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BIODISPONIBILIDADE DA VITAMINA E FORMAS QUÍMICAS DA VITAMINA E O termo vitamina E se refere a uma família de 8 compostos homólogos de ocorrência natural, sintetizados pelas plantas: tocoferóis (-, -, -, -) e os tocotrienóis (-, -, -, -). Forma sintética da vitamina E mistura dos isômeros de ocorrência natural, tocoferóis e tocotrienóis, RRR--tocoferol (- tocoferol natural) e -tocoferol sintético. As formas mais importantes da vitamina E para estabelecimento de recomendações nutricionais são as derivadas do -tocoferol natural (RRR--tocoferol) e as 3 outras formas de -tocoferol sintético (RSR-, RRS-, RSS-- tocoferol). FUNÇÕES Atua como antioxidante lipídico não-enzimático tanto in vivo quanto in vitro Na ausência do ascorbato, as concentrações fisiológicas de -tocoferol têm menor atividade de varredura de radical livre. O radical tocoferoxil pode ser reduzido a tocoferol pela reação com a glutationa. ABSORÇÃO E METABOLISMO Formas de vitamina E absorvíveis A eficiência de absorção é variável – 20 a 86% de uma dose teste. Principal local de absorção → intestino delgado: função pancreática adequada/ secreção de bile/ formação de micelas. 20 a 86% Reserva: Tecido adiposo - gotículas de gordura e membranas celulares VLDL Forma -tocoferol é armazenada em tecidos extra- hepáticos → membranas das mitocôndrias e no retículo endoplasmático do coração e dos pulmões. A capacidade do plasma para aumentar a concentração de -tocoferol é limitada, independente da quantidade e da duração da suplementação: máximo de 2 a 3 vezes a concentração de 25mol/L. A maior parte da vitamina E é metabolizada antes de ser excretada. FATORES QUE INTERFEREM NA BIODISPONIBILIDADE DA VITAMINA E Biodisponibilidade é maior quando provém de alimentos fontes de gordura, como óleos vegetais – melhor absorção. A absorção é aumentada por triacilgliceróis de cadeia média e inibida por ácidos graxos polinsaturados. A absorção do -tocoferal é maior em relação aos outros compostos de vitamina E. CAPTAÇÃO DA VITAMINA E PELOS TECIDOS Realiza-se através de dois mecanismos: Por meio da lipase lipoprotéica, que libera a vitamina E, hidrolisando os triacilgliceróis dos quilomícrons e VLDL. Pode ser absorvida ligada à LDL por meio dos receptores de LDL. A quantidade que será retirada nos tecidos pode depender das proteínas ligadoras de tocoferol. DEFICIÊNCIA EM VITAMINA E É muito rara em humanos. As reservas nos tecidos parecem ser relativamente grandes. Deficiência: anormalidades genéticas nas apoprotéinas B; Anormalidades genéticas na -TTP; Síndromes de má absorção de gordura. Sintomas na deficiência genética: Neurológicos: perda dos reflexos do tendão, ataxia cerebelar (Incoordenação de movimentos voluntários, com uma tendência dos movimentos dos membros em ultrapassar ou não alcançar um objetivo (dismetria), tremor durante a tentativa de realizar movimentos (tremor intencional), força e ritmo deficientes dos movimentos rapidamente alternados, disartria (transtornos da articulação da fala, causados por coordenação imperfeita da faringe, laringe, língua ou músculos faciais) e retardo mental. Pode ocorrer também miopatia do esqueleto (degeneração da musculatura), e retinite pigmentosa (inflamação da retina com deposição de pigmentos). Em prematuros: redução da vida média de eritrócitos podendo acarretar anemia hemolítica. Em animais: pode afetar o desenvolvimento fetal em fêmeas e produzir atrofia testicular em machos. RELAÇÃO ENTRE VITAMINA E E DOENÇAS CRÔNICAS Estudos com resultados controversos: Redução da susceptibilidade da LDL à oxidação. Pode apresentar atividade pró-oxidante em algumas situações: fumantes, diabéticos do tipo II ou com elevado consumo de PUFAs. Em pesquisas com culturas de células e modelos animais, o -tocoferol demonstrou ter atividade antioxidante e anti-inflamatória, e pôde inibir vários enventos envolvidos na aterosclerose. DIABETES MELLITUS Em estudo realizado em 2008, para verificar o risco de incidência de diabetes do tipo 2 e a ingestão de frutas, verduras e antioxidantes, observou-se que o risco para diabetes do tipo 2 era 13% menor quando havia ingestão adequada de vitamina E. CÂNCER Recentemente os tocotrienóis tem sido estudados por suas propriedades anti- hipertensivas, neuroprotetoras e anticarcinogênicas com resultados promissores com modelos animais e linhagens celulares humanas. FUNÇÃO IMUNE Estudos demonstraram uma melhora do sistema imune, principalmente de indivíduos idosos, com suplementos de vitamina E. Mecanismo: efeito antioxidante, protegendo as células do sistema imune. ALTERAÇÕES DO SITEMA NERVOSO CENTRAL Experimentos com culturas de células e com animais indicam que a vitamina E e outros antioxidantes podem prevenir a morte celular induzida por radicais livres e diminuir a deterioração cognitiva na doença de Alzheimer. Resultados controversos também na doença de Parkinson. Quando foram suplementadas altas doses de vitamina E e de vitamina C, os resultados foram promissores, com retardo na progressão da doença em cerca de 2,5 anos. FONTES ALIMENTARES Os alimentos que contém maiores concentrações de vitamina E são os óleos vegetais e cereais integrais: óleo de gérmem de trigo, semente de girassol, avelã, óleo de girassol, amendoim, óleo de amêndoa, castanha-do-Brasil, amêndoa, pistache, fígado de peru cozido, óleo de fígado de bacalhau, óleo de milho, óleo de canola, óleo de salmão, gérmem de trigo. ↑ [ácidos graxos polinsaturados] na dieta ↑ a necessidade de vitamina E número de ligações insaturadas. considera-se que seja necessário de 0,4 a 0,5 mg de vitamina E/ g de ácido graxo polinsaturado da dieta. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO À VITAMINA E Valores utilizados para a interpretação do estado nutricional relativo à vitamina E. Fonte: Sauberlich, 1999. Classificação -tocoferol soro/plasma mol/ L ou g/mL % de hemólise nos eritrócitos Deficiente < 11,6 < 5 > 20 Baixo 11,6 – 16,2 5 - 7 10 – 20 Aceitável > 16,2 > 7 < 10 USO FARMACOLÓGICO E TOXICIDADE Estudos com animais: efeito protetor de suplementos de tocoferol contra uma variedade de espécies geradoras de radicais livres, existindo evidências de que níveis relativamente altos de ingestão poderiam diminuir o risco de doença isquêmica do coração e algumas formas de câncer em seres humanos. Pouca toxicidade – ingestão habitual de suplementos de até 720 mg/dia não apresentaram efeitos adversos detectáveis associadas a ingestão dietética diária entre 0,15 a 2 mg de -tocoferol/ Kg de peso corporal. Riscos de efeitos adversos: doses ↑ a 3 g/dia (Kappus & Diplock). O NOAEL da vitamina E é de 1.200 UI (800 mg de -tocoferol) e o LOAEL ainda não foi estabelecido.
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