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PETIÇÃO_SEÇÃO1_CONSTITUCIONAL

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MERETISSIMO JUÍZO DA _____VARA ESPECIALIZADA DA FAZENDA PUBLICA DA COMARCA DE PALMAS – ESTADO DO TOCANTINS
AMANDA (...), Estado Civil (...), Profissão (...), Portadora do CPF (...), E-mail (...), Residente e Domiciliada (...), Bairro (...), CEP (...), Cidade Palmas- TO, por intermédio de sua Advogada abaixo assinado vem a nobre presença de Vossa Excelência interpor. 
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR
Em face do SECRETÁRIO DE SAÚDE do Estado de Tocantins, com sede na Rua (...), Bairro (...), CEP (...). Cidade Palmas-TO, pelo que passa a expor e requerer articuladamente:
I – DOS FATOS:
Amanda é portadora de Diabetes Melitos, necessitando de diversas medicações de elevado custo e de uso contínuo para manter-se saudável,
A requerente não tem condições de pagar o medicamento uma vez que se encontra desempregada. Destaca-se que a causídica que aqui subscreve, no dia 02 de junho de 2018 realizou pedido administrativo para Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins, após mais de cento e oitenta dias, em 04 de janeiro de 2019, recebeu uma carta registrada em seu escritório com a seguinte decisão “o seu pedido não será atendido pela Secretaria do Estado da Saúde”.
Assim sendo, diante da necessidade da autora, esta vem pleitear os benefícios do Poder Judiciário para a concessão da presente segurança.
II – DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS
Inicialmente, cabe destacar que nos procedimentos administrativos, a Lei 9.784/99 reza que os atos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos quando ocorrer uma das situações que estão previstas no artigo 50, ao negarem, limitarem ou afetarem direitos ou interesses. Apesar de configurar direito liquido e certo da paciente, o SECRETÁRIO DE SAÚDE não motivou o seu ato, fato esse que torna-o nulo .
A manutenção da saúde, e, consequentemente da própria vida, é direito líquido e certo da requerente, sendo esse direito inerente a todos os seres humanos, portanto, natural, inalienável, irrenunciável e impostergável, sua inviolabilidade está garantida pela nossa Constituição Federal, através do seu artigo 5°, “caput” e 6°, ambos abaixo transcritos:
Artigo 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Artigo 6° - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Da relevância desse direito, que há de ser preservado em quaisquer circunstâncias, parece a requerente ser desnecessário tecer maiores considerações, posto que é intuito e instintivo.
A responsabilidade do impetrado, quanto ao fornecimento do medicamento está disposta no artigo 7°, inciso II, da Lei 8.080 de 19.09.90, esta editada em atendimento ao comando dos artigos 196 e seguintes da Constituição Federal, que repassou para os Estados e Municípios a direção e organização do sistema de saúde, por meio do denominado SUS (Sistema Único de Saúde), o que foi feito pelo artigo 9°, incisos II e III, da Lei 8.080/90, senão vejamos:
Artigo 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Artigo 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I- Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II- Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III- Participação da comunidade.
§1°. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do artigo 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
Artigo 9° A direção do Sistema único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I- No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II- No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III- No âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
IV- 
Artigo 7° As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
II- Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
Artigo 6° Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema único de Saúde (SUS):
I- A execução de ações:
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
Pela leitura dos artigos acima colacionados, verifica-se que a responsabilidade pelo fornecimento do medicamento que a requerente necessita é, efetivamente, do impetrado, vez que é dele a obrigação de adotar os meios necessários às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, prestando assistência terapêutica integral, sendo a integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais exigidos para cada caso.
O Direito liquido e certo e do dever estatal da saúde, Artigo1° da Lei 12.016 é prova inconteste do ato ilegal e abusivo por parte da autoridade coatora, pois por conta da carta registrada comprova-se a negativa absolutamente desmotivada da Secretaria de Saúde quanto a solicitação dos medicamentos.
Ademais, todos os exames e laudos apresentados no processo administrativo, bem como nos presentes autos, comprovam a doença e a urgência no fornecimento do medicamento.
III – DA LIMINAR
a) Do “fumus boni iuris”
Tendo em vista o direito fundamental à saúde, garantido pela Constituição Brasileira (artigo 196), e a omissão da administração pública em viabilizar a sua efetivação com o fornecimento do medicamento pretendido, bem como a prova pré-constituída da necessidade do medicamento, amparada nas declarações médicas, resta comprovada a fumaça do bom direito.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, “o direito público subjetivo à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoas pela própria Constituição da República, e, uma vez comprovada a mora administrativa na sua prestação, não restam dúvidas de que a impetrante faz jus ao apelo extremo, via Mandado de Segurança, exigindo a efetivação de seu direito pela via judicial.
b) Do “periculum in mora” 
Salta aos olhos a urgência de concessão do pleito liminar, diante da necessidade da requerente receber o tratamento médico com insulinas especiais, colocando a vida da paciente em risco.
A persistir a omissão da Autoridade Coatora em não viabilizar o fornecimento do medicamento, levará por perecer o seu direito mais fundamental, qual seja, a VIDA.
Destarte, é inegável que deve ser acolhida a presente demanda, pelos argumentos acima expostos.
IV – DOS PEDIDOS
a) Concessão de medida liminar, com urgência, a fim de determinar a autoridade coatora, o imediato fornecimento das insulinas e demais medicamentos de acordo com a prescrição médico, pelo tempo que for necessário para o tratamento adequado da diabetes.
b) Concessão de justiça gratuita para requerente, uma vez que não tem condições financeiras de arcar com a custa do processo. 
c) Que seja autoridade coatora notificada para em 10 dias apresentar informações a esse MM JUIZO.
d) Que o Ministério públicoestadual se manifeste nos autos, para dizer se tem interesse na causa.
e) Que seja julgado o presente o mandado de segurança em seu mérito, concedendo esse MM JUIZO a ordem para o fornecimento mensal a requerente dos medicamentos prescritos nos receituários médicos.
f) Por fim, requer que todas as publicações sejam efetuadas em nome da advogada constituída.
V - DO VALOR CAUSA 
 Da - se a causa o valor de R$ 1.000,00 ( UM MIL REAIS), para os devidos efeitos fiscais.
Nestes termos,
Pede se deferimento.
Palmas-TO 10 de Janeiro de 2019
__________________________
ADVOGADA
OAB-TO

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