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Prepara AV1 - Penal II

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CONCURSO DE AGENTES 
 
****Fala-se em concurso de agentes quando duas ou mais pessoas concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Essa colaboração recíproca pode ocorrer tanto nos casos em que são vários 
autores, bem como naqueles onde existam autores e partícipes e, de acordo com o que determina o art. 29 do CP, quando duas ou mais pessoas concorrerem para o crime, incidirão nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
a) Pluralidade de agentes e de condutas 
b) Relevância causal de cada conduta 
c) Liame subjetivo entre os agentes 
d) Identidade de infração penal 
 
AUTORIA 
 
***Em relação à autoria, foram criados conceitos restritivos e extensivos de autor como situações extremas para, posteriormente, surgir uma outra conceituação que podemos denominar de intermediária, 
trazida pela teoria do domínio do fato. 
 
CONCEITO DE AUTOR 
 
. teoria restritiva – sujeito que pratica o verbo - núcleo do tipo – (adotada) 
. teoria extensiva (elemento anímico) defeito: mandante, pois quem executa, muitas vezes não tem a “vontade de praticar o crime”! - não diferencia o autor do partícipe! 
. teoria do domínio do fato (baseada na divisão de tarefas – domínio funcional) - pessoa que, mesmo não tendo praticado diretamente a infração penal, decidiu e ordenou sua prática a subordinado seu, o 
qual foi o agente que diretamente a praticou em obediência ao primeiro. O mentor da infração não é mero partícipe, pois seu ato não se restringe a induzir ou instigar o agente infrator, pois havia relação de 
hierarquia e subordinação entre ambos, não de mera influência resistível. (adotada para suprir “falhas da Teoria Restritiva, como por exemplo a “Autoria Intelectual”) 
 
 PARTICIPAÇÃO 
 
***O vocábulo PARTÍCIPE pode ser empregado em dois sentidos: no sentido amplo significa, indistintamente, todos aqueles que participam da realização da infração 
penal (é o conceito extensivo de partícipe), englobando tanto os autores quanto os partícipes em sentido estrito. Para o efeito de distinguir entre os diversos agentes do
 crime, no entanto, a palavra partícipe é usada para destacar, dentre todos os agentes, somente aqueles que, embora concorrendo para a prática da infração penal, 
desempenham atividade diversa da do autor.
 
/ 
 
****A PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS 
 
***Com a finalidade de distinguir e apontar a infração penal cometida por cada um dos seus participantes (autores e partícipes), surgiram três teorias que são as seguintes: 
Teoria pluralista – por esta teoria haveria tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e partícipes. Seria como se cada autor e cada partícipe tivesse praticado sua própria 
infração penal, independentemente da sua colaboração para com os demais agentes. 
Teoria dualista – aqui faz-se uma distinção entre a infração praticada pelos autores daquela praticada pelos partícipes. Para esta teoria, haveria uma infração penal para os autores e outra 
para os partícipes. 
Teoria monista – também conhecida como teoria unitária, adotada pelo nosso Código Penal, aduz que todos aqueles que concorrem para o crime, incidem nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade, ou seja, há um crime único, atribuído a todos aqueles que para ele concorreram, autores e partícipes. É adotada pelo CP, porém nos parágrafos do seu art. 29 
aproximaram a Teoria Monista da Teoria Dualísta ao determinar a punibilidade diferenciada da participação. 
 
*** COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA – OS DESVIOS ENTRE OS PARTICIPANTES 
 
Na Cooperação Dolosamente Distinta, também conhecida como desvio subjetivo de condutas, a conduta executada difere daquela idealizada a que aderira o partícipe, isto é, o conteúdo do 
elemento subjetivo do partícipe é diferente do crime praticado pelo autor. Isso vem previsto no § 2º, do art. 29 do CP. Aqui verifica-se a quebra da Teoria Monista ou Unitária. 
 
***CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS 
 
O art. 30 do Código Penal diz que “não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”. 
A regra é a da incomunicabilidade, entre os co-participantes, das circunstâncias, bem como das condições de caráter pessoal, sendo excepcionada quando se tratar de elementares do crime. 
 
As circunstâncias objetivas, materiais ou reais, são as que se relacionam com o fato delituoso em sua materialidade (modos de execução, uso de determinados instrumentos, tempo, ocasião, 
lugar, qualidades da vítima etc.); as subjetivas ou pessoais são aquelas que dizem respeito à pessoa do agente, não tendo qualquer relação com a materialidade do delito, tais como os 
motivos determinantes (motivo torpe, motivo fútil etc.), suas condições ou qualidades pessoais (médico, cônjuge etc.) e relações com a vítima ou com outros concorrentes (filho, pai etc.) etc. 
 
Ao contrário, as elementares são dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade absoluta (o fato praticado torna-se um indiferente penal), ou uma atipicidade relativa 
(quando ocorre a chamada desclassificação de uma infração para outra). 
 
Condições pessoais são as relações do sujeito com o mundo exterior e com outras pessoas ou coisas, como as de estado civil (casado, solteiro etc.), de parentesco (filho, 
irmão
 
etc.),
 
de
 
profissão ou emprego (médico, advogado etc.). 
 
***RESUMO DO ARTIGO 30 DO CP : 
 *as
 
condições
 
e
 
circunstâncias
 
subjetivas
 
(de
 
caráter
 
pessoal)
 
não
 
se
 
comunicam,
 
por
 
expressa
 
determinação
 
legal;
 
*as
 
circunstâncias
 
objetivas
 
se
 
comunicam,
 
desde
 
que
 tenham entrado na esfera de conhecimento do agente; *as
 
condições
 
e
 
circunstâncias
 
(subjetivas
 
ou
 
objetivas)
 
se
 
comunicam
 
quando
 
passam
 
a
 
ser
 
elementares
 
do
 
crime,
 mas, ainda assim, é necessário que entrem na esfera de conhecimento do
 
agente,
 
pois,
 
embora
 
tal
 
exigência
 
não
 
esteja
 
expressa
 
na
 
lei,
 
deve
 
ser
 
entendida
 
como
 
implícita
 
sob
 
pena
 
de
 
aceitarmos
 
a
 
responsabilidade
 
penal
 
objetiva.
 
 
/ 
CONCURSO DE CRIMES 
 
 
1) CONCURSO MATERIAL OU REAL DE CRIMES - art. 69 CP: 
 
- requisitos: mais de uma ação ou omissão / prática de dois ou mais crimes 
 
-conseqüência: aplicação cumulativa das penas - cúmulo material 
 
 
2) CONCURSO FORMAL OU IDEAL - ART. 70 CP 
 
- requisitos: uma só ação ou omissão / prática de dois ou mais crimes 
 
-conseqüência: 
 
*concurso formal próprio- art. 70,1 parte CP- aplicação da mais grave as penas, aumentada de um sexto até a metade – exasperação - fundada em razoes de política criminal 
 
*concurso formal impróprio - art. 70, 2 parte CP - aplicação cumulativa das penas - cúmulo material - (Ação / omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios 
autônomos) 
 
3) CRIME CONTINUADO OU CONTINUIDADE DELITIVA – ART. 71 CP - Nossa lei adotou a teoria da ficção jurídica 
 
- requisitos: 
a) mais de uma ação ou omissão; 
b) prática de dois ou mais crimes, da mesma espécie; (jurisprudência sugere mesmo Tipo Penal) 
c) condições de tempo (conexão temporal) (jurisprudência sugere até o lapso temporal de 30 dias entre os crimes), 
d) lugar (conexão espacial) (jurisprudência sugere “localidades próximas”, podendo até comportar Estados diversos!), 
e) maneira de execução e outras semelhantes (mesma oportunidade e mesma situação propícias para a prática do crime); 
f) os crimes subseqüentes devem ser havidos como continuação do primeiro. 
 
- consequência: 
*uma só das penas aumentada de um sexto a dois terços 
*no crime continuado qualificado – Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa - mais grave das penas até o triplo! 
 
***CRIME CONTINUADO E NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
 
Súmula
 
711
 
STF
 
–
 
a
 
lei
 
penal
 
mais
 
grave
 
aplica-se
 
ao
 
crime
 
continuadoou
 
ao
 
crime
 
permanente,
 
se
 
a
 
sua
 
vigência
 
é
 
anterior
 
à
 
cessação
 
da
 
continuidade
 
ou
 
da
 
permanência”
 
 
DAS PENAS 
 
***DE ACORDO COM O ART. 32 DO CÓDIGO PENAL, AS PENAS PODEM SER: 
Privativas de liberdade – as penas privativas de liberdade previstas pelo Código Penal para os crimes são as de reclusão e detenção. Regimes Prisionais: Aberto, Semi-aberto e 
Fechado 
Restritivas de direitos – as penas restritivas de direitos, de acordo com art. 43 do CP são: 1) prestação pecuniária; 2) perda de bens e valores; 3) prestação de serviços à 
comunidade ou a entidades públicas; 4) interdição temporária de direitos; e, 5) limitação de fim de semana. 
Multa – a multa penal é de natureza pecuniária e o seu cálculo é elaborado considerando-se o sistema de dias-multa, que poderá variar entre um mínimo de 10 (dez) e o 
máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, sendo que o valor correspondente a cada dia multa poderá variar de um trigésimo do valor do salário mínimo vigente ao 
tempo do fato, até 5 (cinco) vezes esse valor (valor do salário). Poderá o juiz, contudo, verificando a capacidade econômica do réu, triplicar o valor do dia-multa, segundo a 
norma contida no § 1º do art. 60 do Código Penal. 
 
***REGRAS PECULIARES À CADA REGIME PRISIONAL 
 
NO REGIME FECHADO o condenado cumpre a pena em penitenciária e estará obrigado ao trabalho em comum dentro do estabelecimento penitenciário, na conformidade de 
suas aptidões ou ocupações anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena. Nesse regime o condenado fica sujeito ao isolamento durante o repouso noturno. 
Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito a freqüentar cursos, quer de instrução, quer profissionalizantes. E o trabalho externo só é admissível em obras ou 
serviços públicos, desde que o condenado tenha cumprido, pelo menos, um sexto da pena. Tudo isso é previsto no art. 34, §§ 1º, 2º e 3º do Código Penal. 
 
NO REGIME SEMI-ABERTO, cujas regras são previstas no art. 35 e §§ 1º e 2 do Código Penal, não há previsão para o isolamento durante o repouso noturno. Nesse regime, o 
condenado terá direito de freqüentar cursos profissionalizantes, de instrução de 2º grau ou superior. Também ficará sujeito ao trabalho comum durante o período diurno, em 
colônia agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. O trabalho externo é admissível, inclusive na iniciativa privada. 
 
NO REGIME ABERTO acreditamos na autodisciplina e no senso de responsabilidade do apenado. O condenado só permanecerá recolhido (em casa de albergado ou em 
estabelecimento adequado) durante o repouso noturno e nos dias de folga. O condenado deverá trabalhar, freqüentar cursos ou exercer outra atividade autorizada fora do 
estabelecimento e sem vigilância. Com responsabilidade e disciplinadamente o detento deverá demonstrar que merece a adoção desse regime e que para ele está preparado, 
sem frustrar os fins da execuçào penal, sob pena de ser transferido para outro regime mais rigoroso. As regras do regime aberto são estabelecidas no art. 36, §§ 1º e 2º do 
Código Penal. 
 
***PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIMES PRISIONAIS 
 
O
 
§
 
2º
 
do
 
art.
 
33
 
do
 
CP
 
diz
 
que
 
as
 
penas
 
privativas
 
de
 
liberdade
 
deverão
 
ser
 
executadas
 
em
 
forma
 
progressiva,
 segundo o mérito do condenado. A progressão é um misto de tempo
 
mínimo
 
de
 
cumprimento
 
de
 
pena
 
(critério
 
objetivo)
 
com
 
o
 
mérito
 
do
 
condenado
 
(critério
 
subjetivo).
 
Em
 regra, o preso deve ter cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior (art. 112 da Lei 7.210/84 –LEP), e nos casos de crimes hediondos e assemelhados (
Lei
 
8.072/90) deverá cumprir 2/5 de pena, ou 3/5 se reincidente. (Lei 11.464/07) **Sumula
 
471
 
STJ:
 
O
 
condenado
 
por
 
crime
 
hediondo
 
ou
 
assemelhado,
 
que
 
tenha
 
PRATICADO
 
O
 
DELITO
 
ANTES
 
DO
 
INÍCIO
 
DA
 
VIGÊNCIA
 
DA
 
LEI
 
11.464/07,
 
de
 
28/03/07
 
terá
 
sua
 
progressão
 
de
 
regime regulada pela Lei das Execuções Penais, que estabelece o tempo mínimo de 
cumprimento
 
de
 
1/6
 
da
 
pena
 
no
 
regime
 
originariamente
 
imposto,
 
para
 
que
 
possa
 
ser
 
efetuada
 
a
 
progressão
 
de regime. 
 
A
 
REGRESSÃO,
 
disciplinada
 
no
 
art.
 
118
 
da
 
Lei
 
7.210/84
 
(LEP)
 
diz
 
que
 
a
 
execução
 
da
 
pena
 
privativa
 
de
 
liberdade
 
também
 
poderá
 
ficar
 
sujeita
 
à
 
transferência
 
para
 
qualquer
 
dos
 
regimes
 
mais
 
rigorosos. 
 
 
 
 
 
 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – SURSIS DA PENA 
 
É o sobrestamento, por certo período, de pena privativa de liberdade fixada. Consiste em um direito subjetivo. 
 
REQUISITOS (art. 77, CP) 
 
(a) pena privativa de liberdade igual ou inferior a 2 anos; 
(b) não reincidência em crime doloso; 
(c) análise da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social e da personalidade do agente, bem como dos motivos e circunstâncias do crime, de modo a 
averiguar a viabilidade da concessão (valoração positiva); 
(d) impossibilidade de substituição da pena de prisão por pena restritiva de direitos (caráter subsidiário do sursis). 
 
Suspensão condicional da pena - ESPÉCIES 
 
• Comum – pena de até 2 anos / período de prova de 2 a 4 anos 
• Especial – igual ao comum + reparação do dano + circunstâncias inteiramente favoráveis = condições mais leves 
• Etário – pena de até 4 anos / período de prova de 4 a 6 anos / condenado com idade superior a 70 anos 
• Humanitário – pena de até 4 anos / período de prova de 4 a 6 anos / justificação por razões de saúde 
 
***REVOGAÇÃO – Obrigatória (art. 81 do CP) ou facultativa (art. 81, § 1º, CP) 
 
***LEI DE DROGAS – Vedação para alguns crimes (art. 44 da Lei n. 11.343). Constitucionalidade duvidosa. 
 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL – ART. 81, CP 
 
Colocação do condenado em liberdade após cumprimento de parcela da pena privativa de liberdade. Requisitos: 
a) Pena privativa de liberdade, fixada em sentença transitada em julgado, igual ou superior a 2 anos. Penas relativas a vários crimes podem ser unificadas para a 
finalidade do livramento condicional (art. 84 do CP). 
b) Cumprimento de parcela da pena – 1/3 da pena (condenado não reincidente em crime doloso e com bons antecedentes - inciso I do Art. 83); 1/2 da pena 
(reincidente em crime doloso - inciso II); 2/3 da pena (crime hediondo ou equiparado, , salvo se reincidente específico em crimes desta natureza - inciso V). 
 
***OBS: Súmula n. 715 do STF: “A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é 
considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução”. 
***OBS 2: Súmula n. 441 do STJ: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional”.
 
 
 
 
*** DETRAÇÃO PENAL – Art. 42 do Código Penal 
 
Detração é o instituto jurídico mediante o qual computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no 
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no art. 41 do Código Penal. 
 
 
***REMIÇÃO DE PENA PELO TRABALHO E PELO ESTUDO - Art. 39 do Código Penal 
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho, parte do tempo de execução da pena. 
 
Não há falar em remição de pena pelo trabalho estando o condenado no regime aberto ou em livramento condicional, visto que nestes casos o trabalho é condição de 
ingresso e permanência, respectivamente, conforme decorre dos arts. 114, I, e 132, parágrafo 1º, alínea “a”, ambos da LEP. 
 
PARA CADA TRÊS DIAS DE TRABALHO REGULAR, nos moldes do artigo 33 da LEP, UM DIA DE ABATIMENTO DA PENA A CUMPRIR (artigo 126, parágrafo1º, inciso II, da 
LEP). 
 
O artigo 126, caput, e parágrafo 1º, inciso I, da LEP, assegura o DIREITO À REMIÇÃO PELO ESTUDO, na proporção de um dia de pena a cada 12 horas de frequência 
escolar – atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional – divididas, no mínimo, em três dias. 
 
 
***SUBSTITUIÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE POR PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
 
Penas restritivas de direitos são sanções aplicadas em substituição às penas privativas de liberdade nos casos de infrações penais de menor gravidade, evitando-se, assim, 
os males do encarceramento do agente. 
 
De acordo com art. 44, I do CP será possível a substituição quando “aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo” . 
 
A inexistência de reincidência em crime doloso é o segundo requisito exigido pelo inciso II do art. 44 do Código Penal. Isso quer dizer que, se qualquer uma das infrações 
penais
 
que
 
estão
 
sendo
 
colocadas
 
em
 
confronto,
 
a
 
fim
 
de
 
aferir
 
a
 
reincidência,
 
for
 
de
 
natureza
 
culposa,
 
mesmo
 
sendo
 
o
 
réu
 
considerado
 
tecnicamente
 
reincidente,
 
isso
 
não
 
impedirá
 
a
 
substituição.
 
Mesmo
 
em
 
caso
 
de
 
reincidência
 
em
 
crime
 
doloso,
 
é
 
possível,
 
de
 
acordo
 
com
 
o
 
§
 
3º
 
do
 
art.
 
44
 
do
 
CP,
 
a
 
substituição,
 
salvo,
 
nesse
 
caso,
 
se
 
a
 
reincidência
 
for
 
específica.
 
 
 
APLICAÇÃO DA PENA 
 
 
O SISTEMA TRIFÁSICO é uma garantia de cumprimento do Princípio Constitucional da Individualização da Pena. PARA QUÊ VOCÊ PRECISA DESSAS 3 ETAPAS PARA CHEGAR À PENA DE UMA PESSOA? Para 
poder individualizar a pena. Você considera hoje que isso é uma materialização do Princípio da Igualdade, aplicação direta do Princípio da Individualização da Pena. Esse sistema trifásico foi construído sobre a 
chamada TEORIA DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO DELITO. 
 
ENTÃO, O SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DE PENA É : 1º utilizar das circunstâncias judiciais (art. 59), para fixar a chamada pena-base. Depois você aplica as circunstâncias legais gerais, atenuantes e 
agravantes de pena (arts.61 e 62, 65 e 66), e por fim, você aplica as circunstâncias legais gerais de causas de aumento e diminuição de pena e as circunstâncias legais especiais de causas de aumento e 
diminuição de pena (normalmente vem em frações ou percentuais). 
 
 
 
1º Circunstâncias Judiciais – art. 59 CP - Pena-Base – crime do caput ou qualificado 
 
 
 
 Atenuantes – arts. 65 e 66 CP 2º 
Agravantes – arts. 61 e 62 CP 
 
 
 
 
 Causas de aumento 
 3° Causas de diminuição podem estar na parte geral ou especial do CP, e 
 
vem sempre na forma de frações ou percentuais
 
 
PASSO A PASSO –APLICAÇÃO DA PENA: 
 
 
O
 
PROCESSO
 
É
 
O
 
SEGUINTE:
 
Você
 
deverá
 
determinar
 
qual
 
seria
 
o
 
crime,
 
e
 
assim
 
analisar
 
se
 
corresponde
 
à
 
figura
 
do
 
caput
 
ou
 
se
 
seria
 
hipótese
 
de
 
qualificadora.
 
Entre
 
o
 
mínimo
 
e
 
o
 
máximo legal, a presunção é que a pessoa seja inocente e a aplicação de pena tem que partir que ela é uma boa pessoa. E aí você começa aplicando à partir da pena mínima. Cada ítem do 
art. 59 CP, você vai classificar em positivo, neutro e negativo. Diz o art. 59: “o juiz, atendendo a culpabilidade, ao antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, os motivos, 
as circunstâncias e consequências do crime, bem como o comportamento da vítima...”. Então essas são as circunstâncias judiciais. Positivo, volta; neutro, fica no lugar e negativo, avança. 
Se aumentar um dia além da pena mínima, tem que fundamentar. 
 
Na 2ª fase tanto como na 1ª, você não tem uma porcentagem exata de aplicação. De acordo com arts. 61 e 62 CP são CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES as que sempre agravam a pena, 
quando não constituem ou qualificam o crime, tais como: a reincidência, ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe, para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime, à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido, com emprego de 
veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum, contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, com abuso de autoridade, 
com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão, contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida, quando o ofendido 
estava sob a imediata proteção da autoridade, em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido,em estado de 
embriaguez preordenada, e ainda, no caso de concurso de pessoas, para aquele aque promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes, coage ou 
induz outrem à execução material do crime, instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal, e/ou 
executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
 
Ainda em relação à 2ª fase devemos aplicar as CIRCUNSTANCIAS ATENUANTES, arts. 65 e 66 CP, contudo, com cuidado para a pena não ficar abaixo do mínimo legal, de acordo com 
entendimento sumulado pelo STJ 231, tais como: no caso do agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença, desconhecimento da 
lei, ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral, procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as 
consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano, cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência 
de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima, confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, cometido o crime sob a influência de multidão em 
tumulto, se não o provocou, e ainda em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. 
 
Na 3ª fase devemos aplicar as CAUSAS DE AUMENTO E/OU DIMINUIÇÃO, podem estar espalhadas pela parte geral ou especial do CP, e que vem sempre em 
frações
 
ou
 
percentuais,
 
e
 
sempre em relação ao caso concreto sugerido. 
 
Ao final, deverá ser imposto o REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA, e a possibilidade ou não de aplicação de SUBSTITUIÇÃO POR PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS E
/OU
 
MULTA,
 
ou
 
caso
 
de
 
SURSIS.
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
A imposição de uma pena é o efeito principal da sentença penal condenatória. Todavia, outros efeitos, 
chamados secundários, também podem ocorrer. Estes terão natureza penal, como a possibilidade de 
reincidência, a interrupção do prazo prescricional etc., ou extrapenal. 
 
EFEITOS EXTRAPENAIS GENÉRICOS (ocorrem qualquer que seja o crime praticado e dispensam manifestação 
expressa) 
• Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (inciso I) 
• Perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos 
instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte 
ou detenção constitua fato ilícito (inciso II, a) 
• Perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, do 
produto do crime ou de qualquerbem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente 
com a prática do fato criminoso (inciso II, b) 
 
Nome da Disciplina 
 
EFEITOS EXTRAPENAIS ESPECÍFICOS (reservados a certos delitos; exigem motivação do magistrado) 
 
• Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo (inciso I) 
• Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de 
reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado (inciso II). 
• Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso (inciso III). 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
Nome da Disciplina 
São espécie do gênero sanção penal, em regra aplicáveis aos inimputáveis por doença mental, desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado (art. 26 do CP), ou, excepcionalmente, aos casos de semi-imputabilidade e de 
superveniência de doença mental. Têm unicamente a função de prevenção especial. 
 
ESPÉCIES: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento assemelhado, ou 
tratamento ambulatorial. O CP determina que o tratamento ambulatorial seja subsidiário. Assim, o tratamento 
ambulatorial somente será possível se o fato praticado for punível com pena de detenção (art. 97 do CP). 
Contudo, como as medidas de segurança tem caráter curativo, deve ser usado o tratamento que for mais 
adequado (precedentes do STJ). 
DURAÇÃO: Duração mínima de 1 a 3 anos (art. 97, § 1º, in fine, CP). Esse é o prazo da primeira perícia médica, 
para a constatar a cessação da periculosidade do agente. A partir daí, a perícia se torna anual, podendo ser 
realizada em tempo menor, se assim determinar o juiz (art. 97, § 2º, CP). Discussão quanto ao prazo máximo. 
Art. 97, § 1º: duração por tempo indeterminado. O dispositivo viola a Constituição (vedação a sanções de 
caráter perpétuo). 
 
 
DESINTERNAÇÃO, LIBERAÇÃO E EXTINÇÃO: Constatada a cessação da periculosidade do 
agente por perícia médica, será ele desinternado ou liberado. Durante o prazo de um ano, 
verificar-se-á se, de fato, ele deixou de ser perigoso. Caso pratique qualquer ato indicativo 
de periculosidade, a medida de segurança é restabelecida. Caso não haja qualquer 
comportamento indicativa do retorno dessa periculosidade, a medida de segurança é 
extinta. 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA

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