uma vez definida esta questão, deve-se determinar o número de subamostras de solo a coletar, tendo em vista a natureza e a magnitude da variabilidade horizontal de lavouras no sistema plantio direto. A tomada do número certo de subamostras para formar amostra composta é de grande importância. Santos e Vasconcellos (1987) estudaram 6 ha de um Latossolo Vermelho-Escuro distrófico fase cerrado com objetivo de determinar o número adequado de subamostras de solo para análise química em diferentes condições de manejo. As condições de manejo estudadas foram área recém desmatada, área arada e gradeada e área cultivada com milho após correção do solo, e os critérios de amostragem envolveram amostras simples, amostras compostas formadas por 5 subamostras, amostras compostas formadas por 10 amostras e amostras compostas formadas por 20 subamostras. Os autores verificaram redução na variância com aumento no número de subamostras (Tabela 7) maior variância em solo arado e gradeado, menores variações para valores de pH, Al e matéria orgânica e maiores valores para P, Ca, Mg e K. Tabela 7. Média dos resultados analíticos para os diversos elementos, em função dos critérios de amostragem(1) e das etapas de manejo do solo(2). Etapas do manejo pHH2O Al Ca Mg P K M.O. Meq/100cm3 ppm Critério A 1 4,71 1,98 0,43 0,20 1 75 4,28 2 4,62 1,91 0,40 0,12 1 60 4,59 3 4,70 1,78 1,08 0,33 4 66 4,28 Critério B 1 4,70 1,91 0,34 0,12 1 59 4,28 2 4,64 1,76 0,40 0,09 2 52 4,59 3 4,68 1,70 1,12 0,35 5 77 4,28 Critério C 1 4,72 1,83 0,36 0,11 1 57 4,33 2 4,50 1,71 0,36 0,08 2 52 4,16 3 4,68 1,72 1,22 0,39 4 78 4,28 Critério D 1 4,71 0,37 0,37 0,11 1 59 4,17 2 4,60 0,30 0,30 0,09 1 50 4,18 3 4,66 1,17 1,17 0,37 5 72 4,03 (1)Critérios de amostragem: A: 30 amostras simples; B: 10 amostras compostas formadas de 5 simples; C: 5 amostras compostas formadas de 10 simples, e d: 5 amostras compostas formadas de 20 simples. (2) Etapas de manejo: 1: área recém-desmatada; 2: área após a aração e gradagem; 3: após a calagem e adubação, seguida de aração e gradagem depois da colheita. Vasconcellos et al. (1982) estudaram o procedimento de amostragem de solo em área com adubação fosfatada aplicada à lanço e no sulco de plantio. Os autores verificaram que o teor de P disponível obtido pelo extrator Mehlich foi influenciado pela adubação no sulco de plantio, sendo que o P foi extraído linearmente com a quantidade de terra proveniente do sulco de plantio. Schlindwein & Anghinoni (2000) realizaram estudo com o objetivo de quantificar a variabilidade horizontal de atributos de fertilidade do solo no sistema plantio direto com diferentes modos de adubação e tempos de cultivo, visando definir o número de subamostras necessárias para formar amostra representativa da fertilidade do solo de uma área. Para determinação do número mínimo de subamostras, para formar uma amostra composta e representativa, os autores utilizaram resultados analíticos das amostras simples (Tabela 8) para o cálculo da variabilidade dos índices de fertilidade do solo e das variáveis estatísticas indicadas na equação n = [(t(. CV)/e]2, onde: n = número médio de subamostras CV = coeficiente de variação t( = valor tabelado correspondente ao erro ( e o número de graus de liberdade Tabela 8. Teores de argila, matéria orgânica e valores de pH, índice SMP e potássio e fósforo disponíveis em oito lavouras com diferentes formas de adubação e tempo de cultivo no sistema plantio direto, na região noroeste do RS. Característica da lavoura Teor de argila Atributo de fertilidade do solo Forma de adubacão Tempo de cultivo M.O. PH Ïndice SMP Potássio Mehlich 1 Fósforo Mehlich 1 25% 5% 25% 45% Água Matéria orgânica Ar Fragmentos Minerais Anos g kg-1 mg kg-1 Lanço 6 500 40(12,6)(1) 5,6(5,9) 5,9(3,7) 241(18,0) 12,5(47,8) Lanço 9 510 43(11,2) 5,0(5,5) 5,5(2,7) 231(18,0) 36,1(33,0) Linha 3 360 45(8,5) 5,3(7,4) 5,7(4,6) 80(48,0) 19,9(15,6) Linha 3 470 41(7,7) 5,3(8,3) 6,1(3,5) 159(32,5) 5,0(20,6) Linha 5 310 25(11,6) 5,1(5,0) 6,1(2,6) 188(42,6) 6,4(41,1) Linha 7 530 36(8,5) 4,2(7,9) 6,1(5,1) 94(36,1) 14,2(42,7) Linha 10 670 48(7,4) 4,4(6,6) 5,1(4,5) 134(26,9) 20,9(33,0) Linha 12 650 56(10,7) 4,7(9,6) 5,3(6,4) 212(17,4) 38,0(32,6) Média (9,8) (7,0) (4,1) (29,9) (33,3) (1)Média de 36 amostras simples; ( ) C.V. em % Tabela 9. Amplitude e média do número (1) de subamostras, considerando a variabilidade dos índices de matéria orgânica, pH e SMP de oito lavouras da região noroeste do RS, no sistema plantio direto para (= 0,05 e e= 10%. Atributo Número de subamostras Amplitude Média Matéria orgânica 2,7 4,1 PH em água 1,4 2,1 Índice SMP 1,2 1,1 (1)n = [(t( . CV)/e]2, sendo n o número de subamostras , CV o coeficiente de variação, t o valor da tabela do teste t para o nível de probabilidade ( e e e o erro em torno da média. Os autores verificaram que teores de matéria orgânica permaneceram na faixa média de acordo com o sistema de classificação do Rio Grande do Sul, com tendência de aumento nas lavouras sob plantio direto a mais tempo. Valores de pH foram baixos principalmente nas áreas cultivadas por longo período sem receber calagem. Teores de P e K (Mehlich 1) permaneceram acima do nível crítico considerado no cultivo convencional, indicando que a não mobilização do solo no plantio direto reduz fixação de P e que o aumento da matéria orgânica evita perdas de K por lixiviação. Os atributos matéria orgânica, pHH2O e SMP apresentam baixa variabilidade horizontal em solos sob plantio direto pois a distribuição da palhada e do calcário é uniforme. Já a distribuição do adubo em linhas causa variabilidade de modo que não verifica-se uniformização com o decorrer do tempo principalmente para o P (Schlindwein & Anghinoni, 2000). Considerando matéria orgânica e pH, o número de subamostras no plantio direto poderia ser o mesmo utilizado no convencional (Tabela 9). Porém para P e K há necessidade de maior número de subamostras (Tabela 10) e a definição do número de subamostras, visando atender às recomendações de adubação e calagem, deve-se considerar a variabilidade de todos atributos de fertilidade do solo (Schlindwein & Anghinoni, 2000). Tabela 10. Amplitude e média do número de subamostras calculadas (1) com base na variabilidade dos índices de potássio e fósforo disponíveis em oito lavouras da região noroeste do RS, no sistema plantio direto e probabilidades de erro. Sentido de Rotação x Sentido de Rotação y Caso A : > f Caso B : < f Maior distância = x Menor distância = y Probabilidade Potássio (Mehlich 1) Fósforo (Mehlich 1) E ( Amplitude Média Amplitude Média % Número de subamostras 10 0,05 13-95 42 10-94 51 0,10 9-66 29 7-65 35 0,20 5-39 18 4-31 21 20 0,05 3-24 11 3-24 13 0,10 2-16 8 2-16 9 0,20 2-10 5 1-6 5 (1)n = [(t( . CV)/e]2 Admitindo-se maior variabilidade do P em relação ao K e estabelecimento de fatores que possibilitem maior confiabilidade nos resultados (( = 5% e = 10%), o critério estatístico indica necessidade de 51 a 94 subamostras (Schlindwein &Anghinoni, 2000). A utilização do trado de rosca em relação à pá de corte em lavoura adubada em linha, causa redução de 30% nos resultados de P disponível devido a perdas de solo da camada superficial mais rica em P. Além disso, o uso do trado de rosca apresenta resultados com C.V. de 67%, maior que o obtido através do uso da pá de corte (33%), o que levaria à necessidade de maior número de subamostras (Schlindwein & Anghinoni, 2000). A definição do número de subamostras a coletar, com vistas às recomendações de adubação e calagem, deve considerar os índices de fertilidade com a maior variabilidade horizontal,no caso o fósforo disponível. Nessa situação, a coleta de pequeno volume de amostras é problemática, principalmente em áreas com adubação em sulco. Assim, verificou-se coeficiente de variação do fósforo disponível de 67% na amostragem com trado de rosca contra 33% obtidos com uso de pá de corte. Isso resultou da necessidade de coletar 183 subamostras, na amostragem com trado de rosca, e 44 subamostras na amostragem com pá de corte. Em lavoura com adubação à lanço, o coeficiente de variação foi menor na amostragem com trado de rosca (47%), resultando na necessidade de coletar 92 subamostras, enquanto que, para a coleta com pá de corte, o número de subamostras permaneceu em 44 (Anghinoni, 1999). Schlindwein & Anghinoni (2000) correlacionaram valores de P disponível em amostras compostas pelo número de subamostras calculado através da equação n = [(t( . C.V)/e]2, considerando ( = 0,05 e e = 20% com a faixa de interpretação adotada pela Comissão....(1995). Utilizando 13 subamostras para elaboração da média, os autores não verificaram alteração na faixa de interpretação (Tabela 11). Tabela 11. Teores médios de fósforo (Mehlich 1) em lavouras no sistema plantio direto com diferentes características, calculados com base no número de amostras simples e faixas de interpretação adotadas pela Comissão.... (1995). Característica da lavoura n = 36 n = 13(1) Modo de adubação Tempo de cultivo Classe de solo(2) Valor médio Faixa de interpretação Valor médio Faixa de interpretação(3) Anos mg kg(1) mgkg(1) Lanço 6 2 12,5 Suficiente 10,7 Suficiente Lanço 9 2 36,1 Suficiente 43,6 Suficiente Linha 3 3 19,9 Suficiente 18,7 Suficiente Linha 3 2 5,0 Baixo 4,6 Baixo Linha 5 3 6,4 Baixo 5,6 Baixo Linha 7 2 14,2 Suficiente 17,9 Suficiente Linha 10 1 20,9 Suficiente 20,9 Suficiente Linha 12 1 38,0 Suficiente 36,5 Suficiente (1) Calculado pela equação n = [(t( . CV)/e]2, sendo n o número de subamostras aleatoriamente das 36 amostras simples, CV o coeficiente de variação das 36 amostras simples, t o valor da tabela do teste t para ( = 0,05 e e = 20% em relação à média. (2)Classe 1, solo com mais de 55% de argila; Classe 2, solos entre 41 a 55% de argila; Classe 3, solos entre 26 a 40% de argila. (3)Interpretação dos resultados para as classes de solo, considerando o teor de argila. Classe 1, faixa suficiente: >6,0 mg kg(-1) de P no solo; Classe 2, faixa baixo: 3,1 – 6,0 mg kg-1 de P no solo, faixa suficiente: >9,0 mg kg-1 de P no solo; Classe 3, faixa baixo: 4,1 – 9,0 mg kg-1 de P no solo, faixa suficiente: > 14,0 mg kg-1de P no solo. Em linhas gerais, Schlindwein & Anghinoni (2000) estudando a variabilidade horizontal constataram que o número de 20 subamostras é aceitável para o plantio direto desde que as subamostras representem a variabilidade do sítio de coleta (5-10 cm de espessura e largura respectivamente em lavouras com adubação à lanço e 5 cm de espessura e largura da entrelinha do cultivo em lavoura com adubação em linha). Estudando a variabilidade vertical (Schlindwein & Anghinoni, 2000), realizaram estudo com objetivo de definir profundidade ideal de amostragem no sistema plantio direto para fins de recomendações de adubação para P e K. Alterações referentes à profundidade de amostragem em sistema plantio direto podem ser necessárias em função da ocorrência de variabilidade vertical. Comparando sistema convencional e plantio direto, Schlindwein & Anghinoni (2000) não encontraram diferenciação em produtividade no decorrer de várias safras. Considerando a não diferença em produtividade, os autores verificaram condição ideal para utilizar parâmetros de fertilidade no ajuste da profundidade de amostragem. Resultados analíticos de P e K apresentaram gradiente em função do manejo adotado. Realizando-se regressão quadrática relacionando profundidade do solo com os valores de nutrientes no plantio direto, tornou-se impossível estimar a profundidade de amostragem. Substituiu-se em cada equação, o valor de análise do nutriente da camada de 0-20 cm do sistema convencional e obteve-se o valor correspondente da profundidade de amostragem no sistema plantio direto. Recomendações de P e K baseadas em amostragem de 0-10 cm em Latossolo Vermelho distrófico, sob plantio direto até 10 anos, com níveis adequados desses nutrientes, não diferenciaram das recomendações baseadas na coleta de amostras mais superficiais, resultando em rendimentos iguais de milho. Assim, o ajuste na profundidade somente se justifica nos casos em que teores de nutrientes estiverem abaixo do nível crítico, sendo a profundidade de amostragem ajustada igual a 7 cm (Schlindwein & Anghinoni, 2000). James & Hurst (1995) realizaram estudo com objetivos de caracterizar amostras mediante adubação em linha e, através do Modelo Monte Carlo de Simulação, avaliar diferentes procedimentos de amostragem. Mahler (1990) citado por James & Hurst (1995), menciona que recomendações de amostragem variam consideravelmente considerando adubação em linha, comparando sistemas de amostragem (séries de amostras coletadas perpendicularmente às linhas de plantio) sem aleatorização (evitando contato com as linhas) e completamente casualizadas, constatou que amostragem aleatorizada é mais viável pois apresenta menor custo. Tylor & Howard (1991), citados por James & Hurst (1995) verificaram que aleatorização na amostragem é mais viável pois evita superestimação resultante do fertilizante aplicado nas linhas. Kitchen et al. (1990) citados por James & Hurst (1995) mencionam que relação entre amostras da linha e entrelinha devem representar o solo todo. Concluíram que número inadequado de subamostras da linha adubada pode superestimar P e subestimar necessidade de P. Westfall et al. (1991) citados por James & Hurst (1995), citam que não é possível tomar subamostras suficientes para obter análise acurada se altas taxas de P são aplicadas nas linhas. Ashworth (1991) citado por James & Hurst (1995) descreve amostrador portátil que corta fatia de solo através da linha adubada, mistura amostra da linha ao restante de solo, e aleatoriza os pontos amostrados. Porém não existem dados que mostrem a eficiência ou eficácia do amostrador. Amostras foram tomadas nas linhas com furos de 2 cm a 25 cm de profundidade para refletir a última adubação aplicada. Amostrou-se 20 padrões aleatoriamente em área adubada em linha. Obteve-se amostra composta a partir da média de todas subamostras, resultados das amostras compostas simulam linhas adubadas com P através da mistura das subamostras de linha e entrelinha. Adubação fosfatada em linha cria dois padrões de concentração de P, um na linha e outro na entrelinha, então amostragem deve ser realizada de modo a ser representativa. Pontos de amostragem devem contemplar uma linha perpendicular à linha adubada, porém este procedimento é trabalhoso. O uso de equipamento que possa cortar facilmente uma fatia de solo através da linha adubada a uma profundidade e comprimento necessários para amostragem deve ser melhor estudado (James & Hurst, 1995). James & Hurst (1995) citam que 10 a 12 pontos amostrados aleatoriamente devem dar estimativa econômica e viável para avaliar a fertilidade em P de solos adubados em linha. 7. Interpretação dos Resultados das Análises de Solo Nas tabelas abaixo são apresentados os teores médios adequados dos nutrientes no solo. Tabela 12. Teores adequados de nutrientes no solo. (profundidade 0 – 20cm) Produção K+ P resina Teor Relativa trocável Florestais Perenes Anuais Hortaliças % mmolcdm-3 mg.dm-3 Muito baixo 0 – 70 0 – 0,7 0 –2 0 – 5 0 – 6 0 - 10 Baixo 71 – 90 0,8 – 1.5 3 – 5 6 –12 7 – 15 11 – 25 Médio 91 – 100 1,6 – 3 6 – 8 13 – 30 16 – 40 26 – 60 Alto > 100 3,1 – 6 9 – 16 31 – 60 41 – 80 61 – 120 Muito Alto > 100 > 6 >16 > 60 > 80 > 120 * Não há diferença prática de valores determinados por Mehlich ou Resina Fonte: Raij, 1996; 1-Vitti, 2000 Tabela 13.teores adequados de magnésio e enxofre no solo. Teor Mg2+ trocável S mmolc.dm-3 mg.dm -3 Baixo 0 – 4 0 - 4 Médio 5 –8 5 – 10 Alto > 8 >10 * Não há diferença prática de valores determinados por KCl 1 N ou Resina trocadora de cátions Fonte: adaptado de Vitti., 1989. Tabela 14. teores adequados de micronutrientes no solo no solo. Teor B Cu Fe Mn Zn Água quente DTPA mg.dm-3 Baixo 0 – 0,2 0 – 0,2 0 – 4 0 – 1,2 0 – 0,5 Médio 0,21 – 0,6 0,3 – 0,8 5 – 12 1,3 – 5 0,6 – 1,2 Alto > 0,6 > 0,8 > 12 > 5 > 1,2 Fonte: Raij et al., 1996 7.1. Interpretação de resultados de análise de amostras de subsolos A análise de amostras retiradas na profundidade de 20-40 cm serve para diagnosticar possíveis condições desfavoráveis ao desenvolvimento radicular, principalmente de culturas menos tolerantes à acidez. Essas condições são dadas por: Ca2+ < 4 mmolc.dm-3, Al3+ > 5 mmolc.dm-3, associado com saturação por alumínio (m) > 30%. 7.2. Equivalência de Unidades Tabela 15. Equivalência de unidades meq.100cm-3 cmolc . dm-3 Mmolc.dm-3 mg . dm-3 (ppm) Elemento (kg . ha-1) Óxidos (kg . ha-1) Carbonatos (kg . ha-1) 1 Ca 10 200 400 5601 10002 1 Mg 10 120 240 4001 8402 1 K 10 400 800 9601 - 1 Al 10 90 180 - - 1 P - 100 200 4601 - 1 = CaO, MgO, K2O e P2O5, respectivamente 2 = CaCO3 e MgCO3, respectivamente Tabela 16. Equivalência de unidades 1 ppm de P 1 meq de K/100 cm3 1 mg.g-1 de P 391 ppm de K 1 mg.kg-1 de P 10 mmolc K.dm-3 2 kg.ha-1 de P 782 kg.ha-1 de K 4,5 kg.ha-1 de P2O5 942 kg.ha-1 de K2O 1meq de Ca/100 cm3 1meq de Mg/100 cm3 10 mmolc Ca.dm-3 10 mmolc Mg.dm-3 400 kg.há-1 de Ca 243 kg.ha-1 de Mg Tabela 17. Correlação entre resultados de análises de solos e a quantidade de nutrientes por hectare, (Camada 0-20 cm). ELEMENTOS UNIDADES QUANTIDADE/ha Matéria Orgânica 1% peso/vol. ou 1 g.dm-3 20.000 kg Fósforo (P) 1mg.dm-3 2 kg de P Enxofre (S-SO4) 1mg.dm-3 2 kg de S-SO4 1mg.dm-3 2 kg de K Potássio (K) 1mmolc.dm-3 78 kg de K 1 meq.100 cm-3 ou 1 cmolc.dm-3 780 kg de K 1 mg.dm-3 2 kg de Ca 1mmolc.dm-3 40 kg de Ca Cálcio (Ca) 1 meq.100cm-3 ou 1 cmolc.dm-3 400 kg de Ca Magnésio (Mg) 1 mg.dm-3 2 kg de Mg 1mmolc.dm-3 24 kg de Mg 1 meq.100cm-3 ou 1 cmolc.dm-3 240 kg de Mg Alumínio (Al) 1mmolc.dm-3 18 kg de Al 1 meq.100cm-3 ou 1 cmolc.dm-3 180 kg de Al Boro (B) 1 mg.dm-3 2 kg Cobre (Cu) Ferro (Fe) Manganês (Mn) Molibidênio (Mo) Zinco (Zn) 7.3. Fatores de Conversão P2O5 * 0,437 = P K2O * 0,83 = K Ca * 1,4 = CaO Mg * 1,658 = MgO P * 2,29 = P2O5 K * 1,205 = K2O CaO * 0,714 =Ca MgO * 0,603 = Mg * 1 hectare (ha) ® 2.000.000 dm3 8. Elementos Essenciais (Solo, Planta, Adição e Perdas) A análise elementar da matéria seca da planta, mostra que cerca de 90% do total corresponde ao C, O e H e o restante aos minerais (Faquin, 1994). Segundo Malavolta (1980) os elementos podem ser classificados da seguinte maneira: · essenciais: são os nutrientes minerais da planta (carbono, hidrogênio e oxigênio são tidos como nutrientes orgânicos), sem os quais ela não vive; · úteis: não são essenciais, a planta pode viver sem eles; entretanto, sua presença é capaz de contribuir para o crescimento, produção ou para a resistência a condições desfavoráveis do meio (clima, pragas e moléstias, compostos tóxicos do solo ou do ar); · tóxicos: quando são prejudiciais à planta e não se enquadram nas classes anteriores. Os elementos essenciais são divididos por aspecto puramente quantitativo em dois grupos: · Macronutrientes: N, P, K , Ca, Mg e S · Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn e Co A legislação brasileira de fertilizante e corretivos subdivide os macronutrientes em duas categorias: · Macronutrientes primários: N, P e K · Macronutrientes secundários: Ca, Mg e S A única distinção na classificação entre macro e micronutrientes é a concentração observada nas plantas. Os macronutrientes têm, em geral, seus teores expressos em percentagem (%) sendo exigidos em maior quantidade, enquanto os micronutrientes em partes por milhão (ppm), sendo exigidos em menores quantidades. O cálcio o magnésio e o enxofre são macronutrientes secundários. Isto não significa menos exigidos. Esta denominação se deve pelo custo do fertilizante. Os fertilizantes a base de macros primários são apresentam maior valor que os macronutrientes secundários. 8.1. Nitrogênio (N) 8.1.1. No Solo O nitrogênio não é um constituinte comum das rochas terrestres. Além dos adubos nitrogenados, uma fonte inesgotável desse elemento é a atmosfera, pois 78% da sua composição é representada pelo gás inerte de nitrogênio (N2), o que eqüivale a uma disponibilidade de 105t de N (Vitti et al., 1999). A indústria de fertilizante utiliza o hidrogênio (H2) que pode ser obtido a partir do gás natural, do gás residual de refinaria ou de derivados de petróleo como a nafta e o resíduo asfáltico. Esse H2 é adicionado ao N2 atmosférico resultando na produção de amônia (NH3), produto primário da tecnologia que será utilizado na fabricação de diversas fontes de fertilizantes nitrogenados. A reação entre o N2 e o H2 é a seguinte: O custo energético para produção do fertilizante nitrogenado é muito alto e dificulta a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola. Portanto, o uso e manejo do nitrogênio devem ser adequados. Segundo Vitti et al. (1999) as plantas, com exceção das leguminosas e de outras espécies vegetais que fixam o nitrogênio molecular (N2) em simbiose com microrganismos, absorvem o nitrogênio mineral principalmente nas formas nítrica (NO3- ) e amoniacal (NH4+), enquanto que no solo predominam a forma orgânica (R-COOHNH2), o que implica necessariamente na ocorrência da seguinte transformação: Os teores relativos de C, N, S e P da matéria orgânica e a atividade microbiana são fatores importantes para a mineralização do N-orgânico e estão associados a fatores ambientais como: temperatura, umidade, aeração e pH da solução do solo. Ocorre também o processo de imobilização no qual o N-mineral, oriundo da decomposição da matéria orgânica, é transformado em compostos orgânicos participando da composição de plantas e microrganismos. Na verdade, os dois processos ocorrem simultaneamente como mostra a reação abaixo: Dependendo das características do meio e de suas alterações, este equilíbrio poderá ser deslocado, havendo assim, situações em que a mineralização pode ser maior, menor ou igual a imobilização, e vice versa. No ecossistema natural, o nitrogênio contido na forma orgânica (R-COOHNH2) é oxidado pelos organismos amonificadores para a forma de amônia (NH3), por meio de reação que produz grande quantidade de ânions orgânicos (R-COO-). Como os solos tropicais são naturalmente ácidos e tem disponibilidade de umidade, tem-se a continuidade do ciclo do nitrogênio, evitando o acúmulo da forma NH3 que reage com a água e passa para a forma amoniacal (NH4+), liberando íons hidroxilas (OH-) conforme esquematizado a seguir: Em meio ácido, nas condições naturais ocorre predominância da forma e da absorção de nitrogênio amoniacal (NH4+) e, para que ocorra a manutenção do equilíbrio de cargas elétricas a planta excreta íons hidrogênio (H+) pelas raízes. Mesmo com este fenômeno, não ocorre intensificação na acidificação da área devido a presença de grande quantidade de ânions orgânicos (R-COO-) e devido a neutralização proporcionada pela hidroxila que resulta da reação de amonificação e da excreção, pelas raízes, originada da absorção de N-NO3-. Segundo Vitti et al. (1999), devido a existência de bactérias nitrificantes mesmo em pH ácido, parte do nitrogênio amoniacal (NH4+) será transformado para forma nítrica, resultando na liberação de íons H+ na solução do solo. Nas condições descritas, em meio ácido, o processo de nitrificação
Compartilhar