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83 8ºAula Competências pessoais e profi ssionais Finalmente chegamos à última aula e, considerando todos os conteúdos apresentados ,acreditamos que poderão ser muito úteis na atuação profissional de um(a) administrador(a) de empresas. Para iniciar a aula, peço que você faça uma reflexão sobre quais são as suas habilidades pessoais e profissionais? Vamos iniciar, conhecendo os objetivos propostos e os conteúdos que serão abordados nesta primeira aula. Boa aula! Psicologia 84 Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de: • relacionar as principais competências pessoais e profissionais, que serão discutidas nesta aula; • descrever como ocorre o processo de auto exposição e busca de feedback; • compreender a teoria da Janela Johari: apresentando as quatro facetas da personalidade apresentadas nesta aula; • estudar estratégias possíveis para desenvolver suas competências interpessoais; • comparar e contrastar as principais diferenças entre os estilos interpessoais propostos. 1 - Competências Pessoais e Grupais 2 - Modelo das Relações Interpessoais/Grupais 3 - Estilos Interpessoais Seções de estudo 1 - Competências: Pessoais e Grupais Preparamos esta aula com um enfoque voltado para o desenvolvimento das competências pessoais e especialmente, aos profissionais ligados à carreira de um(a) administrador(a) de empresas, que entre questões abaixo relacionadas, incluem: cuidados com a aparência, memória, percepção, senso de organização e orientação, bem como a ética. As competências pessoais são inerentes ao próprio indivíduo e começam a ser desenvolvidas desde a primeira infância e vai se construíndo ao longo da vida. Assim, enfatizamos que as competências pessoais são influenciadas pelas características da personalidade formada pelos traços de caráter dos indivíduos e dos processos sociais aos quais estão inseridos podedo assim concluir, que a aquisição de competências pessoais depende também da junção destes dois pilares do ser humano. Conceito Podemos dizer, que dentro de um conceito moderno de competências pessoais, Prette (2006) refere que, além das inteligências múltiplas e teoria da inteligência emocional, estarem voltadas para a área das relações interpessoais, busca-se também o desenvolvimento da competência social. Pesquisas nestes campos, apontam que as pessoas socialmente competentes tendem a apresentar relações pessoais e profi ssionais mais produtivas, satisfatórias e duradouras, além de uma melhor qualidade de vida, e saúde mental. Os défi cits em habilidades sociais, são geralmente associados às difi culdades e confl itos decorrentes nas relações humanas, comprometendo a qualidade de vida e contribuindo para o surgimento de diversos tipos de transtornos psicológicos. Então vamos conhecer como se formam as nossas impressões? Segundo Lane (2001), todo esse processo de reprodução das relações sociais está baseado em como a criança, ao falar, constroi suas representações sociais, entendidas como uma rede de relações, que ela estabelece a partir de sua situação social, entre significados e situações vivenciadas. Uma análise ampla das representações que um indivíduo tem do mundo que o rodeia, é necessário e possível se as considerarmos num discurso amplo, observando as lacunas,contradições e amplitude de seus objetivos. È necessário, compreender suas representações sociais e isto implica, em conhecer não só o que você pensa e fala, mas compreender também a situação que define o indivíduo, o que ele produz e é capaz de produzir. Desse modo, o homem age produzindo e transformando o ambiente e, para tanto, ele pensa e planeja, e, esse pensar, se dá por meio dos significados transmitidos pela linguagem aprendida. O pensar é uma atividade fundamental para o indivíduo, prevendo consequências e levando a uma decisão que se transforma em uma ação ou não-ação. Opção feita, novamente ela é pensada em termos “e se... mas... portanto...”, ou seja, a contradição entre ação/não-ação é pensada agora, como avaliação ou como justificativa para a decisão tomada. Desta forma é necessária uma reflexão sobre os esquemas das pessoas. 1.1 - Os Esquemas Pessoais e Grupais Segundo Michener (2005), os esquemas de pessoas são estruturas cognitivas que descrevem as personalidades dos outros e também nos capacitam a criar expectativas a respeito do comportamento 85 alheio. Já os esquemas do eu, consistem nas dimensões que uma pessoa utiliza para pensar a respeito de si mesma. Os esquemas de grupos são esquemas que dizem respeito aos integrantes de um grupo social ou específico. Os esquemas de papéis indicam, que atributos e comportamentos são típicos de pessoas que ocupam um papel específico em um grupo. E, por fim, os esquemas de acontecimentos, são esquemas que dizem respeito aos acontecimentos sociais. Saber Mais Os esquemas influenciam nossa capacidade de recordar e processar informações mais rapidamente; orientam nossos julgamentos a respeito dos objetos; e, também, permitem uma melhor compreensão das pessoas e fatos. Esquemas são padrões de pensamento socialmente compartilhados entre as pessoas, nos lembramos de algumas coisas que aconteceram, sendo o bastante para identificar o esquema adequado. Podemos também nos referir aos esquemas, como elementos culturais importantes na psicologia. Os grupos possuem diferentes esquemas a respeito dos mesmos tipos de pessoas ou acontecimentos e as diferenças entre os esquemas também podem afetar as relações entre dois ou mais grupos. Nesse caso, quando os esquemas diferem, ambos poderão ter dificuldades para encontrar um terreno comum. Em determinada pesquisa, por exemplo, dois grupos discutiam se deviam ou não formar uma coalizão. Um grupo geralmente tomava suas decisões por maioria dos votos, enquanto o outro tomava as decisões, após chegar a um consenso, depois de uma discussão exaustiva. Segundo Michener (2005), um tipo importante de esquema de pessoas é a teoria da personalidade implícita, que corresponde a um conjunto de premissas a respeito das quais os traços de personalidade da pessoa juntam-se a outros traços. Podemos descrever uma teoria da personalidade implícita como um mapa mental cognitivo. Um estereótipo é um conjunto fixo de características atribuídas a todos os integrantes de um grupo. 1.2 - Formação Das Impressões Para Michener (2005), as informações a respeito de outras pessoas chegam até nós, a partir de várias fontes. Podemos ouvir algo de um terceiro ou ler fatos a respeito de alguém. Também podemos interagir com uma pessoa e formar uma impressão dela, a partir de sua aparência, do seu modo de falar, da sua vestimenta ou do seu histórico. Dessa forma, podemos dizer que esse processo de organizar diversas informações em uma impressão única das outras pessoas, denomina-se de formação das impressões e é fundamental para a percepção das pessoas. As pesquisas mostram a respeito da centralidade dos traços. Utilizando as variáveis, afetuoso, frio, ilustram como as variações em um único traço podem produzir grande diferença na impressão, que os observadores formam de uma pessoa. Com isso, os pesquisadores tentam combinar as informações que recebem para criar uma impressão unificada dos outros. Eles verificam a média dessas informações, depois de atribuir mais peso a certos tipos de informações do que a outros. As impressões recebidas, geralmente têm maior impacto do que as que vêm depois, isso denomina-se de efeito de primazia. As impressões, afirma Michener (2005), tornam-se profecias autorealizadoras quando nos comportamos em relação aos outros de acordo com as suas impressões e evocamos reações correspondentes a elas. Em suma, a percepção é o processo de utilizar informações para construir o entendimento do mundo social e formar impressões das pessoas. Como já estudamos nas aulas anteriores, os processos de percepção, comunicação e linguagem,bem como as atitudes e mudanças de atitudes. Vamos agora nos ater às competências sociais, pessoais e profissionais. Curiosidade O pensar é uma atividade fundamental para o indivíduo, prevendo consequências e levando a uma decisão que se transforma em uma ação ou não-ação. Deste modo, o homem age produzindo e transformando o ambiente e, para tanto, ele pensa e planeja, e, esse pensar, se dá por meio dos significados transmitidos pela linguagem aprendida. O pensar é uma atividade fundamental para o indivíduo, por se transformar em ação. Após a opção feita, novamente ela é pensada em termos “e se... mas... portanto...”, ou seja, a contradição entre ação/não-ação é pensada agora, como avaliação ou como justificativa para a decisão tomada, e tomada de decisão nos remete ao desenvolvimento de competência social (MICHENER, 2005). Assim, a competência social refere-se à capacidade do indivíduo, de organizar seus Psicologia 86 pensamentos, sentimentos e ações, em função de seus objetivos e valores, considerando a coerência entre conhecimento, emoção e comportamento, enfatizando a autenticidade, sinceridade e honestidade. Pode se reconhecer uma pessoa socialmente competente quando ela consegue contribuir para a maximização de ganhos e minimização de perdas para si e para aquelas com quem interagem, conciliando os aspectos afetivos, intelectuais e profissionais. Esta pessoa exibe comportamentos como, a capacidade de ouvir e interagir de forma empática com seus clientes, funcionários e amigos. Utilizaremos as imagens das Janelas esquematizadas por meio da teoria da Janela de Johari, idealizadas pelos psicólogos Joseph Luft e Harry Inghan, que desde 1961, pois trata-se de uma técnica que pode ser utilizada para a obtenção do aperfeiçoamento das relações interpessoais e grupais, como para o desenvolvimento do marketing pessoal. 2 - Modelo das Relações Interpessoais/Grupais Vamos iniciar apresentando a Janela Johari, um entre vários instrumentos por meio da qual, é possível estudar os relacionamentos interpessoais. <http://www.geranegocio.com.br/html/geral/gt13.html.>Acesso em 23 de out. de 2010 O desenho representa uma janela, com quatro quadrantes, que simbolizam as percepções que um indivíduo tem em relação a si mesmo e aos outros, bem como a percepção dos outros em relação ao indivíduo. A janela de Johari, visa promover competências pessoais e profissionais. Em suas relações interpessoais, o indivíduo apresenta quatro facetas diferentes, como se vê na figura acima: O “eu aberto”, o “eu oculto ou fechado”, o”eu cego” e o “eu desconhecido” 2.1 Área “ Eu Aberto” A área do “ EU ABERTO “: representa os aspectos da personalidade que o indivíduo tem conhecimento e aceita compartilhar com os outros. É a área caracterizada pela troca livre de informações entre o Eu e os outros. Segundo pesquisas, a produtividade e a eficácia estão relacionadas à quantidade de informações recebidas e transmitidas mutuamente num relacionamento. O “eu aberto” é a porção da personalidade conhecida pela própria pessoa, e que ela permite que outros também conheçam. 2.2 Área “Eu Fechado” A área do “EU FECHADO”: representa os aspectos que a pessoa conhece, mas consciente e deliberadamente esconde dos outros por motivos diversos, tais como: insegurança, status, medo da reação, medo do ridículo etc. Essa região constitui a chamada fachada em que o indivíduo se comporta de maneira defensiva. A defesa é inerente a toda pessoa. Mas a questão é saber qual a quantidade de defesa tolerável que não iniba o inter-relacionamento nem impeça seu crescimento. O “eu oculto ou fechado”, é a porção da personalidade conhecida pela própria pessoa, mas que ela esconde dos outros. 2.3 Área “Eu Cego” Esta área, é uma porção de nossa personalidade, como as áreas anteriores apresentadas, nos traz também algumas informações sobre nossa maneira e pensar e agir. Área do “EU CEGO”: refere-se àquilo que inconscientemente comunicamos aos outros por meio de nossas atitudes, gestos mas que desconhecemos. O corpo fala, as pessoas falam não apenas pelas palavras, mas pelas expressões faciais e corporais. Suas atitudes e comportamentos são transmitidos, sem que o próprio indivíduo perceba. O “Eu 87 Cego”, é a parte da personalidade desconhecida pela própria pessoa, mas conhecida pelos outros. 2.4 Área “Eu Desconhecido” Finalmente a área do “EU DESCONHECIDO”. Nelas estão incluídas as potencialidades, talentos e habilidades ignoradas, os impulsos e sentimentos mais profundos e reprimidos, a criatividade bloqueada. Como exemplo da área desconhecida, pesquisadores em Criatividade afirmam que, em geral, utilizamos apenas cerca de 15 ou 20 por cento de nosso potencial criativo. O “eu desconhecido”, é a parte da nossa personalidade desconhecida por nós e pelos outros. Neste primeiro momento você pode conhecer como é composta nossa janela de relacionamentos, utilizando-se da metodologia da Janela Johari. Até aqui tudo bem? Mas ainda iremos refletir sobre nossa maneira de se relacionar com o outro. Para isso precisamos conhecer as técnicas utilizadas para estabelecermos nossa comunicação. Você Sabia? Combinando os quatro quadrantes, é possível estabelecer quatro estilos diferentes de relacionamentos. A janela é bem dinâmica, quando há mudança em um dos quadrantes, os outros quadrantes também são afetados. Todos nós temos estas quatro porções de personalidades, porém, um dos quadrantes sempre predomina sobre os demais. Segundo Minicucci (2001), para que os relacionamentos aconteçam de maneira satisfatória, é necessário que o indivíduo faça a utilização da auto- exposição e utilização do feedback. Feedback é um termo inglês: feed - alimentar, e back -voltar, que significa realimentação, dentro de relações humanas, verifica-se por meio do feedback qual a visão que o outro têm de seu desempenho , e assim você poderá fazer uma autoavaliação ; repensar suas atuações, e melhorar seu desempenho. Retomando as observações acima , cabe aqui uma explicação sobre as duas ferramentas que lhes ajudarão a melhorar a comunicação interpessoal e estabelecer amizades mais sinceras. A primeira é a Autoexposição: consiste em dar feedback aos outros, (passar suas percepções, revelar seus pensamentos, suas ideias ; sentimentos; intenções ; seus desejos; suas necessidades ,e expectativas). E a segunda: Busca de feedback: solicitar e receber reações dos outros em termos verbais e não verbais a nosso respeito, para conhecer como o nosso comportamento está afetando os outros, isto é, ver-se com os olhos dos outros. Por exemplo, o “eu cego”, dentro de um processo dinâmico, pode diminuir cada vez mais com a boa vontade do indivíduo em buscar feedback e do grupo em passar as informações. Num processo de crescimento e ou competência interpessoal: Feedback, é um processo de ajuda para mudança do comportamento. Feedback efetuado de maneira responsável com sinceridade, pode ajudar o outro a melhorar enquanto pessoa e profissional , entretanto, precisa ser consciente e dado de maneira bem clara e explicativa, ser dirigido, para comportamentos, tomando-se o cuidado para que o receptor possa entender e sentir a necessidade de modificar o comportamento considerado indesejado, caso contrário, aumenta a frustração e tende a confundir o indivíduo que o recebeu. É interessante que o feedback seja solicitado ao invés de imposto; oportuno, esclarecido para assegurar comunicação precisa. A diminuição do campo “eu cego” só é possível com a queda das defesas rígidas e com o estabelecimento da confiança grupal. O indivíduo poderá receber as percepções do grupo a seu respeito, bem como transmitir suas informações. Assim, o objetivo de uma dinâmica de grupo é o de aumentar a auto exposição e facilitar a busca do feedback, de forma a favorecer o “eu aberto” dos indivíduos e diminuir o “eu fechado e o “eu cego”. Conseqüentemente,descobrir e explorar mais o “eu desconhecido” de cada um, permitindo que a comunicação aconteça de forma mais efetiva. 3 - Estilos Interpessoais 3.1 Estilo A É o estilo bastante impessoal de relacionamento, com o mínimo de auto exposição e o mínimo de busca de feedback. A área do “eu aberto” é muito pequena e o “eu desconhecido” é a área dominante. As pessoas que usam esse estilo são retraídas, distantes e fechadas. Esse tipo de pessoa é mais encontrada em organizações burocráticas. Psicologia 88 Pelo seu aspecto de relacionamento muito frio e impessoal, as pessoas que adotam esse estilo provocam muita hostilidade, pois põem barreiras às necessidades de comunicação dos outros. Busca de Feedback Au to E xp os iç ão Eu Desconhecido Observa-se que o indivíduo buscou pouco feedback do outro e se expôs pouco. 3.2 Estilo B Como no primeiro caso, é um estilo também avesso à exposição, sendo o “eu fechado” a área dominante por causa de uma desconfiança básica nos outros. A fachada é grande e nada de pessoal é comunicado. Ao contrário do tipo A, esse tipo utiliza excessivamente o feedback no desejo de estabelecer relacionamento. Sua falta de confiança provoca a desconfiança dos outros membros, gerando também sentimentos de desprezo e de hostilidade. Esse estilo é adotado pelas pessoas inibidas que bloqueiam a sua comunicação pessoal, particularmente quando estão em grupo. Preferem falar pouco e ouvir muito. Estão muito atentas ao que se passa, mas ninguém sabe o que elas pensam. Busca de Feedback Au to E xp os iç ão EU FECHADO Observa-se que o indivíduo buscou bastante feedback do outro e se expôs pouco 3.3 Estilo C Ao contrário do tipo B, esse estilo baseia-se no uso excessivo da exposição, em detrimento do feedback. O “eu cego” é a área dominante, por isso a pessoa não se dá conta do impacto negativo que transmite aos outros. Ela reflete muita necessidade de afirmação e pouca confiança na opinião alheia. As próprias opiniões são muito valorizadas. Este é o estilo característico dos autocratas. As outras pessoas sentem-se desconsideradas pelo indivíduo que apresenta esse estilo. Acham que ele não dá atenção às suas contribuições e não se preocupa com seus sentimentos. Por isso alimentam frequentemente em relação a ele sentimentos de hostilidade, insegurança e ressentimentos. Em contrapartida, aprendem a se comportar de forma a perpetuar o “eu cego” do indivíduo, privando-o de informações importantes ou fornecendo-lhe apenas um feedback seletivo. Busca de Feedback Au to E xp os iç ão EU CEGO Observa-se que o indivíduo buscou pouco feedback do outro e se expôs bastante 3.4 Estilo D Neste estilo, que é o ideal, os processos de exposição e de feedback são bastante usados e de maneira equilibrada. Procede-se com sinceridade e honestidade e ao mesmo tempo, com sensibilidade em relação aos outros. O “eu aberto” é a região dominante no relacionamento. Graças à sua atuação, a área do “eu desconhecido”, e dos outros, pode ser progressivamente descoberta e aproveitada. De início, esse estilo pode provocar certa atitude defensiva dos outros, por não estarem acostumados 89 a relacionamentos baseados em sinceridade e confiança. Mas a perseverança tende a promover uma norma de sinceridade recíproca com o passar do tempo, possibilitando a obtenção de confiança e o aproveitamento do potencial criativo. Busca de Feedback Au to E xp os iç ão EU ABERTO Observa-se que o indivíduo buscou bastante feedback do outro e se expôs bastante. Veja que estão equilibradas as proporções. Abaixo segue algumas sugestões, de como fornecer feedbacks ao outro, sabe-se que não é tão fácil, expressarmos nossas opiniões, elogios ou críticas, bem como , também não é fácil aceitá-las,mas com exercícios presenciais isso se torna possível. Fritzem (2002) nos apresenta seus ensinamentos. Fatores que contribuem para a eficácia e qualidade dos feedbacks 1 - Usar o feedback de maneira construtiva: a intenção é contribuir para melhorar e desenvolver o outro e não usar o feedback como pretexto para atacar, diminuir ou derrubar. 2 - Usar a sinceridade, para expressar realmente o que se pensa e sente. 3 - Ser sensível ao dizer a verdade, mas com amenidade de trato, de forma a não estimular e provocar atitudes defensivas. 4 - Confiança, tentar ganhar a confiança da outra parte, de modo que ela se desarme e se predisponha a ouvir. O melhor é dar exemplo, sabendo ouvir e expor-se. 5 - Dar feedback reconhecendo os pontos fortes/positivos é fundamental do ponto de vista psicológico. É o reconhecimento do que a pessoa tem de bom que dá a ela, a força e a segurança para ouvir sobre o que tem a melhorar. 6 - Falar de forma clara, evitando obscuridades. Dar exemplos, ajudando a parte interessada a compreender melhor. 7 - Saber sintetizar as falas, evitando detalhes sem importância ou excesso de feedback de uma só vez. 8 - Evitar julgamentos radicais e generalizados. Ao invés de afirmar: “você é isto”, dizer “Está se comportamento de tal forma”. 9 - Sempre que necessário, tomar a iniciativa para receber ou dar feedback. Não esperar que os outros venham primeiro. Demonstrar que ele será sempre bem recebido. 10 - Repetir o feedback tantas vezes quanto for necessário. Apesar da boa intenção, as recaídas fazem parte do ser humano. A prática do feedback deve ser constante. 11- Não adianta só ouvir, entender e aceitar. É preciso agir com determinação estabelecendo um plano de ação, começando por atacar o que for mais importante e prioritário: o que, como e quando. Buscar ajuda quando necessário. Resumindo Assim, por meio da Janela Johari, podemos desenvolver nossas competências pessoais e profissionais por meio de exercícios e vivências, já que se torna exigência para o bom relacionamento humano, uma comunicação eficaz, assim como perceber e lidar com as próprias emoções (competência intrapessoal). Já falamos anteriormente sobre inteligência emocional, autoanálise, manter a automotivação para lidar com desafios, frustrações e processo de mudança, bem como, perceber e lidar com as emoções dos outros. È importante destacar também a importância de aprender a interagir com as expectativas efetivas dos outros, estabelecendo negociações ganha-ganha (o outro não precisa perder para eu ganhar, ambos poderão estar certos com ponto de vista diferente). A liderança e o trabalho em equipe são situações que podem ajudar a desenvolver a inteligência social. Segundo Pierre Weil (2002), todos os grupos sociais passam por problemas de relações humanas, desenvolvemos competências duráveis e renováveis em cenários de instabilidade? Análise Transacional e Trabalhabilidade na visão de Rosa R. Krausz As inovações contemplam o cenário contemporâneo, com suas profundas e vertiginosas Psicologia 90 mudanças, constitui um momento da história da humanidade há um tempo fascinante e desafiador, invadem nossas vidas, questionam os nossos valores, testam nossa autoestima, desafiam nossa capacidade de conviver com a ambiguidade, a instabilidade e a imprevisibilidade dos acontecimentos. Os modismos, cada vez mais efêmeros, não se aplicam apenas às coisas materiais, mas também ao imaterial como ideologias, crenças, comportamentos, filosofia de vida, atividades profissionais que surgem e desaparecem para dar espaço a outras. Esta ciranda contínua de modismos globais acaba desembocando na perplexidade ou então num questionamento crucial quando se focaliza a atividade profissional. O que fazer para manter minha capacitação para o trabalho? Continuo competente na minha atividade profissional? Por quanto tempo? O que será necessário fazer para cultivar esta competência e garantir minha trabalhabilidade em momentos onde as ofertas de emprego são oscilantes e mutantes e as empresas não mais garantem estabilidade e segurança? Trabalhabilidade: é um conceito por nós criadopara descrever uma nova condição do trabalhador diante do mercado de trabalho, na qual cabe a cada indivíduo assumir a responsabilidade de gerenciar o desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas competências duráveis e a atualizar de forma constante suas competências transitórias ou renováveis, competências estas, que possuem um valor de mercado e poderão ser utilizadas tanto na relação empregatícia, como em outras formas de atividade remunerada. Pessoas que investem em suas competências duráveis, e por isso mesmo têm mais condições de atualizar constantemente suas competências transitórias ou renováveis, possuem um leque mais amplo de opções, elevando assim sua probabilidade de sucesso. Estou me referindo aqui, ao modelo teórico da personalidade integrada, segundo o qual o estado de ego, atua com base nos dados da realidade interna e externa, o que permite às pessoas tomarem suas decisões de forma consciente, responsável e gratificante. Entendemos por competências duráveis um conjunto de capacidades, conhecimentos, aptidões e experiências que proporcionam às pessoas suficiente estabilidade e equilíbrio interno para lidar com a instabilidade e a imprevisibilidade externa. As competências duráveis se manifestam através de comportamentos, visão de mundo, posicionamentos, decisões e trajetórias de vida que refletem a coerência entre valores declarados e valores praticados, entre palavras e ações, fruto de um processo de integração e equilíbrio entre os aspectos afetivos, comportamentais e cognitivos. Destacamos sete competências duráveis, todas elas intimamente conectadas entre si: 1. Auto-conhecimento: Conhecer a si mesmo é um projeto de vida. Implica reflexão, introspecção e empenho para definir claramente nossa trajetória de vida. Incluem, ainda, o desafio de estar comprometido com os objetivos e metas pessoais, a distinção clara entre o que realmente desejo e o que aprendi, o que devo, ou não devo desejar. 2. Competência Interpessoal: Competência interpessoal, ou seja, capacidade de interagir de forma construtiva com as pessoas, tal como o autoconhecimento, é um exercício constante de expansão da autoconsciência e da consciência do outro. É aprimoramento permanente de nossa capacidade de transmitir de forma eficaz e adequada nossas ideias, sentimentos, opiniões. É sensibilidade apurada, capacidade de observar a reação de nossos interlocutores e utilizá-la como feedback, para verificar se a mensagem foi fielmente transmitida e captada. Competência interpessoal é saber lidar com conflitos, com convites para jogos psicológicos, em resumo, gerir o relacionamento com seres que pensam, agem e reagem diferentemente de nós, possuem necessidades e expectativas diversas no que diz respeito aos resultados da interação. 3. Sensibilidade e Intuição: Sensibilidade são recursos importantes que dispomos para captar o que acontece a nossa volta, mas que tendem a ser subutilizados, seja por terem sido tradicionalmente desencorajados pelos processos educacionais a que fomos submetidos. No mundo contemporâneo, caracterizado por uma economia de serviços e pela presença cada vez mais marcante da mulher nos diferentes campos de trabalho, alarga-se o espaço e a credibilidade para os aspectos soft, (intuição, sensações e sentimentos) os chamados intangíveis ou virtuais, em contraposição aos aspectos hard (instalações, equipamentos, matéria prima etc.), os chamados tangíveis ou materiais. O paradoxo é que essas competências duráveis, sensibilidade e intuição, embora representem um elevado valor econômico no mercado e uma vantagem estratégica sem concorrência, tem sido subutilizadas e muitas vezes desconsideradas no mundo dos negócios. Alguns setores empresariais, entretanto, em particular os que têm experiência com “matérias- primas” intangíveis como ideias, percepções, palpites, sensações, como é o caso de ramos como publicidade, marketing, software, 91 Retomando a aula Espera-se que ao fi m desta aula tenha fi cado mais claro o entendimento de vocês sobre as competências pessoais e profi ssionais. Vamos, então, retomar: telecomunicações, vendas etc., estão aprendendo rapidamente a valorizar estas competências. 4. Conectividade: Conectividade está intimamente ligada com competência interpessoal, autenticidade, empatia, credibilidade, entusiasmo, amplitude de interesses, sensibilidade, e refere-se a capacidade de criar redes de relacionamento (outro intangível), engajar pessoas em objetivos comuns, estabelecer vínculos duradouros e autênticos com uma ampla gama de pessoas, estabelecer parcerias, alianças e fazer contatos diversificados. A conectividade, o aglutinar pessoas, a capacidade de manter elos diversificados, constituem uma via de relacionamento e interação que transpõe barreiras entre níveis hierárquicos, áreas, setores, grupos profissionais e empresas, facilitando a integração de esforços, acesso às informações, além de estimular a cooperação, o sentimento de pertencer e ser aceito. Trata-se de uma forma de atuar que facilita a criação de parcerias e a emergência de lideranças informais e espontâneas. 5. Versatilidade/Adaptabilidade: nos últimos cinquenta anos a ciência e a tecnologia avançaram mais do que em todos os séculos de história registrada da humanidade. Embora a versatilidade e ou adaptabilidade tenham sido importantes mesmo em períodos de mudanças mais lentas e menos dramáticas, no mundo contemporâneo são imperiosas em virtude do intenso e constante ritmo da transformação. A capacidade de ajustamento rápido a novos cenários e demandas mutantes do mercado, tornou-se um fator crucial para a sobrevivência das empresas. 6. Capacidade de Negociação e de Administrar Conflitos: negociar, mais do que uma arte, é uma filosofia de vida baseada na cooperação, no respeito aos nossos direitos e aos direitos dos outros. Trata-se de um processo social/interpessoal que nos dá oportunidade de exercitar/testar nosso autoconhecimento, competência interpessoal, sensibilidade/empatia, conectividade, versatilidade/ adaptabilidade e capacidade de estabelecer acordos/ contratos claros, exequíveis e que contemplem igualmente todas as partes envolvidas. Acredita-se então que, negociar é administrar as diferenças de interesses, encontrar semelhanças e aspectos convergentes em situações aparentemente divergentes. Negociar é ouvir e fazer-se ouvir, é saber reformular posicionamentos, analisar um acontecimento, uma situação ou um impasse através de diferentes prismas, definir objetivos a serem alcançados. Negociar é, em resumo, um meio para atingir um fim, isto é, equacionar uma relação de interdependência na qual as partes envolvidas necessitam uma da outra para atingir seus objetivos. Por isso, pressupõe uma combinação eficaz de empatia, criatividade, definição clara de metas e objetivos a serem alcançados, flexibilidade e competência interpessoal. 7. Abertura e disposição para aprender e reconstruir experiências: ser um eterno aprendiz é deixar-se surpreender pelo novo, pelas descobertas e constatações, é reconhecer que sempre é possível aprender mais. Trata-se de uma postura de humildade através da qual reconhecemos nossas limitações a respeito do saber, no seu sentido mais amplo, e permanecemos abertos ao crescimento e desenvolvimento de nossas potencialidades. No mundo do trabalho atual, no qual profissões surgem e desaparecem em poucas décadas, processos de produção de bens e serviços mudam radicalmente, a natureza do trabalho transforma o indivíduo de mera mão de obra em criador de ideias, solucionador de problemas e responsável pela obtenção de resultados, a capacidade de aprendizagem é vital. No entanto, a grande maioria dos seres humanos subutiliza esta capacidade, por não acreditar que seja capaz de fazê- lo, por acomodação, por temor de enfrentar desafios, por render-se a hábitos arraigados, por desqualificar seu potencial. Investirna nossa trabalhabilidade, seja qual for a nossa atividade, significa continuar aprendendo sempre, tornar-se mais apto a processar as alterações, navegar tranquilamente pelas gigantescas ondas da transformação, rumo aos nossos reais objetivos, mantendo a capacidade de apreciar a riqueza de cada etapa desta jornada fascinante que é a nossa existência. 1 - Competências Pessoais e Grupais Identificar as principais competências pessoais e grupais necessárias para o desenvolvimento e crescimento pessoal. Refletir sobre a formação das impressões a cerca das atitudes do outro. Psicologia 92 2 - Modelo das Relações Interpessoais/ Grupais Compreender por meio da teoria da Janela Johari como se dão os relacionamentos interpessoais. Precisamos conhecer as técnicas de auto exposição e busca de feedback , que muito contribuem para as comunicações e interações sociais. 3 - Estilos Interpessoais É possível por meio do estudo da janela johari, conhecer alguns estilos pessoais, e principalmente os fatores que contribuem para a eficácia e qualidade dos feedbacks. São apresentadas nesta seção a análise transacional e trabalhabilidade na visão de Rosa R. krausz. Precisamos identificar as competências duráveis e como essas competências estão intimamente conectadas entre si. JAQUES, Maria da Graça, STREY, M. N. Psicologia contemporânea: livro texto. São Paulo: Vozes. 2001 MICHENER, H. ANDREW; DELAMATER, JOHN D.; MYERS, DANIEL J. Psicologia Social. Editora Thómson, 2005. MINICUCCI, A. Relações Humanas: psicologia das relações interpessoais. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal. 8 ed. Rio de Janeiro : José Olympio. 1998. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal. 54 ed Rio de Janeiro: vozes, 2002. Vale a pena Vale a pena ler Guia de Psicologia na Internet http://www.sobresites.com/psicologia/portais.htm Competencias-sociais-pessoais h t t p : / / p t . s h v o o n g . c o m / s o c i a l - sciences/1761567-competencias-sociais-pessoais/ Vale a pena acessar Gênio indomável. Vale a pena assistir
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