Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 1802966 – ADRIANA BORDIN SILVA 1803476 – BRUNA LETÍCIA PAIXÃO 1801643 – JOE PETERSON DE QUEIROZ 1804005 – SIBELE APARECIDA DE ALMEIDA 1803262 – PATRICIA VILAS BOAS 1811025 – TAMARYS MAIARA PAULINO A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS JOGOS E MÚSICA NA ALFABETIZAÇÃO Apresentação do Projeto Integrador – vídeo: https://youtu.be/wajFkWs02SI Mineiros do Tietê - SP 2019 1 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS JOGOS E MÚSICA NA ALFABETIZAÇÃO Relatório Técnico – Científico apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Mediador Facilitador: Renato Trevizano dos Santos Mineiros do Tietê - SP 2019 2 SILVA, Adriana Bordin; PAIXÃO, Bruna Letícia; QUEIROZ, Joe Peterson; ALMEIDA, Sibele Aparecida: VILAS BOAS, Patrícia; PAULINO, Tamarys Maiara. A Importância do lúdico na alfabetização. 00f. Relatório Técnico-Científico (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Renato | Polo: Mineiros do Tietê, 2019. RESUMO Este projeto trata da importância do uso de jogos e música na educação infantil, disposto a compreender e apresentar contribuições no processo de desenvolvimento da alfabetização. Nosso objetivo é identificar e correlacionar as teorias dos autores abordados no estudo de Alfabetização e Letramento e Arte e Música na Educação para incentivar o uso de jogos e música como uma ferramenta para o processo de desenvolvimento e aprimoramento das habilidades manuais e motoras das crianças. Como abordagem bibliográfica, este estudo possui embasamento teórico apoiado nas teorias de Vygotsky, Piaget, Kishimoto, Paulo Freire, Bakhtin, entre outras teorias que fundamentam esse assunto. Nas escolas, o jogo é uma maneira de oferecer às crianças um ambiente de aprendizado prazeroso, motivador e planejado, com possibilidade de se aprender em várias habilidades. Deve favorecer as crianças no desenvolvimento de seus conhecimentos científicos, propiciando a experiência de situações reais e imaginárias, propondo desafios às crianças e instigando-as a buscar soluções para os problemas presentes durante o jogo, fazendo-as raciocinar, trocar idéias e tomar decisões. Trazer gêneros textuais como música para a sala de aula é uma forma diferente de valorizar aspectos da alfabetização, para que possamos trabalhar a leitura, a escrita, a oralidade, a interpretação e a produção de textos de maneira atraente. A entrada nesse universo é fundamental para a formação das crianças, pois possibilita a interatividade nas atividades, ampliando aspectos indispensáveis ao seu desenvolvimento, atendendo não apenas aos requisitos da escola em relação à alfabetização oportuna, mas também aos programas de formação de educadores que buscam tornar o ambiente mais propício ao ensino e aprendizagem da língua. Palavras-chave: Alfabetização. Learnig. Conhecimento. Jogos. Música. 3 ABSTRACT This project is about the importance of using games and music in child education, willing to comprehend and present contributions in the children’s literacy development process. Our objective is identify and correlate the theories of the authors approached in the study of Literacy and Art and Music in the Education to encourage the use of games and music as a tool for the children’s manual and motor habilities development and enhancement process. As bibliographic approach this study has a theoretical basement supported with theories of Vygotsky, Piaget, Kishimoto, Paulo Freire, Bakhtin, between other theoreticians that substantiate this subject. In schools game is a way to offer children a pleasurable, motivating and planned learning ambience, with possibility of learning various habilities. It must favor children the learning of scientific knowledge, providing the experience of real and imaginary situations, proposing children challenges and instigating them to search for solutions to the situations that present during the game, making them to reason, exchange ideas and make decisions. Bringing textual genres like music to the classroom is a different form to value aspects of literacy so that we can work reading, writing, orality, interpretation and production of texts in an attractive way. Entering this universe is fundamental to the children’s formation since it makes possible the interactivity in the activities, what makes enlarge indispensable aspects to their development, attending not only to school requirements in relation to timely literacy but also literacy teachers formation programs that seek for making the school environment more conducive to the language teaching and learning. Key words: Literacy. Learning. Knowledge. Games. Music. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................5 1.1 Problemas e Objetivos...........................................................................................6 1.2 Justificativa.............................................................................................................7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................11 2.1 Aplicação das Disciplinas Estudadas no Projeto Integrador................................14 Alfabetização e Letramento........................................................................................14 1. Valorizar outros tipos de aprendizagens.........................................................14 2. Identificar em que estágio os alunos estão.....................................................15 3. Procurar métodos diferentes para os alunos que não estão aprendendo......15 Arte e Música..................................................................................................... ........16 3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS...........................................................17 4. ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS PARCIAIS...............................18 4.1 Protótipo...............................................................................................................20 5. CONSIDERAÇÕES ...............................................................................................24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................25 ANEXOS....................................................................................................................27 5 1. INTRODUÇÃO Este projeto tem como objetivo apresentar a importância dos jogos e da música no desenvolvimento da criança na Educação Infantil. Seria importante que toda escola pudesse oferecer à criança condições necessárias para o seu desempenho, para a construção motora e desenvolvimento, ou seja, que fossem proporcionados ambientes adequados, assim como toda a capacitação dos profissionais e materiais disponíveis para que pudessem ser trabalhadas em sala de aula essas atividades lúdicas. Normalmente professores, preocupados com educação tradicional, em cumprir o currículo e o cronograma proposto, acabam se esquecendo de que cada criança tem seu tempo e precisa de estímulos para alcançar a alfabetização. Acabam por deixar os jogos de lado, esquecendo-se de que estes são instrumentos importantes no ensino. A utilização dos jogos e da música na sala de aula é muito importante, pois o lúdico deve ser visto com uma ferramenta de contribuição para o melhor desenvolvimento das crianças, e não como algo fora do contexto educacional (KISHIMOTO, 1996, p. 146). De acordo com Piaget (1973 p. 35)a educação e a ludicidade devem unir-se para que haja uma concretização do aprendizado escolar. O professor precisa estar sempre observando quais são as habilidades desenvolvidas pelos alunos e quais ainda precisam ser revistas e estimuladas em sala de aula. Jogando, a criança consegue comparar, analisar, nomear, associar, calcular, classificar, compor, conceituar e criar. Assim, os jogos trazem o mundo para a realidade da criança, para o seu mundo, possibilitando o desenvolvimento de sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade. Aliar as atividades lúdicas e a música ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno. O presente estudo pretende promover, a partir da música infantil e dos jogos, o desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita e oralidade, bem como a integração das crianças e o uso dos jogos educativos voltados para o aprendizado da escrita. Como uma das possibilidades de ensino do código escrito no processo educacional, com elementos concretos para auxiliar o profissional da educação, por 6 meio de prática pedagógica intencional e planejada, e com intervenção direta, para construir meios prazerosos de articulação entre jogos, brincadeiras, leitura e escrita. Os jogos e a música são utilizados no Ensino Fundamental como recurso didático, para o desenvolvimento de um ambiente alfabetizador, que pode permitir o trabalho de muitas facetas da alfabetização, desde o ensino das letras e das sílabas, até a relação grafema e fonema de cada uma delas. 1.1 Problema e objetivos A escola onde foi realizada a visita denomina-se “Escola Municipal Pedro de Oliveira Brandão”, localizada na Rua Sub Delegado Ferrinho, nº 1.085, na cidade de Mineiros do Tietê, SP. A referida escola funciona em período diurno e noturno, atendendo o ensino fundamental I (anos iniciais) e o ensino fundamental Educação de Jovens e Adultos (EJA). Possui em suas dependências: salas de aula, pátio externo, refeitório, quadra, sala da direção, sala dos professores, sala de informática e banheiros. A escola conta com alunos e uma equipe composta por profissionais administrativos, professores, merendeiras e pessoal responsável pela limpeza. Os dados coletados para a realização do trabalho se referem a crianças na faixa etária de sete anos, de uma turma de primeiro ano do ensino fundamental I, da Professora Márcia. O problema detectado pelo grupo foi relacionado às dificuldades na aprendizagem das crianças, principalmente no processo de alfabetização, em que o maior desafio segundo a professora é juntar as letras e sílabas. A turma é composta por dezessete alunos, sendo que quatro deles frequentam a sala de recursos por apresentarem um déficit de aprendizagem maior do que os demais, e 1 aluna que frequenta a turma com a faixa etária desproporcional ao ano, com 9 anos. Diante das informações coletadas e analisadas pelo grupo foram propostas duas brincadeiras para ajudar as crianças a se desenvolverem e facilitar a alfabetização, funcionando como mecanismos eficazes para se criar um ambiente motivador, para que assim, se desenvolvam suas habilidades e potencialidades. As brincadeiras propostas foram: Jogo do Mexe-Mexe e Bingo das Sílabas. 7 Também foi proposta uma atividade envolvendo música, de modo especial a música “Alfabeto”, interpretada pela cantora Aline Barros, tocada no violão e cantada por um integrante do nosso grupo com os alunos. O objetivo do grupo foi trazer o lúdico para a sala de aula, envolvendo música e brincadeiras. A presença dos jogos e brincadeiras é fundamental para o desenvolvimento da criança e em seu aprendizado; torna as aulas vivas, dinâmicas e atrativas, possibilitando ao aluno a ampliação de conhecimentos. 1.2 Justificativa A Educação Infantil é a grande responsável pelo desenvolvimento integral da criança, tendo a função de envolvê-la no seu processo de descobertas, construção e busca pelo conhecimento, o que se dá significativamente pôr meio da ludicidade. Uma grande oportunidade para a criança ampliar seus conhecimentos é a sua inserção na escola, pois passarão a fazer parte de seu universo novas aprendizagens, que envolvem maneiras alternativas de se comunicar, estabelecimento de limites e regras, atitudes e relações diversificadas, além de um conjunto de valores morais e culturais. A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como uma estratégia no processo de ensinar e de aprender tem ganhado força entre os educadores e pesquisadores nesses últimos anos, por considerarem, em sua grande maioria, uma forma de trabalho pedagógico que estimula o raciocínio e favorece a vivência de conteúdos e a relação com situações do cotidiano. O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve favorecer a criança na construção do conhecimento científico, proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo a ela desafios e instigando-a a buscar soluções para os acontecimentos que se apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar ideias e tomar decisões. O brincar é, portanto, uma atividade natural, espontânea e necessária para criança, constituindo-se em uma peça importantíssima a sua formação seu papel transcende o mero controle de habilidades, sendo muito mais abrangente. Sua importância é notável, já que, por meio dessas atividades, a criança constrói o seu próprio mundo. (SANTOS, 1995, p. 4). 8 Segundo Santos é pela brincadeira que a criança aprende sobre a natureza, os eventos sociais, a dinâmica interna e a estrutura de seu corpo. A criança que brinca livremente, no seu nível, à sua maneira, não está apenas explorando o mundo ao seu redor, mas também comunicando sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o real e o imaginário. O brincar está relacionado ao prazer, além disso, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como persistência, perseverança, raciocínio, companheirismo, entre outros. Vygotsky (1987) afirma que as crianças, enquanto brincam não se limitam apenas a recordar e reviver experiências passadas, mas as reelaboram criativamente. Nesse sentido Benjamim, chama a atenção para quando as crianças brincam e criam seu próprio mundo. “Não há dúvida que o brincar significa sempre libertação. Rodeadas por um mundo de gigantes, as crianças criam para si, brincando, o pequeno mundo próprio” (BEJAMIM, 2002, p. 85). No ato de brincar a criança amplia esses sentimentos por meio de invenção. Basta olhar para uma criança que brinca e se perceberá que nela há muito mais possibilidades de vida do que aquelas que se realizam (...) a criança brinca dessoldado, bandido ou cavalo, isso ocorre porque nela estão explícitos o bandido, o cavalo e o soldado (VYGOTSKY,1999, p.312). Dessa forma, o brincar e o jogar, na Educação Infantil, devem ser vistos como uma estratégia utilizada pelo educador e deve privilegiar o ensino dos conteúdos da realidade, tendo o brincar um lugar de destaque no planejamento pedagógico. A brincadeira ou o jogo somente tem validade se usado na hora certa, e essa hora é determinada pelo professor, que determina para o aluno qual o objetivo do jogo, das regras e do tempo. Para Piaget (1978), os jogos são caracterizados em três grandes tipos: jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogo simbólico (2 a 6 anos) e jogo de regras (6 anos em diante). Segundo o próprio autor, é “a função é que vai diferenciar esses jogos que não têm outra finalidade a não ser o próprio prazer do funcionamento” (PIAGET, 1978, p. 123). As atividades de jogos e brincadeiras na escola de Educação Infantil trazem muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, são elementos para o desenvolvimento das crianças,mas cabe aos professores criarem propostas 9 pedagógicas que aliem o aprendizado e a grande diversão que o jogo e brincadeira proporcionam. Etimologicamente a palavra JOGO vem do latim LOCUS, que significa gracejo, zombaria e que foi empregada no lugar de ludus: brinquedo, jogo, divertimento, passatempo. Almeida (1978, p. 81) afirma que os jogos não devem ser fins, mas meios para se atingir em objetivos. Estes devem ser aplicados para o benefício educativo. Os jogos devem ser construídos por atividades permanentes nos espaços da Educação Infantil, pois por meio deles é possível que a criança trabalhe de forma integral, ou seja, nos aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e sociais. Concluindo, durante todo o processo de desenvolvimento e maturidade, toda criança atinge fases específicas em várias faixas etárias. Sobre isso, vários pensadores, como Vysgotsky e Piaget, compartilham a idéia de que o crescimento da criança é acompanhado por fases, cada uma com aspectos peculiares e significativos, como físico, o cognitivo, o emocional e espiritual, importantes para a sua formação integral. A influência do ato de brincar no desenvolvimento da criança é indispensável para a formação do caráter e da personalidade da pessoa; além disso, a brincadeira pode incorporar valores morais e culturais e uma série de aspectos que ajudam a moldar sua vida, como crianças e como adultos. Brincando, a criança pode acionar seus pensamentos para resolução de problemas que lhe são importantes e significativos, e o modo como ela brinca revela o seu mundo interior, proporcionando-lhe que aprenda fazendo, realizando, dessa forma, uma aprendizagem significativa. O desenvolvimento da criança é resultado da interação da aprendizagem, que ocorre por meio da experiência adquirida no ambiente e com capacidade própria da criança, em que cada uma tem seu ritmo próprio e capacidade individual. A relevância desse projeto de pesquisa sobre o papel da ludicidade no ensino infantil está relacionada a atividades com jogos e com o ato de brincar. Assim as iniciativas lúdicas nas escolas são relevantes para a aprendizagem, as quais potenciam a criatividade das crianças, em que contribuem para o seu desenvolvimento intelectual, social e motor. Assim, afirmamos que a Educação Infantil e o lúdico são uma etapa fundamental na vida da criança. É nesta fase que ela observa, assimila e expressa 10 seus sentimentos. Hoje é reconhecida como produtora de cultura, além de ser parte integrante da sociedade na qual está inserida. Esta etapa da Educação Básica tem como objetivo principal desenvolver características cognitiva, afetiva, motora, social e cultural da criança. Considerando tudo isso o currículo deve ser concebido como um conjunto de práticas, levando sempre em consideração os saberes das crianças em tudo que é feito e planejado dentro da unidade educacional e nas práticas pedagógicas, favorecendo situações e vivências a um ser que sente, pensa e é capaz de produzir cultura, na construção da sua identidade, sendo de fato um sujeito histórico e de direitos, como afirma o Art. 4.º da DCNs (2009): Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (BRASIL, DCNs p.1). No entanto, hoje em dia, as instituições de educação infantil estão construindo uma nova dimensão de visão educacional, visto que toda a atividade educativa agora é centrada com objetivo de promover a socialização das crianças. Sobretudo, porque as atividades oferecidas pelo professor são de grande importância para o desenvolvimento cognitivo integral das crianças, sendo estas asseguradas por leis, já citadas anteriormente. Portanto o conhecimento construído através da brincadeira lhes possibilita obterem melhor desempenho na aprendizagem. Segundo Vygotsky, (1997, p. 82-83): [...] no brinquedo existe necessariamente participação e engajamento, o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de socializar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a criança vai aprendendo a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. 11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para que nosso Projeto Integrador pudesse ser realizado e para que pudéssemos solucionar a dificuldade por nós encontrada na turma com a qual trabalhamos, contamos com uma fundamentação teórica embasada principalmente nos teóricos Vygotsky, Piaget, Kishimoto, Paulo Freire e Bakhtin, entre outros dos quais iremos a seguir apresentar e comentar alguns pensamentos importantes para nosso trabalho: O desenvolvimento da linguagem representa, antes de tudo, a história da formação de uma das funções mais importantes do desenvolvimento cultural, na medida em que sintetiza o acúmulo da experiência social da humanidade e os mais decisivos saltos qualitativos dos indivíduos, tanto do ponto de vista filogenético quanto do ontogenético. (VYGOTSKY, 1995, p.184) Vygotsky deixa claro que a linguagem é de grande importância na vida de um indivíduo, não apenas a falada, mas também a escrita. Por isso cabe ao professor criar ambiente e condições que maximizem essa aprendizagem, tornando-a mais acessível às crianças, todas elas, sejam quais forem suas dificuldades e bagagem cultural. O jogo como promotor de aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como o jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-los dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola. (KISHIMOTO, 1994, p.13) Kishimoto enxerga o jogo como um aliado no ensino das crianças, pois faz com que se aproximem dos conteúdos disponibilizados na escola, ou seja, o professor que busca ensinar crianças sem fazer uso de atividades lúdicas está abrindo mão de algo que poderia melhorar muito os resultados do seu trabalho. Ao ir escrevendo este texto, ia "tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”. (FREIRE, 1982, p.11) Paulo Freire falava sobre a leitura da “palavramundo”, sobre levar em consideração o mundo do aprendiz, pois este é como um texto que vai dia após dia sendo lido e que faz sentido para o seu leitor. Esse é o seu universo, sua primeira 12 leitura, que deve ser valorizada. No caso das crianças, acreditamos que a brincadeira faça parte do seu cotidiano e que fará sentido para elas aprender brincando, de forma bem direcionada pelo professor. As origens das manifestações lúdicas seguem o desenvolvimento da inteligência, atrelada aos estágios do desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da mesma maneira para todos os indivíduos. (PIAGET, 1978 p. 119) As atividades lúdicas, para Piaget, auxiliarão na fase cognitiva da criança, levando-a através das etapas desse desenvolvimento, com brincadeiras próprias para a sua faixa de idade. Piaget identificou três tipos de jogos que auxiliam especificamenteno desenvolvimento das crianças segundo sua faixa etária: 1) Jogos de exercício: Movimentos repetidos e ações que exercitam as funções, tais como andar, correr, saltar... Brincadeiras funcionais que auxiliam principalmente no desenvolvimento motor. Automaticamente vão se tornando jogos de construção. 2) Jogos simbólicos: Habilidade de estabelecer diferenças entre símbolos e seus significados e representações. Projeção de esquemas de imitação de objetos novos, segundo a imaginação da criança. 3) Jogos de regras: Maior característica de socialização, pois geralmente as regras são utilizadas para que se saiba o que é certo e errado, podendo ser espontâneas ou transmitidas por alguém. Pensar a complexificação do jogo por meio da colaboração entre os sujeitos que dele participam é pensar a linguagem como comunicação por meio da diferença entre grupos sociais e culturais, como sinônimo de multiplicidade e de diversidade. (BAKHTIN, 2003) Por meio do jogo as crianças podem aprender coisas novas umas com as outras, além de aprenderem sobre respeito às diferenças e diversidade. Além disso, assim como Vygotsky, Bakhtin também valoriza muito a aprendizagem da linguagem e, levando em consideração a sua teoria, podemos dizer que jogos de linguagem contribuem com o aprendizado da língua e com o aumento da riqueza cultural das crianças que deles participam. 13 De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998, p. 42) “Os jogos educativos propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis de forma interdisciplinar”. Dessa forma, o jogo cumprirá, portanto, uma dupla função lúdica e educativa, aliando as finalidades do divertimento e prazer, entre outras o desenvolvimento efetivo, cognitivo, físico, social e moral, manifestadas em um grande número de competências: escolha de competências, escolha de estratégias, ações motoras, interação, observação e respeito às regras, permitindo a criança a construção de seu conhecimento na interação com colegas e com o próprio objeto de conhecimento. O jogo destaca-se dentre as estratégias que a criança utiliza para construir seu conhecimento na infância. E a acompanha em suas modalidades distintas, nas mudanças de motivação e incentivo à ação de cada período de seu desenvolvimento. O jogo é também a estratégia que ela utiliza para separar o significado do objeto, construção necessária para seu conhecimento do mundo. O uso correto da música pode dar bons resultados na sala de aula, ajudando tanto na concentração quanto no relaxamento da mente e do corpo antes, durante e depois da realização de alguma atividade escolar. A música pode ser uma atividade divertida, que ajuda na construção do caráter, da consciência e da inteligência do indivíduo. Os sons harmoniosos fazem com que os alunos se divirtam, aprendendo naturalmente, sem pressões. Entretanto é fundamental manter um ambiente de alegria e de ludicidade na classe. Sem humor, o educador não experimenta o encontro existencial com o educando e bloqueia o próprio processo de ensino- aprendizagem. A educação tradicional considerou virtudes como atenção, dedicação e responsabilidade incompatíveis com a alegria e a descontração. (CARDOSO, 1995) Acreditamos que a música é uma maneira descontraída e bem-humorada de ensinar, de forma que vem a auxiliar muito na aprendizagem das crianças. Assim elas podem aprender mais divertidamente, pois assim o jogo, a música faz parte do mundo da criança e torna o processo de ensino-aprendizagem mais proveitoso tanto para o professor quanto para o aprendiz. 14 2.1 Aplicação das Disciplinas Estudadas no Projeto Integrador As disciplinas que deram embasamento ao nosso trabalho foram: Alfabetização e Letramento e Arte e Música na Educação: Fundamentos e Práticas. Alfabetização e Letramento Acreditamos que a aprendizagem da leitura e da escrita depende de duas portas de entrada, distintas, mas indissociáveis e que necessitam ser trabalhadas ao mesmo tempo: ALFABETIZAÇÃO e LETRAMENTO. A alfabetização é a aquisição do código da escrita e da leitura. Segundo Magda Soares, (1999, p. 18) cita no seu livro, está se faz pelo domínio de uma técnica: grafar e reconhecer letras, usar o papel, entender a direcionalidade da escrita, pegar no lápis, codificar, estabelecer relações entre sons e letras, de fonemas e grafemas; a criança perceber unidades menores que compõem o sistema de escrita (palavras, sílabas, letras). Letramento é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita. A harmonização dessas práticas é uma boa opção para que os professores desenvolvam a alfabetização e o letramento. Magda Soares propõe três norteadores para auxilia-los: 1. Valorizar outros tipos de aprendizagem É importante, para o professor, ter a mente aberta e valorizar diversos tipos de aprendizagem, principalmente aquelas que sejam diferentes da tradicional cópia da lousa. O professor pode, por exemplo, promover a leitura de histórias infantis em roda, incentivar as crianças a contarem oralmente as histórias que escutaram em casa, declamar poesias enfatizando os sons e os ritmos das palavras, pode promover associações entre objetos, letras e sílabas, etc. Foucambert (1994, p. 31) afirma ser uma grande contribuição para a compreensão do ensino da leitura que: 15 Na fase de aprendizado, o meio deve proporcionar à criança toda a ajuda para utilizar textos “verdadeiros” e não simplificar os textos para adaptá-los às possibilidades atuais do aprendiz. Não se aprende primeiro a ler palavras, depois frases, mais adiante textos, e, finalmente, textos dos quais se precisa. 2. Identificar em que estágio os alunos estão Cada criança tem o seu próprio ritmo de aprendizado. Há aquelas que já chegam na escola com contato maior e diversificado com o mundo letrado; outras, por outro lado, demandam maior cuidado e atenção do professor, precisando ser inseridas no mundo da escrita. Cabe ao professor saber identificar o nível de alfabetização e letramento da criança e guiá-la adequadamente no seu processo de aprendizado, levando em consideração a vivência e o contexto de vida em que cada criança se insere. 3. Procurar métodos diferentes para os alunos que não estão aprendendo Muitas das dificuldades que os alunos enfrentam podem ser resolvidas com uma maneira diferente de ensinar. Para os alunos que não estão aprendendo com as práticas atuais, procure outros métodos. Diversifique o seu leque de recursos didáticos! Têm alunos que aprendem melhor assistindo às aulas. Outros são mais visuais, preferindo desenhar ou ver imagens. Outros, ainda, são mais táteis, preferindo mexer com massinha ou bloquinhos. O importante é não deixar de procurar métodos que sejam adequados para cada criança. Como diz Magda Soares, não adianta aprender uma técnica e não saber usá- la. Diante dessas afirmativas, não podemos perder o foco e desconsiderar a especificidade da aquisição do sistema de escrita (ensinar a técnica), mas também tendo em vista as práticas sociais de leitura e escrita. Dessa forma, além de trabalharmos com uma diversidade de textos que circulam socialmente, devemos levar os educandos a construírem o sistema de escrita alfabético, cabendo à escola pensar em considerações tão importantes como: Alfabetizar letrando e letrar alfabetizando. 16 Arte e Música na Educação Neste trabalho podemos então observar a realidade da importância da arte e da música na escola para o aprendizado das crianças em fase de educação infantil. O contexto de assimilação passa pelos mesmos princípios de que a arte e a música é uma motivação de grande ajuda para alunos que precisam desenvolver-se em áreas como interação social e facilidade de raciocínio. A arte e a músicapossuem um grande e importante papel na educação de nossas crianças, pois elas contribuem para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, linguístico e sócio afetivo, além dos mesmos serem facilitadores nos processos de ensino- aprendizagem. A arte e a musicalização em termos de educação infantil sempre estão relacionadas a uma motivação diferente para ensinar, em que se torna possível favorecer a socialização e a autoestima, pois crianças até a fase adulta estão construindo sua identidade, descobrindo e passando pelo auto aceitação e pelo desenvolvimento do gosto e do senso artístico e musical. Estejam elas pintando, dançando ou cantando, proporcionamos a essas crianças diversos benefícios, sendo esses métodos grandes aliados de seu desenvolvimento saudável. Trazendo também afetividade, sendo em si uma sensação de prazer que possibilita a eles a expressão dos sentimentos perante os colegas e professores, que ao desenvolvê-los acarretam sensações de segurança, pois quando expressamos os sentimentos consequentemente desenvolvemos a sensação e de realização. Atualmente, inúmeras possibilidades existem para se trabalhar a arte e a música, e são grandes os benefícios que elas podem oferecer quando bem executadas, não sendo necessários objetos caros, podendo ser diversos tipos de materiais acessíveis, pois muitas vezes as escolas não possuem condições para custos altos, que acabam não sendo viáveis para o educando e nem para o educador. Evidenciando então que sempre há a necessidade de um trabalho com muita criatividade e competência que colabore com a criança, que desenvolverá também 17 sua criatividade, expressão, socialização, tudo isso acontecendo no contato com as outras crianças acaba sendo um convívio extremamente fortalecedor, e servindo então de estímulos esses alunos da educação infantil aprendendo sempre mais e de forma contextualizada. Para Weigel (1988, p. 15): O trabalho com a música pode proporcionar essa integração social, já que as atividades geralmente são coletivas e o trabalho em grupo produz compreensão, cooperação e participação. O valor da arte e da música na educação infantil pode ser visto como uma parceria que dá certo e deve continuar sempre, sendo ampliada e inovada a cada dia com projetos e programas escolares que se integrem às comunidades, tomando então um rumo a uma dimensão que auxilie e ultrapassem os muros da escola. 3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS Este estudo foi realizado a partir da observação no ambiente escolar (sala de aula), entrevista com a professora da turma e registro fotográfico das crianças (devidamente autorizados pela instituição de ensino e pelos pais). Utilizamos como atividade lúdica os jogos Mexe-Mexe e Bingo das Sílabas, e a música “O Alfabeto” cantada e tocada no violão. Todos os dados e informação obtidos foram analisados criticamente e serviram como norteadores para a construção de todo o trabalho. Foram utilizados os seguintes materiais para a confecção dos jogos: Mexe-Mexe • caixa de fósforo • e.v.a. • imagens impressas (figuras e letras) • cola 18 Bingo Silábico • caixa de MDF • e.v.a. • cartolina • papel contato • letras impressas • cola 4. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS Há atividades que trabalham especificamente com a aquisição do sistema de escrita alfabética. A relação entre alfabetização e letramento é necessária, no entanto é preciso ter clareza de que para alfabetizar é preciso lançar mão de procedimentos específicos para a apropriação do sistema. No trabalho escolar, a brincadeira é proposta não só para divertir, mas para manter o aluno dedicando-se por um período maior a um mesmo tema que mereça atenção, ou por sua relevância, ou pela necessidade de tempo mais longo de dedicação. A atividade de “exercitar” no sentido de “repetir” é então, sempre que possível, substituída por uma brincadeira. Ao elaborarmos o currículo e as propostas de trabalho, não podemos nos esquecer dos verdadeiros protagonistas deste material: alunos que ingressam no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, com suas particularidades, desenvolvimento, motivações, expectativas e repertórios. Normalmente essa nova etapa da escolarização representa para eles um desafio e uma conquista. Diante disso a escola deve entender que esse momento requer a adoção de ações que contemplem acolhimento, adaptação e socialização dos alunos. Nesta fase de desenvolvimento infantil, as crianças estão passando por mudanças não somente físicas, mas intelectuais. Elas começam a agir de forma mais autônoma, ampliam os movimentos corporais e o equilíbrio físico, dominam melhor o espaço a sua volta, apresentam linguagem oral mais desenvolvida e maior definição e elaboração de registros e representações. Isso significa que elas 19 apresentam condições para interagir e fortalecer sua identidade, no entanto, essas circunstâncias não garantem que todas tenham a segurança necessária para enfrentar os desafios que terão. Estando ciente dessa realidade, a escola deve buscar estratégias que favoreçam a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. É de extrema importância encaminhar propostas lúdicas e brincadeiras, favorecendo a proximidade dos alunos com seu universo infantil e com as necessidades dessa fase do desenvolvimento. O letramento e a alfabetização fazem parte do cotidiano da sala de aula e devem ser planejados para que se efetivem de forma significativa. A prática de atividades lúdicas favorece o desenvolvimento da habilidade de leitura e a aquisição da escrita; por isso, o planejamento deve contemplar propostas com esse objetivo. Trabalhar com alunos do 1º ano significa assumir uma rotina comprometida com a alfabetização, entretanto, as propostas não devem se restringir a modelos formais do registro escrito; é preciso lançar mão de encaminhamentos que privilegiem uma abordagem criativa e lúdica. Assim as brincadeiras podem ser adaptadas e utilizadas de forma interessante nesse processo. Consideramos fundamental que os alunos possam elaborar suas hipóteses em relação à escrita que o professor lerá com tranquilidade e conhecimento de que se trata de produções provisórias. É preciso levar em conta que tais registros demandaram um esforço cognitivo do aluno e, portanto, devem ser respeitados e valorizados mesmo apresentando falta ou troca de letras ou separação inadequada de palavras. Nesse momento da aprendizagem os alunos devem se sentir seguros e confiantes de que estão aprendendo a escrever. A função do professor é viabilizar tempo e espaço intencionais de aprendizagem. Por isso, planejar, estudar estratégias didáticas diferenciadas, valorizar as produções dos alunos, considerar que o aprendizado ocorre de diferentes maneiras, avaliar diariamente o processo dos alunos e trabalhar para atingir os objetivos são alguns pressupostos que sustentam o compromisso docente. As questões até aqui enfocadas demostram que precisamos repensar e discutir nossas metodologias de alfabetização, em lugar de ressuscitar a guerra dos métodos tradicionais de alfabetização. Poderíamos resumir a nossa argumentação em: - Embora o emprego de métodos isolados não garanta o êxito escolar, os métodos tradicionais continuam sendo promotores do fracasso (ou sucesso) escolar. 20 - As tentativas de tornar didática a teoria da escrita tende por um lado, a negligenciar o papel da promoção das habilidades dos alunos e, por outro a não garantir um ensino sistemático das correspondências letra-som. - Se o sistema de escrita alfabético é um objeto de conhecimento em si, é necessário desenvolver metodologias de ensino que levem o aluno a refletir, a aprender e a automatizar suas convenções. A escola deve promover o desenvolvimento de habilidades fonológicas, em vez de esperar que aos alunossozinhos as descubram. - Não existe nenhuma oposição em alfabetizar e letrar ao mesmo tempo. Para não promover exclusão, é necessário aliar um ensino sistemático da notação alfabética com a vivência cotidiana de práticas letradas, que permitam ao aluno apropriar-se das características e finalidades dos gêneros escritos que circulam socialmente. Antigamente as alfabetizadoras tinham um método que vinha concretizado na cartilha, acompanhado de um manual do professor dizendo detalhadamente o que deveriam fazer. Não tinham uma teoria, porque aquele método era tudo: se adotassem o silábico, mantinham-no, na falta de uma teoria linguística ou psicológica que justificasse ser aquele o melhor método ou aquela melhor sequência de aprendizado. A verdade era o que dizia a cartilha. 4.1 Protótipo Jogo do Mexe-Mexe O jogo do mexe-mexe é uma atividade em aparecem um desenho e todas as letras que compõem o nome dele. O jogo foi confeccionado com caixinhas de fósforo e figuras impressas, sendo que cada caixinha contém as letras que compõem a respectiva figura. A proposta do trabalho com o jogo tem como objetivo variar a estratégia didática e também reforçar conceitos e conhecimentos trabalhados durante a aula, auxiliando o aluno a avançar no domínio da escrita. É uma brincadeira para que se reflita sobre a escrita e o professor pode estar fazendo intervenções pontuais para que o aluno consiga progredir. 21 Fotografia 1- Jogo do Mexe-Mexe Fonte: Bruna Letícia Paixão (2019) Bingo das Sílabas A finalidade desse jogo foi de desenvolver a consciência fonológica, por meio da exploração e identificação dos sons das sílabas iniciais de diferentes palavras e da escrita das sílabas iniciais, mediais e finais em palavras lacunadas. Utilizamos nessa brincadeira cartelas de bingo contendo uma consoante + vogal que formam uma sílaba; uma caixa contendo as fichas com as sílabas; marcadores para o bingo (foram usadas bolinhas feitas de e.v.a.). O objetivo desse jogo foi ajudar os alunos com dificuldades nos níveis pré- silábicos e silábicos a identificar as sílabas de algumas palavras, o valor sonoro, e reconhecer que as palavras são segmentadas em sílabas. Os alunos pré-silábicos têm dificuldades somadas ao fato de não conseguirem reconhecer que a escrita representa os sons da fala. Podemos citar como exemplo: na palavra GATO é necessário para formar a sílaba GA a consoante G + a vogal A. 22 Figura 2: Jogo do Bingo Silábico Fonte: Página do Pinterest¹ _______________________ ¹Disponivél em: <https://www.pinterest.ch/pin/584693964092823195/?lp=true>. Acesso em 29 out. 2019 Música “O Alfabeto” Foi escolhida e cantada com os alunos, a música “O Alfabeto” de Aline Barros, com o objetivo de ajuda-los a conhecer o alfabeto e compreender as diferenças entre escrita e outras formas gráficas (letras e símbolos), a ampliar o conhecimento quanto à leitura e à escrita, a desenvolver a partir da música a interpretação, a produção textual e a memorização, e a identificar rimas, estrofes e versos. Nessa atividade apresentamos a música aos alunos, sendo que um integrante do grupo tocou violão e cantou para eles; fizemos a leitura das letras usadas na composição e a cantamos novamente com os alunos. Verificamos que eles fizeram a distinção entre as letras e os outros sinais gráficos e reconheceram o alfabeto. https://www.pinterest.ch/pin/584693964092823195/?lp=true https://www.pinterest.ch/pin/584693964092823195/?lp=true 23 O Alfabeto A, B, C, D, E, F, G, H I, J, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X e Z Eu já aprendi. Quer ver? Vou mostrar pra você, O alfabeto eu aprendi Vou cantar, pode crer A, B, C, D, E, F, G, H I, J, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X e Z O alfabeto eu aprendi Jesus me deu sabedoria As letrinhas vou usar Dia e noite, noite e dia. A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X e Z 24 5. Considerações Concluímos a partir desse estudo que por meio de jogos e brincadeiras, consegue-se contribuir para a construção de diversas aprendizagens, sejam relacionadas a conteúdos pré-estabelecidos ou socias, de maneira prazerosa e proveitosa para as crianças, centrada na necessidade delas. A colaboração mútua que ocorre durante as atividades lúdicas contribui de forma significativa para a construção da socialização, principalmente nesta faixa etária, sendo a Educação Infantil uma etapa de ensino com objetivos humanos e sociais. É uma pesquisa útil para a reflexão sobre o papel da ludicidade no cotidiano das aulas. O objetivo não foi encontrar receitas prontas, mas sim refletir e incentivar práticas pedagógicas envolvendo a ludicidade na busca de uma escola formadora de cidadãos, contribuindo na constituição social de seus alunos. A partir do ato de brincar é aonde as crianças aprendem agir, ao brincar, as crianças não estão apenas explorando o espaço à sua volta, mas sim também desenvolvendo suas próprias identidades representando assim sua realidade e suas experiências adquiridas, pois acabam expressando seus sentimentos, emoções, imaginação, fantasia, atenção, concentração e a logica, além de outros inúmeros benefícios para o desenvolvimento até sua adolescência. Os jogos têm um grande e claro papel no ambiente escolar, apoiado e atuante positivo na saúde mental e do bem-estar emocional dos alunos, podendo então concluir que desta maneira as brincadeiras aliadas a educação posteriormente contribuem potencialmente para o desenvolvimento cultural, social e econômico de nossa sociedade como um todo. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, P. N., Dinâmica lúdica jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola. 1978. BAKHTIN, M., Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. Bakhtin M. Maria Emsantina Galvão, São Paulo, Martins Fontes, 2003. p. 262- 360. BARÃO DE MAUÁ. Alfabetização e letramento: conheça 3 melhores práticas. Disponível em: <https://posbarao.com.br/blog-da-pos/alfabetizacao-e-letramento- conheca-3-melhores-praticas/>.Acesso em 01 out. 2019. BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Tradução de Marcus V. Mazzari. São Paulo: Editora 34, 2002. BRASIL, Ministério da Educação e Secretaria da Educação Básica, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Brasília 2010. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Elementos conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental. Brasília, DF, 2012. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil - volumes 1 e 3 – Brasília – DF- MEC/SEF/1988. COMO EDUCAR SEUS FILHOS. Letramento, o vilão da alfabetização do Brasil. Disponível em: < http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da- alfabetizacao-no-brasil/>. Acesso em 01 out. 2019. CONSTRUIR NOTICIAS. A utilização da música como ferramenta no ensino- aprendizagem. Disponível em: < https://www.construirnoticias.com.br/a-utilizacao-da- musica-como-ferramenta-no-ensino-aprendizagem/>. Acesso em 01 out. 2019. FOUCAMBERT, J., A Leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 157 p. FREIRE, P., Educação: O sonho possível. Rio de Janeiro: Graal, 1982 KISHIMOTO, T. M., Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7 eds. São Paulo: Cortez, 1996. PIAJET, J. A; Formação do Símbolo na Criança: imitação, Jogo, imagem e representação. Rio de Janeiro: J. Zahar, 3ª edição, tradução: Álvaro Cabral e Christiano Monteiro. http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no-brasil/http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no-brasil/ http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no-brasil/ http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no-brasil/ https://www.construirnoticias.com.br/a-utilizacao-da-musica-como-ferramenta-no-ensino-aprendizagem/ https://www.construirnoticias.com.br/a-utilizacao-da-musica-como-ferramenta-no-ensino-aprendizagem/ https://www.construirnoticias.com.br/a-utilizacao-da-musica-como-ferramenta-no-ensino-aprendizagem/ https://www.construirnoticias.com.br/a-utilizacao-da-musica-como-ferramenta-no-ensino-aprendizagem/ 26 __________ O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 387p. PORTAL DA EDUCAÇÃO. A importância da música na educação infantil. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-importancia- da-musica-na-educacao-infantil/56023>.Acesso em 26 set. 2019. PRÓ-LETRAMENTO: Programa de formação Continuada de professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental: Alfabetização e Linguagem. Brasília: Ministério da Educação, 2008. SANTOS, S. M. P., Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 1999. 128 p. VYGOTSKY. L. S. Obras escogidas. V. Madrid: Centro de Publicaciones Del MEC y Visor Distribuciones, 1997 ___________. A Formação Social da Mente, Martins Fontes 7edição 2007, São Paulo. WEIGEL, A. M. G., Brincando de Música: Experiências com Sons, Ritmos, Música e Movimentos na Pré-Escola. Porto Alegre: Kuarup, 1988 27 ANEXOS Fotografia 3: Alunos do 1º ano EF dá EM Pedro de Oliveira Brandão Fonte: Professora Márcia (2019) Fotografia 4: Apresentação do grupo Fonte: Adriana Bordin Silva (2019) 28 Fotografia 5: Brincando com o Jogo Mexe-Mexe Fonte: Joe Peterson de Queiroz (2019) Fotografia 6: Brincando com o Bingo Silábico Fonte: Tamarys Maiara Paulino (2019) 29 Fotografia 7: Cantando a Música "Alfabeto" Fonte: Sibele Aparecida de Almeida (2019) Fotografia 8: Jogo Mexe-Mexe - Palavra formada de acordo com a figura Fonte: Patricia Vilas Boas (2019) 30 Fotografia 9: Crianças cantando Fonte: Bruna Letícia Paixão (2019) Fotografia 10: Cantando o Alfabeto Fonte: Patricia Vilas Boas (2019) 31 Figura 11: Mapa da Classe Fonte: Professora Márcia (2019)
Compartilhar