Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GRUPO CAELIS FACULDADE SANTO ANTÔNIO BACHARELADO EM FISIOTERAPIA CAROLAINE DE SOUZA SANTOS MICAELI RAMOS PEREIRA NÚBIA SANTOS SENA SHIRLEY LAIANE NASCIMENTO SILVANA SOUZA DE JESUS DOENÇA DE PAGET Alagoinhas 2019 CAROLAINE DE SOUZA SANTOS MICAELI RAMOS PEREIRA NÚBIA SANTOS SENA SHIRLEY LAIANE NASCIMENTO SILVANA SOUZA DE JESUS DOENÇA DE PAGET Pesquisa descritiva apresentado à Instituição de ensino Superior Faculdade Santo Antônio aprovado como requisito parcial à disciplina de Fisioterapia Aplicada a Reumatologia, ministrada pela Prof. Karla Lorena, para obtenção de Bacharelado em Fisioterapia. Tal escrito tem o intuito de concentrar princípios e conceitos abordados ao tratar-se da Doença de Paget. Alagoinhas 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 03 OBJETIVOS ______________________________________________________ 03 A DOENÇA DE PAGET _____________________________________________ 04 INCIDÊNCIA __________________________________________________________ 04 INCIDÊNCIA NO BRASIL ____________________________________________ 05 ETIOLOGIA DA DOENÇA ___________________________________________ 06 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS / SINAIS E SINTOMAS _____________________ 06 DIAGNÓSTICO ____________________________________________________ 08 TRATAMENTO ____________________________________________________ 10 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO __________________________________ 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS __________________________________________ 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 14 3 INTRODUÇÃO A doença de Paget é uma doença óssea metabólica, de origem desconhecida que costuma afetar especialmente a região pélvica, fêmur, tíbia, vértebras da coluna, clavícula e úmero. Ela é caracterizada pela destruição do tecido ósseo, que volta a formar-se a seguir mas com deformidades. O novo osso que se forma é estruturalmente maior, porém mais fraco e com muita calcificação. Depois da osteoporose, a doença de Paget é a disfunção esquelética mais comum, afetando aproximadamente 2% a 5% da população após os 40 anos, e cerca de 10% da população com idade superior a 70 anos. A dor causada por aumento de deformidades esqueléticas leva à perda da força muscular, diminuição da amplitude de movimento e resistência cardiovascular, resultando em limitações funcionais. A fisioterapia e exercícios terapêuticos podem ajudar na manutenção da força muscular, flexibilidade e amplitude de movimento articular e no aumento da resistência. Através do presente inscrito são destacadas informações e conceitos a respeito desta patologia, dando maior relevância à atuação do fisioterapeuta em seu tratamento. OBJETIVOS o OBJETIVO GERAL Apresentar a definição atribuída à Doença de Paget, sua etiologia, diagnóstico e tratamento. o OBJETIVOS ESPECÍFICOS Dar relevância ao tratamento fisioterapêutico da doença de Paget; Apresentar os principais sinais e sintomas da patologia; Evidenciar o acometimento da doença. 4 A DOENÇA DE PAGET Como afirma a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM, 2013) “A doença de Paget óssea (DPO) ou osteíte deformante é uma doença do metabolismo ósseo relativamente comum”. Evidências afirmam que esta doença afeta 3% a 4% dos indivíduos brancos maiores de 55 anos de idade, em países onde é prevalente. É caracterizada pelo aumento da remodelação óssea “que modifica a arquitetura óssea, com reabsorção óssea osteoclástica e atividade osteoblástica, levando a substituição do osso normal por um osso enfraquecido e mais propenso a deformidades e fratura. Geralmente atinge ossos longos, vértebras, pelve e crânio” (SBEM, 2013) Doença de Paget (DPO), também conhecida como osteíte deformante (Osteitis Deformans), é uma doença óssea hipermetabólica que acomete um (monostótica) ou mais (poliostótica) ossos e se caracteriza por áreas de reabsorção óssea aumentada mediada por osteoclastos, seguida de reparo ósseo osteoblástico desorganizado. Como consequência deste processo, há desestruturação da arquitetura nos tecidos ósseos acometidos, o que resulta em aumento de volume e maior fragilidade óssea, que podem se manifestar com dor, fraturas, deformidades ou compressão de estruturas vasculares e nervosas. (Ministério da Saúde, 2012) INCIDÊNCIA É comum na Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Entretanto, em outros locais, é uma desordem rara, como em países orientais, na Escandinávia e na América do Sul. A DPO tem sido associada à descendência branca na Europa e em outros países, sendo menos comum em pessoas sem origem europeia. Estudo publicado em 2006, sobre os relatos de casos da doença de Paget na América Latina, durante os últimos 30 anos, mostrou que um total de 1149 casos de doença de Paget foram identificados, mais da metade deles provenientes da Argentina e Brasil. 5 “A DPO raramente aparece antes dos 40 anos de idade, mas sua prevalência tende a dobrar a cada década a partir dos 50 anos de idade, atingindo cerca de 10% após a nona década de vida” (SBEM, 2013) Embora seja bastante comum nos países ocidentais, a doença de Paget é uma condição incomum na população oriental, sendo extremamente rara na Ásia, especialmente na Coréia e muito rara também em indivíduos chineses. Também é muito rara no Japão com prevalência de 2,8 casos por milhão de habitantes, confirmando a raridade local da doença. Existe pouca informação disponível sobre a existência da DPO no mundo árabe. Estudos têm referido uma tendência de redução não explicada na prevalência de DPO, alguns prevendo que a doença se tornará cada vez mais rara. (SBEM, 2013) “A taxa de prevalência aumentou com a idade e foi maior em homens, em diferenças significativas.” (SBEM, 2013) INCIDÊNCIA NO BRASIL A SBEM (2013) afirma que “Existem poucos dados disponíveis sobre as características epidemiológicas da DPO no Brasil”. O Recife, capital de Pernambuco, devido à sua peculiar colonização mista europeia por cerca de 4 séculos, tem a maioria dos casos relatados no Brasil. Em 2002 um estudo já tinha analisado retrospectivamente uma série de 89 casos em uma instituição de Recife. A colonização de Pernambuco foi fortemente influenciada por imigrantes de Portugal, de holandeses e judeus. E em Recife a ocupação de holandeses e judeus persistiu após a colonização portuguesa inicial, por questões políticas e administrativas, o que pode explicar a grande frequência de DPO neste estado. O primeiro estudo de incidência e prevalência da DPO no Brasil e na América Latina avaliou uma população de 7752 indivíduos acima de 45 anos por um período de 4 anos. A prevalência total foi de 6,8 casos por 1000 pacientes e uma densidade de incidência de 50,3 casos para 10.000 pacientes-ano, taxas essas comparáveis às do sul da Europa. “A incidência de DPO aumenta com a idade, e dados de estudos de prevalência estimam acometimento de cerca de 1% em pacientes adultos na 6 população brasileira (em estudo realizado no estado de Minas Gerais) e de fora do Brasil. ” (Ministério da Saúde, 2012) A prevalência da DPO ou osteíte deformante no Brasil é semelhante ao sul da Europa, dos quais 3/4 dos casos com apresentação de doença poliostótica. ETIOLOGIA DA DOENÇA A etiologia da doença permanece controversa, com evidência de envolvimento de fatores genéticos e ambientais. Quando se trata de sua etiologia, permanece incerta. Evidências sugerem o envolvimento de fatores ambientais e genéticos, quando descrito por Sr. James Paget atribuiu-se as alterações esqueléticas com relação a processos inflamatórios por esse motivo utilizou-se do termo já mencionado acima osteíte deformante (ROBBINS & COTRAN, 2010Apud. MILESKI & MULLER, 2014). A DPO clássica deve ser causada por uma combinação de raros alelos com grandes efeitos que levam a uma herança autossômica dominante da doença e mais comumente de alelos com poucos efeitos. Segundo a SBEM (2013), mutações do SQSTM1 são a causa mais comum da DPO clássica, ocorrendo em cerca de 10% dos pacientes. Também é possível que ocitocinas proinflamatórias estejam envolvidas na fisiopatologia da doença de Paget óssea. Recomendação A etiologia da DPO depende de fatores genéticos e ambientais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS / SINAIS E SINTOMAS As principais manifestações clínicas incluem: dor óssea, fraturas, deformidades esqueléticas e artrite secundária. Os sinais e sintomas variam de acordo com o grau e o local de comprometimento ósseo e com a relação do osso pagético com as estruturas circunvizinhas. O Ministério da Saúde (2012) discorre que transformação neoplásica das lesões (especialmente osteossarcoma) ocorre raramente (menos de 1% dos 7 pacientes), porém ressalta que a maioria dos pacientes com DPO é assintomática, tendo diagnóstico incidental por meio de achados em exames radiológicos ou por níveis elevados de fosfatase alcalina no soro. A maioria dos pacientes é assintomática. Quando presentes, as manifestações clínicas mais frequentes são dores e deformidades ósseas, que podem se manifestar por fraturas ou compressão de estruturas adjacentes (por exemplo, nervo e vasos sanguíneos). O osso é o terceiro local mais comum para ocorrência de metástases sendo mais acometidos as vertebras, pelve, fêmur, costelas e crânio, acarretando em dor e instabilidade com risco de fratura patológica, em relação a coluna e ao crânio pode ocorrer o comprometimento de estruturas neurológicas adjacentes (GANS, 2002 Apud. MILESKI & MULLER, 2014). Em decorrência do hipermetabolismo tecidual, pode haver calor e rubor sobre os ossos acometidos. Cefaleia, perda auditiva por comprometimento do osso temporal, compressão de raízes nervosas ou medula espinhal por envolvimento da coluna vertebral são complicações que ocorrem na DPO. Insuficiência cardíaca de alto débito e transformação neoplásica das lesões são manifestações muito raras da doença. O acometimento do crânio pode gerar complicações neurológicas como perda auditiva, tanto condutora quanto neurossensorial, cefaleia, tontura, zumbido e, mais raramente, demência vascular além de hidrocefalia. A participação dos ossos da mandíbula pode levar a doenças periodontais e má oclusão dentária. O padrão em mosaico do osso lamelar se parece com um quebra cabeça, a medula óssea adjacente e as superfícies de formação óssea são substituídas por tecido conjuntivo frouxo contendo células osteoprogenitoras e inúmeros vasos sanguíneos que transportam nutrientes e metabolitos a partir destes sítios ativos (ROBBINS & COTRAN, 2010). Partículas virais foram encontradas em osteoclastos de pacientes com Paget que não existem em osteoclastos sadios, porém ainda não foi possível determinar a procedência deste vírus (José et. Al., 2008 Apud. Mileski & Muller, 2014). 8 Pacientes portadores de dor e artrite que levam a deformidades esqueléticas e/ou fraturas patológicas devem ser investigados para possiblidade de DPO. DIAGNÓSTICO “O diagnóstico da doença de Paget é feito por meio da combinação dos sintomas clínicos, achados radiológicos e elevação na concentração dos marcadores de remodelação óssea.” (SBEM, 2013) A radiografia convencional é o principal método diagnóstico para a doença de Paget. Cada uma das fases da doença apresenta achados radiográficos característicos que, usualmente, são suficientes para estabelecer o diagnóstico. Como afirma a SBEM (2013). A fase osteolítica inicial caracteriza-se por osteólise localizada, que nos ossos longos, assume uma aparência conhecida como lesões em chama de vela. O mesmo processo é conhecido como osteoporose circunscrita quando aparece no crânio ou clavícula. A fase intermediária da doença, que é o estágio onde a doença é comumente diagnosticada, é caracterizada por espessamento da cortical, expansão óssea, perda da diferenciação córtico-medular e trabeculado grosseiro. Por fim, na fase tardia, observa-se aumento difuso da densidade óssea, esclerose medular e aumento acentuado do tamanho do osso. A cintilografia óssea permite verificar a extensão da doença, localizando áreas de aumento da atividade metabólica. As áreas acometidas devem ser radiografadas. Os achados característicos são hiperostose (aumento da espessura da cortical), osteoesclerose (desorganização e espessamento das trabéculas) e expansão óssea, sendo necessário a presença de pelo menos um dos achados. (Ministério da Saúde, 2012) Segundo a SBEM (2013) “A cintilografia óssea é mais sensível do que a radiografia na identificação das lesões pagéticas”. Observa-se aumento homogêneo do traçador no osso acometido, devido à natureza hipervascular do osso pagético. Uma vez que é mais sensível, a natureza hipervascular da doença de Paget pode ser visualizada por meio da hipercaptação do radiofármaco, até mesmo, antes das 9 alterações líticas na radiografia simples. Por este motivo, cerca de 10-15% das lesões detectadas à cintilografia aparecem normais à radiografia. Por ser menos específica do que a radiografia, lesões vistas na cintilografia precisam ser confirmadas por meio da radiografia convencional pelo menos em um sítio. É provável que a fase tardia da doença, mais latente, possa demonstrar captação normal pelo radiofármaco. A cintilografia também é importante na identificação da forma poliostótica da doença e na avaliação da extensão da mesma. É provável que a fase tardia da doença, mais quiescente, possa demonstar captação normal pelo radiofármaco e ainda apresentar alterações na radiografia simples. É importante reconhecer este espectro de disparidade entre os dois métodos, a fim de evitar confusão diagnóstica. “Tomografia computadorizada e ressonância magnética nuclear podem auxiliar na avaliação de complicações associadas à DPO, como compressão de estruturas vasculares ou nervosas, mas não são utilizadas rotineiramente na avaliação de pacientes com DPO.” (Ministério da Saúde, 2012) A tomografia e a ressonância magnética fornecem poucas informações adicionais no caso da doença não complicada. É útil quando há suspeita de complicações associadas com a doença de Paget, tais como fraturas ou degeneração sarcomatosa. Graças a sua excelente capacidade de resolução para os diferentes tecidos, a RNM é o método de escolha para o estadiamento de uma degeneração sarcomatosa em um osso acometido por Paget. A RNM pode ainda ser útil na avaliação de complicações neurológicas, tais como: compressão de raízes nervosas espinhais e nervos cranianos. “As características da degeneração sarcomatosa são: lise óssea agressiva, destruição da cortical e presença de massa de tecidos moles. Na maioria dos casos não há reação periosteal.” (Matiotti, 2019) O Ministério da Saúde (2012) confere que a biópsia óssea é muito raramente necessária, estando indicada apenas quando houver incerteza quanto ao diagnóstico (por exemplo, quando neoplasia for um diagnóstico alternativo possível). Os achados anatomopatológicos de DPO são arquitetura óssea desorganizada com grupamentos de osteoclastos grandes e hipermultinucleados. 10 A tomografia por emissão de positrões ou tomografia por emissão de pósitrons, conhecida pela sigla inglesa PET, é um exame imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um positrão no momento da sua desintegração, o qual é detectado para formar as imagens do exame. Sabe-se que o osso pagético exibe um variável grau de captação do FDG (um radiofármaco usado na PET) em até um terço dos pacientes. Isto representa um importante obstáculo quando se pretende distinguirlesão pagética de metástases ósseas. As complicações mais frequentes incluem fraturas patológicas, deformidades ósseas, osteoartrose, hipercalcemia durante a imobilização e aumento do débito cardíaco nos casos de envolvimento ósseo severo. “A transformação maligna do osso pagético para osteossarcoma é rara, ocorrendo em menos de 1%.” (SBEM, 2013) Devem ser tratados pacientes com a forma sintomática da doença (sintomas secundários a doença metabolicamente ativa), pacientes assintomáticos no pré- operatório de cirurgia envolvendo osso com a doença ativa, com intuito de reduzir a vascularização local e o risco de sangramento, pacientes assintomáticos com hipercalcemia após imobilização e na forma assintomática da doença com envolvimento de locais onde poderiam ocorrer complicações (por exemplo, crânio e coluna). “Devem ser tratados pacientes assintomáticos diante de cirurgia que envolve osso, assintomáticos com hipercalcemia e todos os pacientes sintomáticos.” (SBEM, 2013) TRATAMENTO A primeira terapia utilizada no tratamento da doença de Paget, na década de 70, foi a calcitonina de salmão, seguida pela calcitonina humana. Esta droga atua diretamente sobre os receptores de calcitonina expressos nos osteoclastos e, em consequência de sua curta ação, resposta parcial e resistência adquirida, é utilizada apenas em alguns indivíduos intolerantes aos bisfosfonatos. (SBEM, 2013) 11 Atualmente os agentes mais utilizados na doença são os bisfosfonatos, classe ampla de medicações que atua bloqueando a reabsorção óssea osteoclástica. Os bisfosfonatos nitrogenados (alendronato, risedronato, pamidronato, ácido zolendrônico) são as drogas de escolha. O ácido zolendrônico é o mais potente bisfosfonato aprovado para uso na doença de Paget. O ácido zoledrônico pode levar a uma remissão mais rápida e prolongada no tratamento da doença de Paget. “O tratamento da DPO é realizado por meio de bifosfonatos nitrogenados.” (SBEM, 2013) O Ministério da Saúde (2012) declara inclusão no protocolo de tratamento para a doença os pacientes com diagnóstico radiológico de DPO e pelo menos um dos seguintes critérios: • fosfatase alcalina no soro acima do valor de referência; • hipercalcemia com PTH normal/baixo; • dor óssea em área acometida; • síndrome neurológica ou vascular decorrente de compressão por tecido ósseo acometido; • acometimento de ossos longos em membros inferiores, da base do crânio e de vértebras, comprovado por exame de imagem; • fratura óssea em tecido acometido; • plano de intervenção cirúrgica em tecido ósseo acometido. (Ministério da Saúde, 2012) O Ministério da Saúde (2012) declara que critérios como aumento do cálcio sérico (hipercalcemia) e PTH acima do limite superior do valor de referência dos métodos ou intolerância, hipersensibilidade ou contraindicação ao uso do respectivo medicamento preconizado neste protocolo, são exclusivos para o tratamento. “Nos pacientes com doença estável, o acompanhamento pode ser espaçado para intervalos de 6 a 12 meses.” (Ministério da Saúde, 2012) Para o monitoramento da atividade da doença usa-se a Fosfatase Alcalina. A fosfatase alcalina, marcador de remodelação óssea, é comumente utilizada como parâmetro de resposta bioquímica ao tratamento com bisfosfonatos. A normalização de seus níveis está associada à remissão bioquímica e a evidencias histológicas de turnover ósseo normal e sua elevação está relacionada ao aumento da atividade da doença. Sua dosagem deve ser realizada após três a seis meses do início do tratamento, para avaliação da 12 resposta inicial, seguida de uma a duas medidas anuais como marcador de atividade óssea. (SBEM, 2013) De acordo com o (Ministério da Saúde, 2012): Dosagem de fosfatase alcalina no soro, que é o principal marcador de atividade da doença, deve ser realizada inicialmente. Dosagens de cálcio sérico para descartar hiperparatireodismo e exclusão de doenças hepatobiliares com avaliação de aspartato-aminotransaminase (AST/TGO), alanina-aminotransferase (ALT/ TGP) e bilirrubinas total e frações são recomendadas. Nos pacientes com hipercalcemia, o paratormônio (PTH) deve ser dosado para afastar-se hiperparatireoidismo. Não há maneira conhecida de prevenir o aparecimento da doença de Paget. Pessoas com familiares próximos que sofrem da doença de Paget são encorajadas a fazer um teste de fosfato alcalino a cada dois ou três anos após os 40 anos de idade. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO A fisioterapia deve abordar este caso de forma humanista e integrada, reduzindo os sintomas e aumentando assim a qualidade de vida deste paciente visando analgesia (Marcucci, 2004 Apud. Mileski & Muller, 2014). O fisioterapeuta deve orientar paciente e cuidadores quanto aos procedimentos que devem ser adotados para alívio de dores ou até mesmo psicológicos que devem se estender para casa deste indivíduo acometido por este tipo de doença. As recomendações sobre mobilidade se dão quanto a gravidade, podendo ser desde a completa ausência de apoio de peso sobre o membro afetado ou até mesmo uma completa falta de recomendações (Gans, 2002 Apud. Mileski & Muller, 2014). A fisioterapia segue com sua atuação voltada para a área preventiva em relação as quedas decorrentes da dificuldade na marcha e perda de equilíbrio, as quedas constituem uma importante causa de morbidade, após a queda pode-se sofrer desde de uma pequena lesão até a perda da independência funcional. Em relação aos exercícios, devem ser focados os que promovam força, porém minimizando o impacto ósseo, utilizar também estratégias de prevenção de quedas. 13 Como já foi descrita esta doença é causada pela disfunção dos osteoclastos, ocorre aumento na formação e reabsorção óssea fazendo com que o osso tenha forma de mosaico de padrão lamelar com fibrose adjacente. No final do processo desordenado devido a deficiência de osteoclastos o osso se torna maior que o normal e compostos por trabéculas apresentando espessamento grosseiro com córtices moles e porosos sem estabilidade estrutural fazendo com que o osso se torne vulnerável e se fraturem com maior facilidade. Neste caso a fisioterapia irá atuar de forma a prevenir e minimizar os efeitos do tratamento, buscando a prevenção através de condutas e orientações domiciliares, diagnóstico e intervenção precoce buscando a melhora na qualidade de vida do indivíduo acometido pela doença de Paget (BERGMANN et al,2005 Apud. MILESKI & MULLER, 2014. Deve-se buscar a melhora da fadiga, atenção a função pulmonar ao atendimento aos pacientes neurológicos sempre em função da humanização. Para portadores de Doença de Paget os recursos fisioterapêuticos utilizados para o controle da dor são estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), termoterapia, crioterapia, massagem terapêutica, alongamento muscular nas áreas mais afetadas, exercícios de fortalecimento muscular, mobilização de articulações para melhorar a lubrificação e a amplitude de movimentos, exercícios ativos e resistidos manualmente ou com pesos para fortalecer os músculos e articulações, exercícios e técnicas de reeducação postural e cinesioterapia além de orientações tanto para o paciente como também seus familiares que são de suma importância para que o tratamento fisioterapêutico gere grandes vantagens na recuperação deste paciente Uso de aparelhos como ondas curtas, infravermelho, ultrassom e tens; As intervenções fisioterapêuticas atuam diretamente para melhorar a qualidade de vida do portador da Doença de Paget por meio da diminuição do quadro álgico, prevenção em casos de queda, orientações aos pacientes e cuidadores, minimizando desta maneira os efeitos do tratamento queno caso deste paciente faz uso de fármacos visando o atendimento de fisioterapia humanizado, sendo assim o estudo mostra as intervenções que poderão ser adotadas no indivíduo que apresenta esta patologia. (MILESKI & MULLER, 2014) Um fisioterapeuta também pode fornecer órteses e outros dispositivos de assistência para auxiliar na gestão das deformidades das extremidades dos 14 membros. Dispositivos de assistência para a locomoção, como uma bengala ou andarilho, podem ajudar a reduzir a dor após as cirurgias. CONSIDERAÇÕES FINAIS A doença de Paget do osso é um transtorno crônico do esqueleto em que áreas de osso são submetidas à rotatividade anormal, resultando em áreas de osso expandido e amolecido. A composição e a formação do osso aumentam, resultando em ossos mais espessos, porém mais fracos do que o normal. Os sintomas podem estar ausentes ou podem incluir dor óssea, deformidade óssea, artrite e compressão nervosa dolorosa. Radiografias podem indicar anomalias ósseas. A dor e as complicações são tratadas e podem ser administrados bifosfonatos. É importante fazer fisioterapia para controlar a dor e a inflamação, diminuir o risco de deformidades e melhorar a postura corporal. Nos casos mais avançados pode ser preciso realizar cirurgias ortopédicas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MATIOTTI, Simone Berwig, et. Al. Degeneração sarcomatosa de doença de Paget do calcâneo: relato de caso. Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Nº42, Vol. 1. Jan/Fev, 2009. Pag. 63–65. MILESKI, Aline Almeida;MULLER, Lucila Helena. Intervenções Fisioterapêuticas em Portadores de Doenças de Paget. Revista FAIT. Anteprojeto de Pesquisa. Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva.2014. Ministério da Saúde. Doença de PAGET — Ostíte Deformante: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Portaria SAS/MS nº 456, de 21 de maio de 2012. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo. Doença de Paget Óssea: Diagnóstico e Tratamento. Associação Médica Brasileira. 14 de agosto de 2013.
Compartilhar