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Jurisdição: Conceito e Princípios

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JURISDIÇÃO
· CONCEITO
É o poder dever pertinente ao Estado-juiz de aplicar o direito no caso concreto. Como a autotutela foi banida, regra, no ordenamento jurídico, coube ao Poder Judiciário a missão constitucional de certificar o direito, dirimindo as demandas que lhe são apresentadas.
O exercício da jurisdição adveio assim como função do Estado que imperativamente aplica a lei à hipótese concreta. De fato, a concretização do direito exige um órgão supra partes, desinteressado, que atue de forma imperativa e tenha condição de criativamente solucionar o conflito objetivando apresentando, maximizando a pacificação do litígio, e decisão apta à imutabilidade pela coisa julgada.
· PRINCÍPIOS
Investidura: Para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado; logo, estar devidamente investigo na função. Faltando investidura o ato praticado será inexistente, já que ausente um pressuposto processual essencial. A regra é o concurso público. Há sem embargo, outras formas de investidura, tal como se dá o provimento dos cargos de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, de desembargadores nomeados para as vagas destinadas ao quinto constitucional (advogados e membros do MP) e de membros do judiciário que são promovidos seguro os critérios de antiguidade e de merecimento. Importante lembrar que o juiz aposentado, não tem o poder jurisdicional.
Indelegabilidade: A regra é que a função jurisdicional não poderá ser delegada a nenhum outro órgão, mesmo que jurisdicional. Os juízes não poderão delegar sua função típica a seus servidores, tais como: conduzir audiências, decidir sobre questões incidentes. Não pode também delegar suas atribuições a outro juiz.
Inafastabilidade: O art. 5° XXXV da CF/88 assegura que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito. O acesso à justiça é um direito fundamental. Por sua vez, o magistrado não poderá eximir-se da função de julgar. A lei não pode suprimir do juiz o poder que lhe é especialmente inerente, julgar, resolver litígios no espaço de penumbra, de contingência.
Inevitabilidade ou Irrecusabilidade: A jurisdição não está sujeita à vontade das partes. Impõe-se. A jurisdição penal, em especial, é permeada por esse princípio. O processo instaurado tem esse fluxo contínuo, até desaguar em sentença.
Juiz natural: O art. 5° da Constituição Federal, inc. LIII assevera ninguém ser processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. Isso quer dizer que para haver processo penal válida é indispensável que a atribuição para processar e julgar o acusado seja conferida constitucional e legalmente pela CF e pelas leis de processo.

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