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REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE RAS Rosimeire Aparecida de Sá � Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades de saúde dos cidadãos e, como tal, devem operar em total coerência com a situação de saúde das pessoas usuárias. (MENDES, 2011) � A implantação das RASs convoca mudanças radicais no modelo de atenção à saúde praticado no SUS e aponta para a necessidade da implantação de novos modelos de atenção às condições agudas e crônicas, alguns experenciados com sucesso, em outros países e que devem e podem ser adaptados à realidade de nosso sistema público. O SISTEMA DE PAGAMENTO � Fortemente centrado no pagamento por procedimentos, sinaliza para os prestadores de serviços que ofertem mais serviços e serviços mais caros para maximizar seus ganhos. � Esse sistema de redes de atenção à saúde por incentivos é perverso porque estimula os prestadores a oferecerem, não o cuidado necessário, mas o máximo de cuidado possível, ao tempo em que os desincentivam a ofertarem intervenções voltadas para a promoção e a manutenção da saúde. PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010. � Estabelece diretrizes para organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), no âmbito do SUS. � Conceituação das RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.” (BRASIL, 2010). � FONTE: Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS PARA AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE AS CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS DE ATENÇÃO À SAÚDE � organizado por componentes isolados � organizado por níveis hierárquicos � orientado para a atenção às condições agudas e aos eventos agudos decorrentes de agudizações de condições crônicas � voltado para indivíduos � o sujeito é paciente � ênfase em ações curativas e reabilitadoras � ênfase no cuidado profissional do médico � episódica e reativa e que é voltado principalmente para a atenção às condições agudas. � FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 A SOLUÇÃO DO PROBLEMA CRÍTICO DO SUS � O restabelecimento do postulado da coerência por meio das redes de atenção à saúde. � O restabelecimento da coerência entre a situação de saúde com transição demográfica acelerada e tripla carga de doença com predomínio relativo forte de condições crônicas e um sistema integrado de saúde que opera de forma contínua e proativa e voltado equilibradamente para a atenção às condições agudas e crônicas. Da gestão da oferta � Gestão de base populacional a atenção à saúde baseada na população é a habilidade de um sistema de atenção em estabelecer as necessidades de saúde de uma população específica conforme a estratificação dos riscos, de implementar e avaliar as intervenções sanitárias relativas a esta população e de prover o cuidado para as pessoas no contexto de seus valores e de suas preferências. (Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília,Organização Pan-Americana da Saúde, 2011) A POPULAÇÃO NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE � o processo de territorialização � o cadastramento das famílias � a classificação de riscos familiares � a vinculação da população às equipes de atenção primária à saúde � identificação das subpopulações com fatores de risco � identificação das subpopulações com condições de saúde estabelecidas por estratos de riscos (MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011) OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE � O modelo de atenção às condições agudas (dengue e gripe, apendicite, amigdalites) � O modelo de atenção às condições crônicas AS CONDIÇÕES AGUDAS � Em geral, apresentam um curso curto, inferior a três meses de duração, e tendem a se auto limitar; ao contrário, as condições crônicas têm um período de duração mais ou menos longo e nos casos de algumas doenças crônicas, tendem a apresentar-se de forma definitiva e permanente (VON KORFF et al., 1997; SINGH, 2008). � As condições crônicas vão, portanto, muito além das doenças crônicas (diabetes, doença cardiovascular, câncer, doença respiratória crônica etc.), ao envolverem as doenças infecciosas persistentes (hanseníase, tuberculose, HIV/aids, hepatites virais etc.) OS EVENTOS AGUDOS � São manifestações mais ou menos exuberantes, de ordem objetiva ou subjetiva, de uma condição de saúde � Os eventos agudos condições agudas condições crônicas agudizadas condições gerais e inespecíficas que se manifestam agudamente A LÓGICA DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O MODELO DE ATENÇÃO AOS EVENTOS AGUDOS � Tem como base o modelo da Determinação Social da Saúde - DSS � estrutura-se em cinco níveis � incorpora um sistema de classificação de risco � utiliza a gestão da condição de saúde, uma tecnologia da gestão da clínica, para o manejo dos eventos agudos diagnosticados AS EVIDÊNCIAS SOBRE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE � melhoram os resultados sanitários nas condições crônicas � diminuem as referências a especialistas e a hospitais � aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde � produzem serviços mais custo/efetivos � aumentam a satisfação das pessoas usuárias CONDIÇÕES CRÔNICAS � as condições ligadas à maternidade e ao período perinatal (acompanhamento das gestantes e atenção ao parto, às puérperas e aos recém-natos); � as condições ligadas à manutenção da saúde por ciclos de vida (puericultura, hebicultura e monitoramento da capacidade funcional dos idosos); � os distúrbios mentais de longo prazo; a � s deficiências físicas e estruturais contínuas (amputações, cegueiras, deficiências motoras persistentes etc.); � as doenças metabólicas; e � a grande maioria das doenças bucais. � Os sistemas de atenção à saúde constituem respostas sociais, deliberadamente organizadas, para responder às necessidades, demandas e preferências das sociedades. � Nesse sentido, eles devem ser articulados pelas necessidades de saúde da população que se expressam, em boa parte, em situações demográficas e epidemiológicas singulares. � Uma análise histórica dos sistemas de atenção à saúde, mostrando que até a primeira metade do século XX, eles se voltaram para as doenças infecciosas e, na segunda metade daquele século, para as condições agudas. E afirma que nesse início de século XXI, os sistemas de atenção à saúde devem ser reformados profundamente para dar conta da atenção às condições crônicas. AS MUDANÇAS NA ATENÇÃO À SAÚDE Devem se dar em oito dimensões principais: a)atenção prescritiva e centrada na doença para atenção colaborativa e centrada na pessoa e na família; b) atenção programada para atenção não programada; c) atenção uniprofissional para atenção multiprofissional; d) atenção médica especializada para atenção médica generalista; e) atenção presencial e atenção não presencial para atenção individual e atenção em grupo; g) atenção profissional e autocuidado apoiado. REFERENCIAS � MENDES, Eugênio V. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_aten cao_saude.pdf � ________________. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf
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