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ANA DANS 6º semestre Medicina Nove de Julho ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. Pode ser classificado segundo: 1. Altura do obstáculo: alto (delgado proximal) ou baixo (delgado distal ou cólon); 2. Fatores desencadeantes: intraluminais ou extraluminais; 3. Grau de oclusão: total ou parcial; 4. Tempo de instalação: agudo ou crônico; 5. Situação de irrigação e vitalidade de alças: simples ou estrangulada; 6. Forma de obstrução: alça aberta (obstrução apenas distal) ou fechada(obstáculo em dois níveis). As patologias que podem resultar em obstrução intestinal: Intestino delgado: aderências, hérnias inguinais, íleo biliar, bezoar, bolo de áscaris, estrongiloidíase, tuberculose, massas abdominais tumorais (linfoma, adenocarcinoma, metástases peritoniais, tumores mesentéricos e massas abdominais não tumorais tais como apendicite, diverticulite, invaginação, doença de crohn, pólipos, hematomas intramurais. Pode haver também obstrução intestinal desencadeada por abscessos, pseudocistos, aneurismas. Cólon: 55% dos pacientes têm adenocarcinoma primário de cólon, torção de volvo 12% dos casos, diverticulite em 10% dos pacientes. ETIOPATOGENIA Obstrução da luz intestinal: intussuscepção intestinal; íleo biliar, impactação por bolo de áscaris, bário ou bezoar. Doenças de parede: congênitas (atresias e estenoses, divertículo de Meckel); traumáticas; inflamatórias (Doença de Crohn, diverticulites); Neoplasias; endometriose. Doenças extrínsecas: aderências, hérnias, massas extrínsecas (pâncreas anular, vasos anômalos, abscessos, hematomas, neoplasia, volvo) Alterações de motilidade do intestino delgado: íleo paralítico, íleo espástico, oclusão vascular. FISIOPATOLOGIA Obstrução Intestinal- acúmulo de gases e líquido acima da área obstruída e alteração da motilidade intestinal Perda de líquidos e eletrólitos por vômito e sequestro na alça intestinal. comprometimento das porções proximais à obstrução intestinal, com consequente congestão venosa, aumento da distensão de alças e edema de parede intestinal. ANA DANS 6º semestre Medicina Nove de Julho O edema de parede intestinal provoca a perda de líquidos através da serosa para cavidade peritoneal. Estas perdas levam à hemoconcentração, hipovolemia, insuficiência renal, choque e morte se não forem corrigidas Peristalse intestinal estará aumentada Irão variar conforme a altura da obstrução; variando de 3 a 4 minutos na obstrução alta e 10 a 15 minutos na obstrução baixa Os movimentos peristálticos aumentados poderão agravar o edema de parede por traumatizá-las. QUADRO CLÍNICO Alteração do estado geral, com desidratação, hipotensão arterial. A febre pode ocorrer quando há complicação do quadro. Dor abdominal: tipo cólica, início brusco, evolui em salvas, de localização variável, dependendo da etiologia. Quando há mudança do padrão da dor para continuada, pode-se suspeitar de comprometimento vascular. Os sítios de localização das dores levam à suspeição do fator que desencadeou o quadro. Dores em região superior de abdome indicam obstrução intestinal alta (estenose pilórica, tumores duodenais, tumores periampulares). Dores em região periumbilical demonstram a ocorrência de obstrução de intestino delgado (bridas e aderências, hérnias encarceradas, bolo de áscaris, estenoses inflamatórias, tumores e carcinomatose). Dores em hipogástrio sugere obstrução de intestino grosso (hérnias encarceradas, corpo estranho, intussuscepção, volvo de cólon, fecaloma, tumores de cólon e reto). Náuseas e vômitos: surgem precocemente nas obstruções altas, eliminando material estagnado e de aspecto biliar. Nos quadros onde há obstrução baixa, pode não haver vômitos com conteúdo entérico. Parada de eliminação de fezes e gases: estes são sintomas tardios e demonstram a completa obstrução do intestino. Quando há suboclusão intestinal, o paciente pode continuar a eliminar gases. Distensão abdominal simétrica ou assimétrica: surge após poucas horas da instalação do quadro, sendo discreta ou inexistente nos quadros de obstrução alta. O exame físico inicial é pobre, os sinais vitais estarão alterados somente na vigência dos sintomas de dor. Em abdome, observa-se defesa de parede à palpação, presença de massas. Os ruídos hidroaéreos estão altos, agudos e metálicos na vigência das cólicas; tornam-se diminuídos com a evolução do quadro, podendo tornar-se ausentes. Com a evolução do quadro há instalação de desidratação e aumento da distensão abdominal. ANA DANS 6º semestre Medicina Nove de Julho EXAMES COMPLEMENTARES Exame de imagem: RX de abdome (em pé e deitado); USG; TC; Laparoscopia TRATAMENTO Reposição de líquidos e eletrólitos, jejum, descompressão do trânsito intestinal através de instalação de sonda nasogástrica. Os pacientes devem ser reavaliados entre 24 a 48 h, não tendo resolução espontânea, avalia-se a necessidade de cirurgia. Os quadros de abdome agudo obstrutivo causados por hérnia estrangulada, volvo de sigmóide, intussuscepçao, neoplasia intestinal, e isquemia mesentérica devem receber tratamento cirúrgico com maior brevidade possível.
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