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PETIÇÃO_SEÇÃO4_PENAL

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AO JUIZO DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
LUCIO TEIXEIRA, já qualificado nos autos, por seu advogado, infra-assinado que a esta subscreve, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no artigo 406 do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I. DOS FATOS
O reú denunciado como incurso nas penas do artigo 121 do CPP. Isso porque, segundo o Ministério Público, o réu, após procedimentos cirúrgicos realizados na vítima, teria cometido, com vontade livre e consciente, o crime de homicídio doloso.
Ressalte-se que o Ministério Público não juntou nos autos nenhuma prova que demonstrasse cabalmente o efetivo dolo por parte de réu. Determinada e devidamente efetivada a citação do Réu, apresenta-se sua resposta à acusação neste momento. Eis um breve relato dos fatos.
II. MÉRITO DA NECESSIDADE DE DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME IMPUTADO AO RÉU
Na exordial acusatória, o ilustre Representante do Ministério Público narrou que o réu teve a vontade livre e consciente de cometer o crime narrado da denúncia, sendo, portando devida a prolação do decreto condenatório pela prática do crime de homicídio doloso, nos termos do art. 121, caput, do Código Penal.
Não obstante, a alegação formulada pelo ilustre representante ministerial, data máxima vênia, não merece prosperar, porquanto se origina em interpretação equivocada dos fatos e das provas colhidas no feito.
Como muito bem explicado por Rogério Greco: “o elemento subjetivo constante do art.121 do CP é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de matar alguém. O agente atua com o chamado animus necandi ou animus accidendi. A conduta do agente, portanto, é dirigida finalisticamente a causar a morte de um homem”.
No caso em tela, verificando as provas colhidas até o presente, não há qualquer comprovação de que o réu tenha vontade livre e consciente de atentar contra a vida da vítima. Não houve, por parte dele, o denominado animus necandi ou animus accidenti. Conclui-se, assim, que a conduta do réu não foi dirigida finalisticamente com a intenção de causar a mote da vítima.
Sendo este o caso dos autos, é admissível a desclassificação do direito para sua modalidade culposa, nos termos do art. 121, §3º do CP.
No caso em tela, a Acusação não cumpriu com o ônus de provar que o réu agiu com a intenção específica do crime descrito no caput do art. 121 CP. Não houve qualquer demonstração, ressalte-se, que o réu agiu com vontade livre e consciente.
Por todo exposto, requer seja o delito imputado ao réu desclassificado para o crime descrito no art. 121, §3, do CP, com a consequente remessa dos autos à uma das Varas Criminais competente para a análise do caso em questão, nos termos dos arts. 419 e 74, §2° e 3° do CPP.
III. DOS REQUERIMENTOS DE PROVA
Protesta o réu pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, testemunhal e pericial. Aproveita a oportunidade para apresentar seu rol de testemunhas, que desde já requer a intimação:
1) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
2) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
3) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
4) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
5) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
6) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
7) Nome, Sobrenome, qualificação e endereço.
IV. DOS PEDIDOS
Por todo exposto, requer-se a reconsideração da decisão que recebeu a acusação para, em seguida, desclassifique o crime imputado ao réu na exordial acusatória para o crime previsto no art. 121, §3°, do CPP. Via consequência, requer seja determinada a remessa dos autos para uma das Varas Criminais competentes para a análise do crime ora imputado ao réu, nos termos dos arts. 419 e 74, §2° e 3º do CPP.
Requer, por fim a intimação das testemunhas apresentadas em rol constante desta defesa.
Termos em que, pede e espera deferimento.
(LOCAL), 03 de maio de 2019
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OAB:0000000

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