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Direito Ambiental

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TUTELA PENAL AMBIENTAL
I. Princípio da Insignificância
Inicialmente, os tribunais rechaçavam o princípio da insignificância na tutela penal ambiental, pois “pequenos danos somados tornavam-se um grande dano irreparável”.
Atualmente, o STJ admite sua aplicação, mas de forma contida, analisando o caso concreto.
· HC 192.696/SC;
· HC 109.464/MG;
II. Normas Penais em Branco
A lei 9.605/98 pune certos conceitos abertos. O complemento, entretanto, pode ser tanto federal, como estadual ou municipal. Exemplos:
· Art. 38 – área de proteção ambiental é tutelado pela 
· Art. 39 – Floresta de preservação permanente (art. 4º e 6º, da Lei 12.651/12) e autoridade competente;
· Art. 40 – remete ao Sistema Nacional de Unidades de Preservação, 
· Art. 63 – violar tobamento;
HC 174.615 – “coleta de espécimes”, que devem ser apontadas em lei;
III. Competência
O STJ tem entendido ser competência da justiça estadual.
· A competência será federal unicamente quando houver interesse direto dos entes federais (União, e suas autarquias, empresas públicas e fundações);
· Bens que pertencem à Marinha são julgados perante a justiça estadual;
· Crimes ambientais praticados em unidade de conservação criados pela União – justiça federal.
· Rio Amazonas: RMS 76.921 – como é rio interestadual e internacional, a competência é federal;
IV. Concurso de Agentes e Omissão Penalmente Relevante – art. 2º, Lei 9.605/98;
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
· 1ª parte: teoria monísta;
· 2ª parte: omissão penalmente relevante (art. 13, §2º, “a”) que a lei determina que tenha dever de vigilância – o objetivo é punir o mandatário da pessoa jurídica. 
· Norma também prevista no art. 75, do CDC;
· STJ: aplica o mesmo entendimento dos crimes societários: 
· HC 119.511 – entende que para responsabilizar os diretores ele deve ter domínio do fato, que estava ao alcance de suas atribuições. Na prática, é difícil demonstrar a efetiva participação, por isso adota-se esta teoria – força-se maior vigilância dos diretores para evitar danos e sua responsabilização. 
· Mesma ideia adotada nos crimes contra o consumidor. 
V. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
· Condição: responsabiliza-se a pessoa jurídica se um representante dela tomou a decisão para a prática de crime ambiental – Teoria da Dupla Imputação ou Concurso Necessário – pessoa jurídica e pessoa natural devem ser denunciadas. 
· Remédio Constitucional para pessoa jurídica: Mandado de Segurança;
· A absolvição da pessoa física resulta na consequente absolvição da pessoa jurídica. 
· Cabem os benefícios da Lei 9.099/95, adequadas às suas peculiaridades. 
VI. Aplicação da Pena: art. 6º
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
VII. Aplicação às pessoas físicas: art. 7º-13º
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível.
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator.
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.
VIII. Atenuantes e Agravantes específicas: art. 14/15
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
IX. Sursis Ambiental
· Aplicável para penas de até 03 anos;
· Obriga-se à reparação do dano ambiental;
· As limitações são relativas à proteção ambiental.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdadenão superior a três anos.
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
X. Perícia
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
· É um dos parâmetros para fixação da multa e fiança que o dano seja apurado por perícia;
· O laudo do Inquérito Civil pode ser usado na ação penal, desde que respeitado o contraditório diferido.
· Ou seja, admite-se unicamente esta perícia para embasar o oferecimento da denúncia.
XI. Sentença Condenatória
· O art. 387, inciso IV do CPP determina ao juiz fixar valor mínimo de reparação de dano.
· Entretanto, esta previsão já existia no direito penal ambiental: art. 20:
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
XII. Penas Aplicáveis às Pessoas Jurídicas
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.
XIII. Ação Penal – todos os crimes ambientais são de ação penal pública incondicionada;
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.
XIV. Infração de menor potencial ofensivo e Transação Penal
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
· Somente se admite a transação penal quando houver prévia composição do dano ambiental – ou seja, firmar TAC, independentemente de quem o tenha elaborado.
· Não se exige a reparação prévia do dano, mas a promessa.
XV. Suspensão Condicional do Processo
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.
XVI. Crimes em espécies – art. 26; 
· Destaque aos crimes contra a flora, poluição (art. 54) e contra administração ambiental.
· Falsidade ideológica ambiental;
· Qualquer perito que atue no EIA/RIMA é considerado funcionário público.
MEIO AMBIENTE
I. NATUREZA JURÍDICA
Meio Ambiente é direito difuso, fundamental da pessoa humana, intergeracional e de uso comum do povo (transindividual, supraindividual, metaindividual).
Logo, por sua natureza, o meio ambiente é condição para atingir a dignidade humana, direito fundamental do ser humano.
· Muitos autores o alocam dentro da sistemática dos direitos de terceira geração, pautados na solidariedade.
· Edis Milaré, entretanto, o vê numa 4ª dimensão, pois se preocupa não apenas com o ser humano, mas com todo o ecossistema, abrindo as fronteiras da solidariedade. 
Conceito Legal: Art. 3º, I, LPNMA. 
· Meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Conceito doutrinário
· Allaby: A completa extensão de condições externas, físicas e biológicas, na qual um organismo vive. Meio Ambiente inclui considerações sociais, culturais, econômicas e políticas, tanto como os aspectos mais usualmente compreendidos, como solo, clima e suprimento de alimentos. 
· José Afonso da Silva: interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas.
Terminologia
· Apesar de que meio e ambiente signifiquem “aquilo que nos rodeia”, é adotado na prática sua terminologia em conjunto, para reforçar a ideia, destacar seu conteúdo. 
II. HISTÓRICO
O pensamento ambientalista nasceu durante a década de 1960, merecendo destaque o livre “A Primeira Silenciosa”, de Carson, que descreve a degradação ambiental. Entretanto, alguns autores identificam normas de proteção ambiental desde Hamurabi. 
Juridicamente, em que pese normas anteriores sobre direito ambiental (como o Código de Águas e o Regimento do Pau-Brasil, este ainda na Colônia), a tutela do meio ambiente ganha força a partir da Conferência de Estocolmo de 1972 sobre o Meio Ambiente Humano. 
III. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL
Como todo o ordenamento, a tutela ambiental deriva do Princípio da Dignidade Humana. 
Art. 225, caput.
· Princípio do Mínimo Existencial Ecológico – sem meio ambiente equilibrado, não há dignidade humana. Ou seja, no piso vital mínimo que o ser humano deve ter inclui-se o meio ambiente – explorado pelo STJ.
· Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico ou Socioambiental – utiliza-se sempre em matéria de direitos fundamentais. Como não é possível diminuir a tutela dos DF, entende-se que uma nova lei não pode diminuir ou mitigar a proteção ambiental já existente – Gomes Canotilho.
· Quando legislador ordinário cria uma lei protegendo o meio ambiente, ele apenas concretiza uma tutela prevista na CF. Logo, é inconstitucional a revogação de lei, pois a proteção é constitucional, não legal.
· Novo Código Florestal é, por este princípio, inconstitucional.
· Princípio da Solidariedade Intergeracional – protege-se o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Deve-se resguardar ao menos o meio ambiente que recebeu.
· Hoje, há déficit. 
· Cada americano gasta 07 vezes o ambiente de outra pessoaque vive em outro país.
· Princípio da Prevenção e Precaução – são princípios acautelatórios, previstos no art. 225. Diferença:
· Prevenção: há certeza de que aquela conduta causará dano;
· Ex: municípios são responsáveis pelo esgoto (a Sabesp, por contrato, acaba sendo a responsável prática). Quando há lançamento de esgoto in natura (no rio), há certeza do dano.
· Precaução: é o princípio aplicável quando o dano não é certo que ocorra com determinada conduta. Entretanto, a falta de certeza científica sobre os malefícios de determinada exploração não ilidem o poder público de impor restrições aos particulares. 
· Não há de se confundir risco com receio infundado. Para sua apuração prática, utiliza-se o EIA/RIMA. 
· Na dúvida, aplica-se a interpretação mais favorável à pessoa, não à empresa, que deve arcar com o risco do empreendimento.
· Muitos doutrinadores criticam por ser contradesenvolvimentista, violando os princípios da livre iniciativa, livre expressão da atividade científica propriedade e a ordem econômica. Entretanto, o que se busca é a responsabilidade nos estudos científicos, não sua estagnação. 
· Há risco de dano, probabilidade de ele ocorrer. Por conta disso, há dificuldade de sua comprovação no caso prático (normalmente estudos estrangeiros);
· Ex: ERB (antenas de telefonia celular – Estação Rádio Base) – existem estudos na Itália, EUA e Alemanha, que concluíram que as pessoas que moram próximas às antenas tem maior propensão a ter câncer. Entretanto, não há certeza absoluta, mas uma certeza baseada na probabilidade. Por conta disso, há disposição legal federal disciplinando a distância das ERB das casas. 
· Ex: sacrificar toda uma manada por ter um único boi contaminado pela “vaca loca”. 
· Ex: Talidomida, medicamento que era indicado para gestantes, mas causava má-formação no feto.
· Princípio da Participação ou Compartilhamento – cabe ao poder público e à coletividade proteger e defender o meio ambiente. Deriva da ideia de que o Poder emana do povo, direta ou indiretamente. Materializa-se com, entre outros, pela:
· Educação ambiental (art. 225, §1º, VI) – Lei da Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9.795/99; em SP, Lei da Política Estadual de Educação Ambiental – Lei Estadual nº 12.780/07;
· Ação Popular e ACP;
· Lei de iniciativa popular;
· Princípio da Publicidade na Administração Pública, que traz órgãos de participação popular, como o CONAMA. 
· Direito à Informação.
Art. 170, CF – o artigo consagra o Princípio da Livre Iniciativa, temperado pela Dignidade Humana; para isso: deve-se nortear pela Propriedade Privada (1ª Geração), pela Função Social da Propriedade (2ª Geração) e pelo Respeito ao Meio Ambiente (3ª Geração), culminando:
· Princípio da Função Sócio Econômico Ambiental da Propriedade – há muito não existe a propriedade exclusivamente privada, na qual o proprietário poderia fazer o que bem entendesse com seu bem. Atualmente, ele deve cumprir diversas exigências do bem comum. Logo, não há uma propriedade absolutamente privada, devendo o particular respeitar o meio ambiente (art. 1.228, §1º, CC).
· Ambientalista: a terra é de todos, por isso que, quando alguém é seu “dono”, ele deve explorar em prol de todos;
· Teórico: Leon Duguit, que influenciou a CF de Weimar: “a propriedade obriga”, é um dever, não só um direito.
· Na CF, está enxerto no Art. 5º e na Ordem Econômica. 
· Princípio do Desenvolvimento Sustentável: o desenvolvimento econômico deve ser atingido com sustentabilidade (utilização racional e renovável dos recursos naturais) – “deve-se buscar atender às necessidades das gerações presentes, sem prejudicar as necessidades das gerações futuras”. 
· Rio+20: Buscou a criação de um fundo internacional para o desenvolvimento sustentável. Mas, pela crise econômica, foi impossível, resultando no insucesso da organização.
· Não há norma tutelando o pouso e decolagem de aeronaves – ou seja, elas só “sugam” o meio ambiente.
Lei 6.938/81
· Princípio do Usuário Pagador/Poluidor Pagador – criados desde 1.981 e ratificados na Conferência Rio 1992. ;
· Usuário Pagador – todo aquele que utiliza recursos naturais para fins econômicos, deve contribuir em razão desta utilização.
· A lei foi concebida em 1.981, quando havia renovação total, diferente de hoje. Por isso, deve-se interpretar o “contribuir” como “primeiro tentar não usar e, caso use, pague integralmente pelo que use”.
· Lei Estadual n 12.183/05 – instituiu a cobrança de água no Estado – quem usa água para fins econômicos, acima de determinada quantia (5m³ por dia), paga pelo uso (agricultura, comércio e indústria) – natureza de preço público. Somente em março deste ano a cidade de São Paulo definiu o preço público e instituiu sua cobrança.
· Poluidor Pagador – é o degradador ambiental, que causa dano ambiental, que tem o dever de recuperar o dano causado e, caso impossível, indenizar.
· Princípio Protetor/Provedor-Recebedor
· Princípio da Logística Reversa
· Princípio da Responsabilidade Compartilhada 
IV. ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE
Em si, o meio ambiente é um só. Entretanto, para fins didáticos, é subdivido em:
· Físico ou Natural – é a biota: ar, água, solo, fauna e flora;
· Artificial ou Urbano – algo criado pela mão do homem. É o espaço urbano, que pode ser:
· Aberto: são os equipamentos públicos (ruas, avenidas, praças). Utiliza-se para regrar o LEC, LPSU e Política Urbana Constitucional.
· Fechado: conjunto de edificações, que limitam a construção do homem;
· Cultural – CF, art. 216 – é possível ter um patrimônio cultural não só brasileiro, como mundial, regional estadual e municipal – são todos os bens materiais e imateriais que dizem respeito à origem, formação, memória, ou seja, identidade do povo.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
· Medida: tombamento. 
· Trabalho – fora do rol de José Afonso da Silva – art. 200, VIII – é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica e social que afetam o trabalhador no exercício de sua atividade laboral. 
· Como o trabalhador passa muito tempo no ambiente de trabalho, deve ele ser saudável, não só em relação à poluição sonora, mas também quanto à pressão do trabalho.
· No direito espanhol, há o assédio ambiental, para combater a pressão que o empregador impõe sobre o empregado.
V. COMPETÊNCIA
Legislativa: competência para editar leis em sentido amplo;
· Matérias privativas da União: art. 22, IV: águas e energias, telecomunicação:
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
· Concorrente entre União, Estados e Distrito Federal (exclusão do Município):
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultur
al, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
· Compete à União legislar de maneira geral, e os Estados de forma suplementar, podendo esta ser plena quando ausente a lei federal;
· A lei estadual pode suplementar, ou seja, aumentar a proteção, nunca reduzir;
· Município: art. 30
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
· Novamente, lei municipal só pode aumentar a proteção federal e estadual;
Competência Administrativa, Executiva ou Material: é o exercício do poder de polícia, ou seja, fiscalização, autuação e instauração de PAD para impor a sanção. Trata-sede um poder-dever, pois se descumprir será responsabilizado.
· Art. 23 – competência comum ou paralela, ou seja, os 04 entes (inclui-se o Município):
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
· Diferença entre competência privativa e a comum: 
· Na privativa, a competência da União é o piso protetivo mínimo, prevalecendo esta;
· Na comum, até o fim do ano passado não havia prevalência entre os entes, podendo todos eles exercer o poder de polícia de forma concomitante. 
· Com a LC 140/11, o parágrafo único do art. 24 da CF foi regulamentado, dando prevalência ao órgão que licencia ou autoriza o empreendimento a fiscalização – art. 17:
Art. 17.  Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. 
· Todos ainda podem regular, mas somente deverá o sujeito passivo responder à aquele que autorizou.
VI. DEVERES ESPECÍFICOS DO PODER PÚBLICO
· Art. 225, §1º, e seus sete incisos:
· Destaque aos mais importantes:
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; regulado pela lei 11.105/05 9Lei de Biossegurança). 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; - Espaços de Proteção Ambiental; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; - EIA/RIMA
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. – Proteção contra a crueldade de animais. “Festa de Peão”. 
· Art. 225, §3º - responsabilidade tripla do infrator ambiental – não haverá bis in idem;
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
· A responsabilidade penal é sempre subjetiva, sendo inviável a inversão do ônus da prova;
· A responsabilidade administrativa e civil, em tema ambiental, a culpa é objetiva, podendo haver inversão do ônus da prova no cível;
· Dessa forma, absolvição por falta de dolo não afasta a responsabilidade civil;
· Há duas absolvições que fazem coisa julgada no cível e no administrativo: negativa cabal de autoria e inexistência do fato;
· No administrativo, não há inversão do ônus da prova, pois o ônus já nasce com o particular;
VII. LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – Lei 6.983/81
Objetivos Gerais – art. 2º, caput;
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
· Os objetivos gerais refletem a realidade do país quando da elaboração da lei: uma resposta ao processo de industrialização que degradou severamente diversas cidades (ex: Cubatão). 
Objetivos Específicos – incisos do art. 4º:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiental – art. 2º, I a X.
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; - Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; não só da extração, mas de toda atividade;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; gestão ambiental dos recursos ambientais e sua fiscalização – pela LC 140/11, à cada ente compete dentro de suas atribuições;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; espaços protegidos. (Art. 225,§1º, III, CF);
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; zoneamento industrial 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; Princípio da Recuperação, que é dever do Poder Público e do proprietário – responsabilidade civil objetiva.
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente – hoje há lei própria para a política nacional da educação ambiental.
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente – art. 9º, incisos I a XII;
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservasextrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
· 
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente – trata-se de um colegiado nacional (não apenas federal) formado por todos os órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, bem como fundações públicas que tutelam o meio ambiente no país;
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
· O SISNAMA não é um órgão, nem tem personalidade jurídica, mas apenas um sistema com todas as informações do meio ambiente;
· O órgão superior é o conselho de governo – só criado em 2.003, no governo Lula. 
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; 
· O órgão consultivo e deliberativo é o CONAMA – na prática, é o CONAMA que tomou a frente, pois o conselho de governo ainda é ineficaz – art. 8º;
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. 
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental;
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.
· Órgão central: Ministério do Meio Ambiente
· Órgão executo: IBAMA
OBS: muitos estados já instalaram a Lei da Política Estadual do Meio Ambiente; 
· Em SP, a CE regra o meio ambiente no art. 191/204;
· Na redação do art. 193, está a base do SEAQUA (Sistema ambiental da qualidade ambienta) – Lei 9.509/97;
· CONSEMA – lei 13.507/09
· CETESB – órgão ambiental do estado de São Paulo – Lei 13.542/09;
Alguns Municípios começam a estruturas seus sistemas municipais, com Leis da Política Municipal do Meio Ambiente, ainda pequena. 
Instrumentos Administrativos
I. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Trata-se de competência do CONAMA,
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;
Até a publicação da LC 140/11, apenas a Resolução 237/97 regulava o licenciamento ambiental. Hoje, alguns dispositivos são incompatíveis, mas ela ainda está em vigor;
· Há uma celeuma na doutrina à cerca da constitucionalidade deste artigo. O ADCT dispõe que a lei não poderá delegar ao Poder Executivo seu poder regulamentar (art. 25, I, ADCT). Por conta disso, parte da doutrina afirma que este artigo e a Res. CONAMA não foram recepcionados. Entretanto, a maioria vê que a Resolução apenas regulamenta dispositivos já existentes (que dão seus limites máximo e mínimo), apenas regulamentando uma lei. Ademais, as resoluções do CONAMA buscam concretizar o direito ao meio ambiente, direitos de segunda e terceira geração, que exigem atuação positiva do Estado.
Conceito: 
· Legal: art. 1º, da Res. 237
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
· O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo, porque deve seguir as 08 etapas previstas no art. 10, em âmbito administrativo, na qual se destacam as etapas:
Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas:
· I- apresentação do projeto, documentos necessários e estudos ambientais.
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;
· Dentre os documentos, três são obrigatórios (mínimo): a) certidão municipal que ateste a regularidade fundiária; b) autorização para corte de vegetação e; c) outorga do uso de água;
· Não há prejuízo de a legislação estadual requerer mais documentos, nem tampouco que o caso concreto assim reclame;
· Os estudos requeridos estão no art. 1º, III, em rol exemplificativo (não apenas o EIA/RIMA), como, por exemplo, o EAS e o RAP;
· II- Apresentação
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;
· III- Análise;
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;
· IV- Explicações
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
· V- Audiência Pública – necessariamente, regrada pela Res. CONAMA 009/87, que está sendo revisada; 
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
· O Poder Público poderá realizar a audiência em nível federal;
· Entretanto, se oMP, associação, Poder Público ou mais de 50 cidadãos requererem, será necessária a audiência, sob pena de nulidade;
· Excluída a Defensoria, que não existia quando da ;
· Em SP, há norma especial para regrar audiência pública (Deliberação Consema Normativa 01/2.011) – todo empreendimento sujeito à EIA/RIMA é obrigatório;
· Tudo que for produzido na audiência pública deve ser levado em conta pelo órgão ambiental
· VI- Órgão ambiental pedirá informações sobre assuntos da audiência pública;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
· VII- O corpo técnico emitirá parecer técnico (obrigatório) ou jurídico (necessário quando houver questão jurídica);
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
· VIII- Deferir ou indeferir a licença ambiental;
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.
· O licenciamento compete ao órgão que deter as atribuições do licenciamento ambiental, conforme redação dada pela LC 140/11, que é aplicável aos licenciamentos iniciados a partir de 08.12.2011 (os anteriores serão de competência concordante às disposições da resolução). 
· À União compete, por meio do IBAMA, os licenciamentos de impacto nacional e regional, em terras fronteiriças, de indígenas, militares, nas áreas de conservação por ela instituída, exceto APA.
· Quando de caráter regional (atinge mais de um estado), há lei de duvidosa constitucionalidade que autoriza a delegação, criando margem para que um Estado interfira no outro;
Art. 7º. XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
· Os Estados são dotados de competência residual para licenciar;
Art. 8º. XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o; 
· Aos Municípios competem os licenciamentos que tenham impacto local.
Art. 9º. XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
· A mudança está na definição da competência para licenciamento de impacto local, sendo esta definição cabível ao CONSEMA (órgão estadual);
· O Estado define sua própria competência;
· Apesar da mudança, há possibilidade de cooperação, prevista nos art. 4/6;
· Haverá apenas um licenciamento – para a CF, a fiscalização será competência comum (art. 23), entendendo o MP ser o art. 13 inconstitucional;
Art. 13.  Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 
§ 1o  Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 
§ 2o  A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador. 
§ 3o  Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo ente federativo. 
· Os demais entes federados podem participar do licenciamento em curso, mas não de maneira vinculante – engodo, pois a palavra final restará ainda ao ente licenciador, que pode ser volúvel às vontades econômicas;
· Entretanto, em que pese não vinculante, entende-se que deve motivar eventual rejeição às propostas dos demais entes; 
· A lei não possibilitou que o Estado fiscalize o licenciamento de município, que é mais suscetível ao interesse econômico que seja prejudicial ao meio ambiente;
· Supletivamente, na ausência de órgão regulatório, o ente “maior” poderá licenciar para o “menor”:
· A fiscalização do cumprimento das imposições do licenciamento é comum, mas prevalece o auto de infração do órgão expedidor da licença – trata-se de dever de todos os entes;
· Autoriza-se a representação de qualquer pessoa para noticiar danos ambientais, desde que formalmente identificada (ressalva limitadora indevida);
Prazo para Licenciar
· Máximo de 06 meses, salvo quando necessário o EIA/RIMA, em que o prazo dobra;
· A expiração do prazo não expede a licença, mas a transfere, de acordo com o caso prático, para o órgão de competência suplementar;
Finalidade do Licenciamento e Espécies: 
· Verificar a viabilidade ambiental do empreendimento, que, se positiva, será concedida a Licença Ambiental.
· Espécies:
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
· Licença Prévia – previamente indica que o empreendimento é viável, mas não há autorização para a construção – prazo de até 05 anos;
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
· Licença de Instalação – licença para instalar – prazo de até 06 anos;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
· Licença de Operação ou Funcionamento – licença para fazer funcionar a empresa – prazo de até 04 ou 10 anos;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
· As três licenças não podem ser concedidas concomitantemente, deve haver espaço entre elas, ainda que breve;
· O prazo depende do número de exigências;
· Quando dado um prazo menor, é possível sua prorrogação, mas respeitado o limite de até 05, 06 ou 04/10 anos;
· O prazo para cumprimento das exigências pode ser alterado pelos Estados, de forma suplementar, aumentando a proteção e, consequentemente, diminuindo o prazo. 
· Ex: SP, altera apenas o prazo de funcionamento (de 02 a 10), com anexo que vai de 02 a 05 (certas atividades) – Dec. 47.397 e 47.400, ambos de 2.002.
· No PR, até 02 anos;
Modificação, Suspensão e Cassação do Licenciamento:
· Tendo em vista que a licença não é direito adquirido, o Poder Público, mediante decisão motivada (não discricionária), poderá modificar, suspender ou cassar licença em curso quando ocorrerem:
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
· Em SP, aplica-se exatamente as mesmas hipóteses;
· Violação da lei ou da licença (Ex: shopping SP);
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
· Falsidade nos dados;
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença.
· Superveniência de graves riscos ambientais ou de saúde – grave risco é um conceito de discricionariedade técnico.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
· Caso o agente não cumpra as novas exigências, terá a licença cassada;
· Em SP, não se autoriza que a empresa seja desativada quando não cumpre as exigências;
· Admite-se o contraditório (expresso em SP, e razoável em âmbito federal);
Renovação
· Deve ser requerida até 120 antes da expiração do prazo;
· Requerida, fica automaticamente estendida a licença até a manifestação do órgão público;
Crimes Ambientais contra a Administração Ambiental quetutelam a lisura do licenciamento:
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1o Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.
O MP não pode cassar a licença, mas pode recomendar ao órgão que o particular cumpra determinadas condições, sob pena de ingresso com ação judicial;
· Compete ao Executivo cassar a licença, podendo o judiciário fiscalizar.
· O MP pode inclusive “ameaçar” com lei de improbidade, lei de responsabilidade, TAC, etc.
· Se o promotor não fiscalizar a lei, também pode ser responsabilizado por improbidade;
II. (A) EIA/RIMA – (Avaliação) Estudo de Impactos Ambientais e Relatório e Impacto Ambiental
LPNMA. Art. 9º. III - a avaliação de impactos ambientais;
CF. art. 225. IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
É um estudo técnico que define um diagnóstico ambiental da área objeto do empreendimento (meio ambiente físico, biológico e socioambiental), antes mesmo da licença;
Chegando ao diagnóstico, verificam as consequências ambientais positivas e negativas, sendo que para as negativas impõe compensações ambientais. 
O Estudo, ademais, fixa como será o controle do empreendimento.
· O MP, assim como a Defensoria, podem e devem fiscalizar as compensações, podendo propor TAC ou ACP quando a entender insuficientes;
· Profissionais atuantes:
· Federal: cadastro do IBAMA;
· Estadual: não há cadastro, podendo o particular escolher livremente.
· O pagamento é feito pelo empreendedor, e eventual falsidade implica em crime ambiental.
· Em SP há Res. 54/04, da Secretaria do Meio Ambiente: EAS (estudo ambiental simplificado – baixo impacto), RAP (relatório ambiental preliminar, para impacto médio) e EIA/RIMA (para grandes impactos) – necessária audiência pública no último, sendo facultativa nos demais;
· Outros Estudos:
· PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – forma de implementar este princípio constitucional e legal.
· PCA – Plano de Controle Ambiental – documento exigido na fase de licença de instalação.
· Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – 
· EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança
· A RC 237/97, em seu art. 1º, III, prevê nove tipos de estudos ambientais:
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
· No Estado de São Paulo, a Resolução SMA 54/04 prevê o EAS (Estudo Ambiental Simplificado) e RAP (Relatório Ambiental Preliminar). O primeiro estudo é o do baixo impacto ambiental; o segundo se relaciona com o de médio impacto. 
· Obs. A Lei 6938/81 não fala em EIA-RIMA, mas em AIA (Avaliação de Impacto Ambiental).
· Cabe ao órgão ambiental exigir os estudos ambientais (EIA-RIMA; AIA; EAS etc.) e não ao MP, ele poderá, no entanto, recomendar tais medidas, podendo instaurar inquérito civil e ajuizar ação civil pública.
· Obs. A Lei 9605/98 traz dois crimes ambientais, que estão nos artigos 66 e 69-A, sendo que as pessoas que trabalham nestes estudos por estarem executando função pública se enquadram no conceito de funcionário público do art. 327 do CP e, por isso, em caso de falsidades nestes documentos ou estudos, poderão ser denunciados pelos crimes citados. Há controle feito pelo MP, Defensoria, Associação Civil, que são os legitimados para a ação civil pública:
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa;
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 § 1o Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa. 
· Há a audiência pública que serve para discutir o licenciamento e o EIA-RIMA, poderá ter sido feito ou não, em caso de dispensa.
· Obs. Em provas federais, quem faz o EIA-RIMA são os técnicos que estão em cadastro do IBAMA. Já na CETESB não há esse cadastro, podendo os técnicos ser escolhidos livremente.
· No federal se houver irregularidade dos técnicos, eles serão excluídos do cadastro.
· Necessariamente, se for feito o EIA terá que ser feito o RIMA, que é cópia simplificada do EIA. Ele está no art. 6º da RC 01/86 e o RIMA no art. 11 da mesma:
Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área;
Artigo 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível ao público. Suas cópias permanecerão àdisposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o período de análise técnica,
§ 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o projeto, receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação,
§ 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA,
III. ETEP (ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS)
Trata-se de dever do Poder Público a proteção de ecossistemas, do qual dispõe deste instrumento (ETEP) e do zoneamento ambiental.
A origem de aplicação do instituto remonta às Cartas Régias do séc. XVIII que buscavam frear a desertificação do sertão nordestino, conforme descrto em “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.
No Brasil, foram legislados nos anos de 1.934 (base da função social da propriedade, mas com viés econômico), 1.965 (ruralista) e 2.012.
É norteado pelos princípios do direito ambiental, notadamente pelo aproveitamento racional e adequado e a preservação do meio ambiente.
Previsão Constitucional: Estão no art. 225, § 1º, III da CF:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
· A CF impõe ao Poder Público garantir tais espaços. Ele está previsto no art. 9º, VI da Lei 6938/81:
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
· A Unidade de Conservação equivale no plano infraconstitucional ao Espaço Territorial Especialmente Protegido, conforme a Lei 9985/00, que prevê o SNUC. Ela é ambientalmente relevante, perfeitamente delimitada, onde o Poder Público, por lei ou decreto cria Unidade de Conservação. E, a partir daí se instaura uma proteção qualificada e um regime de administração. 
· Já o sistema nacional de unidade de conservação é a somatória de unidades. O art. 2º da Lei 9985/00 prevê um rol de instrumentos que prevê esse sistema:
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;
IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características;
VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas;
IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;
XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis;
XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;
XV - (VETADO)
XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;
XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
· Os órgãos gestores são previstos no art. 6º desta lei:
Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
 I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema; e
III - Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação.   
III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementaro SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação. 
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
· Atualmente, está começando a surgir o Sistema Estadual de Conservação (SEUC). Também será criado o (SMUC) Sistema Municipal de Unidade de Conservação.
· Em SP há dois órgãos que são a Fundação Florestal e o Instituto Florestal, por enquanto.
Criação dos Espaços (Artigos 7º/21 e 22/28)
Art. 7o As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:
I - Unidades de Proteção Integral;
II - Unidades de Uso Sustentável.
§ 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
Art. 8o O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
Art. 9o A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.
§ 1o A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
§ 4o Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de:
I - medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e quinhentos hectares;
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)
§ 1o (VETADO)
§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.
§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo.
§ 5o As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
§ 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica.
Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. 
§ 1o Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. 
§ 2o A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação administrativa. 
Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
· Etapas:
· 1) Estudos técnicos;
· 2) Consulta pública – são feitas porque haverá restrições à população interessada; serve também para permitir que coloque seus apontamentos.
· Obs. Este instrumento tem muita incidência nos concursos da Defensoria;
· 3) Instituição da Unidades por lei ou decreto – o art. 7º traz dois grupos que são o UPI (Unidades de Proteção Integral) e UUS (Unidade de Uso Sustentável):
Art. 7o As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:
I - Unidades de Proteção Integral;
II - Unidades de Uso Sustentável.
§ 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
· O legislador criou dois grupos ou categorias de unidade de conservação que são UPI (Unidades de Proteção Integral –art. 7º, parágrafo primeiro da Lei 9985/00). Seu uso se dá somente de forma indireta; não se admite nenhuma atividade que não visitas e pesquisas científicas. Já nas UUS (Unidade de Uso Sustentável – art. 2º) seu uso é permitido, mas com sustentabilidade. 
· A criação desses órgão está prevista no art. 22 da lei citada.
Plano de Manejo (ART. 2º, XVII)
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.
· Plano de manejo é o documento técnico que vai dispor sobre o funcionamento, zoneamento, gestão e administração da unidade de conservação.
· O art. 27 dá prazo de cinco anos a contar da aprovação da unidade:
Art. 27. As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo. (Regulamento)
§ 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.
§ 2o Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da população residente.
§ 3o O Planode Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. 
§ 4o § 4o O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: 
I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres; 
II - as características de reprodução, dispersão e sobrevivência do organismo geneticamente modificado; 
III - o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado em relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e 
IV - situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodiversidade. 
· Até sua aprovação não se pode permitir nas unidades de conservação atividades que causem risco ou dano aos seus atributos. 
· É neste ponto que se estabelece a ZA (Zona de Amortecimento). É a zona que circunda a unidade de conservação. É uma área em que se impõem restrições ao direito de propriedade. O seu tamanho já está previsto na lei ou no decreto.
· É o plano de manejo que estipula o que pode ou não na ZA. Ela é criada quando se cria a unidade de conservação.
· Neste caso, pode permanecer no local, contudo há limitação ou servidão administrativa que redundará numa desapropriação indireta, sendo cabível indenização.
Espécies de Espaços de Proteção:
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;
IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características;
VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas;
IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;
XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis;
XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;
XV - (VETADO)
XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;
XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
· Unidades de Proteção Integral: são aquelas em que se permite o uso indireto da natureza, ou seja, somente para estudo.
· Estações ecológicas, reservas biológicas, parques nacionais, estaduais e naturais municipais, monumentos naturais e refúgios da vida silvestre;
· Unidades de Uso Sustentável: são aquelas que autorizam o uso da natureza, mas de forma sustentável.
· Áreas de proteção ambiental, áreas de relevante interesse ecológico, florestas nacionais, reservas extrativistas, da fauna, de desenvolvimento sustentável e RPN (reserva particular de patrimônio natural).
Corredores Ecológicos (ART. 2º, XIX)
Art. 2º XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
· Só existirão se houver unidades de conservação próximas para garantir o fluxo da flora e da fauna. Com isso, aumenta-se a biodiverdidade.
Mosaico (ART. 26)
Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional.(Regulamento)
Parágrafo único. O regulamento desta Lei disporá sobre a forma de gestão integrada do conjunto das unidades.
· É a justaposição de unidades, que poderão ser municipal, estadual ou federal.
· O mosaico é gestão compartilhada; é documento um híbrido. Ver a respeito o Decreto Federal 4340/02, em seus artigos 8º/11.
· Obs. No MP as Unidades de Conservação são muito cobradas; já a Defensoria gosta de cobrar as populações tradicionais.
· Todas as unidades necessitam de consulta pública. No entanto, as APA e as RTPN não se exige tal procedimento.
Modificação De Áreas
· É possível o aumento da área para melhor, no entanto, não se pode alterar o traçado original da área. Se na criação foi usada lei, a modificação só poderá ser feita por ela.
· No caso de modificação para pior, como a diminuição de área ou sua extinção, o art. 225, § 1º, III da CF, determina que somente a lei específica poderá autorizar tais medidas:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder

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