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O ultrassom estético é uma das modalidades terapêuticas mais empregadas na prática clínica da estética corporal para tratamentos de algumas condições inestéticas. É um recurso terapêutico que utiliza ondas ultrassônicas que em contato com o tecido promove efeitos biofísicos. O ultrassom é uma modalidade terapêutica de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos por mecanismos térmicos e mecânicos. Ultrassom Estético É considerado uma energia mecânica acústica, que se caracteriza pelo choque de moléculas ao redor na matéria que pode ou não produzir aquecimento de acordo como a onda que se propaga. Dependendo dos parâmetros de aplicação do ultrassom obtemos diferentes efeitos biofísicos. O ultrassom é definido como uma forma de vibração acústica com frequências muito altas que não podem ser percebidas pelo ouvido humano. Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano, e este é capaz de escutar ondas sonoras que variam de 16 a 20.000 Hz. Os sons acima ou abaixo dessa frequência são inaudíveis para o ouvido humano. São denominados infrassons quando o som é abaixo da frequência audível humana, e ultrassons quando acima da frequência audível humana. O ultrassom terapêutico varia de 500.000 a 5.000.000 Hz (0,5 a 5MHz) na estética usamos o ultrassom de 3MHz que por sua vez atinge a derme e o tecido adiposo. Produção de ultrassom Quanto menor for a frequência, maior é a capacidade de penetração, então o ultrassom de 3MHzatua nas estruturas superficiais, enquanto as frequências menores de 1MHz são usadas para estruturas mais profundas como ossos, por exemplo. Energia mecânica na aplicação terapêutica depende dos parâmetros (ajustes) de frequência que variam entre 1Mhz ou 3MHZ, modo de emissão: Contínuo ou Pulsado, tempo de aplicação e intensidade. PARÂMETROS Modo contínuo Na emissão contínua predomina o efeito térmico, a aplicação sem interrupções pode aquecer com eficiência os tecidos localizados a centímetros de profundidade e isso depende da frequência empregada. No modo contínuo o ciclo de funcionamento é de 100% o que indica uma saída constante de ultrassom e consequentemente um maior aquecimento. MODO DE EMISSÃO Na emissão pulsada, entre um impulso e outro há um tempo que facilita a dispersão do calor, por isso o efeito térmico é menor, potencializando o efeito mecânico ou cavitacional. A emissão pulsada é indicada quando não se quer obter os efeitos fisiológicos do aquecimento tecidual. Ou seja, condições inflamatórias agudas, como por exemplo, no tratamento agudo de cicatrizes pós-operatórias e flacidez tissular (flacidez de pele). Na emissão pulsada, a duração do tempo de pulso é variável, por isso teremos que ajustar o ciclo e a frequência desta onda no modo pulsado. Podemos encontrar na maioria dos ultrassonsfrequências de 100Hz, 48Hz e 16Hz e ciclos de 5% a 75%. Modo pulsado A frequência é o número de oscilações por unidade de tempo de uma onda, simbolizado por Hz (Hertz) , que equivale a uma oscilação por segundo, ou seja, 16 Hz é igual a 16 oscilações por segundo, e assim por diante. FREQUÊNCIA Os ciclos se definem pelo tempo de atuação da onda de ultrassom, ou seja, se o ciclo estiver em 5%, o aparelho estará emitindo a onda de ultrassom (de calor) somente nesse período de 5% e os 95% do tempo restantes ele estará em pausa, e assim por diante. Quanto maior o ciclo, maior o fornecimento de calor para o tecido. Exemplo: Em um ciclo de 20% –> 80% do tempo de aplicação estará em repouso e 20% estará emitindo a onda de ultrassom. CICLOS A potência de saída de um equipamento gerador de ultrassom é medida em watts (W) e representa a quantidade de energia produzida por um transdutor. A intensidade é a taxa na qual a energia é liberada em área por unidade, e é expressa em unidades de watts por centímetro quadrado (w/cm²); A intensidade utilizada na estética varia de 0,1 até 2,0 W/cm² no modo contínuo e 0,1 até 3,0 W/cm² no modo pulsado. Para calcular a intensidade utilizada no cliente, é feita uma regra de três que envolve medir a área a ser tratada com adipômetro ( em cm), o máximo de profundidade da corrente no tecido ( 5cm) e o máximo de potência utilizado no modo contínuo (2W/cm²) ou pulsado (3W/cm²). INTENSIDADE Modo Contínuo 5,0 cm ————- 2W/cm² cm tecido adiposo —— x Modo Pulsado 5,0 cm ————- 3W/cm² cm tecido adiposo —— x Cálculo de Intensidade Uma pessoa com 3,5 cm de gordura (medido no adipômetro) Modo Contínuo 5,0 cm — 2W/cm² 3,5 cm — x 3.5 . 2 = 5.x 7 = 5.x 7/5 = x x= 1,4 W/cm² Modo Pulsado 5,0 cm — 3W/cm² 3,5 cm — x 3,5 . 3 = 5.x 10,5 = 5.x 10,5/5 = x x= 2,1W/cm² Exemplo de cálculo de intensidade Observação: Esse cálculo de intensidade (regra de três), só é utilizado em Ultrassom convencional, com apenas um cristal piezoelétrico. Já no Ultrassom de alta potência com três cristais, o cálculo da potência é feito automaticamente pelo aparelho ao inserir a adipometria A aplicação do tempo é calculada sendo 1 minuto por área do cabeçote, para ultrassom de um cristal piezoelétrico. Na literatura existem várias opiniões diferentes sobre o tempo de duração das aplicações doultrassom, dependendo da dimensão da área a ser tratada, da intensidade da saída e do objetivo do tratamento, estima-se que uma sobrecarga de energia para o organismo seja prejudicial, por isso usa-se uma conta para calcular o tempo do tratamento: Tempo = ÁREA / ERA O tempo de tratamento é igual a ÁREA (tamanho da área a ser tratada) dividida pela, ERA (tamanho em cm² do cabeçote) * Deve-se dividir a área a ser tratada em quadrantes para a aplicação do ultrassom.. TEMPO Utilizar meio acoplador (gel com ou sem princípio ativo próprios para utilização no ultrassom). Realizar movimentos circulares com uma certa pressão sob a pele, não permitindo o levantamento do transdutor e assim o desacoplamento do cabeçote (isso pode danificar seu aparelho e/ou causar queimadura no cliente). Atenção: Não reutilize géis, mesmo que for na mesma cliente, pois o ultrassom forma bolhas no gel e as ondas do ultrassom não são capazes de atravessar o ar, sendo assim seu aparelho pode não funcionar adequadamente. No caso dos géis com ativos além de formar bolhas, você perderá a ação dos ativos, pois eles já terão sido usados, assim, você pode não obter o resultado esperado para o tratamento. TÉCNICA DE APLICAÇÃO Tanto o efeito térmico quanto o não térmico ocorrem no organismo, mais a proporção de cada depende do ciclo de fornecimento (pulsado ou contínuo) e da intensidade da saída, e assim maior será a grandeza dos efeitos. Efeitos não térmicos alterações dentro dos tecidos, resultantes do efeito mecânico das ondas ultrassônica; Aumento da permeabilidade da membrana celular, aumento da permeabilidade vascular e consequentemente o aumento do fluxo sanguíneo, aumento da atividade dos fibroblastos, estimulação da fagocitose, síntese de proteína, redução de edema, síntese de colágeno, difusão de íons, regeneração de tecido. EFEITOS Efeitos Biofísicos Efeitos Térmicos Alterações dentro dos tecidos, elevação da temperatura do tecido. Aumento da velocidade de condução do nervo sensorial, aumento do alongamento das estruturas ricas em colágeno, aumento da deposição de colágeno, aumento do fluxo sanguíneo, redução do espasmo muscular, aumento da atividade das células de defesa (macrófagos), melhora da adesão dos leucócitos a células endoteliais danificadas. Ação Coloidoquímica Diminuição da hiperpolimerização da substância fundamental intersticial; Inibição do extravasamento de sérum para o meio extra vascular; Diminuição do edema intersticial; Diminuição da compressão vascular;Ativação da circulação; Remoção dos detritos metabólicos que irritam o tecido conjuntivo o que minimiza os processos de fibrose. Cavitação – Ação fibrinolítica Reorganização e modelagem da deposição de fibras de colágeno no tecido conjuntivo subcutâneo. Neovascularização Aumento da circulação local que favorece a nutrição e otimiza a retirada dos detritos metabólicos; reduz o processo de formação de fibrose. É um processo em que fisicamente o ultrassom leva o medicamento/cosmético através da pele e penetre mais profundamente nos tecidos por via transanexial (pelos anexos da pele). A energia ultrassônica pode ser utilizada para liberar medicamentos/ativos cosméticos nos tecidos pelo processo de fonoforese. A teoria da fonoforese é semelhante à da iontoforese, mas essa técnica não necessita que o produto tenha polaridade, porém, o produto deve conter moléculas de tamanho pequeno e baixo peso molecular para que haja a permeação. Fonoforese Utilizar sempre um meio de contato, como géis próprios para o tipo de ultrassom que o profissional usar; manter o cabeçote em constante movimento; considerar atenuação como pelos por exemplo, para estabelecer a intensidade; relacionar o tempo com a área a ser tratada e intensidade com profundidade. APLICAÇÃO Hidrolipodistrofia Ginóide ( HLDG – ―celulite‖), Fibrose e quando se deseja a permeação de algum princípio ativo em tratamentos corporais. Respeitando as contraindicações, feridas, tecido cicatricial. Condições inflamatórias agudas (modo pulsado), condições inflamatórias crônicas (pulsado ou contínuo). INDICAÇÕES https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/entenda-tudo-sobre-hldg/ -Verificar se não há contraindicações. -Determinar o método e o modo de aplicação de ultrassom a serem utilizados durante o tratamento. – Limpar o local a ser tratado, para remover oleosidade, impurezas ou qualquer outro tipo de sujidade que atrapalhe a propagação das ondas de ultrassom. – Sempre explicar para o cliente as sensações que poderão surgir durante o tratamento, como, calor leve. Peça para o cliente informar sobre quaisquer sensações inesperadas. PREPARO DO CLIENTE Sobre áreas com distúrbios vasculares periféricos, como trombose venosa profunda (TVP) ou aterosclerose severa; • Sobre a pele com lesão cutânea ou irritações; • Sobre a pele anestésica (sem sensibilidade). • Sobre epífises de crescimento em crianças e jovens; • Sobre regiões corporais previamente expostas a radiação; • Pacientes com hemofilia não-controlada; • Pacientes portadores de tumores malignos; • Pacientes com processos infecciosos; • Sobre o tórax de cardiopatas ou portadores de marca-passo cardíaco; • Gestantes; • Sobre as gônadas (ovários e testículos); • Sobre os olhos; CONTRA INDICAÇÕES E CUIDADOS Lembre-se que você como profissional deve ser apto e capacitado antes de manusear qualquer tipo de aparelho ou de efetuar qualquer procedimento e ser formado na área. Leia atentamente o manual que acompanha o aparelho e faça cursos disponibilizados pela empresa que o vendeu. Existem diversos modelos no mercado, analise atentamente o que cada um oferece antes de comprar. REFERÊNCIAS BORGES, F. S. Dermato-Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. Ed. São Paulo: Phorte, 2010. PEREIRA, M. F. L.Eletroterapia: no tratamento estético. 1. Ed. São Paulo: Difusão, 2014. STARKEY, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 2. Ed. São Paulo: Manole, 2001.