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Processo Penal I - Morte Súbita

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faculdade baiana de direito
2017.2
MARIA CAROLINA RIBEIRO
REVISÃO – MORTE SÚBITA
PROFESSOR: ROBERTO GOMES
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
PERSECUÇÃO: É feita para juntar elementos. Alguns órgãos são a Polícia, Receita Federal, Tribunal de Contas. Pode ser pré-processual (fase investigativa) ou processual (em juízo) pelo MP ou vítima. A persecução é ex officio, não precisa de provocação. A fase pré-processual não é obrigatória. A persecução é primeiro limitada pela lei (fixação de limites), e depois pelo Poder Judiciário (correção de atos).
CONDIÇÕES DA AÇÃO: Justa causa – indícios de autoria e prova de que o fato existiu.
PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE JURISDICIONAL: Inércia e imparcialidade.
SUJEITOS PROCESSUAIS: Peritos, serventuários, juiz, promotor, vítima, acusado, assistente.
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS
OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA: Busca afastar elementos de vontade ou discricionariedade na atuação do MP. A justa causa determina a possibilidade de início da ação penal. A atuação do acusador é pautada na presença ou ausência de elementos que vinculem o início da ação penal (indícios de autoria e prova da ocorrência do fato). É necessário observar se existem elementos impeditivos. Havendo justa causa e não havendo elemento impeditivo, o MP está obrigado a deflagrar a ação. Se esses elementos não estão presentes, não há renúncia, mas parecer de arquivamento que deve ser homologado pelo Judiciário.
· Observação: A vítima não é obrigada a ingressar com ação penal privada - a atuação do particular é pautada em juízo de conveniência e oportunidade e em elementos de vontade. O indivíduo pode renunciar ao seu direito de queixa.
· Mitigação ao princípio: A colaboração premiada é uma mitigação porque desobriga que o MP ingresse com a ação penal em face do colaborador. A transação penal está disposta na Lei de Juizados. A transação se aplica para crimes de menor potencial ofensivo. Crimes de menor potencial ofensivo possui pena máxima abstrata inferior ou igual a dois anos, não é obrigatória a cumulação com multa e a contravenção também pode ser considerada de menor potencial ofensivo. JEF não tem competência para julgar contravenção, somente JEE. A Lei de Juizado não se aplica a crimes militares ou crimes de violência doméstica contra a mulher. A transação é uma composição civil entre vítima e autor, sem a aplicação da pena privativa (há aplicação imediata de pena, mas não privativa). Não cabe transação em caso de arquivamento. A transação pode ser chamada de discricionariedade regrada. 
INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA: Se contrapõe à disponibilidade da ação penal privada. Uma vez iniciada a ação, o Ministério Público não poderá desistir. É possível deixar de recorrer, mas do recurso interposto também não cabe desistência. Isso não impede um pedido de absolvição.
· Observação: Na disponibilidade da ação privada o titular pode não ingressar com a queixa e, se ingressar, pode oferecer perdão. A renúncia é unilateral, o perdão é bilateral. Na ação pública condicionada à representação, a persecução é do Estado, mas o indivíduo precisa a autorizar (em seis meses, contados do conhecimento da autoria). A vítima pode se arrepender da representação até o momento do oferecimento de denúncia pelo MP. A retratação é retratável dentro desse limite de seis meses e somente por uma vez. Nos casos de violência contra a mulher a renúncia pode ocorrer até o recebimento da denúncia e somente em juízo.
· Mitigação ao princípio: Suspensão condicional do processo (sursis processual) é diferente de suspensão condicional da pena, que extingue punibilidade. Quando alguém é citado por edital e não aparece e nem constitui advogado, é suspenso o processo e a prescrição (suspensão do processo). O sursis processual pressupõe o andamento de um processo, mas a ausência de condenação – trata-se de solução despenalizante aplica a crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano. Aplica-se a crimes e a contravenções. A suspensão condicional também se aplica a crimes fora do âmbito do juizado. A infração será de média complexidade quando não for de menor potencial ofensivo, mas se sujeitam à suspensão condicional do processo. São condições do sursis processual: não estar sendo processado por outro crime, reparar o dano da vítima, não frequentar certos locais, comparecer em juízo para informar o que está fazendo, não se ausentar da comarca sem autorização prévia (período de prova - 2 a 4 anos). O cometimento de crime no período de prova faz com que o processo volte a correr. Caso se cometa contravenção, o magistrado analisará se revoga o sursis processual. Extinto o processo, não são mantidos antecedentes. Há mitigação ao princípio da indisponibilidade porque há acordo para extinguir o processo após certo prazo e circunstâncias - discricionariedade regrada ou indisponibilidade mitigada.
INTRANSCENDÊNCIA DA AÇÃO PENAL: A ação penal não alcançará pessoa diversa da responsável pela prática de atos delituosos. Expressa os princípios da pessoalidade e da individualização da pena. Efeitos cíveis podem alcançar os herdeiros. Os órgãos oficiais, tomando conhecimento de fato delituoso, atuarão de ofício, desde que a forma de conhecimento seja lícita. Lesão corporal se submete à ação penal pública condicionada, mas STF e STJ entendem que no caso de violência doméstica contra a mulher, a ação será incondicionada. Concluído o procedimento investigativo, o inquérito segue para a central de inquérito ou vara crime.
OFICIOSIDADE: A atuação dos órgãos persecutórios em regra se dá sem a necessidade de provocação. 
· Mitigação: Ação penal pública condicionada ou privada. Na ação penal condicionada não pode haver instauração de inquérito sem a representação, bem como não pode haver atuação processual sem representação. Na ação penal privada não pode haver instauração de inquérito sem o requerimento. 
· Observação: Se um crime é de ação penal privada ou pública condicionada e o outro é de ação penal incondicionada, é necessário observar se há relação de dependência, conexão on continência - se houver, ocorre a chamada ação penal complexa, prevalecendo a ação penal incondicionada. Não havendo relação, o MP prossegue com a ação incondicionada e, se a vítima não representa ou requer a investigação, promove-se o arquivamento.
OFICIALIDADE: A persecução deve ocorrer somente por órgãos oficiais. a fase investigativa se dá por órgão oficial que, em regra, será a polícia judiciária (federal ou civil). Outros órgãos podem investigar: tribunal de contas, casas parlamentares, MP, Fazenda, IBAMA, etc. Em regra a fase judicial se dá via MP. 
· Mitigação: Crimes de ação penal privada na fase de persecução em juízo, que é feita pelo ofendido, seu representante legal ou sucessores.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: A ação penal deve considerar a responsabilidade individual do sujeito. 
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: Se relaciona com os princípios da economia e da celeridade. o processo deve ter duração razoável, a fim de resguardar a dignidade da pessoa humana - é necessário observar ampla defesa e contraditório.
VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO PELO MESMO FATO OU NE BIS IN IDEM: Veda-se a dupla punição e o duplo processo. Se o sujeito é absolvido por insuficiência de provas e há a descoberta de nova prova, não é possível iniciar um novo processo. Não se confunde com a descoberta de nova prova prevista na Súmula 524 do STF. A revisão absolutória se destina a desconstituir a coisa julgada penal - é utilizada em casos em que houve condenação transitada em julgado, mas surgem novos fatos e provas. 
INICIATIVA DAS PARTES OU INÉRCIA: A jurisdição penal só se movimenta quando provocada pelos legitimados para o exercício da ação penal. O magistrado deve ser imparcial, não realizando avaliação prévia. O juiz está limitado ao fato apresentado, mas poderá o interpretar como entender melhor (emendatio libelli). A alteração dos fatos por conta de elementar ou circunstância nova não contida na denúncia levará a um aditamento (mutatio libelli).
· Mitigação: a execução penal podese dar de ofício.
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: O indivíduo submetido à jurisdição estatal tem o direito de que o processo seja levado a mais de um órgão jurisdicional para a decisão da causa. Não se trata de princípio expresso, mas o duplo grau de jurisdição é decorrência do sistema recursal adotado.
DEVIDO PROCESSO: Assegura a tutela dos bens jurídicos por meio do devido procedimento no campo da aplicação e elaboração normativa. A atuação deve ser substancialmente adequada, correta e razoável. O processo é instrumento de garantia contra os excessos do Estado.
LEGALIDADE: Normas que regulam o direito penal e o direito processual penal serão obrigatoriamente reservadas à lei em sentido estrito. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
FAVOR DO REI - FAVOR LIBERTATIS - INDUBIO PRO REO: Para alterar o status de inocente do réu, a prova precisa ser completa - havendo deficiência de prova, esta deverá favorecer ao réu. A dúvida favorece ao réu.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: O sujeito só pode ser considerado culpado após trânsito em julgado de sentença penal condenatória - antes desse marco, o sujeito é presumidamente inocente.
CONTRADITÓRIO: Deve haver bilateralidade de audiência, ou seja, um diálogo equilibrado diante da jurisdição. O contraditório é a possibilidade de influir no convencimento do magistrado - é a participação e a manifestação da parte sobre atos que constituam a evolução penal. 
AMPLA DEFESA: É permitir que o réu se utilize de todos os meios que permitam a oposição à persecução penal. A ampla defesa pode se técnica ou pessoal. A pessoa é exercida pelo próprio acusado, devendo ser assistida por defensor técnico. A defesa técnica é irrenunciável e deve ser exercida por advogado público ou privado, habilitado tecnicamente para o exercício da advocacia.
PLENITUDE DE DEFESA: Princípio relacionado ao tribunal do júri. Permite o uso de técnicas de natureza sentimental, social ou político-criminal. Na fase sumariante, perante um juiz singular, o acusador tenta demonstrar a viabilidade de levar a condenação ao plenário. O impronunciamento é o ato que não leva o réu ao plenário, por faltas de elementos probatórios. Se há pronunciamento, segue-se à fase de plenário.
JUIZ NATURAL - VEDAÇÃO A JUÍZO OU TRIBUNAL DE EXCEÇÃO: A investidura do juiz em sua atuação judicante deve ser anterior ao fato.  O réu tem direito de ser processado por juiz competente. Veda-se a possibilidade de criação de tribunais de exceção. 
· Mitigação: Alteração do juiz conforme a lei é possível. 
PROMOTOR NATURAL: Veda-se a distribuição arbitrária de promotor para patrocinar caso específico. O princípio é visto na fase processual. Diligências realizadas por promotor diverso não desnatura o princípio.
IMPARCIALIDADE: O juiz não pode possuir vínculo subjetivo com o processo. Imparcialidade subjetiva é a que determina que o magistrado não pode ter relação com as partes do processo. Imparcialidade objetiva ou impartialidade determina que o magistrado não pode antecipar a tese vencedora. O MP é partial quando atua como parte, pois é a parte que persegue argumentos para comprovar sua tese. 
PUBLICIDADE: Garante o acesso de todo cidadão aos atos praticados no curso do processo. O sigilo é admissível em casos de defesa de intimidade ou interesse social. A publicidade interna se refere às partes do processo e a externa a toda sociedade. A publicidade ativa ocorre quando a informação vai ao público e a passiva como quando público vai à informação. A publicidade imediata ocorre quando a informação está disponível a todos indistintamente e a mediata é disponível via certidões, imprensa, etc.
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: O acusado tem direito de ser interrogado por quem será responsável pelo veredicto:
IMPULSO OFICIAL: Iniciado o processo com o recebimento da acusatória, cabe ao magistrado velar para que esse chegue ao fim. 
MOTIVAÇÃO: O juiz é livre para decidir, desde que de modo motivado. A fundamentação deve se basear em elementos produzidos perante o contraditório.
ECONOMIA PROCESSUAL E CELERIDADE: A celeridade não pode afastar a qualidade jurisdicional, mas não devem haver atos procrastinatórios.
INADMISSIBILIDADE DE PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS: A prova ilícita se relaciona com a formação e obtenção da prova. A prova formada ilegalmente decorre de um ato ilegal. A Constituição veda o uso de prova ilícita. Se uma prova obtida por meio ilícito for capaz de absolver o acusado, deverá ser admitida, tendo em conta que o erro do judiciário deve ser evitado a qualquer custo.
VERDADE REAL: O magistrado deve buscar a verdade dos fatos, superando desídia das partes na coleta de provas. Existem certos limites, a exemplo da vedação à prova ilícita.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
SISTEMA INQUISITÓRIO
· Procedimento formal.
· Escrito.
· Sigilo marcante.
· Confissão como grande prova.
· Sem contraditório e sem ampla defesa ou contraditório e ampla defesa atenuados (não adversarial).
· Funções de acusação, defesa e julgamento na mesma figura: inquisidor (reúne elementos para julgar o caso). 
· Comprometimento da imparcialidade do inquisidor.
SISTEMA ACUSATÓRIO
· Atuação com funções distintas - defesa, acusação e juiz possuem papeis diversos.
· Exercício do contraditório e da ampla defesa.
· Oralidade em detrimento do procedimento escrito.
· Publicidade em detrimento do sigilo.
SISTEMA MISTO: Parte do modelo misto é acusatório e parte é inquisitorial. Tanto a parte acusatória quanto a inquisitorial ocorrem perante o mesmo órgão julgador. A parte inicial é feita de forma inquisitorial - seria a parte feita perante um juiz, como forma de juízo de admissibilidade da ação. Na parte do julgamento haveria o sistema acusatório.
· Parte inquisitorial: magistrado tem poder para levantar provas, procedimento sigiloso, reduzida ou inexistente atuação do contraditório. 
· Parte acusatória: o magistrado é modificado, pois já se tornou parcial; permite-se o diálogo das partes para a formação do julgamento e aplicação do direito.
SISTEMA BRASILEIRO: Alguns indicam que o sistema adotado é o acusatório impuro, outros o neoinquisitório, outros o inquisitório puro. O STF entende que o Brasil adotou o sistema acusatório, pois a Constituição expressamente garante o contraditório e a ampla defesa, bem como a oralidade a publicidade. Determina-se ainda funções diversas para a atuação das partes. A legislação infraconstitucional é anterior à Constituição e possui inspiração inquisitorial. Não se pode indicar a adoção do modelo misto, pois no direito nacional há a fase administrativa inquisitorial e a fase judicial acusatória. No modelo misto, ambas as fases ocorrem perante o judiciário. 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA OSTENSIVA: Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal (polícias fardadas). A função é inibir a prática de atos delituosos e promover sensação de segurança. A intervenção deve se dar antes do fato ocorrer, pois em regra não há função investigativa.
· Mitigação: Funciona como polícia investigativa em casos de crime militar estadual (inquérito policial militar).
POLÍCIA INVESTIGATIVA OU JUDICIÁRIA: Polícia Civil e Polícia Federal. Tem a função de elucidar fatos, levando em consideração as competências administrativas. Atua após a ocorrência do fato, se valendo do inquérito policial ou termo circunstanciado.
HIERARQUIA: PM e Polícia Civil se submetem à secretaria de segurança pública ou equivalente. No âmbito federal, PRF, PFF e PF se submetem ao Ministro da Justiça. A União não possui força militar, mas possui as forças armadas e seus comandantes possuem status de ministros. Os comandantes são subordinados ao Ministro da Defesa. Excepcionalmente as forças armadas funcionam como forças de controle de segurança pública. A União utiliza a chamada força de segurança nacional - policiais militares disponibilizados para a União.
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
A justa causa é pressuposto da ação penal - é o substrato mínimo que demonstra elementos mínimos para a deflagração de ação penal, quaissejam, indícios de autoria e prova da existência do fato. Deve haver um modelo para indicar a justa causa e, esse modelo é o sistema preliminar de investigações, que cria uma série de elementos investigativos. Esses procedimentos acabam por permitir a coleta de provas por parte dos legitimados para investigar. O sistema preliminar funciona como instrumento e como garantia. Os procedimentos mais conhecidos são o termo circunstanciado e o inquérito policial, realizados pelas polícias judiciárias. O termo circunstanciado é utilizado para apuração de infrações de menor potencial ofensivo. Os procedimentos realizados pela polícia civil e pela PF se destinam a elucidar fatos supostamente delituosos que são apresentados. Os demais órgãos que compõem o sistema preliminar de investigações não possuem função exclusiva de elucidar fatos (RF, CAD, IBAMA). Os procedimentos feitos pelos órgãos administrativos podem embasar uma ação penal.
INQUÉRITO CIVIL: Procedimento investigatório realizado pelo MP para apurar violações a direitos difusos, coletivos, individuais e homogêneos (ou até individuais indisponíveis). Permite a coleta de elementos para iniciar ação civil pública, ação de improbidade, ação mandamental do ECA ou ações individuais indisponíveis.
PROCEDIMENTOS INVESTIGATIVOS CRIMINAIS (PIC): O PIC nasce com a função de investigar um crime que não deve ser investigado pela própria polícia. 
CPI
A CPI se destina a apurar fatos não necessariamente criminais. As CPI possuem poderes próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos pelos regimentos das casas. Podem ser mistas ou não e se iniciam por requerimento de ⅓ dos membros da casa. A apuração deve ser de fato determinado e por prazo certo e, se for o caso, as conclusões devem ser encaminhadas ao MP, que promoverá a responsabilização civil ou penal dos investigados.
· Motivo determinado e tempo determinado.
· Questões relevantes do parlamento.
· Nem sempre enseja responsabilização por meio de ação.
· Conclusão através de relatório encaminhado ao MP para produzir as responsabilizações.
· Necessidade de encaminhar o relatório para a AGU.
· Equivalência de poderes entre CPI estadual e CPI federal.
· CPI municipal não possui poderes típicos de autoridades judiciais.
CLÁUSULA DE RESERVA DE JURISDIÇÃO: Alguns atos precisam de ordem judicial.
· CPI pode realizar: Quebra de sigilo bancário e quebra de sigilo fiscal, acesso a dados telefônicos.
· CPI não pode realizar: Quebra de sigilo telefônico e telemático, prisões provisórias (salvo flagrante), busca e apreensão em asilo inviolável.
INQUÉRITO POLICIAL
Procedimento administrativo preparatório destinado a elucidar fato supostamente delituoso, identificando elementos de autoria e de existência do fato.
· Presidido por autoridade policial (delegado de polícia civil ou federal, bacharel em direito, ingresso na carreira pública via concurso de provas e títulos). 
· Sequência de atos administrativos interligados que tendem à elucidação de um fato. 
COMPETÊNCIA: 
· Federal: A polícia federal investiga crimes federais. A polícia federal pode investigar crimes estaduais excepcionalmente – crimes ocorridos em mais de um estado com relação de conexão ou continência. Quando a polícia federal atua em parceria com os estados, o inquérito segue para o Ministério Público estadual e o julgamento se dá em Justiça Estadual. Tráfico transnacional é de competência da polícia federal. Tráfico nacional pode ser investigado pela polícia federal, mantendo a competência da justiça estadual. 
· Estadual: A polícia civil dos estados e distrito federal investiga crimes estaduais. 
· Eleitoral: Se vale da estrutura do Ministério Público e Justiça Estadual, mas possui função federal. A polícia federal deve realizar as investigações de crimes eleitorais, mas o TSE entende que a polícia civil pode investigar crimes eleitorais locais.
CARACTERÍSTICAS: 
· Procedimento escrito.
· Procedimento sigiloso (dever de informação para com a população, mas há necessidade de assegurar o sigilo das investigações).
· Sigilo interno: há a negativa de informações para os sujeitos do processo ou da investigação (exceção no processo penal: ex.: proteção à vítima e testemunha).
· Sigilo externo: o público externo não tem acesso à informação. 
· Publicidade interna: sujeitos do processo conhecem as informações.
· Publicidade externa: o público em geral tem acesso à informação.
· Submissão à oficiosidade e oficialidade.
· Dispensabilidade (o pressuposto da ação penal é a justa causa, não o inquérito. O acusador verificará a necessidade ou não de inquérito).
· Indisponibilidade (instaurado o inquérito, a autoridade não pode realizar seu arquivamento. O arquivamento do inquérito exige procedimento especial com atuação do MP e do juiz).
· Discricionariedade e obrigatoriedade: a autoridade policial é quem preside o inquérito e, poderá decidir quais atos pertinentes à investigação. O ofendido ou representante legal do indiciado pode requerer diligência, mas o atendimento é discricionário. Quando há requisição pelo MP, a autoridade é obrigada a cumprir. A discricionariedade diz respeito à condução do inquérito. A obrigatoriedade indica que, presentes os requisitos para a instauração do inquérito, a autoridade não pode deixar de o instaurar.
· Procedimento inquisitório: não há contraditório no inquérito, mas sim o Estado buscando elementos probatórios para elucidar o fato, sem que o investigado possa produzir contradição efetiva. Há o contraditório diferido: ocorre na fase judicial. 
· Procedimento de valor probatório relativo: utiliza-se algo produzido na fase inquisitiva como prova, mas o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo se valer apenas dos elementos informativos da investigação.
INDEFERIMENTO: O recurso em face do indeferimento, no âmbito estadual, é feito para o secretário de segurança pública ou delegado chefe da polícia civil. No âmbito federal deve ser feito ao superintendente da polícia federal. Se o inquérito é indeferido em crime de ação penal pública, é possível recorrer ou buscar o MP. O juiz também poderá realizar a requisição.
VÍCIOS: Vícios de territorialidade e atribuição não maculam a ação penal, mas existem vícios na fase investigativa que podem macular a ação, a exemplo da prova testemunhal obtida sob tortura. as provas ilícitas devem ser excluídas do inquérito. As provas que derivam de uma prova ilícita caem, então não é correto indicar que os vícios do inquérito não maculam a ação penal.
ATOS DE INSTAURAÇÃO: O inquérito se instaura de diversas formas: pode se iniciar ex officio em casos de ação penal pública incondicionada (portaria). O inquérito pode se iniciar por requisição do juiz, por requisição do MP ou a requerimento do ofendido ou por representação da vítima. Se a ação for condicionada a requisição do Ministro da Justiça, a requisição deve ser encaminhada ao PGR, que realizará o juízo de valor sobre a legalidade do ato, para então requisitar a instauração.
· Auto de prisão em flagrante: o flagrante pode ser concomitante ou logo após a prática do crime (próprio), pode ser em decorrência de perseguição após fato ou circunstância que leve a presumir que o sujeito foi autor do crime (impróprio), ou quando o sujeito é encontrado com bens e objetos que o liguem ao fato, fazendo presumir a autoria da infração (presumido). O flagrante obrigatório se aplica à autoridade e o facultativo a qualquer um do povo que se encontrar em condições. O flagrante é constituído de três momentos: captura, lavratura e encerramento. Quem lavra e formaliza o flagrante é o Estado. Uma via fica na delegacia de polícia para que se inicie o inquérito policial. O auto de prisão em flagrante da ação penal incondicionada é lavrado independemente de vontade da vítima.
MOVIMENTAÇÃO DO INQUÉRITO: A autoridade pode praticar atos de movimentação: iIr ao local do crime para garantir a preservação; apreensão de objetos em local aberto ou local de prisão em flagrante ou com autorização de busca eapreensão; oitiva de pessoas (na fase judicial deve haver advogado para a oitiva do indiciado); acareação; determinação de exame de corpo de delito; determinação de perícia; determinação de datiloscopia se não há reconhecimento civil; reconstituição do crime (se não violar a moralidade e a ordem pública). 
ENCERRAMENTO: O encerramento se dá via relatório. Pode-se opinar pelo indiciamento ou pelo não indiciamento. O indiciamento não vincula o acusador. Concluído o inquérito, ele será encaminhado ao juízo criminal competente. Se há só um juiz, há o registro. Se há mais de um juiz ocorre a distribuição. Alguns Estados possuem central de inquérito, um órgão do MP - convênio entre MP, TJ e SSP. 
PRAZOS: Existe prazo para que o inquérito termine. O prazo de prisão temporária não é contabilizado para o término do inquérito. Enquanto a prisão temporária não é convertida em preventiva, não corre o prazo para findar o inquérito. A prisão temporária tem prazo de 5 dias prorrogável por mais 5 dias. Para crimes hediondos a prisão temporária pode ser mantida por 30 dias prorrogável por mais 30 dias.
· Comum: 10 dias com réu preso, sem prorrogação; 30 dias com réu solto, com renovação.
· Crime federal: 15 dias com réu preso, uma prorrogação; 30 dias com réu solto, com renovação.
· Lei de Drogas: 30 dias com réu preso, uma prorrogação; 90 dias com réu solto, uma prorrogação.
· Lei de Crimes contra a Economia Popular: 10 dias com réu preso ou solto, sem prorrogação.
POSSIBILIDADES:
· Vítima: A atuação pode ser feita pela vítima, seu representante ou seus sucessores (na ação penal personalíssima, somente a vítima atua).
· Decurso do prazo decadencial: A vítima possui 6 meses para oferecer queixa-crime, contados a partir do conhecimento da autoria. A vítima pode ficar inerte e deixar o prazo decadencial transcorrer. A decadência gera a extinção da punibilidade.
· Renúncia ao direito de queixa: A renúncia é ato unilateral - a vítima não inicia a ação. A renúncia pode ser feita até o oferecimento da queixa. O perdão é bilateral e pressupõe a existência de processo.
· Oferecimento de queixa: A vítima inicia a ação penal privada.
· Ministério Público:
· Requisição de novas diligências: Ocorre quando o promotor entende que os elementos investigativos não são suficientes para formar a opinio delicti. O delegado está obrigado a produzir os atos requisitados, mas a requisição deve ser fundamentada e especificar os atos. Se o indivíduo estiver preso, não há requisição de novas diligências e nem renovação de prazo. Nesse caso, é necessário solicitar ao juiz que libere o sujeito.
· Parecer de arquivamento: O promotor entende que não existem elementos suficientes para deflagrar a ação penal. A escolha de não deflagrar a ação penal não é ato de vontade - é necessário demonstrar os elementos que impossibilitam a deflagração da ação. 
· Oferecimento de denúncia: O promotor entende que estão presentes os elementos necessários para deflagrar a ação penal, bem como que não existem impedimentos. Se o réu está preso, o prazo para oferecer denúncia é de 5 dias, contados da data em que o MP recebeu os autos do inquérito. Se o indiciado está solto ou afiançado, o prazo é de 15 dias. Se houver devolução do inquérito, o prazo é contado do novo recebimento.
INICIAL ACUSATÓRIA
Se a vítima ou o MP resolvem ingressar com a ação, devem oferecer inicial acusatória, que conterá:
· Exposição do fato criminoso, com todas suas circunstâncias;
· Qualificação do denunciado (ação penal pública) ou querelado (ação penal privada) ou esclarecimentos pelos quase se possa identifica-lo;
· Classificação do crime;
· Rol de testemunhas, quando necessário.
NARRATIVA DO FATO: Deve-se deixar claro como o fato ocorreu para que o juiz tome conhecimento do fato e o indiciado possa se defender. Deve-se narrar quem praticou o crime, quais as motivações, se houve mais de um envolvido, qual a participação de cada sujeito no vento, circunstâncias envolvendo o crime. A denúncia deve ser feita de modo individualizado. Não se aceita a denúncia genérica, que é aquela onde é possível individualizar a conduta, os elementos foram apresentados e colhidos, mas o acusador não indica o que cada um fez de fato. A denúncia geral ocorre nos casos em que, por sua natureza, não é possível individualizar a conduta, por isso a denúncia de todos se dará da mesma forma.
A denúncia pode ser aditada: quando se inclui uma nova pessoa na denúncia, ocorre o aditamento subjetivo. Quando se inclui novo fato na denúncia, há o aditamento objetivo. Diante disso, diante de um inquérito é possível tomar decisões diversas em relação aos indivíduos envolvidos. Não há prazo definido para o aditamento porque a regra do processo penal é buscar a reunião de julgamento, para evitar decisões contrárias. O aditamento deve ser dar em prazo razoável, logo, necessário analisar o caso concreto. É proibido aditar após o proferimento de sentença. 
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME: O crime deve ser enquadrado em alguma figura típica do ordenamento.
QUALIFICAÇÃO DO DENUNCIADO OU QUERELADO: Deve-se qualificar o denunciado (ação penal pública) e o querelado (ação penal privada). Também deve-se qualificar o querelante. 
ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS: Caso haja a opção de produzir prova testemunhal, o momento de arrolar as testemunhas é na denúncia ou queixa-crime. 8 testemunhas para procedimento ordinário; 5 testemunhas para procedimento sumário; 3 testemunhas para procedimento sumaríssimo.
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL E PEÇAS INFORMATIVAS
Por conta do princípio da obrigatoriedade da ação penal, presentes os requisitos, o promotor de justiça ou procurador da república deverá exercer a função acusatória e denunciar. Para que haja arquivamento, devem haver motivos. Não se fala em arquivamento para a ação penal privada, mas sim em renúncia. O promotor ou o procurador de justiça deve emitir parecer, fundamentando as razões para não ajuizar a ação penal pública.
Delegado não pode arquivar inquérito. O inquérito pode ser desarquivado quando o arquivamento ocorreu por falta de provas, mas posteriormente surgiu nova prova antes da prescrição do crime.
ARQUIVAMENTO EXPRESSO OU EXPLÍCITO: O MP, diante de argumento que impeça o ingresso com a ação penal, fundamenta o motivo do impedimento. O arquivamento é solicitado pelo MP e homologado pelo juiz: é ato complexo, praticado por dois órgãos distintos, que praticam atos distintos, mas que em conjunto produzem um efeito. 
· Estadual: O parecer de arquivamento é encaminhado ao juízo competente. O juiz avaliará o parecer e, concordando, homologará o arquivamento. A discordância deve ser feita fundamentadamente – ocorre o encaminhamento do parecer, da decisão e do procedimento ao Procurador Geral de Justiça, chefe do MP. Se o PGJ discorda do juiz, insistirá no arquivamento e o juiz está obrigado a o homologar. Se o PGJ concorda com o juiz, deve designar outro membro do MP para atuar (encaminhar o inquérito para o promotor que exerce a substituição). O PGJ poderá também oferecer a denúncia.
· Federal: Há um parecer produzido pelo Procurador Geral da República que é submetido a um juiz federal. Se o juiz homologa o parecer, juntamente com o PGR realizará o arquivamento (ou desarquivamento). Se o juiz não concordar com o parecer, a questão segue para a Câmara de Coordenação e Revisão. A CCR é formada por três Procuradores da República (dois indicados pelo PGR e um pelo Conselho Superior do MPF). Se a CCR discorda do juiz, insiste no arquivamento e o juiz deverá o homologar. Se a CCR discorda do PGR e concorda com o juiz, deverá encaminhar o inquérito para um procurador em substituição. A CCR não possui competência para oferecer denúncia, então o PGR substituto deve agir como longa manus. 
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO: Decorre de uma inércia do MP e do judiciário – diante de procedimento investigativo que noticia mais de um fato delituoso ou mais de um indivíduo envolvido em situação delituosa, o MP não faz pronuncia expressa sobre o arquivamento e o juiz deixa de exercer o controle sobre a obrigatoriedadeda ação penal. A jurisprudência entende que esse silêncio não possui efeitos e, enquanto não prescrever o crime, poderá o MP oferecer denúncia. A doutrina garantista indica que somente poderia haver denúncia diante de novas provas.
ARQUIVAMENTO INDIRETO:
· Conflito de competência: Existem casos em que dois juízes de veem positivamente ou negativamente competentes para julgar a mesma demanda.
· Conflito entre juízes do mesmo Tribunal: o Tribunal julga o conflito.
· Conflito entre juízes vinculados à Tribunais diversos: O STJ julga o conflito.
· Conflito entre Tribunais Superiores: O STF julga o conflito.
· Conflito de atribuição: Em relação aos membros do MP, podem haver conflitos positivos ou negativos.
· Conflito entre membros do MP do mesmo Estado: PGJ do Estado julga o conflito.
· Conflito entre membros do MPF: CCR resolve o conflito.
· Conflito entre membros do MPU (MPF + MPT + MP Militar Federal + MPDFT): PRG resolve o conflito.
· Conflito entre membros do MP de Estados diversos: Antes a competência era do STJ ou STF. O STF tomou para si a competência de julgar o conflito dessa ordem (Estados diferentes ou Estado e União). Em 2017 o STF proferiu decisão indicando que o PGR é competente. 
 É possível que o promotor entenda que não possui competência, mas que o juiz entenda que há competência. Pacceli indica que, se isso ocorre, o inquérito deve seguir para o PGJ. Se o PGJ concorda com o juiz, o problema se resolve, porque é possível designar outro promotor. Se o PGJ não concorda, o problema continua – a doutrina indica que há arquivamento indireto porque o inquérito fica parado. O arquivamento indireto é um efeito decorrente de conflito entre magistratura e MP.
ARQUIVAMENTO ORIGINÁRIO (INTERNO/INTRAMUROS): A ação penal originária é ligada às autoridades que possuem prerrogativa de funções e são julgadas nos Tribunais. Sendo a ação penal originária, o arquivamento possível é o originário.
· Atuação do PGJ no TJ: O PGJ encaminha o parecer de arquivamento para o TJ. A lei indica que o TJ pode discordar, encaminhando a discordância ao Colégio de Procuradores – não há indicação do que ocorre depois. Diante disse, se entende que o TJ está obrigado a homologar o parecer.
· Atuação do PRG no STF: Algumas autoridades são julgadas perante o STF, logo, processados pelo PGR. O PGR faz parecer de arquivamento e encaminha para o STF homologar – o STF não pode discordar do PGR, estando obrigado a homologar o parecer. 
AÇÃO PENAL
DIREITO DE AÇÃO PENAL: Todos nascem com o direito de ação que é autônomo, abstrato, subjetivo, público e hipotético e será exercido quando um bem for violado. Quando se fala em ação penal privada há direito de ação. Quando se fala em ação penal pública há dever de ação. O processo é a concretização do direito de ação. A ação poderá ser pública (incondicionada ou condicionada) ou privada. Havendo silêncio normativo, a ação será pública incondicionada. Quando a ação for pública condicionada, o legislador indicará qual a condição. A ação será privada quando o legislador definir que a ação precisará ter seu início mediante queixa do ofendido. Somente o crime de induzimento a erro essencial é de ação penal privada personalíssima (somente o contraente enganado pode ingressar com a ação). Todas as ações penais privadas são privadas exclusivas. Cabe ação penal privada subsidiária da pública quando o MP, em hipótese de ação penal pública, for inerte. 
CONDIÇÕES DA AÇÃO:
· Condições gerais:
· Possibilidade jurídica do pedido: O crime precisa estar previsto em lei (taxatividade).
· Legitimidade para agir: Trata-se da pertinência subjetiva da ação, tanto no polo ativo quanto no polo passivo. O MP é o legitimado ordinário na ação penal pública incondicionada. Nas ações penais privadas, o legitimado é o ofendido, chamado de legitimado extraordinário. Há uma ordem de sucessão processual. Ocorre legitimidade concorrente quando há ação penal que pode ser tanto pública quanto privada (ação penal privada subsidiária da pública). Crimes contra a honra do servidor público em razão do exercício de suas funções pode ser ação penal pública ou privada.
· Interesse de agir: Deve-se observar se a ação é adequada, necessária e útil. A utilidade é a vertente mais importante, de modo que deve-se observar a questão da prescrição, decadência, renúncia. 
· Justa causa: A ausência da justa causa leva à rejeição da peça. A justa causa diz respeito aos indícios de autoria e prova de que o fato existiu.
· Condições específicas ou de procedibilidade, aplicáveis a alguns tipos penais: Condições de procedibilidade são um instituto de direito processual e, sua inexistência impede o exercício da ação penal. Condições de procedibilidade não alcançam a tipificação da conduta. A condição objetiva de punibilidade é ato necessário para a existência das condições materiais que ensejam a atuação penal do Estado. Em certos casos haverá necessidade de representação do ofendido, requisição do Ministro da Justiça ou novas provas diante do arquivamento do inquérito. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA:
· Titular: Ministério Público.
· Princípios:
· Obrigatoriedade
· Indisponibilidade
· Oficialidade
· Oficiosidade
· Indivisibilidade
· Intranscendência
· Suficiência
AÇÃO PENAL PRIVADA:
· Titular: Vítima, representante legal ou sucessores.
· Princípios:
· Oportunidade ou conveniência
· Disponibilidade
· Indivisibilidade
· Intranscendência
· Suficiência
· Espécies:
· Exclusivamente privada ou propriamente dita: pode ser proposta pela vítima, seu representante legal ou sucessores.
· Personalíssima: a titularidade é da vítima, apenas.
· Subsidiária da pública: proposta nos crimes de ação penal pública condicionada ou incondicionada, quando o MP deixar de a propor no prazo legal. No decorrer da ação penal privada ela pode voltar a ser pública.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA:
· Princípios: 
· Conveniência e oportunidade
· Indisponibilidade
· Não oficial (feita pelo ofendido)
· Indivisibilidade
· Intranscendência
· Suficiência
· Tramitação: O MP possui 5 ou 15 dias para oferecer a denúncia. No 6º ou 16º dia, cabe ao ofendido oferecer queixa-crime. O juiz avalia se a inicial está correta e remete ao MP, que poderá repudiar a queixa-crime, afastando-a e oferecendo a denúncia; poderá aditar a queixa e participar como custus legis.; poderá concordar com a queixa e atuar como custus legis. Se houver abandono ou desídia o MP substituirá o ofendido.
INSTITUTOS DA AÇÃO: Não se aplicam à ação penal privada subsidiária da pública.
· Renúncia: A vítima desiste de propor a ação penal. Pode ser expressa ou tácita.
· Perdão: A vítima desiste de prosseguir com a ação penal já proposta. Pode-se oferecer o perdão até o trânsito em julgado da ação condenatória.
· Perempção: Leva à extinção da punibilidade e só é vista nas ações penais privadas.
· Ausência de movimentação injustificada por mais de 30 dias corridos.
· Diante da ausência de substituto em caso de morte ou incapacidade, em 60 dias.
· Não comparecimento em ato de modo injustificado.
· Ausência de pedido de condenação nas alegações finais.
· Pessoa jurídica se extingue sem deixar sucessor.
“AÇÕES PENAIS”
AÇÃO PENAL CONSENSUAL: É a ação penal em transação penal.
AÇÃO PENAL EX OFFICIO: Não há ação penal ex officio condenatória. É possível o habeas corpus ex officio.
AÇÃO PENAL PÚBLICA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA OU SUPLETIVA: Fenômeno histórico não recepcionado pela Constituição. Se o PGJ não atuasse, poderia haver interferência do PGR. 
AÇÃO PENAL DE PREVENÇÃO: É quando uma ação penal condenatória objetiva aplicar medida de segurança ao sujeito – é medida protetiva para tratar de problema de saúde.
AÇÃO PENAL POPULAR: Trata da possibilidade de responsabilização de alguns agentes nas casas legislativas e no Judiciário em alguns casos. Quando ocorre no âmbito judiciário não há ação penal, mas ação político-funcional para aplicação de sanção por crime de responsabilidade. O STF entende que o procedimento de responsabilidade só pode ser iniciado no STF pelo MP. No parlamento, ainda seria possível que qualquer umdo povo iniciasse o procedimento.
AÇÃO PENAL PARA CRIMES SEXUAIS: Não é mais ação privada, e sim pública condicionada à representação. Em algumas hipóteses será pública incondicionada.
AÇÃO PENAL DOS CRIMES CONTRA HONRA DO SERVIDOR PÚBLICO: A ação penal, nesses casos, é pública condicionada à representação do ofendido. O STF entendeu que o servidor tem o direito de defender a própria honra, de modo que poderá escolher entre a atuação estatal ou a realização da própria defesa através da ação penal privada. Embora se indique atuação concorrente, ela é alterativa.
AÇÃO PENAL ADESIVA: É a ação penal que ocorre quando um mesmo fato dá causa à ação penal privada e ação penal pública. Nesse caso, reúne-se tudo em uma causa: a ação penal privada adere à ação penal pública.
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Os juizados possuem procedimento oral e transação como regra. Visam a celeridade e possuem juízes leigos. A Lei 9.099/95 implementa os juizados no âmbito estadual. Essa lei também cria o órgão colegiado de revisão (Turma Recursal) e traz um órgão conciliador, além dos juízes.
INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO:
· Se aplica a todas as contravenções penais, respeitando a competência dos juizados.
· Se aplica aos crimes com pena máxima abstrata menor ou igual a dois anos, cumulada ou não com multa. Não deve haver vedação à aplicação da Lei de Juizados (violência doméstica contra a mulher, crime militar).
RELAÇÃO COM OUTROS DIPLOMAS:
· Estatuto do Idoso: Por questão de celeridade, os crimes com pena máxima igual ou inferior a quatro anos devem se submeter ao procedimento da Lei de Juizados. O crime contra o idoso, mesmo não sendo de menor potencial ofensivo, é processado nos juizados em procedimento sumaríssimo.
· Lei de Drogas: Se há consumo pessoal, plantio ou posse, não se aplica o rito da Lei de Drogas, mas dos juizados.
· Código Eleitoral: Havendo crime eleitoral com pena de até dois anos, aplica-se o Código Eleitoral em conjunto com os institutos despenalizantes da Lei de Juizados. O julgamento é na Justiça Eleitora.
· Lei 8.038: Havendo prerrogativa de função, aplica-se a lei específica combinada com a Lei 9.099/95.
PROCEDIMENTO (AUDIÊNCIA PRELIMINAR): Deve-se analisar se o fato é infração de menor potencial ofensivo. Em caso afirmativo, o procedimento investigatório será o termo circunstanciado, que é procedimento administrativo mais amplo e simplificado, no qual se ouve pessoas, realiza perícias e conclui sobre o fato. Concluído o termo circunstanciado, ele é encaminhado ao juízo criminal que tenha competência para julgar o caso. Se houver JECRIM, o termo segue par lá. Existe JECRIM Federal, mas contravenções somente são julgadas no âmbito federal (salvo em caso de prerrogativa de função). Não havendo JECRIM, o termo segue para a vara crime.
· Composição civil: Acordo civil a ser celebrado entre o autor do fato e o ofendido.
· Ação penal privada: se o ofendido aceita o acordo feito em audiência preliminar, renuncia ao direito de queixa, extinguindo a punibilidade.
· Ação penal pública condicionada: havendo acordo escrito na audiência, há renúncia do direito de representação, logo, extingue-se a punibilidade. Se já houve representação, ocorre retratação na audiência, logo, extingue-se a punibilidade
· Ação penal pública incondicionada: A composição, nesse caso, não extingue punibilidade. Nesse caso, a composição melhora a condição do indivíduo em face de condenação. 
· Transação penal: Acordo entre MP e autor para a aplicação imediata de pena restritiva de direito. O indivíduo não é processado, não reconhece culpa e não perde a primariedade. O juiz somente avalia a constitucionalidade e legalidade da proposta. Se o indivíduo cumpre a propostas, extingue-se a punibilidade: somente fica registrada a ocorrência de transação, pois o indivíduo não pode fazer nova transação dentro do período de 5 anos. Deve haver advogado para que o sujeito aceite a transação. O acordo deve ser submetido ao juiz, que homologará ou não a transação. Existem condições: o sujeito não dever ter sido já condenado a pena privativa de liberdade; não deve ter se beneficiado de qualquer espécie de transação penal por 5 anos; bem como deve haver comportamento compatível. 
· Sursis processual: Acordo celebrado entre MP e denunciado quando o crime possui penal mínima menor ou igual a um ano. Há um período de prova de 2 a 4 anos de idade – se o sujeito cumpre os requisitos, está extinta a punibilidade. Se o sujeito comete crime, o processo volta a correr. Se há contravenção, o juiz pode ou não aplicar a sanção.
AÇÃO CIVIL EX DELICTO
Quem causa dano a outrem em virtude de ato ilícito, tem a obrigação de repará-los e indenizá-los. A vítima ou o representante legal poderá realizar pedido de indenização na esfera cível:
· Vítima ingressa diretamente pleiteando a indenização, em ação civil de conhecimento;
· Após condenação criminal a vítima utiliza o título executivo para ingressar com execução do título judicial penal. Nesse caso há a ação civil ex delicto, que busca uma indenização em razão dos danos decorrentes de um delito.
· É efeito da condenação tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
· Propositura no juízo cível, contra o autor do crime ou seu responsável. Sucessores respondem civilmente até as forças da herança.
· Sucessores da vítima podem ingressar com ação civil ex delicto. 
· Necessidade de capacidade postulatória (advogado regularmente constituído). 
· Em caso de vítima hipossuficiente, a Defensoria Pública é legitimada para ingressar com ação. Onde não houver Defensoria Pública, ocorrerá uma atuação do Ministério Público como substituto legitimado.
· Em regra, vige o princípio da independência das instâncias, mas havendo ação penal, o juízo cível pode suspender o processo por um ano, aguardando a decisão penal. A absolvição não impede a ação civil em regra, mas existem exceções:
· Juiz criminal reconhece inexistência material do fato.
· Juiz criminal reconhece que o sujeito não participou do fato.
· Juiz criminal reconhece causa de exclusão de ilicitude ou antijuridicidade (legítima defesa – exceto legitima defesa putativa ou aberratio ictus; ou estado de necessidade – exceto agressivo).
· Sentença penal condenatória irrecorrível constitui título executivo judicial.
· O Ministério Público não possui legitimidade para buscar ampliação dos valores da condenação.
· Se a sentença fixa medida de segurança à semi-imputável, ela é condenatória, logo, pode ser executada no cível. Se a sentença trata de inimputável, é absolutória imprópria e, nesse caso, não poderá ser executada diretamente no cível, que somente admite como título executivo a sentença penal condenatória. Os legitimados devem ingressar com ação civil de conhecimento.
· Decisão que concede perdão judicial não pode ser executada no cível, pois é declaratória da extinção de punibilidade.
PROVAS EM ESPÉCIE
· Interrogatório: Juiz escuta o acusado e lhe pergunta sobre os fatos que lhes são imputados.
· Réu pode ficar silente e não produzir prova contra si.
· Ato público oral, personalíssimo, individual e privativo do juiz.
· Natureza mista: é meio de prova e meio de defesa.
· Pode ser classificativo ou de mérito. 
· Interrogatório pode ser classificativo ou de mérito.
· Se há mais de um acusado, devem ser ouvidos separadamente.
· Se os fatos permanecem obscuros é possível a acareação.
· Confissão: É o reconhecimento da autoria por parte do acusado. A materialidade deve ser provada por outros meios.
· Não admite forma ficta ou presumida: o silêncio do acusado não importa em confissão.
· Ato personalíssimo, livre e espontâneo.
· Pode ser qualificada, simples, complexa, para fato múltiplo, que beneficia o réu, judicial ou que ocorre perante o juiz.
· Delação ou chamamento do co-réu: Acusado atribui a prática de crime a um terceiro.
· Prova testemunhal: Depoimento sobre fatos passados de forma objetiva, vedada a emissão de opinião pessoal.
· Individual, realizada por pessoa estranha ao processo e equidistante das partes.
· Dever de dizer a verdade ede comparecer a juízo em local e horário designado.
· Obrigação de informar mudança de endereço.
· Após qualificação e antes do depoimento é possível a arguição de suspeição ou inidoneidade.
· Declaração do ofendido: A vítima presta declarações e não é computada como testemunha.
· Perícia: Exame realizado por profissional com conhecimento técnico específico, a fim de auxiliar o juiz em questões que se encontram fora de sua área de atuação. 
· Pode ser feita antes do processo, quando determinada pelo delegado.
· Pode ocorrer após o processo, determinada pelo juiz.
· Promotor pode requisitar perícia.
· Exame de corpo de delito é indispensável em infrações que deixam vestígios.
· Possuem parte descritiva e parte conclusiva, vedada a formulação de conclusão de ordem jurídica.
· Em crimes de ação penal pública as perícias se realizam de ofício, mas as partes podem a requerer.
· Reconhecimento de pessoas e coisas
· Reconhecimento informal: se realiza na própria audiência de testemunhas. Trata-se de reconhecimento confirmatório, somente se completando com o depoimento ou declaração.
· Reconhecimento formal: É feito quando há necessidade de maior certeza.
· A pessoa que realizar o reconhecimento deve descrever a coisa ou pessoa a ser reconhecida. A pessoa ou coisa, sempre que possível, deve estar entre semelhantes. Diante de receio, a pessoa poderá ser colocada em local reservado. Após o reconhecimento, lavra-se auto circunstanciados, assinado pela pessoa que realizou o reconhecimento e por duas testemunhas.
· Acareação: Confronte entre duas pessoas que prestem declarações no processo, a fim de dirimir contradições entre afirmações feitas por elas. É prova complementar, que depende de contradição entre declarações prestadas no processo.
· Não há necessidade de acareação se for possível afastar a contradição por outros meios de prova.
· Não há acareação se a prova não for essencial ao resultado final do processo.
· Documentos: Documento é todo objeto ou coisa do qual, em virtude de linguagem simbólica se pode extrair a existência de um fato.
· Elemento físico ou material: Qualquer coisa apta a conservar os símbolos (papel, fotografia, gravação).
· Autenticidade e veracidade: Documento autêntico é o materialmente íntegro. Documento veraz é o que, além de íntegro, retrata a verdade.
· Juntada de documentos: É livre, devendo ser dada a ciência à parte contrária. Não se pode apresentar documentos no procedimento do júri, em plenário de julgamento.
· Juiz pode requisitar documentos de ofício ou a requerimento da parte.
· Busca e apreensão: A busca é o ato do procedimento persecutivo penal, restritivo de direito individual, consistente em procura, que pode ser por revista ou varejamento, conforme a hipótese de pessoa, semoventes, coisas ou vestígios da infração.
· Busca pessoal: Ocorre diante de fundada suspeita de que a pessoa oculte consigo arma, coisa obtidas por meios criminosos, coisas de porte proibido ou interesse probatório.
· Busca domiciliar: A busca domiciliar, à noite ou de dia, somente poderá ser feita em caso de flagrante, desastre ou para prestar socorro e, de dia, nos casos em que, a critério do juiz, for necessário, com o indispensável mandado judicial. Havendo apreensão dos objetos que justificaram a busca, será lavrado termo ou auto de apreensão. Pode haver apreensão sem busca se a coisa de interesse do processo chega às mãos da autoridade.
· Entrega vigiada: Técnica investigativa na qual a autoridade judicial permite que o carregamento de drogas, seja qual for o meio de transporte, chegue ao local de destino sem intervenção policial, com a finalidade de identificar o remetente, destinatário e demais participantes do fato criminoso.
SUJEITOS PROCESSUAIS
JUIZ: 
· Monocrático ou colegiado.
· Jurisdição e competência.
· Investidura, capacidade e imparcialidade.
· Investidura: Procedimento que atribui ao juiz a qualidade de ocupante do cargo, após regular concurso público e que o autoriza a exercer o poder jurisdicional.
· Capacidade: Presunção absoluta e inquestionável.
· Imparcialidade: Decorre do sistema acusatório, nos quais são distintos o órgão julgador e o órgão acusador. É a equidistância do juiz em face das partes. O juiz não deve possuir vinculação pessoal com a causa, seus participantes ou outro magistrado que participou do processo.
· Impedimentos, incompatibilidades e suspeição:
· Impedimentos: Situações que proíbem o juiz de exercer jurisdição em certo processo.
· Incompatibilidade: Decorre do parentesco entre juízes em órgãos colegiados – não podem servir no mesmo órgão os juízes que forem parentes entre si, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até terceiro grau, bem como o cônjuge. A violação da regra de incompatibilidade gera nulidade absoluta.
· Suspeição: Art. 254, CPP ou motivo íntimo.
· Poderes instrutórios: Presidir a prova, determinar diligências, ouvir testemunhas, etc.
· Poderes de disciplina processual: Indeferir perguntas impertinentes às testemunhas.
· Poderes de coerção: Determinar a condução de testemunhas.
· Poder de velar pela defesa técnica representação das partes: Nomeação de advogado ao querelante, acusado ou ofendido. 
· Poderes decisórios: Proferir despacho, decisões e sentença.
· Poderes anômalos: Concessão de habeas corpus de ofício. 
MINISTÉRIO PÚBLICO: Titular da ação penal pública e fiscal da correta aplicação da lei.
· Princípio da unidade e indivisibilidade: O órgão do Ministério Público atua enquanto instituição e esgota a atividade naquele momento. Concentra-se no Procurador geral o conjunto de atribuições do Ministério Público, logo, ele pode praticar qualquer dos atos de cada um dos órgãos da instituição em particular. 
· Princípio da autonomia funcional: A cada membro do MP cabe a deliberação do conteúdo do ato que deve praticar, não se vinculando à atuação anterior, sua própria ou de outro membro do parquet. Em cada ato processual há a apreciação autônoma do interesse público.
· Funções: Pode requisitar inquérito policial; pode requisitar documentos e diligências diretamente, independentemente de autorização judicial.
ACUSADO E SEU DEFENSOR:
· Acusado: Pessoa natural, maior de 18 anos, a quem se imputa a prática de uma infração penal. A pessoa jurídica também pode ser ré em crimes ambientais. O acusado sempre será pessoa certa, podendo haver incerteza quanto a qualificação.
· Defensor: Ainda que foragido ou ausente, o acusador terá defensor (a falta de defesa constitui nulidade absoluta).
· Constituído: Advogado com procuração do acusado ou que por ele foi indicado no interrogatório. O advogado precisa de poderes especiais para: aceitar o perdão, apresentar exceção de suspeição e arguir falsidade de documento.
· Dativo: Nomeado pelo juiz se o acusado não tiver, não puder ter ou não quiser ter defensor. 
· Ad hoc: Nomeado pelo juiz para atos processuais determinados, na hipótese do defensor regularmente intimado, ainda que motivadamente, não comparecer. Pode-se nomear defensor ad hoc se o juiz entender que ato importante à defesa não foi praticado pelo defensor constituído ou dativo.
· Curador: Defensor especial nomeado pelo juiz ao incapaz ou suspeito de incapacidade mental, ou ao índio.
ASSISTENTE: O assistente é o ofendido, seu representante legal ou sucessor atuando em auxílio à acusação. Pode haver assistência a partir do recebimento da denúncia até o trânsito em julgado.
· Pode requerer perguntas às testemunhas, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo MP ou por ele próprio.
· MP será ouvido sobre a admissão do assistente. Do despacho que admite ou não o assistente, não cabe recurso. 
· Não se admite assistência no inquérito policial ou na fase de execução da pena.
· Habilitado, o assistente será intimado de todos os atos do processo, mas se não comparecer injustificadamente, deixará de ser intimado. 
AUXILIARES DA JUSTIÇA: A atuação do juiz depende de órgãos de apoio, em caráter permanente ou individual, para a prática de alguns atos. Auxiliares são todos os convocados para colaborar com a justiça,ou por dever funcional permanente ou por eventual determinação.
· Por força de lei: Escrivão, oficial de justiça, perito, depositário, administrador e intérprete.
· Auxiliar propriamente dito: Aqueles que, permanentemente, por função pública, atuam como órgãos de apoio ao juiz.
· Auxiliares de encargo judicial: Mesmo mantendo a condição de particular, é convocado a colaborar com a justiça.
· Auxiliares extravagantes: Órgãos que ordinariamente não são judiciários, mas prestam serviços à administração da justiça ou execução de suas decisões (ex: correios).
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
· Criança de 0 a 12 anos incompletos: Pratica ato infracional – aplicação de medidas protetivas pelo conselho tutelar.
· Conselho tutelar: órgão não jurisdicional composto pode cinco pessoas eleitas para mandato de quatro anos. Necessidade de capacidade eleitoral, idoneidade moral, residência fixa no município do conselho e idade superior a 21 anos. Se não houver conselho, o juiz da vara de infância e juventude aplicará as medidas protetivas.
· Adolescente de 12 a 18 anos incompletos: Pratica ato infracional – aplicação de medidas socioeducativas e medidas protetivas pelo juiz da vara da infância e juventude. 
· Polícia militar pode alcançar adolescente para impedir a conduta e para realizar a condução.
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
PROCESSOS INCIDENTES: Dizem respeito a eventualidades que surgem no processo, podendo ser resolvidas pelo próprio juiz criminal.
· Exceções: O acusado pode se defender diretamente ou indiretamente, quando ataca o próprio processo. A defesa indireta é a exceção.
· Peremptória: impede o processo e o julgamento do fato (ex: coisa julgada e litispendência).
· Dilatória: prorroga a duração do processo, mas ainda é possível julgar o fato (ex: suspeição, incompetência, ilegitimidade da parte).
· Incompatibilidades e impedimentos:
· Impedimento: O juiz não pode exercer a jurisdição no processo. 
· Incompatibilidade: Cuida de casos de parcialidade não previstos para suspeição e impedimento.
· Conflito de jurisdição: A incompetência deve ser arguida por meio de exceção ou do conflito de jurisdição, que pode ocorrer quando dois ou mais juízes se consideram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo); quando houver controvérsia sobre a junção ou separação de processos.
· Restituição de coisas apreendidas: A autoridade policial, durante o inquérito, pode apreender objetos relacionados ao fato criminoso e, durante o processo há a medida cautelar de busca e apreensão. Peças que não interessam ao processo podem ser restituídas antes do trânsito em julgado. 
· Medidas assecuratórias: A sentença penal condenatória, além de aplicar pena ao réu, gera a impossibilidade de que o agente lucre com a atividade criminosa, o direito ao ressarcimento da vítima dos danos causados e, eventualmente, o pagamento de pena pecuniária. Para tanto, existem as medidas assecuratórias: providências tomadas no curso do processo que possibilitam tais consequências.
· Sequestro: retenção dos bens móveis e imóveis do acusado, quando adquiridos com o proveito da infração penal.
· Hipoteca legal: torna indisponíveis os bens imóveis do acusado adquiridos legalmente.
· Arresto: torna indisponíveis os bens móveis do acusado adquiridos legalmente.
· Incidente de falsidade: Se houver controvérsia sobre a autenticidade de um documento, há o incidente de falsidade, que definirá a veracidade da prova ou não.
· Insanidade mental do acusado: Para sem imputável, a pessoa deve ser capaz a de compreender o ilícito e de se comportar de acordo com tal compreensão. Se durante um processo ou inquérito surge dúvida sobre a sanidade do acusado, o juiz deve instaurar perícia para esclarecer a situação.
· Acusado não é insano: processo segue normalmente.
· Acusado se tornou insano após o cometimento de crime: processo fica suspenso até o seu restabelecimento.
· Acusado já era insano ao tempo do crime: a pena será substituída por medida de segurança.
QUESTÕES PREJUDICIAIS: Se relacionam à existência do crime e condicionam a decisão da questão principal.
· Homogêneas: Devem ser decididas no próprio juízo penal (ex: exceção de verdade).
· Heterogêneas: Deve ser resolvida em outro ramo do direito.
· Obrigatórias: Versam sobre estado civil e torna imperativa a suspensão do processo (ex: anulação de casamento e crime de bigamia).
· Facultativas: Aborda outras questões, podendo o juiz suspender ou não o processo (ex: controvérsia sobre a propriedade e crime de furto).
QUESTÕES
1. Qual o número máximo de testemunhas de acusação do rito ordinário? 
2. O que é aditamento objetivo da denúncia? 
3. Quais os sistemas processuais são historicamente reconhecidos no mundo? 	
4. Qual o órgão decide um conflito de competência entre um Juiz da comarca de Feira de Santana e um Juiz federal de Feira de Santana? 
5. Diferencie Suspensão Condicional do processo de transação penal. 
6. Cite 5 atos investigativos que são cabíveis no IP e é desnecessária a autorização judicial. 
7. Quem decide conflito de competência entre um Juiz federal da Bahia e o TJ/BA? 
8. Diferencie suspensão condicional do processo e suspensão condicional da pena. 
9. Segundo o CPP, o que deve conter na exordial acusatória? 
10. Cite 3 formas de instauração do IP. 
11. Cite 5 diligências investigativas cabíveis no IP. 
12. Cite 8 princípios aplicáveis ao processo penal. 
13. Quem decide conflito de atribuições entre Promotor de justiça de Ilhéus e o Promotor de Justiça de Itabuna? 
14. Qual o órgão da Polícia Federal equivale ao chefe de polícia? 
15. Qual o órgão da Polícia Estadual equivale ao chefe de polícia? 
16. O que é testemunha referida? 
17. Qual a lei aplicável para processar usuário de drogas? 
18. Indique as exceções ao princípio da oficiosidade no processo penal brasileiro. 
19. Quais os atos possuem cláusula de reserva de jurisdição segundo o STF? 
20. Quem decide conflito entre o Promotor de Justiça de barreiras e o Ministério Público do Distrito Federal? 
21. Cite 2 princípios que englobam o juiz no processo penal. 
22. Qual o órgão do MPE atua em divergência do juiz de direito e do promotor de justiça? 
23. Qual o número de testemunhas do rito sumário? 
24. Qual o número de peritos oficiais de uma investigação? 
25. Que coisas não podem ser restituídas depois da apreensão? 
26. Cite 5 características do IP. 
27. Em que hipóteses legais pode-se ouvir a testemunha por videoconferência? 
28. Cite o número de testemunhas no rito ordinário. 
29. Cite 4 tipos de arquivamento. 
30. O que é o aditamento subjetivo da inicial acusatória? 
31. O que é o aditamento objetivo da inicial acusatória? 
32. Quando a inicial acusatória será denúncia e quando a inicial acusatória será queixa? 
33. O que é preciso constar na inicial acusatória? 
34. Quais testemunhas não impactam no número de testemunhas a arrolar? 
35. Quais testemunhas são ouvidas por termos de declaração? 
36. Quais os motivos que justificam o indeferimento do requerimento de instauração do inquérito policial? 
37. O que se pode fazer diante do indeferimento do requerimento de instauração do inquérito policial? 
38. Qual a função do inquérito policial? 
39. O inquérito policial deverá ser presidido por quem? 
40. Quem são os legitimados para a ação penal a quem se destina o inquérito policial? 
41. Qual o sigilo do inquérito policial e qual a sua função? 
42. Indique 2 atos do inquérito policial que precisam de sigilo até mesmo interno. 
43. A quem se destina a dispensabilidade do inquérito policial e a quem não se destina? 
44. Porque o inquérito policial, embora indisponível, é discricionário? 
45. Qual o ato de instauração da Ação Penal Publica Incondicionada? 
46. Indique os atos de instauração do Inquérito Policial. 
47. Deverão ser lavradas quantas cópias do auto de prisão em flagrante? Para quem serão encaminhadas estas cópias? 
48. Quais as hipóteses de flagrante? 
49. Quais são os atos que constituem o flagrante? 
50. No flagrante, o que a políciapode fazer em caso de ação penal privada e o que não poderá fazer? 
51. Conforme a doutrina, a quem se destina a requisição do Ministro da Justiça? 
52. Nos casos de ação penal pública condicionada ou ação penal privada, o que é preciso para que seja lavrado o auto de prisão em flagrante? 
53. Nos casos de ação penal pública condicionada ou ação penal privada, o que é preciso para se iniciar o inquérito policial? 
54. Em que hipótese é imperioso o exame de corpo de delito? 
55. Em que hipótese a prova testemunhal substitui a prova pericial? 
56. Quando não é preciso se submeter à identificação criminal? 
57. Cite hipóteses em que, ainda que exista identificação civil, será preciso a identificação criminal? 
58. Em que hipóteses os bens poderão ser restituídos? 
59. A quem será encaminhado o pedido de restituição de bem apreendido? 
60. Qual o ato de encerramento do inquérito policial? 
61. O que o delegado poderá fazer no relatório? 
62. Qual o prazo para que o inquérito policial seja concluído na esfera estadual? 
63. Qual o prazo para que o inquérito policial seja concluído na esfera federal? 
64. Qual o prazo para que o inquérito policial seja concluído na lei de drogas? 
65. Qual o prazo para que o inquérito policial seja concluído na lei dos crimes contra a economia popular? 
66. Quando o juiz se torna prevento? 
67. Qual a consequência da renúncia ao direito de queixa do ofendido nas hipóteses de Ação penal privada? 
68. Qual o prazo que o ofendido tem para oferecer a queixa? 
69. Qual o prazo do MP para atuar ao receber o inquérito policial na Ação penal pública incondicionada e na ação penal pública condicionada à representação do ofendido e requisição do ministro da justiça? 
70. O que é preciso ocorrer para que o promotor de justiça requisite novas diligências, estando o indivíduo solto ou preso? 
71. O que é preciso para que o inquérito policial seja arquivado? 
72. Quando é possível ocorrer o desarquivamento do inquérito policial? 
73. Como se dá o arquivamento legal/explícito do IP? 
74. O que é o arquivamento implícito? 
75. Arquivamento originário depende de homologação? 
76. Quem resolve o conflito de competência entre o juiz federal de salvador e o juiz federal de vitória da conquista? 
77. Quem resolve o conflito de competência entre o juiz estadual de salvador e o juiz estadual de Amélia Rodrigues? 
78. Quem resolve o conflito de competência entre o juiz estadual de salvador e o juiz federal de salvador? 
79. Quem resolve o conflito de competência entre o juiz federal de ilhéus e o juiz federal de Aracaju? 
80. Quem resolve o conflito de competência entre o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e o TRF1? 
81. Quem resolve o conflito de competência entre o STJ e o TST? 
82. Quem resolve o conflito de atribuições entre o promotor de justiça de Salvador e promotor de justiça de Salvador? 
83. Quem resolve o conflito de atribuições entre o promotor de justiça de Salvador e o promotor de justiça de Feira de Santana? 
84. Quem resolve o conflito de atribuições entre Procurador da República de Salvador e Procurador da república de Salvador? 
85. Quem resolve o conflito de atribuições entre Procurador da República de Salvador e Procurador da república de Feira de Santana? 
86. Quem resolve o conflito de atribuições entre Procurador da República da Bahia e Procurador da república de Sergipe? 
87. Quem resolve o conflito de atribuições entre Promotor de justiça de Juazeiro e Promotor de Justiça de Petrolina? 
88. Quem resolve o conflito de atribuições entre Promotor de justiça de Salvador e Procurador da República de Salvador?
89. O que é o arquivamento indireto? 
90. O termo circunstanciado se aplica a quais hipóteses? 
91. Para que órgão o termo circunstanciado será encaminhado após finalizado? 
92. Qual o número de testemunhas, tratando-se do rito do júri, na fase inicial? 
93. Qual o número de testemunhas, tratando-se do rito de entorpecentes? 
94. O que ocorre se o ofendido decide não aditar sua queixa? 
95. A quem se destina a prova? 
96. O que diz a teoria dos frutos da árvore envenenada? 
97. Indique princípios da prova. 
98. O silêncio do acusado importa confissão? 
99. No interrogatório, o réu tem direito de permanecer calado? 
100. Quem poderá se recusar a depor? 
101. Quando estas pessoas serão obrigadas a depor? 
102. Quais são as polícias judiciárias? 
103. Quais são as polícias ostensivas? 
104. As casas legislativas poderão realizar quais atos sem autorização judicial? 
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REVISÃO – MORTE SÚBITA | 2017.2
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