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Química InorgânicaQuímica Inorgânica As As EstruturasEstruturas dos dos As As EstruturasEstruturas dos dos SólidosSólidos SimplesSimples Referência: D. F. Shriver e P. W. Atkins, Química Inorgânica; 4ª edição; Bookman; 2008. Cap. 3. �A maioria dos compostos inorgânicos existe como sólidos, os quais são formados por arranjos ordenados de átomos, íons ou moléculas. INTRODUÇÃO moléculas. �Alguns dos sólidos mais simples são metais, cujas estruturas podem ser descritas em termos do preenchimento do espaço por arranjos regulares dos átomos metálicos. �Estes centros metálicos interagem entre si através da ligação metálica. �A ligação metálica é característica dos elementos com baixas energias de ionização, tais como aqueles localizados à esquerda da tabela periódica, ao longo do bloco d e parte dos elementos do bloco p que se INTRODUÇÃO d e parte dos elementos do bloco p que se localizam próximos ao bloco d. �A maioria dos elementos são metais, e a ligação metálica também ocorre em muitos outros compostos sólidos, especialmente aqueles dos metais d, tais como os seus óxidos e sulfetos. INTRODUÇÃO �Na ligação iônica, íons de elementos diferentes são mantidos unidos em arranjos rígidos e simétricos como resultado da atração entre suas cargas opostas.entre suas cargas opostas. �A ligação iônica também depende do ganho e da perda de elétrons, de forma que ela é geralmente encontrada em compostos de metais com elementos eletronegativos. INTRODUÇÃO �Entretanto, existem muitas exceções. �Nem todos os compostos de metais são iônicos e alguns compostos de não-metais apresentam características tanto de ligaçãoapresentam características tanto de ligação iônica quanto de interações covalentes. �Também existem materiais que apresentam aspectos tanto de ligação iônica quanto metálica. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS � O arranjo de átomos ou íons nas estruturas sólidas simples pode, frequentemente, ser representado por diferentes arranjos de esferas rígidas. � As esferas usadas para descrever os sólidos� As esferas usadas para descrever os sólidos metálicos representam os átomos neutros, porque cada cátion ainda está rodeado pelo seu complemento de elétrons. � As esferas usadas para descrever sólidos iônicos representam os cátions e os ânions, uma vez que houve uma substancial transferência de elétrons de um tipo de átomo para o outro. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS �Pode-se considerar que o cristal de um elemento ou de um composto é construído a partir de elementos estruturais que se repetem regularmente, os quais podem serrepetem regularmente, os quais podem ser átomos, moléculas ou íons. �A “rede cristalina” é o padrão formado pelos pontos e é usada para representar as posições destes elementos estruturais que se repetem. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �A rederede é um arranjo de pontos tridimensional, infinito, sendo uma rede de pontos, onde cada um dos pontos está rodeado de forma idênticaum dos pontos está rodeado de forma idêntica por seus pontos vizinhos, os quais definem a estrutura básica repetitiva do cristal. �A estruturaestrutura cristalinacristalina é obtida pela associação de uma ou mais unidades estruturais (tais como moléculas ou íons) com cada ponto da rede. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �A célulacélula unitáriaunitária do cristal é uma região imaginária, de lados paralelos (um “paralelepípedo”), a partir da qual o cristal“paralelepípedo”), a partir da qual o cristal inteiro pode ser construído por deslocamentos puramente translacionais. �As células unitárias assim geradas se encaixam juntas perfeitamente, sem excluir qualquer espaço. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �Os ângulos (αααα, ββββ, γγγγ) e os comprimentos (a, b, c) usados para definir o tamanho e forma de uma célula unitária são os parâmetros da célulacélula unitária são os parâmetros da célula unitária (os “parâmetros de rede”). �Por convenção, o ângulo entre a e b é o γγγγ, o entre b e c é o αααα e o entre a e c é o ββββ. �A célula unitária, geralmente, é a menor célula que exibe a maior simetria. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �Tomando como exemplo a figura 3.1, várias células unitárias podem ser escolhidas, cada uma das quais translada para repetiruma das quais translada para repetir exatamente o conteúdo da caixa. �Duas possíveis escolhas de unidades repetitivas são mostradas em (a) e (b), mas (b) deve ser a preferida, porque tem metade da área. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �As relações entre os parâmetros de rede nas três dimensões, com resultado da simetria da estrutura, dão origem a sete sistemasestrutura, dão origem a sete sistemas cristalinos. �Tabela 3.1 �Figura 3.2 Ângulos = 90º Romboédrico DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �Uma célulacélula unitáriaunitária primitivaprimitiva tem exatamente um ponto de rede na célula unitária (figura 3.3).(figura 3.3). �Tipos de redes mais complexas são as de corpocorpo centradocentrado e de faceface centradacentrada, com dois e quatro pontos de rede em cada célula unitária, respectivamente, e simetria translacional adicional além daquela da célula unitária (figuras 3.4 e 3.5). DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (a) Redes e Células Unitárias �A simetria translacional adicional na rede cúbicacúbica dede corpocorpo centradocentrado (ccc), equivalente ao deslocamento (+½, +½, +½) a partir daao deslocamento (+½, +½, +½) a partir da origem da célula unitária (0, 0, 0), produz um ponto de rede no centro da célula unitária. �O entorno de cada ponto de rede é idêntico. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (b) Coordenadas Atômicas Fracionais e Projeções �A posição de um átomo em uma célula unitária é normalmente descrita em termos de coordenadas fracionais, que são coordenadascoordenadas fracionais, que são coordenadas expressas como uma fração do comprimento de um lado da célula unitária. �A posição de um átomo localizado em xa paralelo a a, em yb paralelo a b e em zc paralelo a c é indicada por (x, y, z), com 0 ≤ x, y, z ≤ 1. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (b) Coordenadas Atômicas Fracionais e Projeções �Um método utilizado para representar estruturas tridimensionais é desenhar a estrutura como uma projeção e ver a célulaestrutura como uma projeção e ver a célula unitária ao longo de uma direção, tipicamente um dos eixos da célula unitária. �As posições dos átomos em relação ao plano de projeção são indicadas pela coordenada fracional acima do plano base e escritas ao lado do símbolo definindo o átomo na projeção. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS (b) Coordenadas Atômicas Fracionais e Projeções �Se dois átomos ficarem um sobre o outro, então ambas as coordenadas fracionais são indicadas entre parênteses.entre parênteses. �Ex.: a estrutura de corpo centrado do tungstênio metálico é mostrada em três dimensões na figura 3.6a e é representada em projeção na figura 3.6b. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CÉLULAS UNITÁRIAS E A DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS CRISTALINAS Exercícios 1 – Converta a rede cúbica de face centrada mostrada na figura 3.5 para um diagramamostrada na figura 3.5 para umdiagrama de projeção. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �Muitos sólidos iônicos e metálicos podem ser considerados como construídos a partir de entidades tais como átomos e íons, representados como esferas rígidas.representados como esferas rígidas. �Se não há ligações covalentes direcionais, estas esferas estão livres para se empacotarem tão próximas quanto a geometria permitir e, consequentemente, adotar uma estruturaestrutura dede empacotamentoempacotamento compactocompacto, na qual há um mínimo de espaço não ocupado. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �O númeronúmero dede coordenaçãocoordenação (N.C.) de uma esfera em um arranjo de empacotamento compacto (o “número de vizinhos mas próximos”) é 1212, o maior número que a geometria permite. �Quando ocorre alguma participação de ligações direcionais, as estruturas resultantes não são mais de empacotamento compacto e o número de coordenação é menor que 12. �Consideremos primeiramente uma camada simples de esferas idênticas (figura 3.9). DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �O maior número de vizinhos imediatos é 6 e há somente uma maneira de construir esta camada de empacotamento compacto. �Uma segunda camada de empacotamento�Uma segunda camada de empacotamento compacto de esferas é formada colocando-se esferas nas depressões entre as esferas da primeira camada. (Somente metade das depressões da camada original é ocupada, uma vez que não há espaço suficiente para colocar esferas em todas as depressões). DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �A terceira camada de empacotamento compacto pode ser colocada de duas formas e, assim, pode dar origem a dois polítipospolítipos, que são estruturas idênticas em duas dimensões (neste caso, nosidênticas em duas dimensões (neste caso, nos planos) mas diferentes na terceira dimensão. �Em um dos polítipos, as esferas da terceira camada se posicionam diretamente acima das esferas da primeira camada. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �Este padrão ABAB... de camadas, onde os AA representam camadas que têm esferas diretamente umas em cima das outras, e da mesma forma para os BB, dá origem a umamesma forma para os BB, dá origem a uma estrutura com uma célula unitária hexagonal chamada de empacotamentoempacotamento compactocompacto hexagonalhexagonal (ech, figuras 3.10a e 3.11). DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �No segundo polítipo, as esferas da terceira camada são colocadas acima das depressões da primeira camada. �A segunda camada cobre metade das depressões�A segunda camada cobre metade das depressões da primeira camada e a terceira se posiciona acima das depressões restantes. �Este arranjo resulta em um padrão ABCABC..., onde C simboliza uma camada que possui esferas que não estão diretamente acima das posições das esferas das camadas A ou B. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �Este padrão corresponde a uma estrutura com uma célula unitária cúbica chamada de empacotamentoempacotamento compactocompacto cúbicocúbico (ecc, figuras 3.10b e 3.12).figuras 3.10b e 3.12). �Uma vez que cada célula unitária ecc tem uma esfera no vértice e uma no centro de cada face, uma célula unitária ecc é algumas vezes chamada de cúbicacúbica dede faceface centradacentrada (cfc). DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A EMPACOTAMENTO COMPACTO DE ESFERAS �Os arranjos ecc e ech são os modos simples mais eficientes de preenchimento do espaço com esferas idênticas. �Qualquer coleção de átomos, tais como os�Qualquer coleção de átomos, tais como os átomos simples e um metal ou moléculas aproximadamente esféricas, provavelmente adotarão uma destas estruturas de empacotamento compacto, a menos que existam razões energéticas adicionais para a escolha de arranjos alternativos . ecc Estrutura do C60 sólido. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CAVIDADES NAS ESTRUTURAS DE EMPACOTAMENTO COMPACTO �Em uma estrutura de empacotamento compacto existem dois tipos de cavidadescavidades ou espaço não ocupado entre as esferas. �Um sítiosítio octaédricooctaédrico situa-se entre dois�Um sítiosítio octaédricooctaédrico situa-se entre dois triângulos planos de esferas em camadas vizinhas (figura 3.15a). �Para um cristal consistindo de N esferas em uma estrutura de empacotamento compacto, há N sítios octaédricos. Localização de dois sítios octaédricos numa célula unitária ech Localizações dos sítios octaédricos numa célula unitária ecc. DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS DOS SÓLIDOS A CAVIDADES NAS ESTRUTURAS DE EMPACOTAMENTO COMPACTO �Um sítiosítio tetraédricotetraédrico, T, (figura 3.15b), é formado por um triângulo plano de esferas que se tocam, por uma única esfera posicionada sobre a depressão entre elas.sobre a depressão entre elas. �Em um arranjo de N esferas em empacotamento compacto, há N sítios tetraédricos de cada tipo (TT – ápice do tetraedro para cima e T’T’ – ápice aponta para baixo) e 2N sítios tetraédricos no total. Localizaçõe Localizações dos sítios tetraédricos numa célula unitária ecc. s dos sítios tetraédricos numa célula unitária ech. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A �Muitos elementos metálicos possuem estruturas de empacotamento compacto, indicando que as ligações entre seus átomos têm pouco caráter covalente direcional (tabela 3.2 e figura 3.19). Uma consequência deste empacotamento�Uma consequência deste empacotamento compacto é que metais frequentemente possuem altas densidades, porque a maior parte da massa está empacotada dentro do menor volume possível. �Os elementos inferiores do bloco d compreendem os sólidos mais densos sob as CNTP. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A POLITIPISMO �O polítipo de empacotamento compacto, ech ou ecc, que um metal adota, depende de detalhes da estrutura eletrônica, dos seus átomos, da extensão da interação entre os segundosextensão da interação entre os segundos vizinhos mais próximos e dos efeitos residuais de algum caráter direcional em suas ligações. �Uma estrutura de empacotamento compacto não necessita ser de um dos polítipos de empacotamento compacto ABAB... ou ABCABC... AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A POLITIPISMO �Polítipos complexos, arranjos estruturais tridimensionais diferentes com a mesma estequiometria, são algumas vezes observados para estruturas de empacotamento compacto. O cobalto é um exemplo de politismo mais�O cobalto é um exemplo de politismo mais complexo. �Acima de 500 ºC, o cobalto é ecc, mas sofre uma transição quando é resfriado. �A estrutura resultante é um empilhamento quase aleotório (ex.: ABACBABABCABACBABABC...) de camadas de empacotamento compacto. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A ESTRUTURAS QUE NÃO APRESENTAM EMPACOTAMENTO COMPACTO �Nem todos os metais apresentam empacotamento compacto, e alguns outros padrões de empacotamento usam o espaço de forma quase eficiente.forma quase eficiente. �Mesmo os metais que são de empacotamento compacto podem sofrer uma transição de fase para uma estrutura de empacotamento menos compacto quando eles são aquecidos e seus átomos sofrem vibrações de grande amplitude. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A ESTRUTURAS QUE NÃO APRESENTAM EMPACOTAMENTO COMPACTO �Uma estrutura comum é a estrutura cúbica de corpo centrado (cúbica-I ou ccc), na qual há uma esfera no centro de um cubo, com esferas em cada vértice (figura 3.20a).em cada vértice (figura 3.20a). �Metais com essa estrutura têm um número de coordenação de 8, uma vez que o átomo central está em contato com os átomos nos vértices da célula unitária. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A ESTRUTURAS QUE NÃO APRESENTAM EMPACOTAMENTO COMPACTO �Embora a estrutura ccc seja menos compacta do que as estruturas ecc e ech (para os quais o número de coordenação é 12), a diferença não é muitogrande, porque o átomo centralnão é muito grande, porque o átomo central possui seis vizinhos secundários, nos centros de células unitárias adjacentes, somente 15% mais distantes. �A estrutura ccc é adotada por quinze dos elementos nas condições padrão, incluindo todos os metais alcalinos e os metais dos Grupos 5 e 6. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A ESTRUTURAS QUE NÃO APRESENTAM EMPACOTAMENTO COMPACTO �A estrutura metálica menos comum é a estrutura cúbica primitiva (cúbica-P) (figura 3.21), na qual as esferas estão localizadas nos pontos de rede de uma rede cúbica primitiva,pontos de rede de uma rede cúbica primitiva, tomados como os vértices de um cubo. �O número de coordenação de uma estrutura cúbica-P é 6. �Uma forma de polônio (Po-α) é o único exemplo desta estrutura entre os elementos sob condições normais. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A ESTRUTURAS QUE NÃO APRESENTAM EMPACOTAMENTO COMPACTO �O mercúrio sólido (Hg-αααα), entretanto, tem uma estrutura muito próxima: ela é o obtida a partir de um arranjo cúbico-P, alongando-se uma das diagonais do cubo (figura 3.22a). �Uma segunda forma do mercúrio sólido (Hg-ββββ)�Uma segunda forma do mercúrio sólido (Hg-ββββ) tem uma estrutura baseada no arranjo cúbico de corpo centrado, mas comprimida ao longo de uma das dimensões da célula (figura 3.22b). �Metais que têm estruturas mais complexas do que aquelas descritas até agora podem, algumas vezes, ser considerados, como tendo versões levemente distorcidas de estruturas simples. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A POLIMORFISMO DOS METAIS �A baixa direcionalidade das ligações que os átomos metálicos podem formar justifica a grande ocorrência de polimorfismo. �Polimorfismo é a capacidade de adotar diferentes formas cristalinas sob diferentes condições de temperatura e pressão. �Frequentemente observa-se que as fases com empacotamento mais compacto são termodinamicamente favorecidas a baixas temperaturas, e que as menos compactas são favorecidas a altas temperaturas. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A POLIMORFISMO DOS METAIS �Os polimorfos dos metais são, geralmente, rotulados como αααα, ββββ, γγγγ, ... com o aumento da temperatura. �O ferro mostra várias transições de fase do tipo�O ferro mostra várias transições de fase do tipo sólido-sólido; o Fe-αααα que é ccc, ocorre até 900 ºC; o Fe-γγγγ, que é ecc, ocorre até 1401 ºC; e o Fe-α ocorre novamente, até o ponto de fusão a 1530 ºC. O polimorfo ech, Fe-ββββ, é formado a altas pressões. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A POLIMORFISMO DOS METAIS �A estrutura ccc é comum a altas temperaturas para os metais que são de empacotamento compacto a baixas temperaturas, porque o aumento da amplitude de vibrações atômicasaumento da amplitude de vibrações atômicas no sólido mais quente resulta numa estrutura de empacotamento menos compacto. �Uma constatação empírica é que uma estrutura ccc é favorecida nos metais com um pequeno número de elétrons de valência por orbital. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A OS RAIOS ATÔMICOS DOS METAIS �O raio atômico de um elemento metálico foi definido como sendo a metade da distância entre os centros de átomos adjacentes no sólido. �Entretanto, essa distância geralmente aumenta�Entretanto, essa distância geralmente aumenta com o número de coordenação da rede. �O mesmo átomo, em estruturas com diferentes números de coordenação, pode, portanto, parecer ter raios diferentes, e um átomo de um elemento com número de coordenação 12 parece maior do que com um número de coordenação 8. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A OS RAIOS ATÔMICOS DOS METAIS �V. Goldschmidt observou que os raios médios relativos estão relacionados conforme mostrado na tabela 3.3. �É desejável colocar todos os elementos numa�É desejável colocar todos os elementos numa mesma condição quando comparamos tendências em suas características, isto é, quando comparamos propriedades intrínsecas dos seus átomos em vez de propriedades que derivam do seu ambiente. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS �Uma ligaliga é uma mistura de elementos metálicos preparada por meio da mistura dos componentes fundidos, resfriando-se depois a mistura para produzir um sólido que exibemistura para produzir um sólido que exibe propriedades metálicas. �As ligas podem ser soluções sólidas homogêneas, nas quais os átomos de um metal estão distribuídos ao acaso entre os átomos do outro, ou podem ser compostos com uma composição e estrutura interna definidas. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS �O comportamento das misturas de espécies no estado sólido é importante quando se necessita compreender a distribuição de átomos ou íons numa rede infinita.numa rede infinita. �As ligas, tipicamente, se formam a partir de dois metais eletropositivos que têm eletronegatividades semelhantes, então eles provavelmente estarão localizados próximos ao vértice esquerdo inferior do triângulo de Ketelarr (figura 3.23). (ligas) AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS �As soluções sólidas são classificadas como “substitucionais” ou como “intersticiais”. �Uma solução sólida substitucional é uma solução sólida na qual os átomos de um metalsolução sólida na qual os átomos de um metal soluto ocupam algumas das posições dos átomos do metal solvente (figura 3.24a). �Uma solução sólida intersticial é uma solução sólida na qual os átomos do soluto ocupam os interstícios (as cavidades) entre os átomos do metal solvente (figura 3.24b). AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS �Entretanto, esta distinção não é particularmente fundamental, porque os átomos intersticiais frequentemente encontram-se em um arranjo definido, (figura 3.24c), e, por esta razão, podem ser considerados como uma versãoser considerados como uma versão substitucional de uma outra estrutura. �Alguns exemplos de ligas são o latão (até 38% de átomos de Zn em Cu), o bronze (um outro metal que não o zinco ou níquel em cobre) e aço inoxidável (mais de 12% de átomos de Cr em Fe). AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (a) Soluções Sólidas Substitucionais �Soluções sólidas substitucionais são formadas quando três critérios são satisfeitos: 1- Os raios atômicos dos elementos diferem de,1- Os raios atômicos dos elementos diferem de, no máximo, 15% um do outro. 2- As estruturas cristalinas dos dois metais puros são as mesmas; esta semelhança indica que as forças direcionais entre os dois tipos de átomos são compatíveis entre si. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (a) Soluções Sólidas Substitucionais 3- O caráter eletropositivo dos dois componentes são similares; caso contrário, a formação de um composto seria mais provável.um composto seria mais provável. �Embora o sódio e potássio sejam quimicamente semelhantes e tenham estruturas ccc, o raio atômico do sódio (191 pm) é 19% menor que o do potássio (235 pm), fazendo com que os dois metais não formem uma solução sólida. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (a) Soluções Sólidas Substitucionais �Por outro lado, cobre e níquel, são semelhantes no caráter eletropositivo, estrutura cristalina (ecc) e raios atômicos (Ni 125 pm, Cu 128 pm,(ecc) e raios atômicos (Ni 125 pm, Cu 128 pm, diferença de apenas 2,3%), formando assim uma série contínua de soluções sólidas, variando de níquel puro ao cobre puro. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (b) Soluções Sólidas Interticiais de não-metais �Soluções sólidas intersticiais são frequentemente formadas entre metais e átomos pequenos (tais como boro, carbono e nitrogênio)pequenos (tais como boro, carbono e nitrogênio) que possam ocupar os interstícios do metal. �Os átomos pequenos entram no sólido hospedeiro preservando a estrutura cristalina do metal original e sem transferência de elétrons nem formação de espécies iônicas. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (b) Soluções Sólidas Interticiais de não-metais �Pode haver uma relação simples de números inteiros entre os átomos do metal e os átomosdos interstícios (como no carbeto de tungstênio, WC), ou os átomos pequenos ficam distribuídosWC), ou os átomos pequenos ficam distribuídos aleatoriamente nas cavidades disponíveis no metal. �Os primeiros são compostos verdadeiros, e os últimos podem ser considerados como soluções sólidas intersticiais ou compostos não- estequiométricos. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (b) Soluções Sólidas Interticiais de não-metais �O maior átomo de soluto que pode entrar em um sólido de empacotamento compacto, sem distorcer a sua estrutura, é aquele que se ajustadistorcer a sua estrutura, é aquele que se ajusta perfeitamente a um sítio octaédrico. �Para átomos pequenos como B, C ou N, o raio atômico do possível metal da estrutura hospedeira inclui os metais d tais como ferro, níquel e cobalto. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (b) Soluções Sólidas Interticiais de não-metais �Uma importante classe de materiais desse tipo consiste do aço, no qual os átomos de C ocupam alguns dos sítios octaédricos da rede ccc doalguns dos sítios octaédricos da rede ccc do ferro. �O aço contém, geralmente, entre 0,2 e 1,6% de átomos de C. �Quanto maior o conteúdo de carbono, mais ele se torna duro e resistente, mas menos maleável. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (c) Compostos Intermetálicos �Em contraste com as soluções sólidas intersticiais de metais e não-metais, há uma classe de materiais formados entre dois metais que são melhor considerados como compostosque são melhor considerados como compostos verdadeiros, apesar da similaridade das eletronegatividades dos metais. �Ex.: quando algumas misturas líquidas de metais são resfriadas, elas formam fases com estruturas definidas que são frequentemente diferentes da estrutura de origem. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (c) Compostos Intermetálicos �Essas fases são chamadas de compostos intermetálicos. Elas incluem o latão-β (CuZn), (figura 3.25a), e�Elas incluem o latão-β (CuZn), (figura 3.25a), e compostos com as composições MgZn2, Cu3Au, NaTl e Na5Zn21. �Alguns desses compostos intermediários contêm metais muito eletropositivos em combinação com um metal menos eletropositivo. AS ESTRUTURAS DOS METAIS E DAS LIGAS A LIGAS (c) Compostos Intermetálicos �Ex.: (Na, χ = 0,39 e Zn, χ =1,65) e no triangulo de Ketelarr ficam acima das ligas verdadeiras, (figura 3.26).(figura 3.26). �Tais combinações são chamadas de fase Zintl. �Estes compostos não são totalmente iônicos e têm propriedades metálicas. �Um exemplo de um fase Zintl é o KGe, com a estrutura mostrada na figura 3.27. A estrutura da fase Zintl KGe, mostrando as unidades tetraédricas de Ge4 4- e os íons K+ intercalados. SÓLIDOS IÔNICOS A ��SólidosSólidos iônicosiônicos, tais como o cloreto de sódio e o nitrato de potássio, são frequentemente reconhecidos por serem quebradiços, porque os elétrons que são disponibilizados pela formação dos cátions estão localizados,formação dos cátions estão localizados, formando um ânion vizinho, ao invés de contribuírem para um mar de elétrons móvel e maleável. �Sólidos iônicos comumente têm altos pontos de fusão e são solúveis em solventes polares, particularmente a água; com algumas exceções. SÓLIDOS IÔNICOS A �CaF2, por exemplo, é insolúvel em água. �NH4NO3, funde a 170 ºC. �Materiais iônicos binários se formam, geralmente, a partir de combinações degeralmente, a partir de combinações de elementos com grandes diferenças de eletronegatividade, tipicamente ∆∆∆∆∆∆∆∆χχχχχχχχ >> 33. �Tais compostos são, portanto, prováveis de serem encontrados no vértice superior do triângulo de Ketelaar. SÓLIDOS IÔNICOS A �A classificação de um sólido como iônico é baseada na comparação de suas propriedades com aquelas do modelo iônico. �O modelomodelo iônicoiônico trata o sólido como um conjunto de esferas carregadas com cargas opostas que interagem primariamente por forças coulombianas não direcionais, juntamente com as repulsões entre as camadas eletrônicas completas dos íons em contato. SÓLIDOS IÔNICOS A �Se as propriedades termodinâmicas calculadas para o sólido por este modelo concordam com os resultados experimentais, então o sólido pode ser iônico. �A natureza não direcional das interações entre os íons em um sólido iônico contrasta com aquelas presentes em um sólido covalente, onde as simetrias dos orbitais atômicos atuam fortemente na determinação das geometrias das moléculas. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS �As estruturas iônicas a serem descritas são protótipos de uma grande variedade de sólidos. �Ex.: Embora o sal-gema leve o nome da forma mineral do NaCl, ela é característica de numerosos outros sólidos (tabela 3.4).numerosos outros sólidos (tabela 3.4). �Muitas das estruturas podem ser consideradas como derivadas de arranjos nos quais os íons maiores, geralmente os ânions, empilham-se em padrões ecc ou ech, e os contra íons menores, geralmente os cátions, ocupam os sítios octaédricos ou tetraédricos da rede (tabela 3.5). Sal- Antifluorita Arseneto de Níquel A substância escrita em negrito é aquela que dá nome à estrutura. Sal- gema Rutílio Espinélio Wurzita Relação entre estrutura e os sítios a serem preenchidos. Sítios de preenchimento SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS �A camada de empacotamento compacto normalmente necessita expandir-se, a fim de acomodar os contra-íons e evitar a forte repulsão entre íons de carga idêntica, masrepulsão entre íons de carga idêntica, mas esta expansão é, frequentemente, uma pequena perturbação do arranjo dos ânions. Assim, a estrutura de empacotamento compacto, é geralmente, um bom ponto de partida. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Os compostos iônicos mais simples contêm somente um tipo de cátion e um tipo de ânion presentes em várias razões, abrangendo composições tais como AX e AX .composições tais como AX e AX2. �Várias estruturas diferentes podem existir para cada uma dessas composições, dependendo dos tamanhos relativos dos cátions e ânions. �A estrutura do sal-gema é baseada em um arranjo ecc de ânions volumosos, com os cátions ocupando todos os sítios octaédricos (figura 3.28). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Uma vez que cada íon está rodeado por um octaedro de seis contra-íons, o número de coordenação de cada tipo de íon é 6 e a estrutura é dita ter coordenação (6,6).é dita ter coordenação (6,6). �Nesta notação, o primeiro número entre parênteses é o número de coordenação do cátion, e o segundo é o número de coordenação do ânion. �A estrutura do sal-gema, pode ser ainda descrita como sendo uma rede cúbica de face centrada após o preenchimento dos sítios. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Para contar os íons de cada tipo em um célula unitária, usamos as seguintes regras: 1- Um íon no corpo da célula pertence totalmente àquela célula e conta como 1. 2- Um íon numa face é compartilhado por duas células e contribui com ½ para a célula em questão. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Para contar os íons de cada tipo em um célula unitária, usamos as seguintes regras: 3- Um íon numa aresta é compartilhado por quatro células, e portanto, contribui com ¼. 4- Um íon em um vértice é compartilhado por oito células que compartilham o vértice e, assim, contribui com ⅛. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Na célula unitária mostrada na figura 3.28, há o equivalente a quatro íons Na+ (8 x ⅛ + 6 x ½) e quatro íons Cl- (12 x ¼ + 1).quatro íons Cl- (12 x ¼ + 1). �Cada célula unitária contém quatro fórmulas unitárias de NaCl. �O número de fórmulas unitárias presentes na célula unitária é comumente indicado por Z, de forma que neste caso, Z = 4. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias,AXn �Compostos tais como CaC2, CsO2, KCN e FeS2 adotam todos estruturas muito próximas da estrutura do sal-gema, alternando cátions comestrutura do sal-gema, alternando cátions com ânions complexos (C22-, O2-, CN- e S22-, respectivamente), embora a orientação destas espécies diatômicas lineares podem levar ao alongamento da célula unitária e a eliminação da simetria cubica (figura 3.29). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Muito menos comum do que a estrutura do sal- gema é a estrutura do cloreto de césio (figura 3.30), que é a do CsCl, CsBr e CsI, assim como de3.30), que é a do CsCl, CsBr e CsI, assim como de alguns outros compostos formados por íons de raios similares a estes (tabela 3.4). �A estrutura do cloreto de césio tem uma célula unitária cúbica, com cada vértice ocupado por um ânion e um cátion ocupando o “sítio cúbico” no centro da célula, como resultado Z = 1. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn � A estrutura da esfalerita (figura 3.32), também conhecida como estrutura da blenda-de-zinco, recebe este nome de uma forma mineral do ZnS. � Como a estrutura do sal-gema, ela é baseada numa rede de ânions ecc expandida, mas neste caso os cátions ocupam um tipo de sítio tetraédrico, metade dos sítios tetraédricos presentes na estrutura de empacotamento compacto. Cada íon está rodeado por quatro vizinhos, de forma que a estrutura tem coordenação (4,4). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS Exercícios 1- Quantos íons há na célula unitária da esfarelita mostrada na figura 3.32?mostrada na figura 3.32? SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura da fluorita recebe seu nome do mineral de ocorrência natural fluorita, CaF2. Nela, os íons Ca2+ encontram-se em um arranjo�Nela, os íons Ca2+ encontram-se em um arranjo ecc expandido e os íons F- ocupam todos os sítios tetraédricos (figura 3.33). �Neste descrição, os cátions é que estão em empacotamento compacto, uma vez que os ânions F- são muito pequenos. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura da antifluorita é o inverso da estrutura da fluorita, no sentido de que as localizações dos cátions e dos ânions estãolocalizações dos cátions e dos ânions estão invertidas . �Esta estrutura é apresentada por alguns óxidos de metais alcalinos, incluindo o Li2O. Neste, os cátions (os quais são duas vezes mais numerosos que os ânions) ocupam ambos os tipos de sítios tetraédricos do arranjo ecc. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS Exercícios 1- Quantos íons há na célula unitária da fluorita mostrada na figura 3.33?mostrada na figura 3.33? SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura da wurtzita recebe o nome do outro polimorfo do sulfeto de zinco (figura 3.34). �Ela difere da estrutura esfalerita, sendo�Ela difere da estrutura esfalerita, sendo derivada de um arranjo ech expandido dos ânions, ao invés de um arranjo ecc, mas, como na esfalerita, os cátions ocupam um tipo de sítio tetraédrico. �Esta estrutura da wurtzita, que apresenta coordenação (4,4), é adotada pelo ZnO, AgI e por vários compostos. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura do arseneto de níquel (NiAs, figura 3.35) é também baseada num arranjo ech distorcido e expandido dos ânions, mas os átomosdistorcido e expandido dos ânions, mas os átomos de Ni agora ocupam os sítios octaédricos e cada átomo de As encontra-se no centro de um prisma trigonal de átomos de Ni. �Esta estrutura é adotada pelo NiS, FeS e por vários outros sulfetos. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura do arseneto de níquel é típica dos compostos MX que contêm íons polarizáveis e com menores diferenças de eletronegatividade docom menores diferenças de eletronegatividade do que o íons que adotam a estrutura do sal-gema. �Tais compostos ficam na “área dos sais iônicos polarizados” do triângulo de Ketelaar (figura 3.36). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �A estrutura do rutílio tem seu nome do rutílio, uma forma mineral do óxido de titânio (IV), TiO2 (figura 3.37).(figura 3.37). �A estrutura também pode ser considerada como um exemplo de preenchimento de sítios em um arranjo de ânions ech, mas, neste caso, com os cátions ocupando somente metade dos sítios octaédricos de uma maneira ordenada. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (a) Fases binárias, AXn �Este arranjo resulta numa estrutura que reflete a forte tendência do íon Ti4+ em adquirir a coordenação octaédrica.coordenação octaédrica. �Cada átomo de Ti4+ está rodeado por seis átomos de O e cada átomo de O está rodeado por três íons Ti4+, tendo coordenação (6,3). �O principal minério de estanho, a cassiterita, SnO2, possui a estrutura do rutílio, assim como vários difluoretos metálicos. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn �As possibilidades estruturais aumentam muito rapidamente se a complexidade na composição aumenta para três espécies.aumenta para três espécies. �Diferentemente dos compostos binários, é difícil prever o tipo de estrutura mais provável baseado nos tamanhos dos íons e nos números de coordenação preferidos. �Serão descritas duas estruturas importantes formadas por óxidos ternários. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn � O íon O2- é o ânion mais comum, de forma que a química do óxido é central para uma parte significativa da química de estado sólido.significativa da química de estado sólido. � O mineral perovsquita, CaTiO3, é o protótipo estrutural de muitos sólidos ABX3, particularmente os óxidos. � Na sua forma ideal, a estrutura da perovsquita é cúbica, com cada cátion A rodeado por 12 ânions X e cada cátion B rodeado por seis ânions X (fig. 3.38). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn �A estrutura da perovsquita pode ser descrita como um arranjo de empacotamento compacto de A e íons óxido, com os cátions B em todos osA e íons óxido, com os cátions B em todos os sítios octaédricos que são formados por seis dos íons óxido, dando o equivalente a ABO3. �Nos óxidos, X = 0, a soma das cargas nos íons A e B deve ser +6, o que pode ser atingido de várias maneiras (entre elas A2+B4+ e A3+B3+), incluindo a possibilidade de óxidos mistos. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn �O cátion do tipo A nas perovsquitas é, por isso, geralmente um íon grande de carga menor, tal como Ba2+ ou La3+ (raio iônico > 110 pm), e o cátion B é um íon pequeno de carga mais alta, talcátion B é um íon pequeno de carga mais alta, tal como Ti4+, Nb5+ ou Fe3+ (raio iônico < 100 pm). �A estrutura da perovsquita está intimamente relacionada aos materiais que mostram propriedades elétricas tais como piezoeletricidade, ferroeletricidade e supercondutividade a alta temperatura. SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn � A estrutura do espinélio é um arranjo ecc dos íons O2- no qual os cátions A ocupam um oitavo dos sítios tetraédricos e os cátions B ocupam metade dos sítios octaédricos (figura 3.40).dos sítios octaédricos (figura 3.40). � O espinélio mesmo é o MgAl2O4 e os óxidos espinélios, em geral, têm a fórmula AB2O4. � Espinélios são algumas vezes simbolizados por A[B2]O4, com o colchete identificando o tipo de cátion que ocupa os sítios octaédricos (normalmente o menor e de carga mais alta dos íons A e B). SÓLIDOS IÔNICOS A ESTRUTURAS TÍPICAS DOS SÓLIDOS IÔNICOS (b) Fases ternárias, AaBbXn �Exemplos de compostos que possuem estrutura de espinélio incluem muitos óxidos ternários com estequiometriaAB2O4 que contêm um metal daestequiometria AB2O4 que contêm um metal da série 3d, tais como NiCr2O4 e ZnFe2O4, e alguns óxidos binários simples do bloco d, tais como Fe3O4, Co3O4. �Há também uma variedade de compostos chamados espinélios invertidos, nos quais a distribuição dos cátions é B[AB]O4. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (a) Raios Iônicos � Uma dificuldade com a qual nos confrontamos desde o começo é o significado do termo “raio iônico”. � Como já foi mencionado, é necessário repartir a� Como já foi mencionado, é necessário repartir a separação internuclear dos íons vizinhos mais próximos entre duas espécies diferentes (ex. Na+, Cl-). � A maneira mais direta de resolver o problema é presumir o raio de um íon e, então, usar este valor para calcular um conjunto de valores autoconsistentes para todos os íons. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (a) Raios Iônicos �Para propósitos (tais como a previsão do tamanho das células unitárias) os raios iônicos podem ser úteis, mas eles só são confiáveis se todos eles forem baseados na mesma escolha fundamental.forem baseados na mesma escolha fundamental. �Se forem usados valores de raios iônicos de diferentes fontes, é essencial verificar que estejam baseados na mesma convenção. �Uma complicação que foi verificada por Goldschmidt é que, os raios iônicos aumentam com o número de coordenação (figura 3.41). SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (a) Raios Iônicos �Logo, quando comparando raios iônicos, devemos comparar semelhante com semelhante e usar valores para um único número de coordenação (geralmente 6).(geralmente 6). �As tendências gerais para os raios iônicos são as mesmas para os raios atômicos. Assim: 1- Os raios iônicos aumentam para baixo em um grupo. 2- Os raios dos íons de mesma carga decrescem ao longo de um período. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (a) Raios Iônicos 3- Quando um íon pode ocorrer em ambientes com números de coordenação diferentes, seu raio aumenta à medida que o número de coordenação aumenta.coordenação aumenta. 4- Se um elemento pode formar cátions com diferentes números de carga, então, para um dado número de coordenação, seu raio iônico decresce com o aumento do número de carga. 5- Os cátions são menores do que os ânions para elementos com números atômicos similares. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (b) A Razão dos Raios �A razão dos raios é o quociente do raio o íon menor (rpequeno) pelo do maior (rgrande): �Na maioria dos casos, rpequeno é o raio do cátion e rgrande é o raio do ânion. grande pequeno r r =ρ SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (b) A Razão dos Raios �A razão mínima entre os raios que pode permitir um dado N.C. é então calculada considerando-se o problema geométrico do empacotamento deo problema geométrico do empacotamento de esferas de tamanhos diferentes. �Os resultados estão listados na tabela 3.6. �Se a razão dos raios estiver abaixo do mínimo, então os íons de carga oposta não estarão em contato e os íons de mesma carga irão se tocar. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (b) A Razão dos Raios �De acordo com um argumento eletrostático simples, um N.C. menor torna-se, então, favorável, uma vez que o contato entre os íons defavorável, uma vez que o contato entre os íons de cargas opostas é reestabelecido. �À medida que o raio iônico do íon M+ aumenta, mais ânions podem se posicionar ao seu redor. �Ex.: CsCl (8,8) e NaCl (6,6). SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (b) A Razão dos Raios �Conceitos de empacotamento de íons baseados na razão dos raios podem ser usados frequentemente para prever qual estrutura é mais favorável parapara prever qual estrutura é mais favorável para qualquer escolha particular de cátion e ânion. Exercícios 1- Qual a estrutura cristalina esperada para o TlCl? r(Tl+) = 164 pm e r(Cl-) = 181 pm. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (c) Mapas de Estruturas �Um mapa de estrutura é um mapa compilado empiricamente e que descreve a dependência da estrutura cristalina em relação à diferença deestrutura cristalina em relação à diferença de eletronegatividade entre os elementos presentes e ao número quântico principal médio das camadas de valência dos dois átomos. �Um mapa de estrutura pode ser considerado como uma extensão das idéias introduzidas com relação ao triângulo de Ketelaar. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (c) Mapas de Estruturas �Os sais iônicos binários são formados quando temos grandes diferenças de eletronegatividade, ∆χ∆χ∆χ∆χ, mas à medida que esta diferença é reduzida a preferência passa a ser para os sais iônicospreferência passa a ser para os sais iônicos polarizados e redes ligadas mais covalentemente. �O caráter iônico de uma ligação aumenta com ∆χ, de forma que caminhar da esquerda para a direita ao longo do eixo horizontal de um mapa de estruturas corresponde a um aumento no caráter iônico da ligação. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (c) Mapas de Estruturas �O número quântico principal é uma indicação do raio de um íon. �Assim, caminhar para cima no eixo vertical�Assim, caminhar para cima no eixo vertical corresponde a um aumento no raio médio dos íons. �Uma vez que à medida que o átomo se expande os níveis atômicos de energia se tornam mais próximos, a polarizabilidade do átomo também aumenta. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS (c) Mapas de Estruturas �Consequentemente, o eixo vertical de um mapa de estrutura corresponde a um aumento do tamanho e da polarizabilidade dos átomostamanho e da polarizabilidade dos átomos ligados. �A figura 3.43 é um exemplo de um mapa de estruturas para compostos MX. �Elementos com ∆χ∆χ∆χ∆χ grande têm coordenação (6,6), tal como o sal-gema; elementos com ∆χ∆χ∆χ∆χ pequeno têm um número de coordenação menor. SÓLIDOS IÔNICOS A JUSTIFICANDO A RAZÃO DE SER DAS ESTRUTURAS Exercícios 1- Qual o tipo de estrutura cristalina esperado para o sulfeto de magnésio, MgS? χ = 1,3χMg = 1,3 χS = 2,6 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A �Um composto tende a adotar a estrutura cristalina que corresponde à menor energia de Gibbs. �Deste modo, se para o processoDeste modo, se para o processo M+(g) + X-(g) → MX(s) a mudança na energia padrão molar de Gibbs, ∆G0 é mais negativa para a formação de uma estrutura A do que para B, então a transição de B para A é espontânea sob condições normais e espera-se que o sólido possua a estrutura A. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A �O processo de formação de um sólido a partir de íons gasosos é tão exotérmico que, na temperatura ambiente ou próxima dela, a contribuição da entropia para a variação nacontribuição da entropia para a variação na energia de Gibbs (considerando ∆G0 =∆H0 – T∆S0) pode ser desprezada. �Essa aproximação é rigorosamente verdadeira a T = 0. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A �As discussões das propriedades termodinâmicas dos sólidos concentra-se nas variações de entalpia. �Assim, busca-se a estrutura cuja formação é mais�Assim, busca-se a estrutura cuja formação é mais exotérmica e a identificamos como a forma termodinâmica mais estável. �Alguns valores típicos de entalpia de rede para vários compostos iônicos simples são dados na tabela 3.7. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER �A entalpia de rede, ∆∆∆∆∆∆∆∆HHRR00, é a variação da entalpia molar padrão que acompanha a formação de íons gasosos a partir do sólido: MX(s) → M+(g) + X-(g) ∆H 0MX(s) → M+(g) + X-(g) ∆HR0 �Uma vez que a destruição da rede é sempre endotérmica, as entalpias de rede são sempre positivas e seus sinais positivos normalmente são omitidos dos seus valores numéricos. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER �A estrutura cristalinamais estável para o composto é a estrutura com a maior entalpia de rede, sob as condições normais. As entalpias de rede são determinadas a partir�As entalpias de rede são determinadas a partir de dados de entalpia, utilizando-se um ciclo de Born-Haber, uma sequência de etapas num caminho fechado que inclui a formação da rede como uma das etapas (figura 3.44). A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER � A entalpia padrão de decomposição de um composto em seus elementos nos seus estados de referência é o valor negativo da sua entalpia padrão de formação, ∆fH0: M(s) + X(s) →→→→ MX(s) ∆∆∆∆ H0M(s) + X(s) →→→→ MX(s) ∆∆∆∆fH 0 MX(s) →→→→ M(s) + X(s) - ∆∆∆∆fH 0 � Da mesma forma, a entalpia-padrão de formação da rede, a partir dos íons gasosos, é o valor negativo da entalpia de rede. MX(s) →→→→ M + (g) + X - (g) ∆∆∆∆HR 0 M+(g) + X-(g) →→→→ MX(s) - ∆∆∆∆HR 0 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER �Para um elemento sólido, a entalpia padrão de atomização, ∆atomH0, é a entalpia padrão de sublimação, como no processo: K(s) → K(g) ∆∆∆∆ H0 = +89 kJ mol-1K(s) → K(g) ∆∆∆∆subH0 = +89 kJ mol-1 �Para um elemento gasoso, a entalpia padrão de atomização é a entalpia padrão de dissociação, como em: Cl2(g) → 2Cl(g) ∆∆∆∆disH0 = +244 kJ mol-1 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER �A entalpia padrão para a formação dos íons a partir dos seus átomos neutros é a entalpia de ionização (para a formação dos cátions) e a entalpia de ganho de elétron (para os ânions).entalpia de ganho de elétron (para os ânions). K(g) → K+(g) + e-(g) ∆∆∆∆ionH0 = +425 kJ mol-1 Cl(g) + e-(g)→ Cl-(g) ∆∆∆∆geH0 = -355 kJ mol-1 �O valor da entalpia de rede é determinada considerando-se a condição de que a soma das variações de entalpia num ciclo fechado é zero. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A ENTALPIA DE REDE E O CICLO DE BORN-HABER Exercícios 1- Calcule a entalpia de rede do KCl(s) usando um ciclo de Born-Haber e as informações abaixo: ∆∆∆∆H / (kJ mol -1) Sublimação do K(s) Ionização do K(g) Dissociação do Cl2(g) Adição de elétron ao Cl(g) Formação do KCl(s) +89 +425 +244 -355 -438 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �Uma vez conhecida a energia de rede, ela pode ser usada para avaliar o caráter da ligação no sólido. �Para calcular a entalpia de rede de um sólido supostamente iônico, necessitamos levar em consideração várias contribuições para a sua entalpia, incluindo as atrações e repulsões entre os íons. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �Este cálculo é feito pela equação de Born- Landé para a entalpia da rede a T = 0: A dezzN H BAA −=∆ 2 1 onde d0 = r+ + r- é a distância entre os centros de cátions e ânions vizinhos e, portanto, uma medida da “escala” da célula unitária. A d d d H BAA R −=∆ 000 1 4πε A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �NA é a constante de Avogadro; �zA e zB são os números de carga dos cátions e ânions; �e é a carga fundamental;�e é a carga fundamental; � εεεε0 é a permissividade do vácuo; �d é uma constante (com valor típico de 34,5 pm) usada para representar a repulsão entre íons a pequena distância; �A quantidade A é chamada de constante de Madelung e depende da estrutura (tabela 3.8). A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE Exercícios 1- Estime a entalpia de rede do NaCl(s) usando a equação de Born-Landé e as informações abaixo: NA = 6,022 x 1023 mol-1NA = 6,022 x 10 mol-1 zNa+ e zCl- = +1 e -1 e = 1,602 x 10-14 C εεεε0 = 8,854 x 10-12 J-1 C2 m-1 d = 34,5 pm d0 = rNa+ + rCl - = 283 pm = 2,83 x 10-10 m A = 1,748 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �A equação de Born-Landé, de fato, fornece a energia da rede que é diferente da entalpia de rede, mas as duas são idênticas a T = 0, e, na prática, a diferença pode ser ignorada emprática, a diferença pode ser ignorada em temperaturas normais. �A forma da equação de Born-Mayer para as entalpias de rede nos permite justificar a sua dependência com as cargas e os raios dos íons no sólido. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �Considerando a parte principal da equação, 0 d zz H BA R ∝∆ �Um grande valor de d0 resulta numa baixa entalpia de rede, enquanto que cargas iônicas elevadas resultam numa alta entalpia de rede. �Geralmente, a constante de Madelung aumenta com o número de coordenação. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �Uma outra contribuição para a entalpia é a interação de van der Waals entre íons e moléculas. �A interação de van der Waals são interações�A interação de van der Waals são interações intermoleculares fracas responsáveis pela formação das fases condensadas de espécies eletricamente neutras. �Uma contribuição deste tipo que é importante e algumas vezes dominante é a interação de dispersão (a “interação de London”). A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA A CÁLCULO DAS ENTALPIAS DE REDE �A interação de dispersão surge das flutuações transientes na densidade eletrônica de uma molécula, provocando uma flutuação na densidade eletrônica de uma molécula vizinha e, assim, uma interação atrativa entre estes doisassim, uma interação atrativa entre estes dois dipolos elétricos instantâneos. �Para íons de baixa polarizabilidade, esta contribuição, é de somente, aproximadamente, 1% da contribuição coulombiana. �Entretanto, para íons altamente polarizáveis, a contribuição percentual pode ser significativa. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE � A equação de Born-Mayer mostra que, para um dado tipo de rede (um dado valor de A), a entalpia de rede aumenta com o aumento do número de carga dos íons. A entalpia de rede também aumenta à medida que� A entalpia de rede também aumenta à medida que os íons estejam mais próximos e a escala de rede diminua. Energias que variam com o parâmetro eletrostático, ξξξξξξξξ (xi), � são bastante utilizadas em química inorgânica, indicando que o modelo iônico é apropriado. 0 d zz BA=ξ A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �As entalpias de rede podem ser usadas para explicar as propriedades químicas de muitos sólidos iônicos, incluindo a decomposiçãosólidos iônicos, incluindo a decomposição térmica. �Ex.: MCO3(s) → MO(s) + CO2(g) �O carbonato de magnésio se decompõe quando aquecido em torno de 300º C, enquanto que o carbonato de cálcio se decompõe somente acima de 800º C. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �As temperaturas de decomposição de compostos termicamente instáveis (tais como carbonatos) aumentam com o raio do cátion (tabela 3.11).aumentam com o raio do cátion (tabela 3.11). �Em geral, cátions grandes estabilizam ânions grandes (e vice-versa). �A influência de um cátion grande sobre um ânion instável pode ser explicada em termos das tendências nas entalpias de rede. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �As temperaturas de decomposição de compostos inorgânicos sólidos pode ser discutida em termos das suas energias de Gibbs de decomposição paradas suas energias de Gibbs de decomposição para a formação de produtos específicos. �A energia padrão de Gibbs para a decomposição de um sólido, ∆G0 = ∆H0 – T∆S0, torna-se negativa quando o segundo termo da direita supera o primeiro, ou seja, quando a temperatura ultrapassa. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos A entalpia padrão de decomposição de um sólido 0 0 S H T ∆ ∆ = �A entalpia padrão de decomposição de um sólido é onde ∆decompH é a variação de entalpia para a decomposição em fasegasosa do CO32-: CO32- (g) → O2-(g)+CO2(g) ),(),( 3 0 sMOHsMCOHHH RRdecomp ∆−∆+∆≈∆ A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �Uma vez que ∆decompH é grande e positivo, a entalpia global da reação é positiva (a decomposição é endotérmica), mas ela é menos positiva se a entalpia de rede do óxido forpositiva se a entalpia de rede do óxido for superior à do carbonato, pois nesse caso ∆HR(MCO3,s) - ∆HR(MO,s) será negativo. �A temperatura de decomposição será baixa para os óxidos que tenham entalpias de rede relativamente altas comparadas com seus respectivos carbonatos. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �A figura 3.45 ilustra porque um cátion pequeno tem uma influência mais significativa na mudança da entalpia de rede à medida que omudança da entalpia de rede à medida que o tamanho do cátion varia. �A variação na separação é relativamente pequena quando o composto original é formado por cátion grande. �Quando o cátion é muito grande uma variação do tamanho do ânion pouco afeta a escala da rede. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �Portanto, para um dado ânion poliatômico instável, a diferença na entalpia de rede é mais significativa e favorável à decomposição quandosignificativa e favorável à decomposição quando o cátion é pequeno em vez de quando ele é grande. �A diferença na entalpia de rede entre o MO e o MCO3 é ampliada por uma carga elevada no cátion. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (a) Estabilidade Térmica dos Sólidos Iônicos �Como resultado, a decomposição térmica de um carbonato ocorrerá em temperatura menor se ele contiver um cátion altamente carregado.contiver um cátion altamente carregado. �Uma consequência desta dependência em relação à carga do cátion é que os carbonatos de metais alcalino-terrosos (M2+) se decompõem em temperaturas menores do que os correspondentes carbonatos de metais alcalinos (M+). A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE Resumindo: �Cátions em estados de oxidação altos estabilizam ânions grandes. �Cátions grandes estabilizam ânions grandes (e�Cátions grandes estabilizam ânions grandes (e vice-versa). �As temperaturas de decomposição de compostos instáveis termicamente aumentam com o raio do cátion. �Quanto maior a entalpia da reação, maior a temperatura de decomposição. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE Exercícios 1- Estabeleça a ordem das temperaturas de decomposição de sulfatos de metais alcalinosdecomposição de sulfatos de metais alcalinos terrosos na reação? MSO4(s) → MO(s) + SO3(g) A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (b) As Estabilidades dos Estados de Oxidação �As estabilidades relativas de diferentes estados de oxidação em sólidos podem ser previstas a partir de considerações da entalpia de rede. �Um argumento similar pode ser usado para explicar a observação geral de que estados de oxidação elevados são estabilizados por ânions pequenos. �Ex.: o flúor tem uma maior habilidade para establizar os estados de oxidação mais elevados dos metais. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (b) As Estabilidades dos Estados de Oxidação �Por isso, os únicos haletos conhecidos de Ag(II), Co(III) e Mn(IV) são os fluoretos. �O oxigênio também é uma espécie muito�O oxigênio também é uma espécie muito eficiente na estabilização de estados de oxidação elevados dos elementos, devido à carga elevada e ao pequeno tamanho do íon O2-. �Consideremos a reação: MX(s) + ½ X2(g) → MX2(s), onde X é um halogênio. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (b) As Estabilidades dos Estados de Oxidação �Uma contribuição para a entalpia da reação é a conversão de ½X2 em X -. Apesar do flúor possuir uma menor afinidade eletrônica do que o cloro,uma menor afinidade eletrônica do que o cloro, está etapa é mais exotérmica para o flúor que para o cloro, porque a entalpia de ligação do F2 é menor do que a do Cl2. �Na conversão de MX para MX2, o número de carga do cátion aumenta de +1 para +2, de forma que a entalpia de rede aumenta. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (b) As Estabilidades dos Estados de Oxidação �Entretanto, como o raio do ânion aumenta, esta diferença entre as duas entalpias de rede diminui e a contribuição exotérmica para a reação global também decresce.reação global também decresce. �Tanto a entalpia de rede quanto a entalpia de formação do X- conduzem a uma reação menos exotérmica à medida que o halogênio muda do F para o I. Espera-se um aumento na estabilidade termodinâmica de MX em relação ao MX2, indo de X=F para X=I descendo no Grupo 17. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (b) As Estabilidades dos Estados de Oxidação �Assim, muitos iodetos de metais em seus estados de oxidação mais altos não existem, e compostos tais como CuI2, TlI3 e VI5 são desconhecidos,tais como CuI2, TlI3 e VI5 são desconhecidos, enquanto que os fluoretos correspondentes CuF2, TlF3 e VF5 são facilmente obtidos. �Metais com elevado estado de oxidação oxidam I- a I2, levando a formação de um menor estado de oxidação do metal, tal como Cu(I), Tl(I) e V(III), nos iodetos destes metais. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE Resumindo: �Cátions com estados de oxidação altos são estabilizados por ânions pequenos.estabilizados por ânions pequenos. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �As entalpias de rede influenciam a solubilidade, uma vez que a dissolução envolve a quebra da rede, mas a tendência é muito mais difícil derede, mas a tendência é muito mais difícil de analisar do que nas reações de decomposição. �Uma regra que é razoavelmente obedecida é que compostos que contêm íons com raios muito diferentes são solúveis em água. �Os sais menos solúveis em água são aqueles de íons com raios similares. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �Empiricamente, temos que um composto iônico MX tende a ser muito solúvel quando o raio do M+ é cerca de 80 pm menor do que o do X-.M é cerca de 80 pm menor do que o do X . �Ex.: a solubilidade dos hidróxidos do Grupo 2 aumenta ao descermos no grupo: Mg(OH)2 é pouco solúvel (“leite de magnésia”), mas o Ba(OH)2 pode ser usado como um hidróxido solúvel para a preparação de soluções de OH-. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �A solubilidade de um composto iônico depende da energia de Gibbs do processo MX(s) → M+(aq) + X-(aq)MX(s) → M (aq) + X (aq) �Neste processo, as interações responsáveis pela entalpia de rede do MX são substituídas pela hidratação (e pela solvatação em geral) dos íons. �A figura 3.46 mostra a correlação entre a entalpia de dissolução de um sal e a diferença nas entalpias de hidratação dos dois íons. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �Se o cátion tem uma entalpia de hidratação maior do que a de seu contra-ânion (refletindo a diferença nos seus tamanhos) ou vice-versa, a dissolução do sal é exotérmica (refletindo um equilíbrio de solubilidade favorável). �A entalpia de rede é inversamente proporcional à distância entre os centros dos íons: −+ + ∝∆ rr H R 1 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �Entretanto, a entalpia de hidratação, com cada íon sendo hidratado individualmente, é a soma das contribuições individuais dos íons: �Se o raio de um íon é pequeno, o termo na entalpia de hidratação para aquele íon será grande. −+ +∝∆ rr Hhid 11 A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade�Na expressão para a entalpia de rede, um íon pequeno pode não tornar o denominador da expressão pequeno por si só. �Assim, um íon pequeno pode causar uma grande entalpia de hidratação, mas não necessariamente conduzir a elevadas entalpias de rede, de forma que a assimetria no tamanho dos íons pode resultar numa dissolução exotérmica. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE (c) Solubilidade �Se ambos os íons são pequenos, então ambas a entalpia de rede e a entalpia de hidratação podem ser grandes e a dissolução pode não serpodem ser grandes e a dissolução pode não ser muito exotérmica. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE Resumindo: �Compostos que contém íons com raios amplamente diferentes em geral são solúveis em água.água. �Reciprocamente, os sais pouco solúveis em água são os que possuem os raios dos íons semelhantes. A ENERGÉTICA DA LIGAÇÃO IÔNICA CONSEQUÊNCIAS DAS ENTALPIAS DE REDE Exercícios 1- Qual é a tendência nas solubilidades dos carbonatos dos metais do Grupo 2?carbonatos dos metais do Grupo 2? 2- Quem deverá ser mais solúvel em água, NaClO ou o KClO4? AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS �Para compreendermos as estruturas eletrônicas dos sólidos e as propriedades delas variadas, tais como condutividade elétrica, magnetismo e diversos efeitos ópticos, émagnetismo e diversos efeitos ópticos, é necessário considerar as interações dos elétrons uns com os outros e com o conjunto de íons. �Uma abordagem simples é considerar um sólido como uma única molécula gigante e entendermos as ideias da teoria dos orbitais moleculares, para um número muito grande de orbitais. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS AS CONDUTIVIDADES DOS SÓLIDOS INORGÂNICOS �A teoria dos orbitais moleculares para moléculas pequenas pode ser estendida para explicar as propriedades dos sólidos, os quais são um agregado de um número praticamentesão um agregado de um número praticamente infinito de átomos. �Esta aproximação pode ser utilizada para explicar o lustro característico, a boa condutividade elétrica e térmica e a maleabilidades dos metais. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS AS CONDUTIVIDADES DOS SÓLIDOS INORGÂNICOS �A condução eletrônica também é uma característica dos semicondutores. �O critério para distinguir entre um metal e um semicondutor é a dependência de suasemicondutor é a dependência de sua condutividade elétrica em relação à temperatura (figura 3.47). �Um condutor metálico é uma substância com uma condutividade elétrica que decresce com o aumento da temperatura. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS AS CONDUTIVIDADES DOS SÓLIDOS INORGÂNICOS �Um semicondutor é uma substância com um condutividade elétrica que aumenta com o aumento da temperatura. �Geralmente, também observa-se que as condutividades dos metais à temperaturacondutividades dos metais à temperatura ambiente são maiores do que as dos semicondutores. �Um sólido isolante é uma substância com uma condutividade elétrica muito baixa, mas que aumenta com a temperatura, como a de um semicondutor. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS AS CONDUTIVIDADES DOS SÓLIDOS INORGÂNICOS �Portanto, para algumas finalidades, é possível ignorar a classificação “isolante” e tratar todos os sólidos como sendo metais ou semicondutores. �Os supercondutores são uma classe especial de�Os supercondutores são uma classe especial de materiais que têm resistência elétrica zero abaixo de uma temperatura crítica. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS �A ideia central da descrição da estrutura eletrônica dos sólidos é que os elétrons de valência fornecidos pelos átomos são espalhados por toda a estrutura. �Este conceito é descrito mais formalmente fazendo-se uma extensão simples da teoria OM, pela qual o sólido é tratado como uma molécula grande indefinida. �A descrição em termos de elétrons deslocalizados também pode ser usada para descrever sólidos não-metálicos. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �A sobreposição de um grande número de orbitais atômicos em um sólido produz um grande número de orbitais moleculares com energiasnúmero de orbitais moleculares com energias muito próximas, formando assim uma banda praticamente contínua de níveis de energia (figura 3.48). �As bandas são separadas por falhas, que são valores de energia para os quais não há orbitais moleculares. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �A formação de bandas pode ser entendida considerando-se uma linha de átomos e supondo- se que cada átomo tem um orbital s que sese que cada átomo tem um orbital s que se sobrepõe ao orbital s de seu vizinho imediato (figura 3.49). �Quando temos somente dois átomos, há um orbital molecular ligante e um antiligante. �Quando um terceiro átomo se junta a eles, temos três orbitais. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �O orbital central deste conjunto é não-ligante e os outros dois estão em menor e maior energia, respectivamente. �Quando temos N átomos em linha, teremos N orbitais moleculares. �O orbital de menor energia não apresenta nós entre os átomos vizinhos. �O orbital de maior energia tem um nó entre cada par de vizinhos. Predominantemente antiligantes Predominantemente ligantes AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �A largura total da banda, que permanece finita mesmo com N se aproximando do infinito (figura 3.50), depende da força de interação entre os3.50), depende da força de interação entre os átomos vizinhos. �Quanto maior a força de interação, maior a energia de separação entre o orbital sem nó e o que tem o maior número de nós. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �A separação em energia entre os orbitais vizinhos aproxima-se de zero à medida que N aproxima-se do infinito, caso contrário a faixa deaproxima-se do infinito, caso contrário a faixa de energia dos orbitais não seria finita. �Ou seja, uma banda consiste em um número definido de níveis de energia, mas quase como um contínuo. �Um banda construída a partir de orbitais s, é chamada de uma banda s. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �Se tivermos orbitais p disponíveis, uma banda p pode ser formada pela sobreposição destes (figura 3.51).(figura 3.51). �Pelo fato dos orbitais p terem uma energia maior do que os orbitais s da mesma camada de valência, frequentemente temos uma separação de energia entre a banda s e a banda p (figura 3.52). AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �Entretanto, se as bandas se espalham por uma ampla faixa de energia e as energias dos orbitais atômicos s e p são similares, então as duasatômicos s e p são similares, então as duas bandas se sobrepõem. �A banda d é construída da mesma forma pela sobreposição dos orbitais d. �A formação de bandas não é restrita aos átomos. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (a) Formação de Bandas pela Sobreposição Orbital �A sobreposição de orbitais s, p e d pode ocorrer em muitos compostos sólidos, particularmente para os orbitais de valência mais espalhadospara os orbitais de valência mais espalhados espacialmente, formando bandas. �A descrição dos níveis de energia em qualquer material sólido pode ser expressaem termos de bandas. Uma face da estrutura de sal-gema do TiO2, mostrando como pode ocorrer a sobreposição dos orbitais dxy, dzy e dzx. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (b) O Nível de Fermi �A T = 0, os elétrons ocupam os orbitais moleculares individuais das bandas de acordo com o princípio do preenchimento. �O orbital mais alto ocupado a T = 0 é chamado de nível de Fermi; ele encontra-se próximo ao centro da banda (figura 3.54). �Quando a banda não está completamente preenchida, os elétrons próximos ao nível de Fermi podem ser facilmente promovidos para os níveis vazios vizinhos. Banda vazia Níveis ocupados Nível de Fermi AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (b) O Nível de Fermi �Como resultado, eles são móveis e podem deslocar-se com uma relativa liberdade através do sólido e a substância é um condutordo sólido e a substância é um condutor elétrico. �O sólido é de fato um condutor metálico. �O critério para condução metálica é a diminuição da condutividade elétrica com o aumento da temperatura. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (b) O Nível de Fermi �A capacidade de um elétron em viajar suavemente ao longo do sólido numa banda de condução depende da uniformidade do arranjo dos átomos.dos átomos. �Um átomo vibrando vigorosamente numa posição é equivalente a uma impureza que destrói o ordenamento dos orbitais. �Esta diminuição de uniformidade reduz a capacidade dos elétrons de viajar de uma extremidade a outra do sólido, de forma que a condutividade do sólido é menor do que a T = 0. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (b) O Nível de Fermi �Ao imaginarmos o elétron movendo-se ao longo do sólido, podemos considerar que ele é “espalhado” pelas vibrações atômicas.“espalhado” pelas vibrações atômicas. �Este espalhamento de transporte aumenta com o aumento da temperatura à medida que as vibrações da rede aumentam e isto explica a dependência inversa com a temperatura que é observada na condutividade dos metais. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (c) Densidade de Estados �O número de níveis de energia em uma faixa de energia, dividido pela largura da faixa, é chamado de densidade de estados, ρρρρρρρρ (figurachamado de densidade de estados, ρρρρρρρρ (figura 3.55). �A densidade de estados não é uniforme ao longo de uma banda porque os níveis de energia estão mais próximos em algumas energias do que em outras. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (c) Densidade de Estados �Há somente uma maneira de se formar um orbital molecular totalmente ligante (a extremidade inferior da banda) e somente umaextremidade inferior da banda) e somente uma maneira de se formar um orbital totalmente antiligante (a extremidade superior). �Entretanto, há muitas maneiras (em um arranjo tridimensional de átomos) de se formar um orbital molecular com uma energia no interior da banda. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (c) Densidade de Estados �A densidade de estados é zero na falha entre as bandas, onde não há níveis de energia. �Entretanto, em certo casos especiais, uma banda�Entretanto, em certo casos especiais, uma banda preenchida e uma banda vazia podem coincidir em energia, mas com uma densidade de estados zero na sua junção (figura 3.57). �Sólidos com esta estrutura de banda são chamados de semimetais. Ex.: grafitegrafite. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (d) Isolantes �Um sólido é um isolante se uma quantidade suficiente de elétrons está presente para preencher completamente uma banda e existe uma grande separação de energia até o próximouma grande separação de energia até o próximo orbital vazio disponível (figura 3.58). �Geralmente pensamos em um sólido iônico ou molecular como consistindo de íons ou moléculas discretas. Entretanto, eles deveriam ser considerados como tendo uma estrutura de bandas. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS FORMAÇÃO DE BANDAS PELA SOBREPOSIÇÃO DE ORBITAIS ATÔMICOS (d) Isolantes �Uma banda cheia é equivalente à soma das densidades eletrônicas localizadas. �Ex.: no cloreto de sódio, uma banda cheia,�Ex.: no cloreto de sódio, uma banda cheia, construída a partir dos orbitais dos Cl, é equivalente a uma coleção de íons Cl- discretos. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES �A propriedade física característica de um semicondutor é que sua condutividade elétrica aumenta com o aumento da temperatura. �À temperatura ambiente, as condutividades�À temperatura ambiente, as condutividades típicas dos semicondutores são intermediárias entre as dos metais e as dos isolantes. �A linha divisória entre isolantes e semicondutores se relaciona com o tamanho da separação energética entre as bandas (tabela 3.12). Separação de energia entre as bandas a 298 K AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES �A condutividade, por si só, não é um critério confiável, porque à medida que a temperatura aumenta uma dada substância pode ter valores de condutividade baixos, intermediários e altos.de condutividade baixos, intermediários e altos. �Os valores da separação energética entre as bandas e da condutividade que são considerados como indicativos de semicondução em vez de um comportamento de isolante dependem da aplicação que está sendo considerada. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES (a) Semicondutores Intrínsecos �Em um semicondutor intrínseco, a separação energética entre as bandas é tão pequena que a energia térmica faz com que alguns elétronsenergia térmica faz com que alguns elétrons passem para a banda vazia acima (figura 3.59). �Esta ocupação da banda de condução produz buracos positivos, o equivalente a ausência de elétrons, na banda inferior, fazendo com que o sólido seja um condutor. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES (a) Semicondutores Intrínsecos �Geralmente, um semicondutor à temperatura ambiente tem um condutividade muito menor do que um condutor metálico, porque apenas uns poucos elétrons e buracos podem atuar como transportador de carga. �A condutividade de um semicondutor pode ser expressa por uma expressão semelhante à de Arrhenius, com uma energia de ativação igual à metade da separação energética, EEaa ≈≈≈≈≈≈≈≈ ½½ EEff. kTE fe 2/ 0 − = σσ AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES (b) Semicondutores Extrínsecos �Um semicondutorsemicondutor extrínsecoextrínseco é uma substância que é um semicondutor devido à presença de impurezas adicionais intencionalmente. O número de transportadores de elétrons pode�O número de transportadores de elétrons pode ser aumentado se átomos com mais elétrons do que o elemento original puderem ser introduzidos pelo processo de dopagem. �A dopagem é substitucional, no sentido de que o átomo dopante toma o lugar de um átomo já existente na estrutura hospedeira. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES (b) Semicondutores Extrínsecos �Se os átomos doadores estiverem afastados uns dos outros, os seus elétrons estarão localizados e a banda doadora será muito estreita (figuraa banda doadora será muito estreita (figura 3.60a). �Além disso, os níveis de energia dos átomos estranhos terão uma energia maior do que a dos elétrons de valência da estrutura hospedeira e a banda ocupada do dopante geralmente estará próxima da banda de condução vazia. AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS SÓLIDOS SEMICONDUTORES (b) Semicondutores Extrínsecos �Para T > 0, alguns dos seus elétrons serão promovidos termicamente para a banda de condução vazia. A excitação térmica provocará a transferência de�A excitação térmica provocará
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