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ARTIGO - GLICIA

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	CENTRO INTEGRADO DE TECNOLOGIA E PESQUISA
FACULDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES
	
GLÍCIA NIENIA CAVALCANTE HIGINO
REFLEXÕES E DILEMAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DE ATENÇÃO AO MENOR: DO BRASIL COLÔNIA À APLICAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA PARAÍBA.
 
JOÃO PESSOA - PB
2019
GLÍCIA NIENIA CAVALCANTE HIGINO
REFLEXÕES E DILEMAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DE ATENÇÃO AO MENOR: DO BRASIL COLÔNIA À APLICAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA PARAÍBA.
 
Artigo apresentado ao Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa e à Faculdade Nossa Senhora de Lourdes, como um dos requisitos para obtenção do título de Especialista em ----------, sob a orientação do Professor(a).......
 Aprovado em:___/___/___
_____________________________________
Orientador(a): Carlos Orúdio Lopes de Mendonça Netto
JOÃO PESSOA - PB
2019
SUMÁRIO
RESUMO	4
ABSTRACT	4
INTRODUÇÃO	5
1.	DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.	5
2.	O PRIMEIRO CÓDIGO DE MENORES.	7
3.	A MUDANÇA DA LEGISLAÇÃO DEVIDO O CASO DO MENINO BERNARDINO.	10
4.	ECA LEI 8.069/90, UMA VISÃO DE SOCIOEDUCATIVA.	11
5.	ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO NA PARAÍBA.	12
CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
REFERÊNCIAS	15
REFLEXÕES E DILEMAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DE ATENÇÃO AO MENOR: DO BRASIL COLÔNIA À APLICAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA PARAÍBA.
Glícia Nienia Cavalcante Higino[footnoteRef:1] [1: Bacharel em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba; Pós- graduada em Psicologia pela Faculdade Intregrada de Patos.] 
Orientador (a): Carlos Orúdio Lopes de Mendonça Netto
RESUMO
A atual pesquisa tem por finalidade assimilar as mudanças das Legislações voltadas ao Atendimento e Assistência à Criança e ao Adolescente em concordância com a as medidas socioeducativas segundo o que rege a Lei 8.069/90, intitulada como o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), na ressocialização do menor infrator", considerando se há exequibilidade das políticas que são direcionadas à crianças e adolescentes infratores, bem como aplicação ou não do que dispõe o CONANDA, nas unidades de atendimento sócio educacional no Estado da Paraíba. Foi realizada pesquisa por meio de revisões bibliográficas, sendo analisados livros sobre tema, diversos códigos e sites com assuntos relacionados a atual pesquisa. A princípio houve a necessidade de uma abordagem histórica a respeito da inimputabilidade penal no Brasil com o advento do Estatuto.
Palavras-chave: Estatuto da Criança e do Adolescente; medidas socioeducativas; Assistência à Criança e ao Adolescente.
ABSTRACT 
The current research aims to assimilate the changes in the Legislation aimed at Care and Assistance to Children and Adolescents in accordance with the socio-educational measures according to Law 8.069 / 90, entitled as the Statute of Children and Adolescents (ECA), resocialization of the minor offender ", considering whether there is feasibility of policies that are directed to children and adolescent offenders, as well as the application or not of what is provided by CONANDA, in the socio-educational care units in the State of Paraíba. bibliographic reviews, books on the subject, various codes and websites with topics related to the current research were analyzed, and at first there was a need for a historical approach to criminal enforceability in Brazil with the advent of the Statute.
Keywords: Child and Adolescent Statute; educational measures; Child and Adolescent Assistance.
INTRODUÇÃO 
O presente artigo apresenta algumas considerações, resultado do estudo em cima das políticas de atendimento aos menores no Brasil, tendo como base uma pesquisa histórica e documental, para uma análise mais detalhada da percepção da modernização sociológica das Leis de atenção aos menores. Portanto, é uma pesquisa com base de análise retrospectiva, visando identificar a estrutura da política social para crianças e adolescentes, passando a compreender o cenário do assistencialismo na conjuntura recente.
Com a nova Constituição de 1988 e a redemocratização do Brasil, possibilitou a promoção de uma consciência de uma política de estado de bem-estar social, determinando novos parâmetros da interferência do Poder Público. No campo do assistencialismo, com um uma compreensão mais humanizada, aumentando a atenção e a priorização de políticas destinadas aos jovens, devido a preocupação de ter uma justiça social mais efetiva.
No Brasil, a comutação aconteceu com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Devido essa mudança, os menores de idade conquistam uma visibilidade maior, lhes assegurando mais direitos, tendo o Brasil seguido orientações das Nações Unidas, implementado uma política social especializada, assegurando a proteção integral, aliado à um atendimento diferenciado ao sistema de atendimento público. A restruturação social, fez implementar o conceito de proteção integral, acompanhando a tendência internacional, seguindo essa visão principalmente na área voltada as pautas direcionadas ao campo da infância e da adolescência.
Assim, o artigo a seguir tem como proposta o estudo da evolução das ações de políticas da proteção social à juventude no país, e verificar as políticas de Governo aplicadas na Paraíba voltadas para o presente tema. 
1. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.
As leis do Brasil no período colonial, não tinham a finalidade de um atendimento à proteção dos interesses das crianças e adolescentes daquela época, eram aplicadas conforme as ordens do reino português. Eram denominadas de ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, sendo a última mais voltada para área penal, e essa, era a mesma direcionada para os menores, não existindo nenhum elemento específico com relação ao atendimento da criança, sendo os mesmos tratados como se adultos fossem. 
Conforme Pinto (p. 43, 1997), passamos a entender que a infância, é uma realidade que se constitui, começando a ter mais notoriedade a partir dos séculos XVI e XVII, porém, só se adquira de fato a expressão social, nos últimos 150 anos, não apenas na expressão e nos princípios, mas também na sua implementação no plano do assistencialismo social de forma mais ampla.
Com a decretação da Lei do dia 16 de dezembro de 1830, Código Criminal, como era chamada a Lei Penal naquela época, seguindo a Constituição Imperial de 1824, aboliu-se a aplicação de penas cruéis e passou para compreensão que os não poderiam ser imputados pelos atos cometidos, a crianças que não tivessem 14 anos completos, porém, no seu artigo 13 não livra em sua plenitude conforme podemos verificar:
Art. 13. Se se provar que os menores de quatorze anos, que tiverem cometido crimes, obraram com discernimento, deverão ser recolhidos às casas de correção, pelo tempo que ao Juiz parecer, com tanto que o recolhimento não exceda a idade de dezessete anos (BRASIL, 1830)
A aplicação dessas medidas era chamada de penas de cumplicidade, em que os menores, que tivessem menos de 14 anos, recebiam uma punição equivalente a 2/3 da pena do adulto e aos jovens de 17 a 21 anos recebiam penas atenuadas por atos delitivos.
As penas de cumplicidade, funcionavam como um critério de responsabilização ao menor de 14 anos que cometesse atos ilícitos, onde era conhecida como teoria do discernimento, através uma avaliação psicológica nas crianças dos 9 aos 14 anos verificavam se teria o discernimento, tendo o grau de responsabilização e decisão de qual a medida seria adotada, proporcional a esse discernimento.
Conforme Marcilio (1997), com o fim da escravidão, uma quantidade significativa de crianças que começam a habitar centros urbanos, havendo na mesma época o aumento da violência urbana nesse período, a pobreza aumentava. Havia até então uma proteção à criança abandonada através das Santas Casas de Misericórdia, ideia que os portugueses trouxeram para o Brasil Colonial, existindo nessa Instituição um mecanismo rotatório conhecido como roda dos expostos, é considerada instituições de assistência e proteção a crianças abandonadas, que mais passou tempo funcionando, era vinculada à Igreja, o objetivo era recolheras crianças anonimamente, sem identificar quem as deixou. 
Conforme Lorenzi (2007), era proibido acesso ainda aos que estavam acometidos com doenças contagiosas, e aos que não se prevenissem imunologicamente, crianças originadas de classes que não usufruía de um integral acesso ao sistema de saúde sofriam com essas condicionantes. Essa informação mostra que que a deficiência de uma política social de acessibilidade a uma assistência de saúde, geraria a exclusão de várias crianças de terem o acesso à educação, causando uma dupla restrição aos direitos sociais
2. O PRIMEIRO CÓDIGO DE MENORES.
Devido à pressão, o Estado foi pressionado a criar um código para regular o que não existia, em se tratando da atenção à crianças e adolescentes. E em 1927, o então presidente do Brasil Washington Luís, elegeu o dia da Criança para aprovar o primeiro Código de Menores mediante o Decreto nº 17.943, também denominado como Código Melo Matos, devido ao juiz José Candido Albuquerque Mello de Matos, responsável pelo projeto de lei, ser um grande atuante do “direito do menor”, tendo ele sido considerado como o primeiro atuar na função em toda América Latina, função criada Decreto nº 16.272, datado de 20 de Dezembro do ano de 1923.
O Decreto não trazia em seu teor uma garantia de direitos beneficiando assim os menores, mas tinha a finalidade de doutrinar qual era o tratamento aplicado a menores em situações de práticas de atos estabelecidos como crimes. Em seu Art. 1º esclarece, fica claro que o Decreto visava doutrinar comportamento social da criança e do adolescente, diferenciando-o do maior de 18 anos, onde as autoridades públicas teriam total poder sobre as ações das mesmas.
O Código do Menor traz ainda a regulamentação da adoção, da autoridade do Estado em relação a fiscalização da criação do menor, bem como a questão de regulamentação de trabalho dos mesmos.
Conforme Rodrigues (2018) o Código de 1927, constava que caberia ao Juiz de Menores, decidir o destino dos menores, e a família, não importando a situação econômica, tinha por obrigação atender às necessidades básicas das crianças e dos jovens consoante com o modelo programado pelo estado, tendo as medidas assistenciais sido elaboradas, com a finalidade de reduzir o número de menores de rua. 
A escola de reforma, conforme Decreto nº 16.272 de 20 de dezembro de 1923, em seu Art. 74, serviria como uma escola de modificada para menores envolvidos com crimes e contravenções, sendo dividida em duas secções, uma de preservação e outra de reforma, a primeira servia para os menores abandonados e a segunda sendo utilizada para correção de menores criminosos e contraventores.
A secção de reforma destinava-se a receber, os jovens do sexo masculino, acima de 14 anos e 18 anos incompletos, que fossem julgados pelo juiz de menores e por este mandado internar. Esses menores eram regenerados pelo trabalho, educação e instrução
Apesar de todas as falhas e críticas direcionadas ao código, é importantíssimo, reconhecer que houve uma considerável evolução para época, pois daí se passou a ter uma Legislação própria específica para a infância, regulamentando a questão do trabalho infantil como forma de medida corretiva. Era uma prática corrente utilizarem da mão de obra barata das crianças, para aumentarem seus lucros. Foi estabelecido ainda a evolução de obrigar que os menores delinquentes cumprissem suas medidas separados dos condenados adultos.
O Código do menor estabeleceu que a maior idade era a partir dos dezoito anos completos mudando assim a questão do tratamento penal em relação aos menores que cometessem atos tidos como crimes. 
 Conforme FARIA e DA SILVA CASTRO (p. 59, 2011), o código de criminal de 1830 que visivelmente foi inspirado no Código Penal Francês de 1810, onde já estabelecia a idade de quatorze anos completos como maioridade penal, adotando o método de discernimento, menores com idade inferior, podendo ser considerados penalmente responsabilizados se fizessem com discernimento. Código de 1830, permitia que menores entre oito e quinze anos de idade, pudessem ser submetidos à prisão perpétua.
3. A MUDANÇA DA LEGISLAÇÃO DEVIDO O CASO DO MENINO BERNARDINO.
Bernardino era um engraxate e uma determinada ocasião, onde ele teria engraxado o sapato de um homem e ao término, o referido homem saiu sem pagar, a reação de Bernardino foi jogar tinta sujando as calças do homem, o homem chama a polícia, não sendo considerado o relato de menor, Bernardino foi detido e posto junto a 20 presos adultos, local onde foi violentado sexualmente pelos presos. O Caso Bernardino foi investigado pelos jornalistas, onde o entrevistaram, quando o menor saiu para ser atendido no hospital devido à violência sofrida naquela casa de detenção depois de quatro semanas preso. 
Muito emblemático, esse caso estimulou uma série de debates na intenção de mostrar a importância da existência de Instituições especializadas para casos dessa natureza e equipados para receber essas crianças, pois, na época, esses garotos de rua eram tidos como delinquentes, sendo retirados da rua e levados para uma prisão. Esse caso permitiu demonstrar a situação crítica dessa infância, e em particular, quando essas crianças são encaminhadas para prisões. 
Conforme Espíndula e Santos (p. 359, 2004), a denominação “menor delinquente”, era uma termologia encontrada no artigo 68 do Código Criminal, onde diferenciava o menor de quatorze anos dos que tinham idade acida dos quatorze até os dezoito anos, colocando em evidencia a autoridade do juiz, tendo o mesmo soberania para estabelecer decisões processuais destinado tanto aos menores como para os pais dos mesmos. 
Conforme Waquim, Coelho e Godoy (2018), o acontecimento com menino Bernardino, marca a passagem de uma fase de mera responsabilização criminal à fase tutelar, a veiculação do caso causou grande repercussão na época e iniciando uma discussão pública, chegando ao conhecimento do Congresso e também a sede do governo federal, o Palácio do Catete, a população debatia sobre o assunto de um tratamento especiais envolvendo crianças e adolescentes que na época ainda não eram denominados assim, pois também não eram conhecidos como sujeitos de direitos.
4. ECA LEI 8.069/90, UMA VISÃO DE SOCIOEDUCATIVA.
No dia 13 de Julho do ano 1990, com a promulgação da Lei 8.069/90,foi estabelecido o ECA, houve uma mudança significativa em se falando nas normas do direito nacional brasileiro, se moldando pela Convenção Internacional e na Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1979, fazendo com que houvesse uma influência muito forte das Leis Internacionais, estabelecendo uma importante vitória da sociedade brasileira.
DA, DILEMAS, et al (p. 14, 2000) afirmam que o ECA, trouxe uma série de avanços legislativos em matéria de políticas voltadas para os adolescentes. A medida socioeducativa apresentava uma preocupação com a responsabilização do jovem frente à sociedade, como eram os códigos que antecederam o ECA, bem como a preocupação a sua reinserção social, entendendo que a adolescência é o período específico da formação do ser humano.
Assim, o ECA estabeleceu as medidas socioeducativas, num diálogo constante sem fugir da realidade do adolescente, fazendo com que o jovem mantivesse seus vínculos familiares e comunitários, durante o seu cumprimento da medida que estivesse cumprindo, facilitando assim um desenvolvimento pedagógico satisfatório.
Conforme consta no ECA, as medidas socioeducativas, variam a aplicação podendo iniciar de uma advertência podendo chegar à internação, leva-se em consideração ao ato infracional, levando em consideração condições do adolescente conforme, sendo ainda analisado e verificado a gravidade, bem como se há reincidência do autor de infração).
Conforme Oliveira (2003, apud COSTA, p. 76, 2006) mesmo as medidas variando conforme a complexidade do ato infracional, verifica-se que as intervenções por parte do poder público, ainda estão bem abaixo das expectativas dos resultados a serem alcançados na vida do jovem, independente da modalidade utilizada,é perceptível que há dificuldades na implementação do Estatuto. O estigma da predição não está sendo superado e o sendo atribuído aos adolescentes infratores e ao próprio sistema socioeducativo, o fracasso de sua execução.
No entendimento de Lorenzi (2007), os profissionais marcados, de forma histórica, pelas práticas assistencialistas do Brasil, agindo com ações corretivas e na maioria das vezes repressoras.
A qualificação profissional dos socioeducadores, deve ser pautada pela compreensão de quais argumentos devem ser utilizados de forma fundamentada, com a tentativa de mudar a visão do que ainda pensam que a forma de afastar o adolescente do crime é através da repressão e da violência, pensamento esse que ainda é presente nas atividades das unidades de internação socioeducativas.
Conforme Pereira e Barone (p 10, 2015) a importância da formação do socio educador é tão primordial quanto as atividades desempenhadas nas Unidades de internação, devendo o menor estudar, participar de atividade esportivas, profissionalizantes, culturais, porém passam grande parte do tempo reclusos, sem que seus direitos sejam observados, onde os mesmos deveriam participarem dessas atividades diária de oito horas no mínimo.
5. ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO NA PARAÍBA. 
Em Conformidade ao entendimento do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (CONANDA), disciplinada na Resolução nº 46/1996, que estabeleceu a capacidade máxima de quarenta jovens por unidade [...] e em referência ao formato do desenho arquitetônico das unidades. Em dados Fornecidos na data de 30 de outubro de 2018, pela FUNDAC (Fundação De Desenvolvimento Da Criança E Do Adolescente “Alice De Almeida”), na Paraíba, temos sete unidades em todo o estado, sendo as seguintes:
1. Centro Educacional do Adolescente – CEA/JP – Internação Provisória. (internação Provisória de 45 dias);
2. Centro Socioeducativos Edson Fernandes da Mota – CSE (adolescentes sentenciados) – 6 meses a 03 anos – 12anos aos 17 anos, assim que completar 18 anos, será transferido para o CEJ, para dar continuidade a medida de internação;
3. Centro Educacional do Jovem – CEJ – (Jovens Sentenciados – 6 meses a 03 anos – 18 anos aos 21 anos);
4. SEMILIBERDADE;
5. CEA/SOUSA; 
6. LAR DO GAROTO – Campina Grande;
7. CASA EDUCATIVA RITA GADELHA– (Internação Feminina). (FUNDAC, 2018)
Das sete unidades, verificamos nos dados repassados pela instituição, que todas as Unidades da Paraíba não seguem a resolução que estipula o limite de 40 internos por unidade, sendo os dados os seguintes: 
1. No CEA – 24 adolescentes - na data de hoje (31/10/2018). –Capacidade para 74 internos;
2. No CSE – 130 adolescentes - na data de hoje (31/10/2018). –Capacidade para 74 internos;
3. No CEA – 125 adolescentes - na data de hoje (31/10/2018). –Capacidade para 74 internos. (FUNDAC, 2018)
Observamos que as unidades situadas na capital da Paraíba, João Pessoa, têm a capacidade padronizada para 74 internos e mesmo assim duas unidades se encontravam na data de 31 de outubro de 2018 com a capacidades bem acima do previsto, isso prejudicando completamente a eficiência da ressocialização. 
A FUNDAC em suas unidades, realiza atividades socioeducativas, conforme previsto no SINASE, estando em atividade na data do dia 30 de outubro de 2018, o banho de sol, Atividade Esportiva, Atividade Escolar, Atividade de capoeira, Atividade musical e Atividade de artes.
Com esses dados vemos que a Paraíba tem as suas atividades conforme contas no SINASE e fazendo o papel de ressocialização dos internos que passam pelas unidades de sua competência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A modernização na área social, se iniciou de forma gradual de intervenção nas relações sociais promovendo mudança nas pessoas, ou seja, passando o Estado influenciar mais nas relações familiares, afetando principalmente o comportamento das famílias mais pobres. 
A mudança de foco das políticas Públicas, devido a nova constituição, sendo uma constituição mais cidadã, que teve a participação dos movimentos sociais, na reestruturação social brasileira, e os debates constitucionais dos anos 80, possibilitou uma análise mais específica voltada para temática da infância e adolescência, como matéria de interesse social. 
Apesar de um grande passo e ganho na área social com a elaboração e promulgação das leis pesquisadas nesse artigo, percebemos que o cumprimento das normas exigidas para um atendimento de assistência socioeducativa de qualidade, fica prejudicada devido as lacunas deixadas no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
O que se imaginaria de uma política renovada de assistencialismo social no contexto da ação efetiva do Estado, apresentou resultados bem abaixo do esperado, pois não é visto uma ressocialização de qualidade e nem a mudança de comportamento das atividades das unidades Socioeducativas, não sendo assegurado a devida assistência aos jovens nos serviços assistenciais, e o acompanhando efetivo de seu desenvolvimento, pois ainda não é uma prática realizada por todas unidades.
Na Paraíba chegamos à conclusão que há uma necessidade de investimento em estrutura física, para adequação da capacidade das Unidades segundo o que regulamenta o CONANDA, porém encontramos um atendimento sócio educacional dentro dos preceitos do SINASE, dando possibilidade de os internos participarem de atividades que os envolva em um desenvolvimento cultural, intelectual e de interação em grupo.
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