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CCE0217 - HIDRÁULICA Professor: Paulo Vitor R. M. da Silva HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DOS CANAIS) Área Molhada (A): é a área da seção transversal do escoamento em contato direto com o líquido; Perímetro molhado (P): é o comprimento da seção do canal (fundo e paredes) em contato com o líquido; Raio Hidráulico (RH): é a relação entre a área molhada e o perímetro molhado; Altura d’água ou tirante d’água: é a distância vertical do ponto mais baixo da seção do canal até a superfície livre; Declividade de fundo: é a declividade longitudinal do canal; Declividade piezométria ou declividade da linhda d’água. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DOS CANAIS) Seção transversal (S) e área molhada (A) Altura de água h Borda livre ou folga b A B A seção transversal S engloba toda a área de escavação para construção do canal (definida pela linha verde); A seção molhada A é aquela ocupada pela água durante o escoamento e pode variar de acordo com a vazão do canal. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DOS CANAIS) Perímetro Molhado (P) O parâmetro perímetro molhado é definido como a porção do conduto em contato com a água assim, quanto maior o perímetro molhado maior o atrito da água com as paredes do canal e portanto menor a capacidade de escoamento. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Raio Hidráulico (RH) Raio hidráulico é a relação entre a seção molhada (A) e o perímetro molhado (P) de um canal. P A Rh REGIMES DE ESCOAMENTO Existem 3 regimes de escoamento em condutos livres: Regime Subcrítico ou lento; Regime Crítico; Regime Supercrítico ou Rápido. Para uma vazão constante: Maior declividade > maior velocidade > menor lâmina d’água. Quanto maior a declividade de um canal, maior será a capacidade de escoamento de uma mesma seção hidráulica. REGIME DE ESCOAMENTO PERMANENTE Remanso Ressalto HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Número de Froude (F) Para conhecermos o regime de escoamento foi estabelecido um índice adimensional que mostra o efeito da gravidade sobre as estruturas hidráulicas dos canais. ou T A g V F mgY V F Onde: F = número de Froude (adimensional); V = velocidade (m/s), A = área molhada (m2), T = largura máxima da seção (m) g = aceleração da gravidade (9,8 m/s2). Ym = Prof. média F < 1 → regime subcrítico; F = 1 → regime crítico; F > 1 → regime supercrítico. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES O regime crítico é um regime de escoamento instável que ocorre eventualmente em situações específicas. A sua importância se deve ao fato de que a mudança do regime de escoamento de um regime para o outro só ocorre passando antes pelo regime crítico que pode assim, ser utilizado como controle. Num canal podemos verificar mudanças de regimes de subcrítico para supercrítico e vice versa, quando há aumentos ou diminuições das declividades, mudança da secção e da rugosidade do leito. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Velocidade da Água nos Canais A velocidade adotada nos cálculos será um valor médio, já que na seção molhada, a velocidade varia com a posição e com a profundidade considerada. Junto às margens e ao fundo do canal, o atrito da água contra essas superfícies sólidas, reduz a velocidade. No centro do canal, um pouco abaixo da superfície (devido à resistência oferecida pelo ar na superfície), a velocidade será máxima. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Declividade dos Canais A declividade (I) define a inclinação do fundo do canal em relação ao plano horizontal. tan X Y I X Y Fundo do canal Nível da água HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Declividade dos Canais Curvas podem ser necessárias para adaptação ao relevo do terreno. Degraus podem ser necessários para manter a declividade. HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Bordo Livre A porção da seção transversal que não fica em contato com a água, chama-se bordo livre e é dimensionado em função: do possível vento sobre o espelho d´água (formação de ondas), de um aporte excedente (água da chuva), do efeito da curva na sobre-elevação do nível da água (força centrífuga) ou outra razão específica, mas sempre com o objetivo de evitar o transbordamento do canal e a manutenção da altura da lâmina d´água, tirante, profundidade ou simplesmente H. Bordo livre HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Inclinação das Paredes Laterais (Talude) Canais trapezoidais 1 m HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (FORMAS DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS) Com relação a forma das seções transversais existem diversas formas tradicionais que podem ser usadas, a seleção da forma apropriada para cada caso dependerá dos métodos de construção disponíveis, da geologia e topografia do terreno e das variáveis de custos. SEÇÃO RETANGULAR Uma das mais fáceis de serem construídas, muito usadas em galerias de águas pluviais e em canais industriais. B Y HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (FORMAS DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS) SEÇÃO TRAPEZOIDAL Uma das seções mais usadas, principalmente em canais de irrigação e de abastecimento de cidades. SEÇÃO TRIANGULAR Uma das mais fáceis de serem construídas, sua maior desvantagem é a pequena vazão ou descarga; usada no meio-fio de sarjetas. B m 1Y α B α Y m 1 HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES (FORMAS DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS) SEÇÃO CIRCULAR É a seção de maior eficiência hidráulica; usada nas canalizações de esgotos sanitários e industriais. Não é usada em grandes canais devido a dificuldade de construção de grande diâmetros. SEÇÃO PARABÓLICA É uma seção pouco usada no Brasil (Av. Maracanã, no Rio de Janeiro), em função da dificuldade de construção por envolver formas curvas. Esta seção é no entanto, eficiente na condução de grandes descargas. Y D α B Y HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Equação de Manning A equação de Manning é a mais usada no cálculo de canais a céu aberto. A componente rugosidade (η) é um valor tabelado. Onde V é a velocidade média do fluxo (m/s); RH é o raio hidráulico (m); I é a declividade do fundo e η é o coeficiente de Manning, que é função da natureza das paredes do canal. FÓRMULA DE MANNING EM SUAS DIVERSAS FORMAS Q = η IRS hm 3/2 = I Qη 3/2 hm RS= V = η 3/2 IR h I = 2 3/2 ) .η ( hR V HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES FORMA SEÇÃO ÁREA MOLHADA PERÍMETRO MOLHADO RAIO HIDRÁULICO RETANGULAR BY B + 2Y TRAPEZOIDAL TRIANGULAR CIRCULAR RELAÇÕES MÉTRICAS DAS SEÇÕES TRANVERSAIS MAIS COMUNS B Y BY B+2Y B m 1Y α y (B+Ycotg α) B + 2Y Sen α Y (B+Ycotg α) B + 2Y Sen α Y 2 cotg α 2Y Sen α B α Y Y 2 Y Cos α 2 α D D α ( α-Sen α ) D 2 8 1 - Sen α α ( ) 4 D ou y (B+mY) ou ou y (B+mY) Y 2 (B+2Y) (1+m 2 ) 0,5 m 1 m Y 2 ou ou 2Y(1+m 2 ) 0,5 2 m Y ou Y = D ( 1 - Cos α ) 2 2 212 myB HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES HIDRÁULICA DOS CONDUTOS LIVRES Carga Total Carga Específica Profundidade Crítica EXERCÍCIOS Sabe-se que um canal artificial possui 1 m de largura de fundo, inclinação do talude de 1:3 (1:m) e tirante d’água de 2 m. Calcular a área molhada, o perímetro molhado e o raio hidráulico para este canal. EXERCÍCIOS Um canal escavado com paredes de alvenaria, possui seção transversal em formato trapezoidal, com base igual a 5m e talude das margens 1:2 (v:h).O coeficiente de rugosidade é igual a 0,025. Sabendo-se que a profundidade d’água é de 3m e a declividade do fundo do canal é 0,45m/km, pede-se calcular a velocidade média e a vazão escoando pelo canal. SOLUÇÃO b h 1 m B = b + 2 m*h h*A hmb 2 1 3 21 IR n v h m mhb hhmb p A Rh 79,1 42,18 00,33 1*2 * 2 smvsmv /25,1/25,1 1000 45,0 *79,1* 025,0 1 2 1 3 2 smAvQ /25,4125,1*0,33 3 EXERCÍCIOS Um canal de concreto mede 2 m de largura e foi projetado para funcionar com uma profundidade útil de 1 m. A declividade é de 0,0005 m/m. Determinar a vazão, a velocidade média, a carga específica e a profundidade crítica. Considere o coeficiente de Manning n = 0,013. SOLUÇÃO
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