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FACULDADE DE ENSINO DE MINAS GERAIS LARISSA FAGUNDES RIBEIRO 6498 CAROLINE FERNANDES RODRIGUES 6100 PRISCILA PEREIRA LOPES MOURA 6183 DÉBORA SAMYRA MENDES SANTOS 3464 Recuperação Judicial e Falência Questionário NP1 Belo Horizonte 2020 Questões 1.Por qual motivo o Legislador brasileiro se preocupa em manter em funcionamento empresas viáveis? É importante manter em funcionamento empresas viáveis para gerar riquezas, recolhimento de tributos, geração de emprego, fabricação de Bons produtos, prestação de serviços. A Empresa é mantida em funcionamento não por interesses apenas dos credores, mas por interesses econômicos e sociais ( art. 47 L. 11101/05). A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 2. O que é Insolvência Empresarial ? Insolvência é o estado em que passa um indivíduo ou empresa que possui mais obrigações a cumprir do que os seus rendimentos possam cobrir. Desse modo, uma empresa insolvente, por exemplo, não tem condições de pagar o seu endividamento em tempo hábil, o que torna a insolvência um processo bastante complicado. 3. Quais os prejuízos que uma empresa em insolvência pode causar a sociedade? Os fatores que favorecem a insolvência de uma companhia podem ser os mais variados possíveis, pois podem ir desde a contratação de profissionais financeiros incapacitados às variações estruturais bruscas no mercado em que a empresa está inserida. Muitas vezes, equívocos na contabilidade de um grande projeto que foi orçado puramente com capital de terceiros também pode pôr uma companhia numa situação bastante desfavorável. Outro exemplo nesse sentido pode ser um aumento repentino nos custos com fornecedores, o que pode comprometer o fluxo de caixa de uma empresa e impedi-la de conseguir suprir as suas necessidades por matérias primas ou serviços. 4. Os países possuem algum instrumento para solucionar crise empresarial? O Brasil adota algum instrumento legal? Cada país possui um instrumento para solucionar crise empresarial, o Brasil possui o Sistema de Insolvência Empresarial um sistema legal que visa dar solução para crise empresarial Lei 11101/05 que Instrumentos Previstos na Lei:Recuperação Judicial e Falência. 5. Explique o 1º cenário de crise enfrentado por um empresário. Qual o instrumento utilizado para sair da crise? O 1º cenário é uma Crise do Empresário . Circunstancial ou Superável. Onde se identifica as razões da crise e aplica alguma solução de livre mercado, possibilidade que o mercado oferece para superar determinada dificuldade: Financiamento, entrada de novo sócio, negociar na bolsa, reestruturar planta Industrial. 6. Explique o 2º cenário de crise enfrentado por um empresário. Qual o instrumento utilizado para sair da crise? No segundo cenário a Empresa está em crise estrutural. Empresa perdeu viabilidade econômica, produto não interessa mais ao mercado, serviço prestado não desperta interesse ao consumidor e não há nada o que pode ser feito para superar essa crise deve-se liquidar a Empresa realizar a Falência. Arrecadar os bens, vender e pagar os credores. 7. Explique o 3º cenário de crise enfrentado por um empresário. Qual o instrumento utilizado para sair da crise? No 3ª cenário , a empresa está em crise circunstancial superável a atividade Empresarial viável e o produto desperta interesse no consumidor, a prestação de Serviço é boa mas devido disfunção da Solução de Livre mercado, gestor não consegue identificar as causas da crise, não consegue encontrar saída da crise. Não havendo Providências haveria uma quebra da Empresa e prejuízo a Sociedade a solução é então a recuperação Judicial. 8. Qual objetivo da Recuperação Judicial no Brasil? Conforme é previsto na LRE, um dos objetivos da recuperação judicial é a manutenção da função social da empresa.O Código Civil vale-se da denominação empresário, cujo conceito consiste em afirmar que este agente social, o dirigente da empresa, exerce sua atividade econômica balizado pelos princípios sociais e individuais, consciente de sua função social. A lei reconhece que, no exercício da atividade empresarial, há interesses internos e externos que devem ser respeitados: não só os das pessoas que contribuem diretamente para o funcionamento da empresa, como os capitalistas e trabalhadores, mas também os interesses da sociedade em que ela atua. Para alguns, a função social está relacionado com o dever que sociedade empresária tem em exercer sua atividade econômica de forma não contraria ou não nociva ao interesse coletivo: A conclusão é a de que a função social se restringe a um poder-dever de organizar, explorar e dispor, já que a tutela específica aos que trabalham na empresa e os deveres para com a coletividade em que a sociedade atua estão sublinhados na forma autônoma. Estes interesses surgem como merecedores de uma proteção específica, independente do conteúdo que se atribua à noção função social. A atividade empresarial é responsável pela geração de empregos, pelo recolhimento de tributos (sustento da economia) e, ainda, movimenta a economia (compra e venda de bens e prestação de serviço). Assim, a função social é alcançada quando, além de cumprir os objetivos, a empresa observa a solidariedade promove a justiça social livre iniciativa, busca de pleno emprego redução das desigualdades sociais valor social do trabalho, dignidade da pessoa humana observe os valores ambientais dentre outros princípios constitucionais e infraconstitucionais. 9. Qual (is) o (s) Fundamento(s) da Recuperação Judicial no Brasil? Os fundamentos da Recuperação Judicial moderna no Brasil tem 2 (duas) ideias: a 1º ) stay period – suspensão de todas as ações e execuções ajuizadas em face da recuperanda ( art. 6º, §4º LRJ) e a 2º) hold outs – Credores resistentes a negociação. Todavia com o stay period, haverá uma neutralização do hold outs. 10. Em um processo de Recuperação Judicial todas as ações e execuções serão suspensas? Não ficarão suspensas, todavia, ações que já estiverem em curso contra a devedora, nas quais o credor demandar quantia ilíquida. Nesses casos, as ações deverão seguir normalmente, perante os juízos de origem, até que sejam definidas a existência e o valor do crédito, após o que deverá o credor solicitar a habilitação do seu crédito no processo de falência ou de recuperação judicial, a fim de recebê-lo conforme a ordem de prioridade legal ou como definir o plano de recuperação aprovado pelo conjunto de credores de sua mesma classe. A amplitude da suspensão – quaisquer atos de constrição ou retenção judiciais e extrajudiciais – ações judiciais e arbitragens O projeto deixa claro que a suspensão não se refere apenas ao andamento das ações e execuções individuais em curso contra a devedora que ajuíza o pedido de recuperação judicial. O efeito suspensivo decorrente do ajuizamento do pedido recuperacional também impede o credor de exercer qualquer forma de retenção, arresto, penhora ou constrição judicial ou extrajudicial contra o devedor, incluídas aquelas dos credores particulares do sócio solidário. Nesse sentido, não poderá o credor exercer qualquer ato de que impeça a devedora de reaver seus ativos, como exercer o direito de retenção em ações possessórias. Nem mesmo atos extrajudiciais poderão ser exercidos pelos credores, como a aplicação da conhecida “trava bancária”, situação em que o credor instituição financeira desconta valores depositados em uma conta sob sua gestão para o pagamento de dívida inadimplida pelo devedor, desde que tal crédito esteja incluído na recuperação judicial. Não poderá o credor, a partir doajuizamento da recuperação judicial requerer nem mesmo a penhora ou o arresto de ativos da devedora, nem qualquer outro tipo de ato de constrição judicial em ações cautelares ou executivas que já estejam em curso. Também os credores particulares do sócio, que é devedor solidário juntamente com a empresa que requereu a recuperação judicial, ficará obstado de exercer qualquer ato de constrição judicial ou extrajudicial contra ativos da empresa devedora. O esclarecimento trazido pela proposta de alteração legislativa visa, portanto, dissipar as divergências jurisprudenciais sobre o alcance da suspensão decorrente do automatic stay. 11. Quais são as espécies de Recuperação Judicial? Explique cada uma delas. Nesse sentido, a recuperação judicial alcança seu maior objetivo que é recuperar, economicamente, o devedor, assegurando-lhe, para tanto, os meios indispensáveis para a manutenção da empresa com a devida preocupação de preservar a mesma para que ela possa satisfazer os interesses diversos como o do empresário ou sociedade empresária que visa a obtenção de seus lucro na atividade, dos trabalhadores que em seus salários visam seus sustentos, os créditos dos fornecedores e os tributos do Poder Público. As diferenças entre as duas espécies de recuperação se dão por conta de que na modalidade extrajudicial o devedor e seus credores formatam um acordo para que a empresa encontre um equilíbrio econômico financeiro, o qual é simplesmente homologado pelo Poder Judiciário; enquanto que na recuperação judicial o devedor leva um plano de recuperação ao juiz para que o mesmo convoque, através de assembleia, os credores para que eles decidam sobre a aprovação, modificação ou desaprovação do plano 12. O pedido de Recuperação Judicial pode ser realizado por qualquer empresa? Caso negativo aponte quais empresas não podem fazer pedido de Recuperação Judicial. Não. Conforme o art. 2°, Lei 11.101/2005 Art. 2° Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Tem legitimidade para postular recuperação judicial conforme art. 48 o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013) § 2º Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 13. Para as empresas que podem pleitear Recuperação Judicial quais requisitos devem ser observados? Poderá requerer a recuperação judicial as empresas cujo o empresário atenda aos seguintes requisitos: não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, a responsabilidade daí decorrentes; não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial; não ter, há menos de oito anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial, ou seja, tratar-se de microempresa ou empresa de pequeno porte; não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei nº 11.101. 14. Qual o Juiz competente para processar e julgar o pedido de Recuperação Judicial? De acordo o Art. 3º da Lei 11.101 de 2005 É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 15. Quais são os créditos que serão submetidos a Recuperação Judicial? De acordo o Art. 49 da Lei 11.101 de 2005 Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3º e 4º do art. 49. 16. Quais são as informações que devem constar na Petição Inicial de Recuperação Judicial? As informações que devem constar na Petição Inicial são a exposição das causas concretas da situação econômica do devedor; razões da crise econômico-financeira; e documentos com demonstrações contábeis; relação nominal dos credores; relação integral dos empregados; certidão de regularidade expedida pela Junta Comercial; relação dos bens particulares dos sócios; extratos atualizados das contas bancárias do devedor; certidões dos cartórios de protesto; e a relação de todas as ações judiciais em que for parte. 17. Quais são os documentos que devem instruir a Petição Inicial de Recuperação Judicial? As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: balanço patrimonial; demonstração de resultados acumulados; demonstração do resultado desde o último exercício social; relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96893/lei-de-recupera%C3%A7%C3%A3o-judicial-e-extrajudicial-e-de-fal%C3%AAncia-lei-11101-05 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96893/lei-de-recupera%C3%A7%C3%A3o-judicial-e-extrajudicial-e-de-fal%C3%AAncia-lei-11101-05 demandados.Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. 18.Qual o critério utilizado pelo juiz para deferir o processamento da Recuperação Judicial? Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato. 19. Ao deferir o processamento da Recuperação Judicial quais são as determinações do juiz? É neste ato que o Administrador Judicial é nomeado? Sim, será nomeado o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º , 2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei; determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá:o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7º , § 1º , desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. 20. Quando serão suspensas as ações e execuções contra o devedor? Todas as ações serão suspensas? A suspensão ocorrerá no deferimento o processamento da recuperação judicial, a suspensão será de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º da Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º , 2º e 7º do art. 6º da Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 da Lei; 21. Quanto tempo as ações e Execuções ficarão suspensas? Na recuperação judicial, a suspensão de que trata tem o prazo improrrogável de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. 22. É possível a prorrogação do prazo de Suspensão? Não, este prazo é improrrogável de acordo o artigo sexto § 4º da LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005. 23. Como ficará o prazo de prescrições das ações e execuções durante o processamento da Recuperação Judicial? A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário 24. O prazo de suspensão das ações e execuções atinge os avalistas e fiadores da empresa em Recuperação Judicial? Fundamente. O processamento da recuperação judicial de empresa ou mesmo a aprovação do plano de recuperação não suspende ações de execução contra fiadores e avalistas do devedor principal recuperando. Esse é o entendimento da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça. A decisão foi tomada em julgamento de recurso especial sob o rito dos repetitivos, estabelecido no artigo 543-C do Código de Processo Civil. A decisão foi diante a seguinte tese: "A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das execuções, nem tampouco induz suspensão ou extinção de ações ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a suspensão prevista nos artigos 6º, caput, e 52, inciso III, ou a novação a que se refere o artigo 59, caput, por força do que dispõe o artigo 49, parágrafo 1º, todos da Lei 11.101/2005". 25. Quem tem competência para processar e julgar as ações e execuções suspensas? Segundo súmula nº 349 do STJ: “Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS’’. A competência é da Segunda Seção, para qualquer caso de conflito de competência entre juízo recuperacional e juízo da execução fiscal, com base no critério da especialidade e para evitar julgados díspares. 26. Qual é o Recurso cabível da Decisão que defere e indefere o processamento da Recuperação Judicial? Fundamente. A decisão que defere a recuperação judicial é decisão interlocutória cabendo então, agravo de instrumento de acordo enunciado 52, i da jornada de d. comercial cjf a decisão que indefere a recuperação judicial de acordo art. 1009 do cpc cabe apelação, devido s e tratar de ação decisória. 27. É possível que o devedor desista do pedido da Recuperação Judicial? O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembleia-geral de credores. 28. Explique qual o objetivo da Habilitação Administrativa? A função do Administrador judicial é o encargo de receber as habilitações de crédito e divergências quanto à relação de credores, processá-las e resolvê-las administrativamente. “Publicado o edital previsto no artigo 52, parágrafo 1º ou no parágrafo único do artigo 99, http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.101-2005?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.101-2005?OpenDocument desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados” (parágrafo 1º, do artigo 7º, LRE). 29. Explique qual o objetivo da Divergência Administrativa? A divergência, o credor está listado na primeira relação de credores, mas discorda do valor de seu crédito, de sua classificação (trabalhista, com garantia real, quirografário ou microempresa/empresa de pequeno porte) ou mesmo de sua indevida inclusão (por exemplo, no caso de credor que pretende ver reconhecida a sua extraconcursalidade, ou seja, a não submissão à recuperação judicial). 30. Em face de qual Edital é possível à utilização da divergência e habilitação administrativa? Publicado o edital previsto no artigo 52, parágrafo 1º ou no parágrafo único do artigo 99, desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados” (parágrafo 1º, do artigo 7º, LRE). Após examinar as habilitações e divergências apresentadas pelos credores, o administrador judicial deverá resolvê-las, fazendo publicar o edital disposto no artigo 7º, parágrafo 2º, visando a consolidar o quadro geral de credores. 31. Qual o prazo para utilização da divergência e habilitação administrativa? O prazo para tais medidas é de 15 (quinze) dias. O prazo se inicia na data de publicação no Diário Oficial do edital com a primeira relação de credores. esse prazo seja cumprido em dias corridos, 32. Quem será competente para analisar a divergência e habilitação administrativa? As habilitações e divergências devem ser protocoladas perante o Administrador Judicial. 33. Quando será utilizado a habilitação de crédito retardatária? As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas. No caso das habilitaçõesretardatárias o pedido será direcionado ao juiz da causa, que é o do principal estabelecimento do devedor. 34. Em uma Recuperação Judicial, qual (is) o (s) prejuízo (s) de um credor ao apresentar uma Habilitação Retardatária? O credor que não apresenta habilitação dentro do prazo de 15 dias ( art. 10) tem prejuízos: na Recuperação Judicial credor fica sem direito a voto a exceção: crédito derivados da relação de trabalho. 35. Na falência qual (is) o (s) prejuízo (s) de um credor ao apresentar uma Habilitação Retardatária? O credor fica sem direito a voto, perde direito a rateios eventualmente realizados deverá pagar as custas Exceto: Se na data da realização da AGC, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário. Credor pode Requerer a reserva de valor para satisfação do seu crédito ( art. 10, § 3º) 36. Explique o procedimento da Habilitação Retardatária apresentada antes e depois do quadro geral de credores? Antes da homologação do quadro geral de credores (art. 10, § 5º) o procedimento será o da impugnação de crédito (por ser mais rápido), depois da homologação do quadro geral de credores (art. 10, § 6º), deverão abrir procedimento ordinário do cpc, ação de retificação do quadro geral de credores e o juízo competente será o da falência e da recuperação judicial. 37. Explique qual o objetivo da Impugnação de Crédito? De acordo com a Lei 11.101/2005, art. 8°. A impugnação de crédito tem como objetivo apontar os equívocos das informações constantes da lista de credores elaboradas pelo administrador judicial, como ausência, legitimidade, valor ou classificação do crédito. 38. Em face de qual Edital é possível à utilização da Impugnação de Crédito? Parágrafo 1º, do artigo 7º, LRE - Publicado o edital previsto no artigo 52, parágrafo 1º ou no parágrafo único do artigo 99, desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados. 39. Quem são os legitimados para apresentar a Impugnação de Crédito? De acordo com o art.8° da Lei 11.101/2005 estão habilitados, o comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público. 40. Quem é competente para processar e julgar a Impugnação de Crédito? É competente para processar e julgar a Impugnação de Crédito o juiz da recuperação judicial ou falência. 41. Qual Recurso cabível em face da decisão sobre a impugnação de crédito? Art.17, Lei 11.101/2005 e Súmula n°25 STJ. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia geral. O prazo para interposição de recurso conta-se da intimação da parte. Caberá agravo de instrumento. 42. Explique o que é o quadro geral de credores? O quadro geral de credores significa conjunto de todos os credores relacionados nominalmente em um documento de responsabilidade do administrador, onde este tem, entre outras responsabilidades, as de mencionar as respectivas importâncias de cada crédito devido pelo recuperando com suas correspondentes classificações, tendo por base a data do pedido (protocolo) da recuperação judicial. 43. Quem será responsável por consolidar o quadro geral de credores? O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 44. Quem será responsável por homologar o quadro geral de credores? Será homologado pelo juiz, com base na relação dos credores e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 45. Qual o objetivo da Ação Revisional do quadro geral de credores? O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. Nos casos de descoberta de falsidade, dolo, fraude, simulação, erro essencial ou a descoberta de documentos ignorados à época da inclusão no quadro geral de credores ou do julgamento do crédito, poderá o credor interessado, o administrador judicial, o comitê ou o Ministério Público propor a ação rescisória do quadro geral de credores. 46. Qual o prazo para o ajuizamento da Ação Revisional do quadro geral de credores? Poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observando, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil”. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. Apesar das possibilidades previstas, o direito de propor ação rescisória, contudo, não corre ad infinitum. Segundo o art. 975 do CPC, então, a parte terá até 2 anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo para entrar com a ação. 47. Quem é competente para processar e julgar a Ação Revisional do quadro geral de credores? A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. 48. É possível o pagamento do crédito exigido em uma Ação Revisional do quadro geral de credores? Proposta a ação de que trata, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado.
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