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Avaliação do Estado Nutricional de atletas e desportistas Dra. Carolina Estevam Importância: Diagnóstico nutricional Intervenção, conduta nutricional 3 O que avaliar? Quando Avaliar? Com qual frequência? Para que avaliar? Qual o objetivo? Como avaliar? 4 Avaliação Nutricional: Avaliação Diagnóstico Intervenção 1. Qual a razão para este atendimento 2. Quais são os problemas nutricionais possíveis de serem identificados A partir das informações obtidas, será traçado o perfil nutricional do indivíduo ou grupo avaliado (= diagnóstico) A partir das informações obtidas, será possível definir condutas, relacionadas à elaboração de plano alimentares, planos educativos ou prescrição de suplementos e/ou complementos nutricionais 5 Anamnese Avaliação do consumo alimentar Avaliação da composição corporal Avaliação a partir de sintomatologia Variáveis bioquímicas Avaliação do gasto energético Métodos e técnicas: 6 Avaliação Bioquímica CONDUTA NUTRICIONAL Composição Corporal Avaliação Antropométrica Modalidade Esportiva Tipo, intensidade e duração do treino Sexo/Idade 7 Anamnese: Dados pessoais ou de identificação ➢ Nome ➢ Idade ➢ Sexo ➢ Grupo racial ➢ Estado civil ➢ Nacionalidade ➢ Naturalidade ➢ Residência ➢ Profissão ➢ Ocupação Aspectos do comportamento alimentar: Relações afetivas e situacionais com os alimentos (preferências, aversões, condições financeiras para aquisição e preparo dos alimentos); trânsito intestinal. ❖ Uso de medicamentos e/ou suplementos ❖ Hábitos de vida: fumo, álcool, drogas ilícitas ❖ Atividade física (treino): tipo, frequência, duração, horário, ciclos; lesões 8 Avaliação do consumo alimentar: Frequência alimentar (quando se quer investigar determinados nutrientes de risco) ➢ Inquérito alimentar ➢Alergias alimentares ➢ Intolerâncias alimentares ➢ Tabus alimentares ➢ Preferências e aversões ➢ Suplementação 9 Avaliação do histórico clínico: Patologia predominante: breve relato Queixa principal: motivo pelo qual o paciente procurou o atendimento História da doença atual: época de início, como evoluiu e foi tratada, outros sinais e sintomas e queixas Onde meu paciente se encontra?? Somatotipos: Por que realizar avaliação nutricional? 1. Proporcionar um ponto de partida que deverá funcionar com base para as decisões atuais e futuras da perda de peso 2. Proporcionar objetivos realistas a cerca da melhor maneira de conseguir um equilíbrio entre a gordura corporal e outros compartimentos do corpo 3. Estabelecer objetivos a curto e longo prazo de saúde e aptidão física 4. Monitorar mudanças nos compartimentos corporais durante um programa de exercícios 5. Transmitir uma importante mensagem a cerca de necessidade potencial de alterar o estilo de vida Antropometria x Composição Corporal Antropometria: É a medida do tamanho corpóreo e de suas proporções Método indireto comumente utilizado na prática clínica Procedimentos simples, rápidos, de baixo custo, não- invasivos Peso, estatura, IMC, dobras cutâneas, circunferências e perímetros Índice de massa corporal: IMC = Peso atual (Kg) estatura (m) 2 É o indicador antropométrico mais comumente utilizado, justamente pela simplicidade e boa correlação entre a gordura corpórea e os riscos de morbimortalidade Apesar de ser amplamente utilizado na prática clínica e em estudos epidemiológicos, a precisão do IMC para estimar a composição corporal é discutível, sendo afetada pelo sexo, etnia e idade Existem muitas limitações em relação ao seu uso, já que ele não é capaz de fornecer informações sobre a composição corporal e a distribuição da gordura corporal (FLEGAL ET AL, 2009; RECH ET AL, 2006; RIBEIRO FILHO ET AL, 2006) Indivíduos com IMC < 25Kg/m2 podem ter um elevado percentual de gordura corporal, assim como outros diagnosticados com IMC > 30Kg/m2 podem apresentar um percentual de massa gorda dentro da normalidade (CARRASCO ET AL, 2004; ARAUJO, 2010) E agora???? Como avaliar??? (OMS,1995) Classificação do estado nutricional de adultos segundo o IMC: Existem mudanças na composição corporal dos idosos? Classificação do estado nutricional de idosos segundo o IMC: Classificação do estado nutricional de adolescentes segundo o IMC/I: Classificação do estado nutricional de adolescentes segundo o IMC/I: Classificação do estado nutricional de adolescentes segundo o IMC/I: Limitações: Incapacidade de distinguir o peso atribuído ao músculo ou à gordura corporal Não avalia a distribuição da gordura → Recomenda-se que os pontos de corte do IMC sejam interpretados em associação com os marcadores de composição corporal e de distribuição da gordura (CARRASCO ET AL, 2004; ARAUJO, 2010) Perímetros e circunferências: Indicadores de distribuição de gordura corporal: A forma que a gordura corporal está distribuída pelo corpo é importante na determinação do risco para doenças Circunferência da cintura: Medida indireta do tecido adiposo visceral Superioridade com preditor o risco cardiovascular Variação de protocolos para obtenção (VASQUES et al, 2010; ASHWELL; COLE; DIXON, 1996; JANSSEN et al, 2002; WANG; HOY, 2003; BARBOSA et al, 2006; RIBEIRO-FILHO et al, 2006; ALVES et al, 2011; KULLBERG et, 2007; ROSS et al, 2008) Parte mais estreita Ponto médio entre a crista ílíaca e a última costela Acima da crista ilíaca Abaixo da última costela (BERBER et al, 2001; ZHU, 2002; MISRA et al, 2006; HAYASHI et al, 2007; ALVES et al, 2011; WESTPHAL et al 2011WANG; HOY, 2003;; WILLIS et al, 2007; ROSS et al, 2008; AGARWAL et al, 2009) 4 marcos anatômicos Cuidado!!! Medida de circunferência da cintura associada aos riscos: (OMS, 1995; NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM, 2001) Relação cintura-estatura: Medida simples e eficaz de gordura abdominal Bom preditor de risco de doenças cardiovasculares Mantenha a sua circunferência da cintura inferior a metade da sua altura (HO; LAM; JANUS, 2003; LI ET AL, 2006; FLEGAL ET AL, 2009) Os pontos de corte sugeridos para discriminação da obesidade abdominal e risco cardiovascular: ≥ 0,5 para homens e mulheres ≥ 0,48 para homens e 0,45 para mulheres ≥ 0,53 para homens e 0,52 para mulheres (OLIVEROS; SOBERANIS, 2005; KOCH, 2008) (LIN et al, 2002) (PITANGA; LESSA, 2006) Relação cintura-quadril: (OMS, 1998) Pontos de corte: < 0,85 mulheres < 1,00 homens ; Dobras cutâneas: As medidas de dobras cutâneas medem indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo, e devido à existência de uma correlação entre gordura subcutânea e gordura corporal total, a soma de várias dobras cutâneas pode ser utilizada para estimar a gordura corporal total (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000) Erros: - Pinçar a dobra estando o avaliado com os músculos contraídos; - Falta de atenção do avaliador; - Não calibrar o aparelho; - Não respeitar a distância entre a pegada a dobra e o local do pinçamento; - Leitura errada do aparelho; - Soltar a dobra no momento da leitura; - Demorar muito para ler o aparelho. (LOHMAN ET AL, 1984) Adipômetro: As medidas de dobras cutâneas não devem ser realizadas em indivíduos com obesidade de moderada a grave Dobra Cutânea Supra-ilíaca ERRO Avaliador Avaliado Equações Aparelho (LOHMAN, 1992) Equações para predição de gordura corporal: Equações para predição de gordura corporal: Equações para predição de gordura corporal: Equações para predição de gordura corporal: Equações para predição de gordura corporal: Equações preditivas da Densidade Corporal (DC) e do % de gordura de atletas HOMENS: DC (g/cm3) = 1,10938 – {0,0008267 (Torácica + abdome + coxa) + 0,0000016 (Torácica + abdome + coxa)2 } - 0,0002574 (idade) MULHERES: DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + coxa + supra-ilíaca) + 0,0000023 (tríceps + coxa + supra-ilíaca)2 – 0,0001392 (idade)Fonte: JACKSON E POLLOCK PERCENTUAL DE GORDURA (%G): Equação de Siri, 1961. %G = (4,95 / DC) – 4,5 x 100 Densidade Corporal (DC) Após o cálculo da DC, o valor deve ser empregado em outra equação para a estimativa do % de gordura. A mais utilizada é a equação de Siri. EXEMPLO JCM, sexo feminino, 23 anos, atleta de basquete há 1 ano, na avaliação antropométrica apresenta as seguintes medidas: • Tríceps = 12cm • Coxa medial = 13cm • Supra-ilíaca = 21,8cm CÁLCULO DA DENSIDADE CORPORAL DC (g/cm3) = 1,0994921– { 0,0009929 (tríceps + coxa + supra-ilíaca) + 0,0000023 (tríceps + coxa + supra-ilíaca)2 } - 0,0001392 (idade) DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (12 + 13 + 21,8) + 0,0000023 (12 + 13 + 21,8)2 – 0,0001392 (23) DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (46,8) + 0,0000023 (46,8)2 – 0,0001392 (23) DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (46,8) + 0,0000023 (2190,24) – 0,0001392 (23) DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0464677 + 0,0050375 – 0,0032016 DC (g/cm3) = 1,05 CÁCULO DO PERCENTUAL DE GORDURA - Equação de Siri: %G = (4,95 / DC) – 4,5 x 100 % G = (4,95 / 1,05) – 4,5 x 100 % G = 4,71 – 4,5 x 100 % G = 0,21 x 100 % G = 21 (Saudável) Peso de Gordura Peso de Gordura (PG) PG = (Peso total x %G) / 100 EXEMPLO: • JCM, sexo feminino, 23 anos, atleta de basquete há 1 ano, na avaliação antropométrica apresenta 65Kg e 21% de gordura corporal. PG = (Peso total x %G) / 100 PG = 65 x 21 / 100 PG = 1365 / 100 PG = 13,65Kg Massa Corporal Magra • MASSA CORPORAL MAGRA (MCM ou Peso Limpo) em kg: • MCM = Peso total – Peso de gordura EXEMPLO: Utilizando a mesma atleta MCM = 65Kg – 13,65Kg MCM = 51,35Kg Peso ideal • PI = __________MCM____________ 1 – (% desejado de gordura) Equivalem a 15% e 25% de gordura corporal ideal para homens e mulheres respectivamente. MULHERES PA = MCM / 0,75 HOMENS PA = MCM / 0,85 Exemplo • Um homem que pesa 90 kg, atualmente tem 25% de gordura e deseja reduzir para 15%. – CÁLCULO DO PESO DE GORDURA (PG): PT X % GORD = 90 X 25= 22,5Kg 100 100 – CÁLCULO DA MASSA CORPORAL MAGRA (MCM): PT – PG = 90 – 22,5 = 67,5Kg – CÁLCULO DO PESO IDEAL: MCM = 67,5 = 67,5 1- (% GORDURA DESEJADO /100) 1 – 0,15 0,85 PESO IDEAL = 79,4Kg OUTRAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL A massa tecidual humana pode ser quimicamente separada em dois grupos: massa gorda (MG) e massa magra (MM) ou massa livre de gordura (MLG) A MG inclui todos os lipídios que podem ser extraídos do tecido adiposo e de outros tecidos A MLG consiste em todos os tecidos e substâncias residuais, incluindo água, músculos, ossos, tecidos conjuntivos e órgãos internos Proteínas Água intra e extracelular Conteúdo mineral ósseo Massa Gorda x Massa Magra Modelo Bi-compartimental: Gordura essencial e não essencial A gordura é o componente mais variável do corpo, diferindo entre indivíduos do mesmo sexo, altura e peso Depósito: gordura essencial → acumulada na medula dos ossos e no coração, pulmões, fígado, baço, rins, intestinos, músculos e tecidos ricos em lipídios espalhados por todos o sistema nervoso central É necessária para o funcionamento fisiológico normal, compondo cerca de 9% (mulheres) e 3% (homens) do peso corporal Gordura de reserva ou não essencial: Gordura acumulada no tecido adiposo Componentes Homem Mulher Massa corporal total Maior Menor Massa óssea Maior Menor Massa muscular Maior Menor Gordura armazenada Menor Maior Gordura essencial Menor Maior Biompedância Elétrica – BIA: Condução de uma corrente elétrica indolor, de baixa intensidade, aplicada ao organismo por meio de cabos conectados a eletrodos ou superfícies condutoras, que são colocados em contato com a pele. Aparelhos de BIA: Vantagens: Não requer alto grau de habilidade do avaliador É confortável e não invasiva Pode ser usada na avaliação da composição corporal de obesos (????) Possui equações específicas para diferentes grupos populacionais Desvantagens: Depende de colaboração do avaliado Apresenta custo mais elevado do que as dobras cutâneas Altamente influenciada pelo estado de hidratação Nem sempre os equipamentos dispõem das equações adequadas aos indivíduos que pretendemos avaliar DXA (Raio-X de dupla energia): Vantagens: •A vantagem do DEXA é que ela permite analisar a composição corporal por segmentos, oferecendo informações quanto a distribuição anatômica de gordura; • A água não interfere no resultado, ao contrário da BIA. Desvantagens: • Custo alto do equipamento; • Devemos levar em consideração a exposição a radiação; • Subestima o %G - H e M magras; • Limitação: Estatura >182cm Massa corporal >136kg Raio-X de Dupla Energia - DEXA Ultrassom: USG portátil: ULTRASSOM ULTRASSOM ULTRASSOM ULTRASSOM Prática clínica... IDADE (Anos) IMC #DIV/0! MASSA (Kg) PCCQ #DIV/0! ESTATURA (m) %G Falkner 5,78 DC Pollock 7D 1,112 PEITORAL %G Pollock 7D (4,86) DC Pollock 3D 1,10938 AXILAR MÉDIA %G Pollock 3D (3,80) DC Guedes #NÚM! SUB ESCAPULAR % G Guedes #NÚM! DC Petroski 1,10726863 TRICIPITAL %G Petroski (2,95) DC Thorland 7D 1,1091 BICIPTAL %G Thorland 7D (3,7) DC Thorland 3D 1,1136 SUPRA ILÍACA %G Thorland 3D (5,5) ABDOMINAL 17 a 19 anos #NÚM! COXA 17 a 19 anos #NÚM! 20 a 29 anos #NÚM! PANTURRILHA 20 a 29 anos #NÚM! 30 a 39 anos #NÚM! 30 a 39 anos #NÚM! 40 a 49 anos #NÚM! 40 a 49 anos #NÚM! 50 a 72 anos #NÚM! 50 a 72 anos #NÚM! 17 a 72 anos #NÚM! TÓRAX 17 a 72 anos #NÚM! BRAÇO DIREITO BRAÇO ESQUERDO ANTEBRAÇO DIREITO %G ANTEBRAÇO ESQUERDO %G IDEAL ABDOMINAL CINTURA QUADRIL PESO ATUAL - COXA DIREITA MASSA DE GORDURA - COXA ESQUERDA MASSA MAGRA - PERNA DIREITA PESO IDEAL 0,00 PERNA ESQUERDA PESO EM EXCESSO - FRACIONAMENTO CC DADOS DO AVALIADO RESULTADOS % GORDURA DENSIDADE CORPORAL DOBRAS (mm) DC Durnin & Womersley DC Durnin & Womersley PERÍMETROS (Cm) DEFINA Peso ideal? %GC ideal? Quanto tempo? Ritmo de ganho de peso? É possível que o %GC permaneça inalterado, mas os componentes de massa magra e massa gorda sejam modificados, podendo mascarar as alterações ocorridas na composição corporal Diferenças na distribuição de gordura
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