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MONOGRAFIA COMPLETA (1)

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8
FACULDADE DOCTUM DECARATINGA
MARCUS VINÍCIUS FRANCISCO
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 461/ CLT FACE AO ART. 5º, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
BACHARELADO
EM DIREITO
CARATINGA – MG
2019
MARCUS VINÍCIUS FRANCISCO
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 461/ CLT FACE AO ART. 5º, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Monografia apresentada ao Curso de Direito da Faculdade Doctum de Caratinga, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Direito.
Área de Concentração: Direito do Trabalho.
Orientador: Prof. Frederico Fernandes Dutra.
CARATINGA –MG 2019
Dedico este trabalho a minha família e a todos aqueles que acreditaram em mim.
‘’Pois o senhor é quem dá sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o discernimento’’.
Provérbios 2:6
AGRADECIMENTOS
No início há quem te chame de sonhador, de louco. Há momentos difíceis que realmente derrubam e nos deixam de cara com tudo, o jogo do amor recomeça e a vida te pergunta: aqui é o seu lugar? São desafios e provas a cada dia, mas Deus tem me ensinado que nada é impossível.
Agradeço imensamente ao meu Pai, Nilton da Silva que sempre esteve domeu lado e me deu todo suporte necessário para chegar até aqui . 
Agradeço aos meus irmãos pelo apoio, em especial meu irmão Alex e minha irmã Jéssica, que tanto me ajudaram durante todos esses anos com os meus ‘dilemas’.
 Não poderia esquecer de agradecer pelas orações de minha mãe, Márcia Soares que tanto me fortaleceu.
E por fim, agradeço ao meu mestre e orientador Frederico Fernandes Dutra, por todo apoio, orientação e principalmente por toda paciência comigo neste momento.
Dizem que só quem sonha consegue alcançar. 
Nós alcançamos.
RESUMO
Diante da reforma trabalhista da Lei 13.467 de 13 de julho de 2017, passou a ser alterado vários pontos da Lei, inclusive sobre o artigo 461 da CLT. O art. 461 da CLT de 1943 previa que: “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”[footnoteRef:1]. Com entrada em vigor da nova CLT, o termo mesmo localidade foi substituído pelo termo mesmo estabelecimento empresarial. [1: BRASIL. CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas – Brasília/DF, maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em 05/06/2019.] 
Analisando o princípio da igualdade e isonomia, observa-se que os iguais devem ser tratados de formas iguais, e os desiguais de formas desiguais, nas medidas de suas desigualdades, a fim de se garantir a igualdade prevista no art. 5º da Constituição Federal. Pela nova redação do art.461 da CLT, não bastam somente à mesma localidade, é necessário que os empregados laborem no mesmo estabelecimento empresarial para terem direito a salários idênticos. 
Diante de tais alterações, observa-se que remunerar de forma diferente os trabalhadores que exerçam uma mesma função, dentro de uma mesma localidade, porém em outro estabelecimento, estará ferindo o princípio da igualdade e isonomia previsto no art.5º da CF. 
PALAVRAS CHAVES: equiparação salarial; mesma localidade; (in) constitucionalidade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	08
CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS	09
CAPÍTULO I – PRINCÍPIOS RELEVANTES	11
1.1 Princípio da igualdade	11
1.2 Princípio da proteção	14
1.3 Princípio do não retrocesso social	17
CAPÍTULO II – A EQUIPARAÇÃO SALARIAL	19
2.1 Evolução Histórica	19
2.2 A antiga redação	23
2.3 A expressão ‘mesma localidade’	25
CAPÍTULO III – A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ART.461/CLT	28
3.1 Controle de constitucionalidade 	28
3.2 A expressão ‘mesmo estabelecimento empresarial’	33
CONSIDERAÇÕES FINAIS	36
REFERÊNCIAS	38
INTRODUÇÃO
A atual tese, sob o tema A “(In) constitucionalidade da determinação do trabalho no mesmo estabelecimento comercial para fins da equiparação”, tem por objetivo destacar-se o impacto diante do termo mesmo ‘’estabelecimento comercial’’, na qual atinge o direito de equidade entre os trabalhadores que têm o mesmo vínculo empregatício, mas que trabalhem em estabelecimentos distintos, mas dentro da mesma circunscrição geografia.
Sendo assim, deixar cair como problema a (in) constitucionalidade do artigo em razão do princípio da equidade e da isonomia. A esse respeito, trazer como metodologia a confecção de pesquisa teórico-dogmática, haja vista a necessidade de explicação de cunho bibliográfico.
Em face do universo discutido, o trabalho irá abordar discussões envolvendo o Direito do Trabalho e o Direito Constitucional. Com marco teórico da monografia, tem se as ideias esteadas por Maurício Godinho Delgado, tendo como foco principal o termo ‘’mesma localidade’’, em razão de seu fundamento diante que para o empregado igualar-se é necessário que tenha a mesma identidade de função e se localizar na mesma circunscrição geográfica, que tenham as mesmas características socioeconômicas da localidade a ponto de não causar diferenças salariais, na qual só será devida a disparidade quando o empregado realizar para o mesmo empregador, mas para localidades distintas, ou seja, cidades diferentes, na qual o único fundamento para a diferença é o custo de vida de cada lugar. 
Neste sentido, a presente monografia é dividida em três capítulos. No primeiro capítulo, intitulado como ‘’princípios relevantes’’ pretendendo explicar em seus subtítulos a relevância do princípio da igualdade, princípio da proteção e princípio do não retrocesso social diante das normas trabalhistas.
No segundo capítulo se destaca a historicidade da equiparação salarial, com a comparação da antiga redação diante da expressão ‘’ mesma localidade’’.
Por fim, no terceiro capítulo, sendo o último capítulo abordado, tem como objetivo falar a respeito da (in) constitucionalidade do artigo 461 da CLT diante da reforma, entrando como base no controle de constitucionalidade da norma e a (in)constitucionalidade do termo ‘’mesmo estabelecimento empresarial’’ diante da nova redação dada pela reforma trabalhista.
CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS 
Diante da temática proposta, faz-se necessário a abordagem de alguns dos principais conceitos para a realização da pesquisa e para compreensão do trabalho, posto que ao decorrer do trabalho as principais temáticas a serem abordadas será a análsie da equiparação salarial, o termo ‘mesma localidade’ e a (in)constitucionalidade. 
Com relação a equiparação salarial segundo Maurício Godinho Delgado: 
A equiparação salarial é a figura jurídica mediante a qual se assegura ao trabalhador idêntico salário ao do colega perante o qual tenha exercido, simultaneamente, função idêntica, na mesma localidade, ao mesmo empregador. O empregado comparado é também conhecido como paradigma, paragonado ou equiparando.[footnoteRef:2] [2: CALVO, Adriana. Manual de Direito do Trabalho – São Paulo : Saraiva, 2013. Página 415.] 
Nos requisitos para a equiparação salarial, é necessário se ter indentidade de funções, mesma localidade, mesmo empregador e simultaneidade de tempo no exercício da mesma função.
Na identidade de funções, para configuração da equiparação salarial, o requerente da equiparação (paragonado) e o paradigma têm de exercer a mesma função. Neste sentido: 
Trabalho de igual valor: é o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço na função não seja superior a dois anos. O elemento quantitativo é medido pela produtividade; o elemento qualitativo é medido pela perfeição técnica.
Mesmo empregador: o trabalho realizado pelo requerente da equiparação salarial e paradigma deve ser prestado ao mesmo empregador. A doutrina majoritária tem aceito o pleito de equiparação salarial entre empregados que pertençam ao mesmo grupo econômico.
Mesma localidade: o requerente da equiparação salarial e o paradigma devem laborar no mesmo Município ou em Municípios distintos que,comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.
Simultaneidade na prestação de serviços (contemporaneidade): é mister que haja simultaneidade na prestação de serviços entre equiparando e o paradigma.[footnoteRef:3] [3: SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho- 15. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro. Página 131.] 
Posto isso, a equiparação salarial é para dar igualdade aos empregados dentro da relação de emprego e sanar as diferenças dentro da relação de emprego. 
Desta maneira, conceitua-se também o ‘termo mesma localidade’ que era ultilizado antes da reforma trabalhista em seu artigo 461 da CLT: 
O trabalho deve ser prestado na mesma localidade para efeito da equiparação salarial. Roberto Prado (1971, v. 1:314) entende que mesma localidade significa mesmo estabelecimento. Contudo, há possibildiade da equiparação salarial entre duas pessoas que trabalhem para a mesma empresa, embora em estabelecimentos distintos (uma trabalha na Lapa, outra labora na Penha), pois o trabalho é prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade:São Paulo.[footnoteRef:4] [4: MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho– 31ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2015. Página 350.] 
No mesmo sentido, Arnaldo Sussekind sustenta:
As disparidades salariais são justificadas em razão dos diferentes índices de custo de vida, concluindo no sentido de que a interpretação da palavra localidade deve ser no sentido de Município. Mesma localidade deve ser a que tenha as mesmas condições socioecônimicas, isso é, o mesmo Munícipio.[footnoteRef:5] [5: MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho– 31ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2015. Página 350.] 
Diante disso o termo ‘mesma localidade’ em sua definição é bem amplo, posto que mesma localidade pode ser no mesmo Município, mesma circunscrição geográfica ou até mesmo em cidades que possuem as mesmas condições socioecônomicas.
Por fim, com relação a (in)constitucionalidade a ser abordada na pesquisa adiante, é para falar do controle de constitucionalidade, diante que, aquela norma que não esteja seguindo os parâmetros legais da Constituição Federal, ela não será recepcionada no ordenamento jurídico e será considera (in)constitucional através do controle de constitucionalidade, que visa resguardar aLei Maior, que é a Constituição Federal. 
Neste sentido, Cappelleti, ao descrever o sistema norte-americano, “observa que a lei é inconstitucional, porque contrária a uma norma superior, é considerada absolutamente nula e, por isso, ineficaz”. [footnoteRef:6] [6: LENZA, Pedro - Direito Constitucional Esquematizado – 21ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. Página 240] 
Desta maneira, uma vez que a norma contraria a Constituição, a Lei maior, esta não poderá fazer parte do ordenamento jurídico diante da sua violação aos preceitos legais resguardados. 
1 PRINCÍPIOS RELEVANTES 
Antes de adentrarmos nos mais importantes princípios que norteiam o direito do trabalho, é necessário fazer-se uma abordagem completa da importância dos princípios em nosso ordenamento, uma vez que não existe hierarquia entre normas e princípios, ambos estão equiparados da mesma forma, diante do que, onde não se tem norma para ser aplicada, aplica-se os princípios e analogias.No entando, não podemos dizer que as regras são mais importantes que os princípios e que os princípios são mais importantes que as regras. 
Os conflitos entre as normas no direito, quando uma entra em divergência com a outra, acarreta a perda de validade de uma delas para favorecer a outra, já quando se tem um conflito entre princípios irá prevalecer um deles sem que o outro seja desrespeitado, ou seja, não possui divergências entre os princípios, sendo que cada um tem o patamar de importância dentro do nosso ordenamento jurídico. 
	Vale salientar que a Constituição Federal de 1988 é repleta de regras e princípios cujopropósito é traçar limites. Vejamos o entendimento de Nathalia Masson:
A partir do reconhecimento de que a proteção simultânea no ordenamento jurídico de diversificados direitos e bens propicia um ambiente favorável às possíveis tensões entre os distintos interesses, foram consagrados diversos princípios e métodos voltados à interpretação do texto constitucional e da legislação infraconstitucional que a ele se subordina.[footnoteRef:7] [7: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional – 4ª.ed.conforme o novo CPC. EC 84/2014 e EC 90/2015 – Salvador: JusPODIVM, 2016. Página 61] 
	Neste sentido, diante do conhecimento dentro da proteção das normas jurídicas onde se encontra diferentes direitos e bens, os princípios buscam criar um patamar de proteção no ordenamento jurídico e ao mesmo tempo dar uma interpretação para as normas. Buscam também sanar lacunas que muitas das vezes as normas deixam em aberto, então é necessário o fundamento de um princípio para preencher um vazio que alguma norma possa ter. Nessa perspectiva segue a analise dos mais importantes princípios que o norteiam o Direito do Trabalho.
1.1Princípio da Igualdade
	
 Em síntese, o presente princípio irá abordar sobre o patamar de igualdade dentro do ordenamento jurídico. Faz-se necessário a abordagem do princípio diante deste sanar lacunas entre normas que causam alguma diferenciação abusiva e deixando assim de resguardar direitos que são absolutos e garatidos pela Constituição Federal de 1988.
	O princípio da igualdade tem como fundamento tratar os iguais de formas iguais e os desiguais de formas desiguais, na medida de suas desigualdades. Tal princípio encontra-se disposto no artigo 5º,caput,da Constituição Federal de 1988, e tem como fundamento que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Neste sentido podemos dispor: 
‘’A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da igualdade de direitos, prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico’’.[footnoteRef:8] [8: MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional – 32. ed. rev. e atual. até a EC n° 91, de 18 de fevereiro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2016. Página 98] 
O princípio da igualdade tem como base sanar a igualdade e garantir o tratamento igual para todos na medida de suas igualdades, sendo inaceitável qualquer tratamento que venha trazer diferenças abusivas. 
Ademais, o princípio da igualdade tem como norte equiparar as pessoas na medida de suas igualdades, e que, diante dessa equiparação de patamar de igualdade perante as normas que forem criadas, não poderão causar diferenças imoderadas, pois tal conduta se enquadra como abusiva, uma vez que o nosso ordenamento jurídico não poderá aceitar as normas que criam diferenças excessivas de modo a prejudicar as pessoas. 
De acordo com Alexandre de Moraes:
A igualdade se configura como uma eficácia transcendente, de modo que toda situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma constitucional deve ser considerada não recepcionada, se não demonstrar compatibilidade com os valores que a Constituição, como norma suprema, proclama.[footnoteRef:9] [9: MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional – 32. ed. rev. e atual. até a EC n° 91, de 18 de fevereiro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2016. Página 99] 
Desta forma, diante do princípio exposto, é vedado as diferenças arbitrárias que as normas criam afim de criar diferenciações abusivas entre as pessoas, e toda norma que criar diferenciações abusivas relativo a desigualdade não deve ser recepcionada no ordenamento jurídico, diante que tal procedimento não está de acordo com a Carta Maior, que é a Constituição Federal de 1988. 
Este princípio quer resguardar que as pessoas que estejam em patamar de igualdade sejam tratadas e amparadas de formas iguais, uma vez que, diante do patamar das pessoas estarem iguais em situação idênticas, não tem o porquê de tratar de forma diferente e, ele tem como fundamento também, sanar principalmente normas que possam causar algum de tipo de preconceito diante das pessoas.
As constituiçõesanteriores enumeravam as razões impeditivas de discrime: sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicções políticas. Esses fatores continuam a ser encarecidos como possíveis fontes de discriminações odiosas e, por isso, desde logo, proibidas expressamente, como consta do art. 3º, IV, onde se dispõe que, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, está: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.[footnoteRef:10] [10: SILVA, José Afonso da - Curso de Direito Constitucional Positivo – 37ª ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros Editores LTDA, 2014.
] 
Desta forma, o presente princípio visa sanar a discriminação que possa ser criada dentro do ordenamento jurídico, sanando então as diferenças excessivas criadas, pois o maior fundamento é promover o bem de todos sem preconceito. 
Com fulcro no artigo 5º caput da CF/88 que expressa da igualdade perante a lei, este tem como fundamento básico e é uma exigência que se tem a todos aqueles que aplicam as normas gerais do direito, ao andamento que a igualdade na lei é uma exigência, tanto para aquelas pessoas que criam como para aquelas que a aplicam também. Ressalta-se que, diante deste princípio, mesmo assim, se o legislador criar normas de desigualdades e o ordenamento jurídico aceitar esta condição, isto mostra que o mandamento constitucional se tornaria inútil diante desta modalidade. É nestes termos, com base na desigualdade causada pelo legislador, que uma norma que causa diferenciação abusiva não poderá ser aceita.
Tal fundamento em tratar os iguais de maneira igual, e os desiguais na medida de sua desigualdade, é um raciocíniode Aristóteles que diz em sua obra Ética a Nicômaco o significado deste pensamento:
No pensamento do filósofo grego, primeiro poderíamos falar que uma igualdade aritmética é estabelecer uma estrita relação entre a retribuição e a causa; ou, dito de outra forma, nessa perspectiva cada indivíduo tem exatamente a mesma importância e consideração, pressupondo equivalência na importância de cada um. Já a chamada igualdade geométrica implica uma proporcionalidade definida a partir da comunidade política; desse modo, o critério de merecimento é variável conforme o papel e a importância social do sujeito para a comunidade grega. Logo, pessoas que desempenham funções diferentes na pólis recebem direitos diferentes. Como consequência, o princípio da igualdade servia para consagrar direitos hereditários decorrentes do pertencimento a uma determinada casta social.[footnoteRef:11] [11: FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional – 9. ed.rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2017. Páginas 461- 462.
] 
Nesse ponto de vista de Aristóteles, o pensamento dele condiz que as pessoas devem ser tratadas de formas iguais na mesma medida com a mesma importância e as pessoas que desempenhem funções diferentes sejam tratadas de formas diferentes. Este pensamento é traçado dentro do Direito do Trabalho, sua importância é equiparar as pessoas, ou seja, todas aquelas pessoas que desempenharem funções iguais deverãoserem tratadas e vistas de formas iguais. Agora, diante das pessoas que produzem atividades diferentes, não tem o porquê de tratarem de formas iguais. É com base nessa premissa que o presente princípio é fundamental para sanar as diferenças criadas e equiparar a igualdade entre os trabalhadores, onde, uma vez violado este direito não poderá ser aceito.
1.2 Princípio da Proteção
	Este princípio irá abordar a proteção aos trabalhadores, diante da sua hipossuficiência perante o empregador, ou seja, vem proteger os interesses do empregado, uma vez que o empregador esta em um patamar de superioridade diante do empregado, visando resguardar, que na dúvida favorece o que for mais vantajoso para o empregado.
	O princípio da proteção visa proteger o empregado em decorrência de sua desigualdade com o seu empregador, ele protege aquele empregado que esta em situação diferente diante do seu empregador, pois há um hipossuficiência na relação de ambos.A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Justiça do Trabalho foram criadas para sanar esta desigualdade, porque o empregado era uma parte fraca e foi necessário criar um poder judiciário especifico para protegê-lo, fazendo com que o trabalhador garanta seus direitos. 
Nestes termos:
O princípio da proteção é consubstanciado na norma e na condição mais favorável, cujo fundamento se subsume á essência do Direito do Trabalho. Seu propósito consiste em tentar corrigir desigualdades, criando uma superioridade jurídica em favor do empregado, diante da sua condição de hipossuficiente.[footnoteRef:12] [12: BARROS, Aline Monteiro de - Curso de Direito do Trabalho – 10. ed. – São Paulo: LTr, 2016. Página 122] 
Diante do exposto, o presente princípio visa a equilibrar as partes que estão no patamar de desigualdade, uma vez que o empregador é considerado a parte mais forte da relação do vínculo empregatício diante da sua superioridade.
Dentro este mesmo princípio pode ser desmembrado em três: o In dúbio pro operário; o da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador e o da aplicação da condição mais benéfica ao trabalhador. Estes sub princípiosquerem garantir que, na dúvida, se aplica a regra mais favorável ao empregado. 
O in dúbio pro operárioé uma regra diante da interpretação jurídica, pois, se tiver dúvida de um dispositivo de lei, de uma cláusula do contrato de trabalho, de uma cláusula de negociação coletiva, a interpretação a ser dada tem que ser a da mais benéfica ao trabalhador, nos termos que, na dúvida será a favor do empregado.
Uma das mais antigas referências doutrinárias a princípios justrabalhistas está na diretriz in dubio pro misero. Trata-se de transposição adaptada ao ramo justrabalhista do princípio jurídico penal in dubio pro reo. Como o empregador é que se constitui em devedor na relação de emprego (e réu na relação processual trabalhista), adaptou-se o princípio à diretriz in dubio pro misero (ou pro operario).[footnoteRef:13] [13: DELGADO, Mauricio Godinho - Curso de Direito do Trabalho — 15. ed. — São Paulo : LTr, 2016. Página 217] 
Nestes termos, o presente princípio da o efeito que na dúvida, favorecerá o empregado.
Sempre será aplicado ao trabalhador aquela norma mais favorável a ele, independente se ela aparenta a ser mais fraca que as outras, independente até mesmo do local em que ela se encontra da pirâmide de normas diante do sub princípio da norma mais favorável. 
A regra da norma mais favorável está implícita no caput do art. 72 da Constituição, quando prescreve “além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. O art. 7º da Constituição estabelece direitos mínimos, que são completados ou melhorados pela legislação ordinária ou pela vontade das partes. O objetivo não é piorar, mas melhorar as condições de trabalho.[footnoteRef:14] [14: MARTINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho – 28. ed. – São Paulo: Atlas, 2012. Página 69.] 
Diante da visão de Sérgio Pinto Martins o objetivo principal é que, ao criaremnormas que melhore a condição do trabalhador, que ela seja aplicada de imediato, mesmo que haja outra norma suprema a esta. Mas o seu fundamento é menos favorável para o empregado, o que irá se aplicar então a norma que seja mais benéfica ao trabalhador. 
Na visão de Alice Monteiro Barros, o princípio da norma mais favorável diz que, quando tiver mais de duas normas falando sobre o mesmo assunto, independente da hierarquia na qual elas se encontrem, aplicará a norma mais benéfica ao empregador. Neste sentido:
O fundamento do princípio da norma mais favorável é a existência de duas ou mais normas, cuja preferência na aplicação é obejeto de polêmica. Esse princípio autoriza a aplicação da norma mais favorável, independentemente de sua hierarquia.[footnoteRef:15] [15: BARROS, Alice Monteiro de - Curso de Direito do Trabalho – 8. ed. – São Paulo: LTr, 2012. Página 142.] 
Ou seja, aplicará a norma que for mais benéfica ao empregado,mesmo que tenham normas superiores tratando do mesmo assunto, mas que não resguarda o mesmo direito que aquela norma inferior resguarda.
Diante do exposto, o presente principia é de cunho fundamental dentro do Direito do Trabalho, posto que, havendo certo conflito entre direitos, sempre será aplicado aquele que for mais benéfico ao trabalhador, mesmo que aquela norma não seja superior, sendo uma norma melhor que a outra, sempre prevalecerá aquela que melhor atender as perspectivas do empregado. 
No que discorre da condição mais benéfica, é um direito adquirido para todos, sendo todas as condições que forem mais benéficas para o trabalhador e que forem concedidas no curso do vínculo empregatício durante todo o pacto laboral do empregado passará a ser direito adquirido, visando proteger as situações pessoais do empregado que incorporam em seu contrato.
Neste sentido: 
Este princípio importa na garantia de preservação, ao longo do contrato, da cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do caráter de direito adquirido (art. 5º, XXXVI, CF/88). Ademais, para o princípio, no contraponto entre dispositivos contratuais concorrentes, há de prevalecer aquele mais favorável ao empregado.[footnoteRef:16] [16: DELGADO, Mauricio Godinho - Curso de Direito do Trabalho — 15. ed. — São Paulo : LTr, 2016. Página 206.] 
Ou seja, durante todo o pacto laboral do trabalhador, o empregado constitui vários direitos adquiridos, começando pela cláusula contratual do contato de trabalho.Se posteriormente vier outra cláusula modificando o contrato de trabalho, o empregado poderá optar a escolher aquela que for mais benéfica para ele, ou seja, se vier uma nova cláusula que não seja benéfica para aquele trabalhador, ele poderá optar por não entrar nessa nova cláusula, assim sendo, que esta modificação só ira se enquadrar para contratos posteriormente futuros, não atingindo aos contratos anteriores, salvo se, o empregado achar que este é melhor para o seu contrato de trabalho e assim quiser mudar, mas, diante desse princípio, ele não será obrigado a mudar, uma vez que sempre prevalecerá aquele contrato que for melhor para o empregado. 
Na visão de Alice Monteiro de Barros discorre que: 
A condição mais benéfica se direciona a proteger situações pessoais mais vantajosas que se incorporam ao patrimônio do empregado, por força do próprio contrato, de forma expressa ou tácita, consistente esta última sem fornecimento habituais de vantagens que não poderão ser retiradas, sob pena de violação.[footnoteRef:17] [17: BARROS, Alice Monteiro de - Curso de Direito do Trabalho – 8. ed. – São Paulo: LTr, 2012. Página 143.] 
Neste sentido, uma vez retirado às vantagens adquiridas pelo trabalhador ao longo do contrato de trabalho, a não ser que seja de livre escolha do empregado em mudar, quando uma nova norma dentro do contrato de trabalho for mais favorável a ele, ou seja, para piorar não poderá mudar, mas para melhorar poderá mudar as suas vantagens. 
	
1.3 Princípio do não retrocesso social
	O princípio em questão vem tratar da vedação de edições de medidas que visam extinguir ou reduzir direitos sociais regulamentados, sem que tenha criado outro direito apropriado a compensar aquele que extinguiu ou foi reduzido diante dos direitos já conquistados, ou seja, se um legislador apresentar direitos compensatórios, este deve ser reduzido um direito fundamental que está concretizado, compensando ele de outra forma.
Ainda, nesse mesmo contexto, isso quer dizer, uma vez concretizado o direito, ele não poderia ser diminuído ou esvaziado, consagrando aquilo que a doutrina francesa chamou de ef et cliquet. Entendemos que nem a lei poderá retroceder, como, em igual medida, o poder de reforma, uma vez que a emenda à Constituição deve resguardar os direitos sociais já consagrados.[footnoteRef:18] [18: LENZA, Pedro - Direito Constitucional Esquematizado -– 19. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2015. Página 134/135.] 
Este princípio visa reguardar as lutas e conquista durante todo um século realizado para alcançarem estes direitos. Diante de tantos direitos fundamentais resguardados, para tê-los foram necessários vários enfrentamentos durante vários séculos, não sendo possível abrir mão desses institutos já positivados e conquistados para poder seguir outro caminho, a não ser que seja mais favorável. Nestes termos: 
Segundo anotou Canotilho, “o princípio da democracia econômica e social aponta para a proibição de retrocesso social. A ideia aqui expressa também tem sido designada como proibição de ‘contrarrevolução social’ ou da ‘evolução reacionária’. Com isto quer dizer-se que os direitos sociais e econômicos (ex.: direito dos trabalhadores, direito à assistência, direito à educação), uma vez alcançados ou conquistados, passam a constituir, simultaneamente, uma garantia institucional e um direito subjectivo”.[footnoteRef:19] [19: LENZA, Pedro - Direito Constitucional Esquematizado -– 19. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2015. Página 468.
] 
Diante do exposto acima, é importante frisar que o legislador não poderá criar regras que impliquem em diminuição de valores, uma vez que os direitos conquistados possui uma garantia na qual não pode ser mudado diante do princípio do não retrocesso social.
2. EQUIPARAÇÃO SALARIAL
É de fundamental importância o capítulo que passa a expor. O capítulo em questão irá abordar a história da equiparação salarial, como tudo tem um começo no direito do trabalho não será diferente. Antes de chegar o que é hoje, tem toda uma história por trás, principalmente o que ocorreu para chegarem e constituírem o que atualmente temos. Faz - se necessária a abordagem de como era a antiga redação antes da reforma trabalhista e como ela era vista, e adentrar no contexto da expressão ‘mesma localidade’.
A equiparação salarial vem do latim aequiparare, como sentido de igualação (Sérgio Pinto Martins).[footnoteRef:20] [20: MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho – 28ª ed. – São Paulo: Atlas, 2012. Página 344.] 
O grande significado da equiparação salarial é igualar aquelas pessoas que estão em patamar de igualdade e sanar as lacunas do patamar da desigualdade, ou seja, desde que a pessoa esteja dentro dos requisitos para a equiparação nenhuma pessoa que possui o mesmo vínculo empregatício poderá ser tratado de forma diferente.
Posto isso, dentro desse contexto há como fundamento o princípio da igualdade e da isonomia, que diz que tem que tratar os iguais de formas iguais e os desiguais de forma desiguais na medida de suas desigualdades. Dentro desse contexto é de suma importância a pesquisa, diante que, para chegar à conclusão da pesquisa faz - se necessário adentrar no assunto posto que todo trabalho se resume na equiparação salarial. 
Nesse requisito é importante também mostrar que a expressão ‘mesma localidade’ preenche todos os requisitos da equiparação salarial, pois a sua aplicação possui todos os efeitos do princípio da igualdade diante de ter fundamento para a sua aplicação.
2.1 Evolução Histórica
O empenho em analisar a história do direito do trabalho combinado com a equiparação salarial, é mostrar de onde surgiu todo este direito que hoje prevalece para os trabalhadores. Diante de tudo que se passou para chegar o que é hoje, por trás de tudo tem toda uma história de lutas e de conquistas. Neste sentido, conforme Sérgio Pinto Martins “o direito tem uma realidade histórico-cultural, não admitindo o estudo de quaisquer de seus ramos sem que se tenha noção de seu desenvolvimento dinâmico no transcurso do tempo’’.[footnoteRef:21] [21: MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho - 31.ed.- São Paulo: Atlas, 2015. Página 07.] 
Diante da concepção histórica dos homens, antes mesmo de Cristo, já existia o trabalho desde Adão e Eva como forma de castigo por comerem o “fruto proibido’’.
Posto isso, através desta concepção do cristianismo, denominado também como Tripalium, surgiu o primeiro trabalho em toda história da humanidade. Vejamos:
Com o pecado original,a doutrina cristã destaca não o trabalho em si, mas fadiga, o esforço nele contido, como se constata do mesmo livro de Gênesis, 3, 17-19: ‘’Porque deste ouvido á voz de tua mulher, e comeste da árvore, de que eu tinha te ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos, todos os dias da tua vida. Ela produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o pão com o suor do teu rosto até que voltes á terra, de que foste tomado; porque tu és pó, e em pó te hás de tornar’’. O homem está, pois, condenado a trabalhar para remir o pecado original e resgatar a dignidade que perdera diante de Deus. O trabalho tem um sentido construtivo. É, sem dúvida, na visão hebraica de trabalho que ele adquire uma valorização como atividade humana.[footnoteRef:22] [22: BARROS, Alice Monteiro de - Curso de Direito do Trabalho – 11 ed. – São Paulo: LTr, 2017. Página 45.] 
 
Em decorrência da continuidade de toda história na visão de Sérgio Pinto Martins, o primeiro modo de trabalho foi o trabalho escravo, os escravos naquela época não tinham nenhum domínio de si próprio e como pressuposto de tudo isso não tinham nenhum direito em decorrência de seu trabalho. Neste sentido:
A primeira forma de trabalho foi à escravidão, em que o escravo era considerado apenas uma coisa, não tendo qualquer direito, muito menos trabalhista. O escravo, portanto, não era considerado sujeito de direito, pois era propriedade do dominus, ou seja, do proprietário. Neste período, constata-se que o trabalho do escravo continuava no tempo, até de modo indefinido, ou mais precisamente até o momento em que o escravo vivesse ou deixasse de ter essa condição. Entretanto, não tinha nenhum direito, apenas o de trabalhar.[footnoteRef:23] [23: MARTINS, Sérgio Pinto – Direito do Trabalho - 31.ed.- São Paulo: Atlas, 2015. Página 04.] 
Desta maneira, observa-se que há todo um contexto histórico para se chegar aos direitos que se tem hoje, posto que no começo de tudo, desde a escravidãonenhum direito era resguardo em decorrência de qualquer tipo de trabalho, mas depois de se passar pela idade média vem à idade moderna no século XVIII a era da Revolução Industrial onde foi um dos fatores principais para o surgimento do direito do trabalho, apesar da escravidão já ter sido acabada, ela ainda existia em diversos fatores decorrentes da relação de trabalho. Trabalhadores que não tinham nenhum direito a seu favor, a escravidão ainda existia, mas de outra forma. Mesmo o trabalhador recebendo diante do seu serviço ainda se encontrava em situações precárias e foi ai que o direito do trabalho teve que intervir para sanar as explorações causadas pelos seus empregadores. Neste sentido:
Começou a haver necessidade de intervenção estatal nas relações do trabalho, dados os abusos que vinham sendo cometidos, de modo geral, pelos empregadores, a ponto de serem exigidos serviços em jornadas excessivas para menores e mulheres, de mais de 16 horas por dia ou ate o pôr do sol, pagando metade ou menos dos salários que eram pagos aos homens. O patrão era o proprietário da máquina, detendo os meios de produção, tendo, assim, o poder de direção em relação ao trabalhador. Isso já mostrava a desigualdade a que estava submetido o trabalhador, pois este não possuía nada. Havia, portanto, necessidade de maior proteção ao trabalhador, que se inseria desigualmente nessa relação. Portanto, passa a haver um intervencionismo do Estado, principalmente para realizar o bem-estar social e melhorar as condições de trabalho. O trabalhador passa a ser protegido jurídica e economicamente.[footnoteRef:24] [24: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 31.ed.- São Paulo: Atlas, 2015. Página 7.] 
         Posto isso, diante dos avanços tecnológicos e das formas desprezíveis de trabalho com relação à exploração, foi necessário criar regulamentos para sanar esse patamar de desigualdade e desumano na qual os trabalhadores eram submetidos.
Neste sentido, em decorrência de tantas desigualdades ao longo do tempo, foi necessário criar várias regras para poder igualar as pessoas dentro do trabalho. A mulher era tratada de forma diferente dos homens, seu salário não era o mesmo, os menores eram explorados, havia preconceito diante da raça e da cor dos trabalhadores. E é ai que nasce o Tratado de Versalhes para sanar essas lacunas, foi aí onde surgiu a equiparação salarial, para igualar as pessoas que são iguais dentro do ambiente de trabalho. Posto isso:
O princípio de que todos devem ter salário igual, para trabalho igual, sem distinção de sexo, nasce com o artigo 427 do Tratado de Versalhes, no qual se estabeleceu ‘’salário igual, sem distinção de sexo, por um trabalho de igual valor’’. Assegura-se o pagamento aos trabalhadores de um salário que proporcione um nível de vida conveniente, compreendendo no seu tempo eno seu país (art.427,3)[footnoteRef:25] [25: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 31.ed.- São Paulo: Atlas, 2015. Página 344.] 
Ou seja, basicamente este princípio nasce com o princípio da isonomia em tratar os iguais de formas iguais, diante que para todo trabalho igual deverá ter o salário igual.
Alice Monteiro de Barros lembra que “sob o prisma internacional, o princípio da isonomia foi inserido pela primeira vez no Tratado de Versalhes, constando da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e, mais tarde, da Convenção 100 da OIT, de 1951, que assegurou a igualdade de remuneração para a mão de obra feminina e masculina por um trabalho de igual valor”[footnoteRef:26] [26: CALVO, Adriana. Manual de Direito do Trabalho – São Paulo: Saraiva, 2013. Página 415.] 
A Constituição Federal de 1988 fala da isonomia salarial em seu artigo 7º, inciso XXX, da proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, partindo neste sentido do pressuposto a igualdade de salário. 
É importante questionar o quanto o contexto histórico do direito do trabalho é fundamental para se chegar ao que se tem hoje, principalmente no quesito da equiparação salarial, pois antes os trabalhadores eram tratados de formas desumanas.Então, para se chegar ao contexto que se tem nos dias de hoje, foi necessário muita luta para realizar tais as conquistas, principalmente no contexto da igualdade, onde é a base de toda história. Sem a igualdade não seria possível sanar as lacunas que havia dentro da relação de trabalho, uma vez que este princípio é fundamental para qualquer relação dentro do Direito, pois todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, e parte desse pressuposto a isonomia salarial onde, aqueles que possuem o mesmo vínculo empregatício terão direito de receberem o mesmo salário, sem nenhuma distinção.
A grande base da equiparação salarial é mostrar que diante de tudo o que ocorreu até os dias de hoje, nada justifica as pessoas que possuem o mesmo vínculo empregatício receberem salários distintos, pois não há nenhum fundamento quanto a isso, pois o único fundamento justo para tratarem as pessoas de formas diferentes seria se elas trabalhassem de formas diferentes. 
A igualdade de salário foi um grande marco em toda a história do Direito do Trabalho, pois o que antes era um problema, hoje possui solução. Os trabalhadores possuem seus direitos resguardados, mas, mesmo com esses direitos resguardados ainda existem lacunas a serem preenchidas, principalmente após a reforma trabalhista da Lei 13.467/2017, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho e umas das lacunas abertas que está ofendendo os direitos dos trabalhadores encontra-se em decorrência do artigo 461 da CLT, pós reforma que será falado adiante. 
2.2 A antiga redação
A importância de estudar como era tratada a antiga redação pelo legislador é mostrar que esta era de acordo com os direitos do trabalhador, ou seja, tinha fundamento para ser aplicada. Na antiga redação os direitos do trabalhador eram equiparados diante da sua identidade de função, trabalhode igual valor, mesma localidade e trabalho prestado ao mesmo empregador, neste sentido: 
‘’Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade’’. Caput com redação dada pela Lei n. 1.723, de 08.11.1952.[footnoteRef:27] [27: BRASIL - Lei nº 1.723 – Brasília/DF, novembro de 1952. Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/103569/lei-1723-52. Acesso em 01/06/2019. ] 
Ou seja, o trabalhador que exercer a mesma função, que seja prestada ao mesmo empregador e na mesma localidade, terá direito ao seu salário igual a de outro trabalhador que também se encaixa a estes requisitos, e não poderá ter nenhum tipo de preconceito, seja com relação ao sexo do trabalhador, nacionalidade ou idade. 
A idêntica função que prevalece no artigo 461 da CLT discorre sobre os trabalhadores exercerem as mesmas atividades, neste sentido: 
Não se pode dizer que a identidade de funções deva ser plena ou absoluta, mas apenas que as atividades do modelo e do equiparando sejam as mesmas, exercendo os mesmos atos e operações. Se as partes envolvidas não exercem os mesmos atos e operações, não desempenham a mesma função. É desnecessário, contudo, que as pessoas estejam sujeitas à mesma chefia ou trabalhem no mesmo turno, mas, sim, que executem as mesmas tarefas.[footnoteRef:28] [28: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012. Página 318..] 
Posto isso, a identidade de função só será aplicada quando os trabalhadores exercerem as mesmas atividades, ou seja, exercendo os mesmo atos e operações para o mesmo empregador, e se os empregados não exercerem as mesmas funções será desnecessário a equiparação, diante que este é um dos requisitos para a igualdade de salário.
O artigo 461 da CLT em seu parágrafo 1º diz-se do trabalho de igual valor, explica-se o que será o trabalho de igual valor, posto que para ter a equiparação salarial o trabalho deverá ter a mesma perfeição técnica e terá que ter a mesma produtividade do seu paradigma, neste sentido: 
Trabalho de igual valor, para fins de equiparação salarial, é aquele prestado em idêntica função, ao mesmo empregador, na mesma localidade, com igual produtividade e perfeição técnica, na mesma época, por empregados cuja diferença de tempo de serviço seja inferior a dois anos.[footnoteRef:29] [29: MACHADO, Costa; ZAINAGHI, Domiingos Sávio - CLT interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo – 8ª ed. - Barueri, SP: Manole, 2017. Página 353.] 
Em seu § 1º, Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 
Diante disso, vale ressaltar o tempo de serviço, que a diferença não poderá ser superior a dois anos do seu paradigma, pois este também é um requisito para ter a igualdade de salário. 
Os dois anos de tempo de serviço na função serão contados na mesma empresa e não em outra empresa. Não se toma o tempo de serviço do empregado exercido na mesma função em relação ao trabalho realizado em outra empresa, mas no próprio empregador em que o empregado está trabalhando. Caso o empregado tenha trabalhado em outra empresa do grupo na mesma função, esse tempo deve ser contado para efeito dos dois anos relativos à equiparação salarial, pois o empregador é o grupo de empresas (§ 2º, do art. 2° da CLT), que pode transferir o trabalhador de uma empresa para outra.[footnoteRef:30] [30: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012. Página 319] 
Assim sendo, será contado os dois anos na qual o empregador laborar para aquele mesmo empregador, exercendo a mesma função, e, mesmo que o empregador tenha laborado em outra empresa do mesmo grupo econômico e exercendo a mesma função, será contado como tempo do mesmo jeito para fins de equiparação salarial. 
Para fins de equiparação também terá que possuir o mesmo empregador na relação de trabalho, diante que este também é um dos requisitos para a igualdade de salário, onde o trabalho realizado pelo equiparando e pelo paradigma deve ser prestado ao mesmo empregador.
Posto isso, é necessário ressaltar que mesmo que o empregado labore paraestabelecimento diferente, mas que seja parte do mesmo grupo econômico e preenchendo os demais requisitos da igualdade de salário, fará jus a equiparação salarial, pois este mesmo laborando em estabelecimento distinto possui o mesmo empregador. Neste sentido: 
O caput do artigo 461 da CLT exige, ainda, para fins de equiparação salarial, que o serviço seja prestado ao mesmo empregador, assim considerada a empresa individual ou coletiva, que contrata, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços, assumindo os riscos do empreendimento econômico (artigo 2º da CLT). Logo, o fato de os empregados trabalharem em estabelecimentos distintos, pertencentes á mesma empresa, em princípio não inviabiliza a equiparação.[footnoteRef:31] [31: BARROS, Alice Monteiro de - Curso de Direito do Trabalho – 10 ed. – São Paulo: LTr, 2016. Página 544.] 
Posto isso, para fins de equiparação salarial além dos outros requisitos necessários é de suma importância que o empregado labore para o mesmo empregador, mesmo que este empregado trabalhe para outro estabelecimento, mas desde que este seja parte do mesmo grupo econômico.
Dentro da equiparação salarial também será requisito que o equiparando e o paradigma labore na ‘mesma localidade’, mas este tema será tratado logo adiante.
2.3 A expressão ‘mesma localidade’
A importância de estudar o termo ‘mesma localidade’ é mostrar que este termo possui fundamento e mostrar que este fundamento é mais benéfico para o empregado, posto que este preenche todos os requisitos do princípio da igualdade e da isonomia postulado na Constituição Federal de 1988.
O princípio da igualdade e isonomia fala-se em tratar os iguais de formas iguais e desiguais de formas desiguais na medida de suas desigualdades, a expressão ‘mesma localidade’ da antiga redação entra nesse requisito, pois aqueles trabalhadores que laborarem para o mesmo empregador, mesma identidade de funções, trabalho de igual valor e laborarem na mesma localidade terá direito a igualdade de salários. 
O conceito de mesma localidade abrange a mesma circunscrição geográfica, ou seja, o mesmo município ou municípios distintos, mas que possuem a mesma condição socioeconômica. Neste sentido, de acordo com Maurício Godingo Delgado: “Por identidade de localidade, entende-se a circunstância de os trabalhadores comparados realizarem o trabalho para o empregador em um mesmo espaço, um mesmo lugar, uma mesma circunscrição geográfica.’’[footnoteRef:32] [32: DELGADO, Mauricio Godinho - Curso de Direito do Trabalho — 16. ed. — São Paulo : LTr, 2017. Página 928.] 
Arnaldo Süssekind (1964, v. 3: 390) sustenta, com acerto, que as disparidades salariais são justificadas em razão dos diferentes índices de custo de vida, concluindo no sentido de que a interpretação da palavra localidade deve ser no sentido de município. Mesma localidade deve ser a que tenha as mesmas condições socioeconômicas, isto é, o mesmo município.[footnoteRef:33] [33: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012. Página 322.] 
Posto isso, o trabalhador que laborar para o mesmo empregador, que preencha todos os requisitos para a equiparação salarial, mas labore em estabelecimento distinto, desde que este esteja presente no mesmo município ou na mesma circunscrição geográfica terá direito a igualdade de salário, pois, o único fundamento para não receber o mesmo salário seria se este empregado laborasse para cidade distinta e a condição socioeconômica do lugar fosse diferente.
Segundo Adriana Calvo o conceito de localidade ainda não foi definido pelo legislador, neste sentido é importante ressaltar alguns:
A doutrina trabalhista apresenta alguns critérios: 1) critériogeofísico (lugar onde o empregado presta serviço); 2) critério econômico (regiões com o mesmo padrão de custo de vida); e 3) critério político-administrativo (divisão por Município ou região metropolitana).[footnoteRef:34] [34: CALVO, Adriana. Manual de Direito do Trabalho – São Paulo: Saraiva, 2013. Página 421.] 
Neste mesmo sentido a Súmula 6, X do TST dispõe:
A Súmula 6, X, do TST entende que o conceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.[footnoteRef:35] [35: MATINS, Sérgio Pinto - Direito do Trabalho - 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012. Página 323.] 
Ou seja, mesmo que o município seja distinto, mas ambos pertençam á mesma região metropolitana terá direito a equiparação salarial, pois pertencendo a mesma região metropolitana a condição socioeconômica dos municípios distintos serão as mesmas. Neste sentido: 
O tipo celetista de localidade diz respeito ao mesmo sítio geográfico básico, o mesmo lugar que tenha as mesmas precisas características socioeconômicas, a ponto de não justificar tratamento salarial diferenciado entre os trabalhadores pelo empregador.[footnoteRef:36] [36: DELGADO, Mauricio Godinho - Curso de Direito do Trabalho — 16. ed. — São Paulo : LTr, 2017. Página 928.] 
Diante disso, o empregado que laborar para o mesmo empregador na mesma localidade e se enquadrando nos demais requisitos para a equiparação salarial, terá direito a igualdade de salário mesmo que este labore em estabelecimentos distintos, mas que laborem no mesmo sítio geográfico, ou mesma circunscrição geográfica quando laborarem em cidades distintas, mas desde que estas possuem a mesma condição socioeconômica terá direito a equiparação salarial, pois não tem fundamento para receberem tratamento diferenciado, pois estes estão iguais, e diante de estarem iguais em situação iguais não justificam tratarem de maneiras diferentes. 
Nestes termos, a expressão ‘mesma localidade’ do artigo 461 da CLT da antiga redação se enquadra em todos os requisitos dentro dos direitos fundamentais do empregado, uma vez que é proibido a diferença de salários para trabalhadores que tenham o mesmo exercício de função.
3. A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ART.461/CLT
O último capítulo da pesquisa em questão irá abordar sobre a (in)constitucionalidade do artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho, dando ênfase no controle de constitucionalidade e explicando a (in)constitucionalidade do novo termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ dado pela reforma trabalhista pela Lei 13.467/2017.
Sem dúvida o capítulo a ser discutido é de suma importância, pois através dele irá mostrar as peculiaridades da (in)constitucionalidade da reforma, mostrar o ponto em que a Lei foi omissa em mudar direitos que são resguardados pela Carta Maior que é a Constituição Federal de 1988. Direitos esses que não podem ser mudados e em caso de violação da norma ou normas posteriores que venham a ser revogadas e que não estejam de acordo com Constituição Federal, esta se tornará inconstitucional.
Com base na pesquisa adiante, vale ressaltar a importância de se falar do controle de constitucionalidade, pois através dele que são retratadas as Leis que estejam em desacordo com a Constituição Federal, é de suma importância adentrar neste assunto, diante que para o entendimento da pesquisa é fundamental falar-se do controle das normas, como é aplicado no Brasil, como é utilizados, quais são os tipos de controles e quem poderá julgar a (in)constitucionalidade das normas que foram criadas desrespeitando a Constituição Federal de 1988.
Por fim, é de extrema importância abordar a expressão ‘mesmo estabelecimento empresarial’, diante que todo a pesquisa irá apontar a (in)constitucionalidade deste termo, que em decorrência de normas que forem criadas para diminuir o direito da pessoa esta norma será inconstitucional, posto que, na Constituição Federal a Lei Maior trata de direitos que são resguardados e a Lei Inferior que criar normas que contradizem o que a Constituição esta dizendo, diminuindo o direito de outrem, está será considerada como inconstitucional. 
3.1 Controle de constitucionalidade 
Inicialmente o tópico em questão irá abordar o controle de constitucionalidade, sua modalidade e como ele é aplicado no Brasil. É preciso lembrar que quando uma norma é revogada e esta contraria algum preceito da Lei Suprema, que é a Constituição Federal, essa deverá ser retirada do ordenamento jurídico, isso acontece em decorrência do controle de constitucionalidade, diante que este analisa as leis e os atos do governo, neste sentido:
Constituição e constitucionalidade são conceitos indesligaveis, e o controle de constitucionalidade, técnica de limitação do poder, através da submissão dos poderes instituídos, visa garantir, por vários mecanismos, a supremacia material e formal da Constituição sobre as leis e os atos do governo e da administração.[footnoteRef:37] [37: CARVALHO, Kildare Gonçalves - Direito Constitucional – 17 ed., rev. atual. e ampl. – Belo Horizonte: Del Rey, 2011. Página 319.] 
Posto isso, o fundamento do controle de constitucionalidade é garantir e resguardar os direitos postulados na Constituição sobre as leis que forem criadas inferiores a ela, os atos do governo e da administração, uma vez que alguma atitude, lei ou alguma lei que seja revogada que contraria a Constituição, esta não poderá ser recebida no ordenamento jurídico. Neste sentido, diante do controle de constitucionalidade controlar, garantir e resguardar a Constituição é importante salientar:
Que o legislador constituinte originário criou mecanismo por meio dos quais se controlam os atos normativos, verificando sua adequação aos preceitos previstos na ‘Lei Maior’. Como requisitos fundamentais e essenciais para o controle, lembramos a existência de uma Constituição rígida e a atribuição de competência a um órgão para resolver os problemas de constitucionalidade, órgão esse que variará de acordo com o sistema de controle adotado. A constituição rígida é aquela que possui um processo de alteração mais dificultoso, mais árduo, mais solene que o processo legislativo de alteração das normas não constitucionais. A CF brasileira é rígida,diante das regras procedimentais solenes de alteração previstas em seu artigo 60.[footnoteRef:38] [38: LENZA, Pedro - Direito Constitucional Esquematizado – 21.ed. – São Paulo: Saraiva, 2017.] 
Neste mesmo sentido com base na rigidez da Constituição adotada é importante ressaltar conforme Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino:
Esse ponto constitui a segunda conseqüência importante da rigidez constitucional (e mais diretamente do princípio da supremacia da Constituição): somente nos ordenamentos de Constituição escrita e rígida é possível a realização do controle de constitucionalidade das leis. Unicamente nesses sistemas jurídicos podemos falar, propriamente, em normas infraconstitucionais que, como tais, devem respeitar a Constituição.[footnoteRef:39] [39: PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo - Direito Constitucional Descomplicado - 16. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2017. Página 724.] 
Incorre também na mesma premissa: 
Se a Constituição é do tipo rígida, há distinção hierárquica entre ela e as demais normas do ordenamento jurídico, estando ela em posição de superioridade relativamente a estas (que são, por isso, ditas infraconstitucionais ou subconstitucionais). A Constituição passa a ser o parâmetro para a elaboração de todos os demais atos normativos estatais, devendo estes respeitar os princípios e regras nela traçados e o próprio processo constitucionalmente previsto para sua elaboração, sob pena de incorrer-se em insanável vício de inconstitucionalidade. Havendo confronto entre norma ordinária e texto constitucional, tanto do ponto de vista formal (respeito ao processo legislativo) quanto do material (compatibilidade com o conteúdo das normas constitucionais), devera ser declaradaa nulidade da norma inferior, em respeito à supremacia da Constituição.[footnoteRef:40] [40: PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo - Direito Constitucional Descomplicado - 16. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2017. Página 724.] 
Nessa mesma perspectiva discorre também sobre o controle de constitucionalidade e a hierarquia entre as normas Constitucionais e infraconstitucionais Nathalia Masson:
Em síntese, a constatação da inequívoca hierarquia normativa entre as normas constitucionais e as demais, justifica a realização do controle de constitucionalidade. Afinal, se a Carta Constitucional encontra-se em posição diferenciada no ordenamento (diga-se, superior), rodas as demais normas lhe devem estrita observância e irrestrita obediência e precisam estar afinadas, em absoluto, com os seus preceitos, de modo que qualquer dissintonia possa ser detectada e solucionada em favor da Constituição. A instituição desse instrumental teórico de fiscalização da constitucionalidade dos diplomas é, pois, o que impede que o ideal da supremacia constitucional torne-se mera retórica.[footnoteRef:41] [41: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional – 4ª.ed.conforme o novo CPC. EC 84/2014 e EC 90/2015 – Salvador: JusPODIVM, 2016. Página 1052.] 
Nesse ponto de vista vale ressaltar essa hierarquia na Constituição conforme Paulo Bonavides:
As Constituições rígidas, sendo Constituições em sentido formal, demandam um processo especial de revisão. Esse processo lhes confere estabilidade ou rigidez bem superior aquela que as leias ordinárias desfrutam. Daqui procedepois a supremacia incontestável da lei constitucional sobre as demais regras de direito vigente num determinado ordenamento. Compõe-se assim uma hierarquia jurídica, que se estende da norma constitucional as normas inferiores (leis, descretos-leis, regulamentos etc.), e a que corresponde por igual uma hierarquia de órgãos. A conseqüência dessa hierarquia é o reconhecimento da ‘’superlegalidade constitucional’’, que faz da Constituição a leis das leias, a lex legum,ou seja, norma sobre a norma, a mais alta expressão jurídica de soberania.[footnoteRef:42] [42: BONAVIDES, Paulo - Curso de Direito Constitucional – 33. ed., atual. – São Paulo: Malheiros, 2018. Página 303] 
Naturalmente, a ideia de controle, é fazer com que a Constituição seja a cúpula máxima de todo ordenamento jurídico, sendo ela superior a todas as leis e hierárquica, fazendo com o que as normas infraconstitucionais respeitem a Lei Maior que é a Constituição. Ou seja, para aquela norma ter validade tem que estar de acordo com a Constituição, uma vez que esta não está devidamente elaborada dentro dos parâmetros e respeitando a cúpula maior, não será válida.
Como no direito uma das bases são os princípios, pois estes são aplicados em todo ordenamento jurídico como uma fonte dentro do direito a ser seguida, a constitucionalidade também não é diferente, pois esta também possui o seu princípio da constitucionalidade. Neste sentido:
A constituição é garantia, mas que, ao seu turno, tem de ser garantida, o que se dá pela efetivação do princípio da constitucionalidade. Sendo a Constituição norma jurídica, sua garantia deve ser jurídica, é dizer, prevista por norma jurídica. O controle de constitucionalidade, nesse horizonte, passa a ser tido como autônomo em relação à constituição, título de segurança e justiça.[footnoteRef:43] [43: CARVALHO, Kildare Gonçalves - Direito Constitucional – 17 ed., rev. atual. e ampl. – Belo Horizonte: Del Rey, 2011. Página 319/320.] 
No mesmo sentido:
Controlar a constitucionalidade é verificar a adequação de uma lei ou um ato normativo com a Constituição, nos seus aspectos formais e materiais; o controle de constitucionalidade é um juízo de adequação de norma infraconstitucional á norma constitucional, por meio da verticalização da relação imediata de conformidade vertical entre aquela e esta, com o fim de impor a sanção de invalidade á norma que seja revestida de incompatibilidade material ou formal com a Constituição.[footnoteRef:44] [44: CARVALHO, Kildare Gonçalves - Direito Constitucional – 17 ed., rev. atual. e ampl. – Belo Horizonte: Del Rey, 2011. Página 321.] 
	Posto isso, o controle de constitucionalidade busca sanar a desorganização dentro do ordenamento jurídico, diante daquelas leis que venham tirar direitos que já são resguardados dentro da Lei Maior.
	É de suma importância ressaltar também o princípio da presunção de constitucionalidade. Todo que emana do povo, quando uma norma entra em vigor presumem – se que essa norma está de acordo com os preceitos resguardados, visto que todas as normas criadas são para atender as necessidades do povo, essa norma fica sendo válida até que se prove sua inconstitucionalidade, este princípio é em decorrência da presunção da legitimidade das leis, pois quando elas nascem, presumem – se que ela esta dentro dos parâmetros legais. Neste sentido: 
Decorrência desse princípio tem que as leis e os atos normativos estatais deverão ser considerados constitucionais, válidos, legítimos até que venham a ser formalmente declarados inconstitucionais por um órgão competente para desempenhar esse mister. Enquanto não formalmente reconhecidos como inconstitucionais, deverão ser cumpridos, presumindo-se que o legislador agiu em plena sintonia com a Constituição - e com a vontade do povo, que lhe outorgou essa nobre competência. Resulta claro, portanto, que o reconhecimento da inconstitucionalidade das leis é medida excepcional, que somente poderá ser proclamada por um órgão que disponha de competência constitucional para tanto - e, ainda assim, na vigência da atual Carta Magna, com a devida motivação (CF, art. 93, IX).[footnoteRef:45] [45: PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo - Direito Constitucional Descomplicado - 16. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2017. Página 727.] 
Posto isso, as normas que estiverem em desacordo com a Constituição, deverão passar por um processo para reconhecer sua inconstitucionalidade em um órgão que obtenha competência para realizar o ato para sanar o vicio criado pelo legislador. Diante da inconstitucionalidade reconhecida ressalta-se: 
A efetivação do controle desenlaça-se na conclusão de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade do ato submetido à comparação (análise de compatibilidade) com o texto constitucional. Caso a percepção final seja pelo antagonismo e contrariedade do ato normativo inferior frente aos vetores constitucionais, estaremos diante da inconstitucionalidade.[footnoteRef:46] [46: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional – 4ª.ed.conforme o novo CPC. EC 84/2014 e EC 90/2015 – Salvador: JusPODIVM, 2016. Página 1053.] 
Nessa acepção de Controle de Constitucionalidade avalia-se que nenhuma norma poderá ser contra o que se protege na Constituição Federal, uma vez que esta norma esteja em desfavor e violando direitos resguardados, não poderá ser bem-vinda, o que irá tornar aquela norma em desfavor em questão, inconstitucional, aonde o seu vício terá de ser sanado pelo órgão competente, dentro desse patamar, para sanar este controle, no Brasil foi adotado o Controle difuso e concentrado. 
Haja vista, diante da pesquisa acima, basicamente o controle de constitucionalidade é para resguardar a Constituição, fiscalizando as normas inferiores que entram em todo ordenamento jurídico e tirando elas de circulação quando estas não atenderem os preceitos da Constituição ou violar alguma regra da Constituição. Posto isso, aquela norma em desfavor com a Lei Maior não deverá ser recebida dentro do ordenamento jurídico. 
3.2 A Expressão ‘mesmo estabelecimento empresarial’
Inicialmente, o tópico em questão é de suma importância para a pesquisa, pois o fundamento de todo o trabalho segue na premissa em desfavor deste termo: ‘mesmo estabelecimento empresarial’. 
Como já visto acima, o antigo termo do artigo 461 da CLT falava-se em ‘mesma localidade’, modalidade que foi mudada com a reforma trabalhista com a revogação da Lei 13.467/17.O que pesa em questão, é que o termo ‘mesma localidade’ havia uma justificava, pois o único sentido para os trabalhadores ganharem de formas diferentes eram se estes laborassem em municípios distintos, cuja a condição socioeconômica fosse distinta.
O termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ foge da premissa resguardada na Constituição Federal de 1988 que se fala no princípio da igualdade e da isonomia, onde se diz que é para tratar os iguais de formas iguais e os desiguais de formas desiguais na medida de suas desigualdades. O termo em questão ‘mesmo estabelecimento empresarial’ diz que os trabalhadores que laborarem para o mesmo empregador, terem o mesmo vínculo empregatício e trabalharem em estabelecimentos distintos, ainda que seja na mesma circunscrição geográfica e com as mesmas condições socioeconômicas de municípios distintos, poderá ter salários diferentes.
Diante do princípio da igualdade e da isonomia tal termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ foge da situação de igualdade constituído na Constituição Federal, pois, se os trabalhadores são iguais perante a lei, deverão serem tratados de formas iguais, não justificando tratar de forma diferente. O que se quer dizer, é que tal termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’, não tem fundamento algum para a sua aplicação.
Em síntese, esta modalidade pode ser explicada dentro do contexto da realidade de nossa cidade, em Caratinga por exemplo. O município de Caratinga possui vários supermercados de um mesmo dono, Soares, por exemplo, onde se tem centenas de trabalhadores fazendo o mesmo trabalho, suponhamos empacotadores de compras. A rede de supermercado possui 10 mercados no município da Caratinga, suponhamos esta quantidade de estabelecimento e contém mais de 30 empregados com a função de empacotadores de alimentos, suponhamos esta quantidade de trabalhadores para essa mesma função. Se todos estes 30 trabalhadores laboram para o mesmo empregador, tem a mesma função, mesma perfeição técnica, em que a diferença do serviço prestado para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença na mesma função na seja superior a dois anos como discorre o artigo 461 da CLT, não tem fundamento para estas pessoas ganharem salários distintos. Pois, ambos são iguais e os iguais deverão ser tratados de formas iguais na medida de suas igualdades. 
Nossa Constituição Federal tem como base um dos princípios fundamentais para a formação de nossas leis, que é o princípio da igualdade e isonomia. Observado os pressupostos acima o legislador não seguiu como base da nova lei do art.461 da CLT os princípios regidos pela CF. 
Em nosso ordenamento não poderá ter eficácia aquela lei que tem diferenciações arbitrárias, descriminações, pois o tratamento deve ser desigual na medida de suas devidas desigualdades, assim como deve tratar os iguais de formas iguais. Com a reforma deste artigo ele se tornou inconstitucional na expressão de ‘mesmo estabelecimento empresarial’ pois a desigualdade criada não tem fundamento jurídico. 
Se com base nos princípios deverá tratar os iguais de formas iguais os trabalhadores que trabalhem na mesma circunscrição geográfica, mesma localidade e tem o mesmo vínculo empregatício e ganharem salários distintos temos aí uma desigualdade de direitos e uma (in)constitucionalidade da nova redação.
Neste sentido: 
A igualdade se configura como uma eficácia transcendente, de modo que toda situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma constitucional deve ser considerada não recepcionada, se não demonstrar compatibilidade com os valores que a Constituição, como norma suprema, proclama.[footnoteRef:47] [47: MORAES, Alexandre de - Direito Constitucional – 32 ed. rev. e atual. Até a EC n° 91, de 18 de fevereiro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2016.] 
Ou seja, uma vez que uma norma entra em vigor e esta não esteja em acordo com a Constituição Federal, não respeita os parâmetros da Carta Maior, esta não deverá ser recepcionada, diante que esta nova lei não cumpre os parâmetros legais. Em decorrência do deste termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ ele não respeita o princípio da igualdade e da isonomia, cujo ainda que os trabalhadores tenham o mesmo vínculo empregatício, mas por laborarem em estabelecimentos distintos, este termo autoriza a diferenciação do salário, ou seja, tal premissa não tem possui fundamento algum. 
A nova redação estabelece que só terá igualdade os trabalhadores que trabalharem no mesmo estabelecimento empresarial o único fundamento que poderia ter como na antiga redação, era se a empresa fosse em cidades distintas, que era usado o termo de ‘mesma localidade’, pois em cada cidade o custo de vida é diferente. Não tem fundamento a nova redação e é inconstitucional ao ferir o princípio regido pela Constituição Federal de 1988.
Analisando o princípio da igualdade e isonomia, não podem ser criadas normas que cause diferenças sem finalidades, pois isso aumentaria as desigualdades, de acordo com a teoria de Alexandre de Morais:
O legislador, no exercício de sua função constitucional de edição normativa, não poderá afastar-se do princípio da igualdade, sob pena de flagrante inconstitucionalidade. Assim, normas que criem diferenciações abusivas, arbitrárias, sem qualquer finalidade, serão incompatíveis com a Constituição Federal. O intérprete autoridade pública não poderá aplicar as leis e atos normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar desigualdades.[footnoteRef:48] [48: MORAES, Alexandre de - Direito Constitucional – 32 ed. rev. e atual. Até a EC n° 91, de 18 de fevereiro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2016.
] 
Neste sentido o termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ vai contra o princípio da igualdade e da isonomia, posto que tal termo não preenche os parâmetros de igualdade. E uma vez não respeitando o princípio da igualdade e da isonomia, este termo não deve ser recepcionado pelo ordenamento jurídico, uma vez que não seguindo as regras da Constituição federal, diante de violar um princípio, este termo passa a ser inconstitucional perante a Constituição Federal. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado procurou mostrar a (in)constitucionalidade do artigo 461 da CLT face ao artigo 5º da Constituição Federal de 1988, diante da nova redação da Lei 13.467/2017 em relação ao termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’. 
O pressuposto da pesquisa foi mostrar que diante do princípio da igualdade e da isonomia, a nova redação dada pela Lei 13.467/2017 é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade e da isonomia postulado no artigo 5º caput da CF/88, tal entendimento consolidou-se em decorrência deste princípio que protege as pessoas que estão no patamar de igualdade na medida de sua igualdade, pois só haverá tratamento diferenciado para aquelas pessoas que não são iguais na medida de suas desigualdades. 
Em decorrência dessa nova redação, diz que só poderá receber salário de igual valor para aquele que labora no mesmo estabelecimento empresarial, excluindo os demais que preenche os mesmos requisitos de igualdade, uma vez que não laborem no mesmo estabelecimento. Tal premissa abordada pela nova redação, não está de acordo, uma vez que este termo não deve ser considerado inconstitucional, pois, uma norma que esteja em desfavor e não segue os parâmetros legais da Constituição Federal não deve ser recepcionada.
Diante disso, o termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’ é inconstitucional, pois não tem fundamento algum para a sua aplicação, posto que, só teria fundamento para ser aplicado este termo se os trabalhadores laborassem em cidades distintas, cuja condição socioeconômica fosse diferente, ou seja, a única diferença fosse à localidade do trabalhador, se este laborasse em cidades distintas, pois, não faz sentido que aqueles trabalhadores que possuem o mesmo vínculo empregatício, ou seja, tenham a mesma identidade de função, mesmo empregador, trabalha na mesma localidade e tem simultaneidade na prestação de serviços, não faz sentido este trabalhadores ganharem salários distintos,uma vez que o próprio princípio da igualdade e da isonomia, diz que é para tratar os iguais de formas iguais na medida de suas igualdades. Posto isso, a nova redação não segue este princípio na aplicação do termo ‘mesmo estabelecimento empresarial’, pois só terá a equiparação aquele trabalhador que laborar dentro daquela mesma empresa. 
A diferença de tratamento criada pela lei infraconstitucional não encontra apoio no princípio da isonomia, posto que a lei dá um tratamento desigual a trabalhadores que se encontram em circunstâncias similares, quase idênticas.
Neste sentido, diante da pesquisa realizada, o novo termo aplicado pela nova redação da Lei Lei 13.467/2017 fere o princípio da igualdade de da isonomia amparado pela Constituição Federal, o que então, não deverá ser aplicado para os casos da equiparação salarial, pois este termo é inconstitucional, pois fera o princípio da igualdade e da isonomia. 
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