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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS Amanda, já qualificado nos autos do Mandado de Segurança n° XXX, por seu advogado que esta subscreve não se conformando com o venerando acórdão denegatório da ordem, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor: RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL com fulcro no art. 105, inciso II, alínea “b”, da Constituição Federal e nos artigos 1027 e 1028 do CPC. Requer seja recebido e processado o presente recurso e encaminhado, com as inclusas razões, ao Colendo Superior Tribunal de Justiça . Termos em que, Pede deferimento. Local e data Advogado – OAB SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL RECORRENTE: Amanda RECORRIDA: Justiça Pública Mandado de Segurança n° XXX Colenda Turma, Douto Procurador da República, Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça, o venerando acórdão que denegou o pedido de Mandado de segurança com pedido de liminar, impetrado em favor do Recorrente, não pode prosperar, pelas razões a seguir expostas: I – DOS FATOS A Recorrente teve seu pedido de tutela de urgência negada vez que, o magistrado entendeu não haver direito liquido e certo em favor da mesma. O Meritíssimo Juiz competente negou, portanto, o pedido da tutela, em razão de o SUS fornecer tratamento para diabéticos e a parte não ter direito a nada além do que o SUS fornece, não cabendo ao Judiciário interferir na Administração Pública para determinar o acesso ao tratamento. Alegou ainda que o artigo 196 CF tem caráter meramente programático. E ainda, a negativa do pedido foi desmotivada, uma vez em que foi feita sem qualquer exposição dos motivos pelos quais a Secretaria do Estado de Saúde não poderia cumprir o solicitado. II- DO CABIMENTO E FORO COMPETENTE Na forma do artigo 105, inciso II, alínea “b”, da Constituição Federal, e ainda artigo 1027, inciso II, alínea “a”, do CPC, em face da decisão denegatória em única instancia pelos Tribunais de Justiça dos Estados cabe recurso ordinário. E nos termos dos mesmos artigos acima citados, o foro competente para processar o presente recurso é o Superior Tribunal de Justiça. III- DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO Tendo como escopo o art. 33 da Lei Federal nº. 8038/90, que preceitua que o prazo processual para a apresentação do Recurso Ordinário Constitucional ao Superior Tribunal de Justiça é de 15 (quinze) dias. Assim o recurso foi interposto no seu lapso legal, portanto é tempestivo. Conforme preceitua o art. 1.007, do CPC/15, que o ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará o respectivo preparo, sob pena de deserção. Dessa forma, fica comprovada, mediante comprovante de pagamento em anexo, que fora efetuado o preparo do recurso. II – DO DIREITO Não pode prosperar a respeitável decisão que denegou a ordem de mandado de segurança, uma vez em que feriu direito liquido e certo da impetrante. O presente recurso ordinário tem fundamento no artigo 1.027 do novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; II - pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; A Constituição Federal também prevê, no seu artigo 105, o recurso ordinário em caso de decisão denegatória de segurança: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II - julgar, em recurso ordinário: [...] b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Como visto, a autoridade coatora ignorou o direito do Recorrente, negando a tutela de urgência, sem a devida fundamentação das decisões judiciais previsto no artigo 93, IX, da Constituição da República, em manifesto ato eivado de ilegalidade e que padece de vícios graves que ensejam a sua nulidade. Além do que este princípio da fundamentação das decisões esta atrela do ao devido processo legal, pois a rejeitando estará diante de uma violação do devido processo, que nada mais é um princípio basilar e geral o qual possibilita as partes tramitarem pelas veredas da justiça com um processo justo, com todas as garantias processuais que lhes são de direito. No caso em tela, a impetração do mandado de segurança era perfeitamente cabível, não havendo razão de ter sido negado, pois, a falta de fornecimento do medicamento que a impetrante faz jus fere direito liquido e certo amparados pela Constituição Federal. Nesse sentido a Constituição Federal é enfática concernente ao assunto. O artigo 196 da referida lei assegura que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Portanto, a norma transcrita enuncia o direito subjetivo do particular correspondente a um dever jurídico estatal. É, na classificação da doutrina constitucionalista, norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata. Em igual sentido, o direito à saúde é direito social fundamental, previsto no art. 6º, da Constituição Federal que integra o próprio direito à vida (art. 5º, CF). Neste sentido, saúde e a vida são direitos indissociáveis e indivisíveis, de modo que a ausência de um implica à não garantia do outro. Portanto, é direito líquido e certo daquele que não tem recursos financeiros, de obter junto aos órgãos públicos medicamentos e aparelhos para se garantir à existência digna, respeitando-se assim, o valor supremo da dignidade da pessoa humana, prevista no art. 1º, inciso III, CF. Este valor fonte orienta todo ordenamento jurídico, servindo de base fundamental para a interpretação sistemática da Constituição. É por meio desta interpretação que chegamos à conclusão de que o direito à vida deve ser reconhecido não somente como uma garantia do indivíduo de ter seu ciclo vital preservado pelo Estado, mas também, o direito à existência digna, com a efetivação de todos os direitos sociais, principalmente aqueles que integram o mínimo existencial (saúde, educação e moradia). Sendo assim, estes direitos devem ser tratados como prioridades pelo Estado. Nesse sentido, tendo em vista que a Recorrente teve seu direito liquido e certo ceifados, a reforma da decisão recorrida é medida que se impõe. III- ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA A antecipação de tutela de urgência se traduz na antecipação do provimento jurisdicional favorável quando evidenciados a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, podendo ser revertida em caso de improcedência do recurso. Uma vez presentes os requisitos do artigo 300 e seguintes, bem como o artigo 932, todos do novo Código de Processo Civil, o relator do presente recurso ordinário pode e deve antecipar a tutela de urgência requerida, veja-se: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Art. 932. Incumbe ao relator: [...] II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; Logo estão presentes todos os requisitos para a concessão da medida liminar que ora se pleiteia, visto o iminente risco de dano irreparável à vida da impetrante, ou seja, o perigo na demora no uso dos medicamentos pode causar a morte, bem como lesões graves (periculum in mora) e há também a verossimilhança das alegações ou aparência do bom direito, pois estão colacionados aos autos o Laudo médico que confirmaa enfermidade, o pedido do medicamento e a afirmativa de negativa do impetrado (fumus boni iuris). Em sendo assim, presentes, pois, os requisitos autorizadores da concessão da medida, pelo que se pugna, a concessão dos efeitos da tutela de urgência, liminarmente e inaudita altera pars. IV – DO PEDIDO Em razão do exposto, requer-se seja conhecido e provido o presente recurso ordinário, reformando a decisão que denegou o mandado de segurança impetrado. Termos em que, Pede deferimento LOCAL/DATA. ADVOGADO/OAB
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