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Aula 8 – Terapia Nutricional no Paciente Obeso Crítico Introdução • Definimos obesidade como o indivíduo com IMC entre 30 a 39,9Kg/m2 • E aqueles com IMC ≥ 40Kg/ m2 → Obeso grave Introdução • Nas últimas décadas → Aumento na prevalência da obesidade no ocidente • Iniciada no EUA ➢ 32,2% em homens ➢ 35,5% em mulheres ➢ 4,2 e 7,2% obesos graves (dados de 2008- 2009) • Posteriormente no Brasil e México → porém com um intervalo de tempo bem menor Introdução • A projeção da OMS para 2025 é de 2,3 bilhões de pessoas com sobrepeso e mais de 700 milhões com obesos. • No Brasil ➢ 12,5% → Homens ➢ 17% →Mulheres (IBGE, 2008-2009 – Acima de 20 anos) ➢ Hoje, mais de 50% estão com sobrepeso. Introdução E O PACIENTE OBESO CRÍTICO? Sobrepeso Obesidade Obesidade grave Aumento da Mortalidade independente do sexo Introdução E O PACIENTE OBESO CRÍTICO? Porém, estudos mostram resultados discrepantes quanto ao impacto da obesidade em doentes graves: • Tempo de permanência na UTI • Tempo em Ventilação Mecânica • Mortalidade Introdução E O PACIENTE OBESO CRÍTICO? Mesmo assim... É consenso, entre os profissionais de saúde, que o paciente grave com obesidade têm mortalidade maior que a população em geral. Introdução O que dificultam os procedimento em paciente obesos? Principalmente... • Dificuldade em realizar procedimentos • Ajustes nas dosagens de medicamentos • Obtenção e manutenção de acesso venoso e respiratório • Interpretação de resultados de exames • Riscos de ocorrência de iatrogenias • A inflamação é uma resposta natural do corpo quanto a: – Defesa – Regeneração e cicatrização de tecidos • Existem alguns gatilhos: – Tabagismo – Poluentes ambientais – Estresse – Consumo excessivo de calorias (obesidade) Obesidade e Inflamação • Consumo excessivo de calorias (obesidade) – Inflamação crônica no endotélio – Inflamação crônica nos tecidos periféricos – Alterações na homeostase metabólica – Clinicamente chamamos de Síndrome Metabólica Obesidade e Inflamação • Síndrome Metabólica Obesidade e Inflamação Elevação da P.A. • > 135/85mmHg Redução do HDL • < 40 Homens • < 50 Mulheres Elevação do TGL • > 150mg/dL Obesidade Abdominal • > 102 cm – Homens • > 88 cm Mulheres Elevação da Glicemia • > 110mg/dL • A sensibilidade para reconhecer desnutrição nessa população é baixa quando usamos o IMC. • Erro frequente no paciente grave obeso em UTI é o de subestimar o impacto da desnutrição Avaliação de Risco e Nutricional Paciente Crítico e Obesidade Doença grave + Obesidade Efeito Pró-inflamatório Sinérgico Resistência a insulina → inflamação mediada por catecolaminas: IL-6 e TNFα Paciente Crítico e Obesidade Elevado estresse oxidativo Péssimo prognóstico para o paciente obeso crítico Pois a inflamação está intimamente associada com lipólise do T.A. e proteólise do T.M. Paciente Crítico e Obesidade Lipólise do T.A. Liberar mais ácidos graxos na circulação Promovendo mais resistência a insulina Paciente Crítico e Obesidade Fígado (hepatócitos) entende que não há glicose na circulação Libera o glicogênio hepático Promovendo elevação na glicemia Paciente Crítico e Obesidade Com o fim das reservas de glicose Os hepatócitos irão promover neoglicogênese Mobilizando mais lipídios do T.A. e proteína do T.M Liberar mais glicose para a corrente sanguínea Paciente Crítico e Obesidade Neoglicogênese → Lipólise e Proteólise Lipólise → aumentar mais ainda a inflamação Proteólise → acelerar a diminuição da massa magra Obesidade Sarcopênica Paciente Crítico e Obesidade Obesidade Sarcopênica Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Nutrição Enteral Precoce: • 24-48h → Não difere do paciente crítico não obeso • Oferta proteico-calórica adequada promove a redução desse estresse oxidativo pré-existente no obeso • Como determinar energia e proteinas para pacientes obesos em UTI para alcançar o equilíbrio nitrogenado? • Calorimetria Indireta → 65 a 70% da necessidade energética. • 11 a 14Kcal/kg/dia de Peso Atual → IMC: 30 a 50kg/m2 • 22 a 25kcal/kg/dia de Peso Ideal→ IMC: >50kg/m2 • Proteína: 2g/Kg/dia de Peso Atual → IMC: 30 a 40kg/ m2 • Proteina: 2,5g/Kg/dia de Peso Ideal → IMC: ≥ a 40kg/ m2 Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Nutrição Enteral Precoce: • Não se admite fazer jejum nesse tipo de paciente somente pelo fato se terem reserva corpórea. • Essa prática somente exacerba a diminuição das reservas corpóreas de massa magra → induzindo Sarcopenia Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Energia: • ≤ 22Kcal/kg/dia do Peso Ideal promove um controle glicêmico melhor e menores doses de insulina Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta de glicêmica: • ≤ 180mg/dL em pacientes graves • 150mg/dL em pacientes graves em pós- operatório Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Metas energética e Proteica: • A oferta de 50 a 65% das metas proteica e calórica → trazem benefícios ao paciente grave obeso Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta energética: • Evidências científicas de dietas hipocalóricas • Dickerson et al (2002): • Melhorou o Balanço Nitrogenado • Reduziu o tempo em UTI • Diminuiu o uso de antibióticos Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta energética: • Evidências científicas de dietas hipocalóricas • Krishnan et al (2004): 9 – 18Kcal/kg/dia • Redução da mortalidade • Ventilação mecânica • Risco de sepse Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta energética: • Se por um lado a oferta de dieta hipocalórica promove: • Melhora na resistência à insulina • Reduz comorbidades • Promove perda de peso que contribui para cuidados de enfermagem Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta energética: • Por outro lado... • Gera um débito calórico pela diferença acumulada entre o valor calculado e o ofertado na terapia nutricional • Podem chegar a um déficit de 10.000Kcal Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta energética: • Por outro lado... • Aumentar o tempo em ventilação mecânica • Tempo em UTI • Consumo de antibióticos • Complicações Infecciosas. Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta proteica: • Não existem estudo que recomendem uma oferta definitiva de caloria não proteica/g de nitrogênio. • Porém, utilizamos a mesma recomendação para os pacientes críticos não obesos → 70:1 a 100:1 Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta proteica: • Kcal não Proteica/gN→ 70:1 a 100:1 • Controle glicêmico • Controle de Triglicerídeos (400mg/dL) Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Meta proteica: • L-Leucina – 10% do conteúdo proteico • Tem efeitos positivos na prevenção da Sarcopenia Estratégia Nutricional do Paciente Obeso grave Intercorrências: • O paciente obeso tem algumas peculiaridades que podem dificultar a terapia nutricional nesses pacientes: • Motilidade gástrica alterada devido a pressão abdominal aumentada • Conduta: Alimentação pós-pilórica Considerações finais • A avaliação do estado nutricional e necessidades proteicas-calóricas no paciente obeso crítico ainda são controversas. • Necessitando de mais estudos para essa população em específico. Aula 8 – Terapia Nutricional no Paciente Obeso Crítico
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