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resumo afecçoes do quadril pdf (1)

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Clínica e cirurgia de pequenos animais IV 
06.04.2020 Afecções cirúrgicas do quadril 
 Marcella Garrido 
Em quais situações de fraturas usaremos a coaptação externa? (tala) 
✓ Fraturas fechadas 
✓ Fraturas simples 
✓ Fraturas estáveis 
✓ Fraturas abaixo do cotovelo ou joelho 
✓ Fraturas de consolidação rápida (incompletas, ossos em conjunto onde só de fraturou 1 
osso) 
 
A aplicação da coaptação deve ser feita em camadas: 
✓ Tricotomia (evita escorregar) 
✓ Micropore 
✓ Algodão ortopédico (hidrofóbico – proteger e amortecer) 
✓ Atadura 
✓ Tala (medial e lateral) – trocar a tala a cada 15 dias 
✓ Esparadrapo (espiral ou espinha de peixe, para não garrotear) 
Obs: imobilizar a articulação proximal e distal a fratura 
 
 Articulação coxo femoral: composta por acetábulo, colo femoral e cabeça femoral 
▪ Estabilização passiva da articulação: conformação óssea, ligamento femoral inserido na 
cabeça femoral e acetábulo e capsula articular – por si só sem gastar energia já deixa 
estabilizado 
▪ Estabilização ativa da articulação: as estruturas precisam estar em contração, ou seja, 
musculatura. Grupo muscular do glúteo e quadríceps 
 
Displasia coxofemoral: é uma anormalidade de desenvolvimento da articulação 
coxofemoral, ocorre durante o crescimento, é caracterizada por uma instabilidade associada a 
alterações morfológicas (acetábulo, colo e cabeça femoral) ou alterações de lacidez de tecidos 
moles (ligamento femoral e capsula articular), levando a uma disfunção da articulação. Se a 
articulação não tem boa coaptação, ou seja, é instável, irá surgir alterações secundarias a 
displasia (degenerativas) como osteoartrose. 
Ao invés da cabeça do fêmur estar em contato com o acetábulo, grande parte da cabeça está 
for a. Quando isto ocorre, pode ser por 3 motivos. Má conformação óssea. 
• Acetábulo raso 
• Má formação da cabeça do fêmur 
 • Má formação do colo femoral → Quando o paciente for apoiar o membro no chão, irá gerar 
sobre carga da cápsula articular e ligamento. Provavelmente este animal irá apresentar 
instabilidade. 
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Como mensurar o ângulo: Irá traçar uma linha no eixo anatômico do fêmur e no eixo 
anatômico do colo femoral, então irá haver a formação do ângulo. Há trabalhos que falam que 
o ângulo varia entre 130º à 150º. 
 Quanto maior o ângulo, pior será a coaptação da cabeça do fêmur dentro fossa do acetábulo. 
 • Quando o animal apresenta um ângulo acima de 160º, irá se denominar coxa valga. Má 
conformação óssea. 
 • Na veterinária há uma variação anatômica dentro das raças, então o ângulo pode variar. 
Não há estudos para diferentes raças, como buldogue, labrador, etc. Os números são baseados 
na literatura. O que se sabe é que ângulos acima de 156º, 160º, terá a coxa valga, são 
pacientes que tem maior predisposição à desenvolver a displasia coxofemoral. 
• No ângulo de Antiversão, é como se olhasse o fêmur de cima. 20º. Quando for medir terá que 
fazer a projeção radiográfica específica, então fará a radiografia da parte de cima, observando 
o trocanter maior e em baixo tem os côndilos femorais. 
 • Então quanto maior o ângulo de Antiversão, maior será a coaptação da cabeça do fêmur 
sobre o acetábulo, pois irá mudar a conformação. Quando um paciente é displásico, ele tem 
alterações morfológicas. Para definir o tratamento, deve saber se é uma alteração de 
conformação do acetábulo ou se é alteração relacionado à cabeça do fêmur e colo femoral. 
▪ Causa: Multifatorial – genética poligênica 
✓ Nutrição 
✓ Taxa de crescimento 
✓ Biomecânica articular 
 
▪ Sinais clínicos: animais jovens tem sintomas mais leves 
✓ Redução da atividade 
✓ Dificuldade de levantar 
✓ Dificuldade saltar ou subir escadas 
▪ Exame clinico: 
✓ Amplitude de movimento: flexão, adução, abdução e extensão -> indicando dor e 
crepitação 
Dedo apoiado no trocanter maior 
 
✓ Teste de Ortolani: avalia se a articulação esta luxado ou sub luxada 
+ luxado ou sub luxado 
- não há presença de luxação ou sub luxação, mas não descarta a possibilidade do 
paciente ser displasico, necessita de raio x 
 
Como realizar a Manobra de Ortolani? O exame é feito na posição decúbito lateral na 
mesa, com a mão apoiada no joelho e com o dedo apoiado no trocânter maior. Irá 
fazer uma força dorsal ao mesmo tempo que irá abduzir o membro, a cabeça irá voltar 
pra dentro da fossa acetabular. Irá sentir com o movimento voltando para a 
articulação. 
 
 
 
 
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✓ Exame de Barlow: luxação de quadril – faz adução e empurra dorsalmente 
Irá realizar o movimento contrário de Ortolani, irá fazer adução ao invés de abdução. 
Irá jogar o joelho para dentro. Quando realiza este movimento, a tendência é que a 
cabeça do fêmur saia caso o animal tenha instabilidade/ sub luxação femoral. 
 
✓ Manobra de barden: avalia a lacidez do ligamento femoral e da capsula articular 
Com uma mão posicionada na face interna da coxa, realiza movimentos laterais 
 
Irá avaliar sub luxação e lacidez do ligamento femoral e da cápsula articular. Com o 
paciente em decúbito lateral, ira apoiar a mão na face medial do fêmur e exercer uma 
força no sentido lateral, e a outra mão em cima do trocânter maior. Com o dedo em 
cima do trocânter sente se a cabeça do fêmur se distancia da borda do acetábulo. 
 
▪ Exame radiográfico: 
✓ Projeção ventro-dorsal: Subluxação da articulação coxofemoral (sem encaixe da 
cabeça do fêmur no acetábulo). 
✓ Ângulo de norberg: ângulos menores que 105 = má coaptação na fossa acetabular 
✓ Estresse PennHIP: diagnóstico precoce da displasia, avaliação prognóstica da 
ocorrência de artrose aos 4 meses 
Fornece índice de distração >0,3 é considerado displásico 
✓ DAR (dorsal acetabular rim) ou BAD (Borda acetabular dorsal) avalia a conformação do 
acetábulo, pode ser raso, assim como a borda do acetábulo pode estar inclinada. 
Quanto mais inclinado a borda do acetábulo, maior a instabilidade. Não é um exame 
que se faz com tanta frequência. 
 
▪ Diagnósticos diferenciais: 
✓ Ruptura do ligamento cruzado cranial 
✓ Osteocondroses 
✓ Panosteíte 
✓ Fraturas/luxações 
✓ Doenças neurológicas: mielopatia degenerativa síndrome da cauda equina 
 
▪ Tratamento: 
➢ Conservativo: cães adultos >18 meses e têm sintomas leves 
✓ Controle de peso 
✓ Exercícios de baixo impacto (hidroterapia) 
✓ Uso de AINES e condroprotetores 
✓ Fisioterapia e acupuntura 
➢ Cirúrgico: prevenção 
✓ Animais jovens 
✓ Intuito de aumentar a superfície de contato para prevenir a progressão da 
artrose 
❖ Osteotomia tripla ou dupla da pelve: pacientes ate 10 meses de idade sem 
artrose ou arrasamento acetabular, com intuito de mudar a superfície de 
contato mudando a posição do acetábulo com auxilio de placas e 
parafusos (ílio, ísquio e púbis) para coaptar melhor. Ângulo normal até 
150 
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Indicação: até 10 meses sem osteoartrose 
Contra indicação: pacientes com mais de 10 meses, com osteoartrose 
e arrasamento acetabular 
 
❖ Osteotomia intertrocanterica varizante: cirurgia feita no fêmur e não 
na pelve, correção do ângulo de inclinação e anteversão. Em pacientes 
com deformidade do colo femoral = coxa valga = ângulo maior 150 
Indicação: pacientes até 10 meses ausência de osteoartrose coxa valga 
Contra indicação: pacientes com mais de10 meses osteoartrose 
arrasamento acetabular 
 
❖ Sinfisiodese púbica juvenil: intuito de modificar a angulação 
acetabular, não envolve osteotomia. Gerar cobertura acetabular sobre 
a cabeça femoral. Faz cauterizaçãoem região de sínfise púbica (linha 
de crescimento) com eletrocauterio, rápida, pouco cruenta, mas 
precisa ser realizada em pacientes mais jovens 
Indicação: jovens 4 a 6 meses de idade, profilatíco 
 
Alivio: eliminam a dor 
✓ Animais adultos 
✓ Animais com dor 
✓ Animais com osteoartrose e sem resposta ao tratamento conservador 
 
❖ Pectineomiectomia: para pacientes que tem dor no musculo pectíneo, 
contraturado. É a secção do músculo pectíneo. Esta técnica é indicada 
para pacientes que apresentam contratura e dor nesta região. O 
paciente apresenta dor para fazer hiperextensão e abdução. 
Normalmente este paciente sempre está com as perninhas juntas 
evitando o movimento de hiperextensão fazendo com que o animal 
fique com a musculatura com contratura. 
 
❖ Denervação capsular: remoção das terminações nervosas da capsula 
articular 
Indicação: pacientes que tem dor na articulação do quadril e com 
artrose severa, feita por curetagem em forma de quadriculado (sentido 
vertical e horizontal) 
Obs: cuidado com nervo ciático, animal pode perder o movimento do 
membro. 
 
❖ Prótese total de quadril: (substituição da articulação) 
Indicação: adultos, com osteoartrose severa, sem sucesso na 
amputação de cabeça e colo femural e pacientes com mais de 15kg 
Contraindicação: pacientes assintomáticos, infecções, animais jovens, 
neuropatias 
 
 
 
 
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❖ Colocefalectomia: Amputação do colo e cabeça femural 
 
Indicação: pacientes com osteoartrose severa e dor, com luxação ou 
sub luxação, pacientes pequenos para prótese 
Contra indicações: assintomáticos, animais pesados? 
 
 
Necrose asséptica da cabeça do fêmur: ocorre por um evento isquêmico na cabeça e no 
colo femoral causando uma fragilidade na região do osso, levando a lesões líticas e 
possivelmente fraturas, também é um doença multifatorial hereditária, por isso existem raças 
mais predispostas como Yorkshire, raças toys, filhotes 3 meses a 1 ano e 1 mês de idade, 
geralmente unilateral. 
▪ Anamnese: raças toy, o tutor relata claudicação, que se agrava com o passar dos dias. A 
claudicação pode evoluir pra impotência funcional, principalmente se o paciente 
apresentar fratura. 
 
▪ Exame físico: dor na abdução e extensão da articulação coxo femoral, pois nesse 
momento tem maior contato da cabeça do fêmur com acetábulo. 
 
 
▪ Raio x: com lesões líticas na cabeça femoral, alterações de radiopacidade -> fragilidade 
do osso, ocorrendo fratura patológica, lesão na parte dorsal da cabeça do fêmur, 
indicado a necrose séptica, na maioria dos casos o raio X basta para fechar o diagnóstico, 
não há necessidade de exams específicos. > Ressonância magnética > Classificação de 
Steinberg – Graus I – VI 
 
▪ Tratamento: ressecção da cebeça e do colo femoral colocefalectomia + fisioterapia no 
pós operatório

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