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Caderno de Instrução - Patrulhas EB

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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
Caderno de Instrução
PATRULHAS
1ª Edição - 2004
Experimental
CI 21-75/1
Preço: R$
CARGA
EM______________
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
PORTARIA N° 009 COTER, DE 25 DE OUTUBRO DE 2005.
Caderno de Instrução CI 21-75-1 Patrulhas
O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da
delegação de competência conferida pela letra d), item XI, Art. 1° da Portaria N° 441,
de 06 de setembro de 2001, resolve:
Art. 1° Aprovar, em caráter experimental, o Caderno de Instrução CI 21-
75/1 Patrulhas.
Art. 2° Estabelecer que a experimentação deste Caderno de Instrução
seja realizada durante os anos de 2005, 2006 e 2007.
Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.
____________________________________________
Gen Ex ROBERTO JUGURTHA CAMARA SENNA
Comandante de Operações Terrestres
CI 21-75-1
PATRULHAS
NOTA
O CI 21-75 Patrulhas foi elaborado pela Academia Militar das Agulhas
Negras. Após revisão do COTER, foi expedido para experimentação em 2005, 2006
e 2007.
 Solicita-se aos usuários deste Caderno de Instrução a apresentação
de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à
supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e a
linha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para seu
entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao Curso Avançado da
AMAN, de acordo com Art 78, das IG 10-42 – INSTRUÇÕES GERAIS PARA A
CORRESPONDÊNCIA, PUBLICAÇÕES E OS ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO
DO EXÉRCITO, onde será avaliada, respondida e, se for o caso, remetida ao COTER
para aprovação e divulgação.
1ª EDIÇÃO – 2004
Experimental
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ..................................................................1-1
ARTIGO II - Conceituação ...................................................................1-3
ARTIGO III - Classificação ..................................................................1-3
ARTIGO IV - Responsabilidades .........................................................1-6
ARTIGO V - Organização Geral da Patrulha .......................................1-7
CAPÍTULO 2 – CONDUTA DAS PATRULHAS
ARTIGO I - Aspectos Gerais na Conduta das Patrulhas .....................2-1
ARTIGO II - Peculiaridades de uma Patrulha de Reconhecimento .......2-12
ARTIGO III - Peculiaridades de uma Patrulha de Combate ..................2-15
ARTIGO IV - Técnicas de Assalto .......................................................2-35
ARTIGO V - Infiltração ........................................................................2-38
ARTIGO VI - Base de Combate, Base de Patrulha, Área de Reunião e
 Área de Reunião Clandestina .........................................2-39
ARTIGO VII - Técnicas de Ação Imediata ...........................................2-50
CAPÍTULO 3 – PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO DAS PATRULHAS
ARTIGO I - Normas de Comando ........................................................3-1
ARTIGO II - Providências Iniciais ........................................................3-3
ARTIGO III - Observação e Planejamento do Reconhecimento ............3-8
ARTIGO IV - Reconhecimento ............................................................3-13
ARTIGO V - Estudo de Situação ........................................................3-14
ARTIGO VI - Ordens ...........................................................................3-18
ARTIGO VII - Fiscalização ..................................................................3-23
CAPÍTULO 4 – PATRULHA EM AMBIENTES ESPECIAIS
ARTIGO I - Considerações Iniciais ......................................................4-1
ARTIGO II - Patrulha em Área de Caatinga .........................................4-2
ARTIGO III - Patrulha em Área de Montanha .......................................4-7
ARTIGO IV - Patrulha em Área de Pantanal ........................................4-13
ARTIGO V - Patrulha em Área de Selva ..............................................4-17
ARTIGO VI - Patrulha em Área Urbana ...............................................4-24
ARTIGO VII - Patrulha em Ambiente Químico, Biológico e Nuclear .....4-30
CAPÍTULO 5 – PATRULHAS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
ARTIGO I - Patrulha Aeromóvel ...........................................................5-1
ARTIGO II - Patrulha na Garantia da Lei e da Ordem ..........................5-5
ARTIGO III - Patrulha Fluvial ...............................................................5-8
ARTIGO IV - Patrulha Motorizada .......................................................5-17
ANEXOS:
“A” - Operação ONÇA
“B” - Meios visuais
“C” - Memento do comandante de patrulha
“D” - Relatório
“E” - Glossário
1 - 1
CI 21-75
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
ARTIGO I
GENERALIDADES
1-1. FINALIDADE
O presente Caderno de Instrução (CI) tem a finalidade de apresentar a doutrina
sobre patrulhas.
1-2. OBJETIVO
a. Conceituar patrulha, classificá-las e definir as responsabilidades pelo seu
lançamento e execução.
b. Apresentar a organização geral dos diferentes tipos de patrulha e as técnicas
de planejamento e preparação das mesmas.
c. Definir condutas e apresentar peculiaridades dos diversos tipos de patrulha.
1-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. De acordo com a Concepção Estratégica do Exército (SIPLEx - 4), as
Hipóteses de Emprego (HE) decorrem dos cenários admitidos e das orientações
político-estratégicas do País, que não elegem ou caracterizam qualquer país como
potencial inimigo, e representam as grandes opções estratégicas da Defesa
Nacional.
1 - 2
CI 21-75-1
b. A Doutrina Delta refere-se ao combate convencional, no quadro de um
conflito externo limitado, em Área Operacional do Continente (AOC) – excluída a
Área Estratégica Amazônica. A campanha terrestre no Teatro de Operações
Terrestre (TOT) deverá ser conduzida ofensivamente, com grande ímpeto, buscando
a decisão no menor prazo possível. As operações deverão desenvolver-se num
combate continuado e não linear, com ênfase nas manobras desbordantes ou
envolventes, para atingir os objetivos estratégicos previstos. Em virtude das
características das AOC, é fundamental que haja judiciosa seleção da frente,
onde deverá ser aplicado o máximo poder de combate.
c. Mesmo nas ocasiões em que uma atitude defensiva for adotada
temporariamente, deve ser empregado o maximo de ações ofensivas. Nesse
sentido, cresce de importância a execução de um patrulhamento agressivo e
eficiente, seja nas operações ofensivas ou defensivas.
d. A HE “A”, que trata da defesa da soberania, com preservação da integridade
territorial, do patrimônio e dos interesses nacionais relativos à Amazônia, está
baseada na Doutrina Gama. Esta, por sua vez, apresenta duas variantes. A primeira
visualiza um oponente que possui um poder militar semelhante ou inferior ao nosso.
Neste caso, procurar-se-á a rápida decisão do conflito, com o emprego de força
regular, em combate convencional. A estratégia a ser privilegiada será a da Ofensiva.
A segunda vislumbra uma agressão por poder militar incontestavelmente superior.
Neste outro caso, serão empregadas forças regulares e mobilizadas, preponderando
as ações não-convencionais, em um combate prolongado, evitando-se o
engajamento direto com as forças inimigas. A estratégia a ser privilegiada será a
da Resistência.
e. Dentro desse contexto, visualiza-se, particularmente na segunda variante
apresentada, o emprego maciço de patrulhas, cumprindo as mais variadas missões,
na maioria das vezes, de forma bastante descentralizada. Tal fato concorrerá para
que a liderança e a iniciativa dos comandantes de todos os níveis se tornem
vetores decisivos para o sucesso das operações.
f. Nesse sentido, o presente Caderno de Instrução foi elaborado com a
finalidade de aprofundar os conhecimentos a serem seguidos pelos comandantes
de pequenas frações.Aqui estão homogeneizados, após a realização dos I e II
Seminários de Patrulhas do Exército Brasileiro, promovidos pela Academia Militar
das Agulhas Negras, nos períodos de 1º a 5 de setembro de 2003 e de 6 a 10 de
setembro de 2004, os diversos procedimentos que orientam os comandantes nesse
tipo de missão.
1-3
1 - 3
CI 21-75-1
ARTIGO II
CONCEITUAÇÃO
1-4. PATRULHA
É uma força com valor e composição variáveis, destacada para cumprir
missões de reconhecimento, de combate ou da combinação de ambas. A missão
de reconhecimento é caracterizada pela ação ou operação militar com o propósito
de confirmar ou buscar dados sobre o inimigo, o terreno ou outros aspectos de
interesse em determinado ponto, itinerário ou área. Nesse caso, a patrulha deve
evitar engajamento com o inimigo. A missão de combate é caracterizada pela
ação ou operação militar restrita, destinada a proporcionar segurança às instalações
e às tropas amigas ou a hostilizar, destruir e capturar pessoal, equipamentos e
instalações inimigas.
ARTIGO III
CLASSIFICAÇÃO
1-5. QUANTO À FINALIDADE DA MISSÃO
a. Patrulha de reconhecimento
(1) Reconhecimento de um ponto – É a que realiza o reconhecimento de
um objetivo específico.
Fig 1-1. Reconhecimento de um ponto
1-4/1-5
1 - 4
CI 21-75-1
(2) Reconhecimento de área – É a que busca dados no interior de
determinada área ou executa a própria delimitação de uma área com características
específicas.
(3) Reconhecimento de itinerário(s) – É a que busca dados sobre um ou
vários itinerários ou sobre a atividade do inimigo.
Fig 1-2. Reconhecimento de itinerários
(4) Vigilância – É a que exerce a observação contínua de um local ou de
uma atividade.
(5) Reconhecimento em força – É uma patrulha de valor considerável
empregada para localizar a posição de uma força inimiga e testar o seu poder. A
potência de fogo, a mobilidade e as comunicações são fatores importantes na
execução deste tipo de missão.
b. Patrulha de combate
(1) De inquietação – É a que se destina a ocasionar baixas, perturbar o
descanso, dificultar o movimento e/ou obter outros efeitos sobre o inimigo, com a
finalidade de abater-lhe o moral.
(2) De oportunidade - É aquela lançada em determinada área com a finalidade
de atuar sobre alvos compensadores que venham a surgir.
(3) De emboscada – É a que realiza ataque de surpresa, partindo de
posições cobertas, contra um alvo em movimento ou momentaneamente parado.
(4) De captura de prisioneiros ou material – É a que age contra instalações
ou forças inimigas com a finalidade de capturar prisioneiros ou materiais.
(5) De interdição – É a que executa ações para evitar ou impedir que o
inimigo se beneficie de determinadas regiões, de pessoal, de instalações ou de
material.
1-5
1 - 5
CI 21-75-1
(6) De suprimento
- É uma patrulha de efetivo variável, dependendo do tipo e quantidade
de suprimento a ser transportado, pode receber a missão de ressuprir tropas
amigas destacadas.
- Pode ser também empregada para reforçar ou seguir uma patrulha de
longo alcance.
(7) De contato – Visa a estabelecer ou manter contato com tropa amiga,
de forma física, visual ou por meio rádio.
(8) De segurança – É a que tem por finalidade cobrir flancos, áreas ou
itinerários; evitar que o inimigo se infiltre em determinado setor ou realize um
ataque de surpresa; localizar ou destruir elementos que se tenham infiltrado e
proteger tropa amiga em deslocamento.
(9) De destruição – É a que tem a finalidade de destruir material,
equipamento e/ou instalações inimigas.
(10) De neutralização – É a que tem a finalidade de neutralizar homens ou
grupos de homens inimigos.
(11) De resgate – É a que tem a finalidade de recuperar material ou pessoal
amigo que estejam retidos em área ou instalação sob controle do inimigo.
1-6. QUANTO À EXTENSÃO DA OPERAÇÃO
a. Patrulha de curto alcance – É a que atua dentro da área de influência do
escalão que a lança.
b. Patrulha de longo alcance – É a que atua dentro da área de interesse do
escalão que a lança.
Fig 1-3. Área de interesse e de influência
1-5/1-6
1 - 6
CI 21-75-1
ARTIGO IV
RESPONSABILIDADES
1-7. ATRIBUIÇÕES DO ESCALÃO QUE LANÇA A PATRULHA
a. Formular a missão.
b. Designar o comandante da patrulha.
c. Emitir as ordens necessárias.
d. Estabelecer medidas de controle.
e. Coordenar, apoiar e fiscalizar o cumprimento da missão.
f. Receber e divulgar os resultados da missão.
g. Explicar sua intenção e a do escalão superior, quando for o caso, ao
comandante da patrulha.
h. Definir as regras de engajamento durante as diversas fases da missão.
i. Definir as condutas a serem adotadas em caso de ocorrência de prisioneiros
de guerra (PG) e mortos inimigos.
j. Dirimir as dúvidas do comandante da patrulha. Para isso, antes de emitir a
ordem, deve se valer do memento do comandante de patrulha (Anexo C), a fim de
fornecer o máximo de informações possíveis.
Fig 1-4. Planejamento e preparação de uma patrulha
1-8. ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS NO ESCALÃO UNIDADE
a. Do S2
(1) Preparar o plano diário de patrulhas em coordenação com o S3.
(2) Planejar e propor as missões de reconhecimento.
1-7/1-8
1 - 7
CI 21-75-1
(3) Fornecer às patrulhas os dados referentes às condições metereológicas,
ao terreno e ao inimigo.
(4) Contactar os integrantes da patrulha, no regresso de missão, para
coletar dados.
(5) Estabelecer os Elementos Essenciais de Inteligência (EEI).
b. Do S3
(1) Planejar e propor as missões de combate.
(2) Coordenar os apoios não-orgânicos do escalão compreendido (aeronaves,
meios- aquáticos, artilharia etc).
c. Do S4 – Providenciar o apoio em material e suprimentos necessários ao
cumprimento da missão.
d. Do comandante da patrulha
(1) Receber a missão.
(2) Planejar e preparar o emprego da patrulha.
(3) Executar a missão.
(4) Confeccionar o relatório.
ARTIGO V
ORGANIZAÇÃO GERAL DA PATRULHA
1-9. FUNDAMENTOS
a. A organização de uma patrulha varia de acordo com os fatores da decisão
(missão, inimigo, terreno, meios e tempo – MITeMeT).
b. Normalmente, a patrulha se constituirá de 2 (dois) ou 3 (três) escalões;
um voltado para o cumprimento da missão (escalão de reconhecimento ou escalão
de assalto), o outro para a segurança da patrulha (escalão de segurança) e outro
que só será empregado quando o número de armas coletivas ou a descentralização
do seu emprego assim o recomendar (escalão de apoio de fogo). Cada escalão é
formado por um ou mais grupos, conforme decisão do comandante da patrulha,
que também define seus efetivos.
c. A coordenação dos escalões é responsabilidade do comandante da patrulha,
que poderá contar com alguns auxiliares, constituindo o grupo de comando.
d. Peculiaridades do grupo de comando
1-8/1-9
1 - 8
CI 21-75-1
(1) Poderá se constituir somente do comandante da patrulha (situação
ideal pois compõe um menor efetivo). Isto ocorre quando há possibilidade dos
homens dos demais escalões executarem, cumulativamente, as atribuições do
grupo de comando.
(2) O subcomandante da patrulha pode exercer esta única função,
integrando o grupo de comando, ou, o mais normal, comandar um dos escalões.
(3) Alguns homens podem receber atribuições específicas durante a
preparação e/ou deslocamento, não pertencendo portanto ao grupo de comando.
Essas atribuições serão abordadas no Capítulo 3 - Planejamento e preparação
das patrulhas
e. Considerações gerais
(1) Escalão de segurança
(a) Missão
- Proteger e orientar a patrulha durante o deslocamento.
- Guardar os pontos de reunião.
- Alertar sobre a aproximação do inimigo.
- Realizar a proteção afastada do escalão de reconhecimento ou
escalão de assalto, durante a ação no objetivo.
(b) Organização
- Constitui-se de um ou mais grupos de segurança e um grupo de
acolhimento, em função do efetivo da patrulha, da natureza da missão e do terreno.
- Se houver um desmembramento da patrulha, a segurança
normalmente ficará a cargo das frações.
EXEMPLO - Patrulha de reconhecimento de uma área extensa que se
desmembra em vários grupos de reconhecimento e segurança (Gp Rec Seg).(2) Escalão de Reconhecimento
(a) Missão – Reconhecer o objetivo e/ou manter vigilância sobre ele.
(b) Organização – Constitui-se de um ou mais grupos de reconhecimento,
em função dos fatores da decisão.
(3) Escalão de assalto
(a) Missão - definida pela missão específica da patrulha de combate.
(b) Organização
- Organiza-se em grupo(s) de assalto, grupo(s) de tarefa(s)
essencial(is) e grupo(s) de tarefa(s) complementar(es).
- O grupo de assalto tem por atribuição garantir o cumprimento da
tarefa essencial, agindo pelo fogo e/ou combate aproximado, de modo a proteger
o(s) grupo(s) que executa(m) essa tarefa.
- As tarefas essenciais são executadas pelos grupos que realizam
as ações impostas pela missão.
1-9
1 - 9
CI 21-75-1
- As tarefas complementares são executadas pelos grupos que
realizam ações em benefício dos demais.
(4) Um terceiro escalão, o de apoio de fogos, pode ser organizado quando
o número de armas coletivas ou a descentralização de seu emprego, assim o
recomendar.
1-10. ORGANIZAÇÃO DA PATRULHA DE RECONHECIMENTO
a. Patrulha de reconhecimento de ponto
Fig 1-5. Organograma de uma patrulha de reconhecimento de ponto
(1) Grupo de comando - Normalmente é constituído por elementos
necessários à coordenação da patrulha, tais como: comandante, subcomandante,
rádio-operador, mensageiros, guias e outros. Quando for possível, essas funções
devem ser acumuladas com outras nos demais escalões.
(2) Grupo de segurança – A quantidade de grupos dependerá do número
de vias de acesso ao objetivo (Gp Seg = Nr Via A).
(3) Grupo de reconhecimento – O número de grupos varia em função dos
fatores da decisão.
(4) Grupo de acolhimento – É o grupo que tem por missão realizar a proteção
do ponto de reunião próximo ao objetivo (PRPO) e o acolhimento da patrulha
neste local.
b. Patrulha de reconhecimento de itinerário
(1) Tem organização semelhante à patrulha de reconhecimento de área.
(2) Grupo de reconhecimento e segurança – O número de grupos de
reconhecimento e segurança depende do terreno e da maneira como o comandante
da patrulha pretende cumprir a missão (percorrendo o itinerário, ocupando pontos
de comandamento ou associando essas duas idéias).
1-9/1-10
1 - 10
CI 21-75-1
c. Patrulha de reconhecimento de área
Fig 1-6. Organograma de uma patrulha de reconhecimento de área
- Grupo de reconhecimento e segurança – O número de grupos de
reconhecimento e segurança é variável e depende dos fatores da decisão.
OBSERVAÇÃO – O grupo de acolhimento pode existir ou não, dependendo
dos fatores da decisão.
1-11. ORGANIZAÇÃO DA PATRULHA DE COMBATE
a. Grupo de comando – Normalmente, é constituído por elementos
necessários à coordenação da patrulha, tais como: comandante, subcomandante,
rádio-operador, mensageiro e outros. Quando for possível, essas funções devem
ser acumuladas com outras nos diversos escalões.
Fig 1-7. Organograma de uma patrulha de combate
1-10/1-11
1 - 11
CI 21-75-1
b. Grupo de segurança – A quantidade de grupos dependerá do número de
vias de acesso ao objetivo (Gp Seg = Nr Via A).
c. Grupo de acolhimento – É o grupo que tem por missão realizar a proteção
do PRPO e o acolhimento da patrulha neste mesmo local.
d. Grupo de assalto – O número de grupos de assalto será variável de acordo
com a missão, o terreno e o dispositivo do inimigo. Deve existir, pelo menos, um
grupo de assalto que, agindo pelo fogo e/ou combate aproximado, isola a área do
objetivo e protege o cumprimento da tarefa essencial, garantindo sua execução.
e. Grupo(s) de tarefa(s) essencial(ais) – O(s) grupo(s) de tarefa(s)
essencial(ais) receberá(ão) nomenclatura(s) da(s) ação(ões) tática(s) da(s) missão
(ões): captura, resgate, neutralização etc. O número de grupos para cada tarefa
essencial dependerá dos fatores da decisão.
f. Grupo(s) de tarefa(s) complementar(es) – O(s) grupo(s) de tarefa(s)
complementar(es) receberá(ão) nomenclatura(s) da(s) ação(ões) tática(s) que irá(ão)
realizar: silenciamento de sentinela, identificação datiloscópica etc. As tarefas
complementares são definidas pelas ações que tenham sido estabelecidas pelo
comandante da patrulha, por ocasião do “estudo sumário da missão”, que venham
a facilitar ou viabilizar o cumprimento da missão em melhores condições. O número
de grupos para cada tarefa complementar dependerá dos fatores da decisão.
Fig 1-8. Organograma de uma patrulha de combate com um escalão de Ap F
1-11
2 - 1
CI 21-75
CAPÍTULO 2
CONDUTA DAS PATRULHAS
ARTIGO I
ASPECTOS GERAIS NA CONDUTA DAS PATRULHAS
2-1. GENERALIDADES
- O planejamento e a preparação de uma patrulha têm por objetivo facilitar o
cumprimento de uma missão. No entanto, as patrulhas, de uma maneira geral,
viverão situações de contigência e o seu adestramento concorrerá para a obtenção
do êxito.
- É importante resaltar que conduta é uma ação previamente planejada que
será colocada em prática durante uma operação militar e que solução de conduta
é uma decisão corretiva de uma ação, em curso de execução em face de um óbice
que incidentalmente se apresente.
2-2. COMANDO E CONTROLE
a. O controle influi decisivamente na atuação a patrulha. O comandante deve
ter a capacidade de manobrar os homens e conduzir os fogos.
b. Apesar de a cadeia de comando ser o principal elemento de controle, as
ordens podem ser transmitidas diretamente do comandante a cada patrulheiro.
c. O comandante deve empregar todos os meios de comunicações disponíveis
para exercer o controle da patrulha.
d. Normalmente, o subcomandante desloca-se à retaguarda da patrulha. Os
2 - 2
CI 21-75-1
comandantes subordinados permanecem com seus escalões e grupos, mantendo
o controle sobre eles.
e. Todos os patrulheiros devem estar atentos a cada gesto emitido. Além
daqueles previstos em manuais, outros poderão ser convencionados e ensaiados.
f. A contagem do efetivo é também uma medida de controle da patrulha.
(1) Comando de “numerar” - deslocando-se a patrulha em coluna, o último
homem, ao comando de “numerar”, inicia a contagem, tocando o homem à sua
frente e dizendo “um”, este toca o seguinte dizendo “dois”, e assim sucessivamente,
até o comandante da patrulha. Ciente de quantos homens estão à sua frente, o
comandante somará estes à contagem que lhe chegou, incluindo-se nela.
(2) Nas patrulhas de grande efetivo ou nas de formação diferente de coluna,
a contagem será controlada pelos comandantes dos grupos, sendo o resultado
transmitido ao comandante da patrulha.
g. Normalmente as missões de patrulha poderão envolver elementos de
Organização Militar (OM) de apoio do Exército e/ ou de outra Força Singular. Esta
participação se verifica, particularmente, nos deslocamentos (ida e/ ou regresso)
e nas missões de ressuprimento.
h. Durante a etapa de planejamento e preparação é fundamental a
coordenação, se possível, o contato direto entre o Cmt Pa e os envolvidos na
missão, tais como: motoristas, guias, especialistas, pilotos e Oficiais de Ligação
(O Lig) de OM empenhadas na execução do apoio de fogo ou envolvidas nos
deslocamentos.
i. É conveniente que todos os participantes da missão assistam à Ordem à
Patrulha. Deve-se, no entanto, observar a compartimentação e a segurança das
informações. Em todas as etapas da missão, é fundamental que todos os envolvidos
conheçam perfeitamente suas possibilidades e limitações e executem ao menos
um ensaio em conjunto.
j. A patrulha deverá obedecer às prescrições rádio, a fim de que o tempo de
transmissão seja o mínimo necessário, dificultando as ações de guerra eletrônica
do inimigo.
l. Com o propósito de diminuir o tempo de transmissão, pode ser empregado
um código de mensagens pré-estabelecidas, específico para a missão.
m. As freqüências devem ser pré-sintonizadas antes da partida da patrulha.
n. A patrulha deverá empregar amplamente os mensageiros.
o. Empregar, sempre que possível e conveniente, o sistema fio para obtenção
de maior sigilo.
2-2
2 - 3
CI 21-75-1
p. Utilizar os meios de comunicações visuais e auditivos, quando forem do
conhecimento de todos os patrulheiros.2-3. INTELIGÊNCIA
a. As patrulhas devem empregar as técnicas de coleta de dados utilizadas
pelos demais órgãos de inteligência, particularmente o reconhecimento, a vigilância
e a busca de alvos. As ações das patrulhas de reconhecimento estão voltadas
para a localização, potencial e possíveis intenções das unidades inimigas na área
de operações. Tais dados, integrados aos aspectos táticos do terreno e condições
meteorológicas, são essenciais ao planejamento e condução das operações.
b. Especialistas em inteligência podem ser agregados às patrulhas quando
as necessidades excedem as possibilidades ou o grau de especialização orgânica
das frações empregadas.
2-4. APOIO DE FOGO
a. O sucesso da sincronização do apoio de fogo sobre alvos terrestres exige
uma exata compreensão de alguns aspectos básicos, tais como: emprego de
todo apoio de fogo disponível, atendimento ao tipo de apoio de fogo solicitado pela
patrulha, rápida coordenação, proporcionar proteção às instalações e tropas amigas,
possuir um sistema de designação de alvos eficaz e evitar a duplicação
desnecessária de meios.
b. O apoio aéreo aproximado poderá ser fundamental para a sobrevivência
das forças de superfície (patrulhas) em momentos críticos das ações. Não se
pode, em momento algum, descartar a enorme contribuição que um ataque aéreo
preciso traz às ações.Os pedidos de apoio de fogo aéreo devem incluir as seguintes
informações:
(1) exata localização do alvo;
(2) descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção apropriada do
armamento;
(3) efeito desejado (interdição ou destruição);
(4) localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e azimute);
(5) hora de ataque ao alvo;
(6) significado tático; e
(7) informações de controle especial, como a: localização da patrulha que
orientará o avião.
c. A solicitação de apoio de fogo aéreo e terrestre às missões de patrulha
deve considerar a indefinição da localização exata de forças amigas na área de
operações.
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2-5. APOIO LOGÍSTICO
a. Nas operações de curto alcançe, as patrulhas infiltram com todo o
suprimento para o cumprimento da missão.
b. Quando a missäo é de longo alcançe, faz-se necessária à condução de
um suprimento sobressalente (mínimo necessário) e o planejamento da
complementação por outros meios, tais como suprimentos pré-posicionados -
cachê / Local de Apoio à Missão (LAM) - e lançamentos aéreos.
2-6. ORGANIZAÇÃO PARA O MOVIMENTO
a. A organização geral e particular de uma patrulha é definida tendo por base
sua missão. Para os deslocamentos, é necessário determinar as formações, bem
como a posição dos escalões, grupos e homens.
b. Os principais aspectos que influem na organização de uma patrulha para
o movimento são:
(1) O inimigo – Situação e possibilidades de contato.
(2) A manutenção da integridade tática.
(3) A ação no objetivo.
(4) O controle dos homens.
(5) A velocidade de deslocamento.
(6) O sigilo das ações.
(7) A segurança da patrulha.
(8) As condições do terreno.
(9) As condições meteorológicas.
(10) A visibilidade.
c. As formações do pelotão a pé são adaptáveis a uma patrulha de qualquer
efetivo. Cada uma delas possui vantagens e desvantagens e a escolha da formação
a ser adotada é decorrente de um estudo contínuo por parte do comandante.
d. Em todas as formações, as distâncias entre os escalões, grupos e homens
não são rígidas. Normalmente, elas são ditadas pelos mesmos fatores que influem
na escolha da formação.
e. A integridade tática é uma preocupação fundamental na organização da
patrulha para o movimento.
f. O adestramento dos homens permite rápidas mudanças de formação e
facilita a utilização dos comandos por gestos ou sinais convencionados.
g. As formações normalmente utilizadas são as abaixo descritas:
(1) Em coluna
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(a) É empregada quando o terreno não permite uma formação que
forneça maior segurança ou quando a visibilidade for reduzida (a noite, na selva,
com nevoeiro etc). Esta formação dificulta o desenvolvimento da patrulha à frente
ou à retaguarda e lhe proporciona pouca potência de fogo nessas direções. Por
outro lado, é uma formação que permite maior controle e maior velocidade de
deslocamento. Maior potência de fogo nos flancos e facilidades nas ações laterais
são também vantagens da formação em coluna.
(b) A distância entre os homens é determinada pelas condições de
visibilidade.
Fig 2-1. Formação em coluna
(2) Em linha
(a) É empregada por pequenas patrulhas ou escalões e grupos de
uma patrulha maior, para a transposição de cristas ou locais de passagem
obrigatória, sujeitos à observação ou ao fogo inimigo. É mais utilizada na tomada
do dispositivo, no assalto, durante a ação no objetivo ou para ação imediata na
contra-emboscada. Não deve ser utilizada para deslocamentos longos.
(b) Proporciona, ainda, máximo volume de fogo à frente e boa dispersão.
Todavia, dificulta o controle e o sigilo nos maiores efetivos.
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Fig 2-2. Formação em linha
(3) Em losango
(a) É a formação que apresenta maiores vantagens quanto à segurança
e rapidez nos deslocamentos através campo. Facilita o controle dos homens, as
comunicações e proporciona um bom volume de fogos em todas as direções.
(b) A segurança deve atuar a uma distância que permita a comunicação
por gestos entre o comandante e seus patrulheiros, devendo haver pelo menos 2
(dois) patrulheiros para essa missão.
Fig 2-3. Formação em losango
2-7. PARTIDA E REGRESSO DAS LINHAS AMIGAS
a. Ligações
(1) Todas as ligações com a tropa amiga, em cuja área a patrulha atuará,
são de responsabilidade do comandante da unidade que a lança.
(2) O comandante da patrulha pode, no entanto, ligar-se com várias
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posições, para coordenar os movimentos de saída e entrada de sua patrulha nestas
áreas.
(3) As posições que geralmente exigem estas ligações e coordenações
são os postos de comando, postos de observação, postos avançados e a última
posição amiga por onde a patrulha passará.
b. Aproximação e contato
(1) A aproximação às posições de tropa amiga deve ser cautelosa,
considerando que antes de sua identificação, a patrulha é considerada tropa inimiga.
(2) Antes do contato, a patrulha realiza um "alto", enquanto o seu
comandante ou um patrulheiro por ele designado vai à frente, em segurança, para
a troca de senhas.
(3) A iniciativa e a segurança são fatores importantes a serem considerados
para esse evento.
c. Inteligência
(1) O comandante deve transmitir informações sobre o efetivo, o eixo de
progressão e o horário provável de regresso da patrulha ao ponto amigo.
(2) O comandante da patrulha deve obter os últimos informes sobre a
atuação do inimigo, o terreno à frente, os obstáculos existentes, bem como verificar
se todos têm conhecimento da senha e contra-senha.
(3) No regresso, a patrulha transmite os dados de valor imediato a cada
posição amiga encontrada, alertando, inclusive, sobre a existência de elementos
amigos extraviados.
d. Ultrapassagem
(1) Caracteriza-se pelo desbordamento da posição amiga ou de passagem
através dela, dependendo das instruções recebidas e da existência de obstáculos
ao redor da posição.
(2) Um guia é imprescindível na ultrapassagem da posição, principalmente
quando existirem obstáculos.
2-8. DESLOCAMENTOS
a. Durante os deslocamentos, todo patrulheiro deve se preocupar com a
execução de três atividades simultâneas: a progressão, a ligação e a observação.
(1) Na progressão
(a) Utilizar, sempre que possível, as cobertas e abrigos existentes.
(b) Manter a disciplina de luzes e ruídos.
(2) Na ligação
(a) Procurar manter o contato visual com seu comandante imediato.
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(b) Ficar atento à transmissão de qualquer gesto ou sinal, para
retransmiti-lo e/ou executá-lo, conforme o caso.
(3) Na observação
(a) Manter em constante observação o seu setor.
(b) O comandante da patrulha deve adotar medidas visando estabelecer
a observação em todas as direções, inclusive para cima.
b. As ligações eas observações são também mantidas nos "altos", permitindo
a rápida transmissão das ordens e a manutenção da segurança.
c. O armamento deve ser conduzido em condições de pronto emprego,
carregado, travado e empunhado adequadamente.
d. Qualquer ruído deve ser aproveitado para a progressão, tais como, barulho
provocado pela chuva, por viaturas, por aeronaves, por fogos de artilharia etc.
e. A patrulha deve se preocupar em não deixar vestígios que denunciem sua
passagem. Em determinadas situações, é necessário, até mesmo, apagar os
rastros deixados.
2-9. SEGURANÇA
a. Durante os deslocamentos
(1) As formações adequadas ao terreno, bem como a dispersão empregada
em função da situação, proporcionam à patrulha um certo grau de segurança
durante o deslocamento.
(2) Cabe ao comandante da patrulha realizar um estudo constante do
terreno para que possa determinar, em tempo útil, o reconhecimento ou
desbordamento de locais perigosos.
(3) A segurança à frente é proporcionada pela ponta da patrulha, cuja
constituição varia de um único esclarecedor até um grupo de combate, em função
do efetivo.
(4) A distância entre a patrulha e a ponta é determinada pelo terreno,
pelas condições de visibilidade e pela necessidade de se manter o contato visual
e o apoio mútuo.
(5) A ponta reconhece a área por onde a patrulha se deslocará por intermédio
de seus esclarecedores.
(6) Os esclarecedores da ponta devem manter o contato visual entre si e
com a patrulha.
(7) Prever e executar o rodízio dos esclarecedores, principalmente nas
patrulhas de longo alcance, mantendo uma segurança eficiente.
(8) A segurança nos flancos é proporcionada com a distribuição de setores
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de observação a cada homem da patrulha que não esteja em outras missões
específicas de segurança à frente ou à retaguarda e por elementos destacados,
quando necessário.
(9) Escalar homens com a missão de observar para cima, sempre que o
tipo de ambiente favorecer uma atuação inimiga desta direção.
b. Nos "altos"
(1) Poderão ser efetuados diversos "altos" no deslocamento de uma patrulha
para:
(a) observar, escutar ou identificar qualquer atividade inimiga;
(b) envio de mensagens, alimentação, descanso, reconhecimento ou
a orientação da patrulha.
(2) O comando de “congelar” implica que todos os patrulheiros permaneçam
imóveis e agachados, observando e ouvindo atentamente a situação que se
apresenta.
(3) Ao ser comandado “alto”, cada integrante da patrulha ocupa uma posição,
aproveitando as cobertas e abrigos existentes nas imediações.
(4) O "alto-guardado" é uma parada mais prolongada, durante a qual a
patrulha adota um dispositivo mais aberto, normalmente circular, e pode destacar
elementos para ocupar posições dominantes.
c. No objetivo
(1) A segurança da patrulha, durante a ação no objetivo, é proporcionada
pela correta utilização dos grupos de segurança, dispostos de modo a isolar a
área do objetivo e proteger a ação do escalão de reconhecimento ou assalto.
(2) Em alguns casos, nas patrulhas de combate, os grupos de assalto,
após executarem sua missão, fornecem a proteção aproximada ao grupo que
cumpre a tarefa essencial e a outros que atuam no objetivo.
2-10. NAVEGAÇÃO
a. Generalidades
Normalmente, as missões recebidas devem ser cumpridas com imposições
de horários. Uma navegação consciente, bem planejada e segura permite o
cumprimento da missão no horário determinado.
b. Procedimentos
(1) Seguir o planejamento evitando improvisações, manter um estudo
contínuo do terreno e empregar corretamente a equipe de navegação.
(2) O homem-ponto, normalmente, atua com os elementos que fazem a
segurança à frente.
(3) Os homens-passo, em condições normais, não se deslocam à testa
da patrulha.
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(4) Todos os componentes devem memorizar o itinerário, os azimutes e
as distâncias.
2-11. PONTO DE REUNIÃO
a. Generalidades
(1) É um local onde uma patrulha pode reunir-se e reorganizar-se.
(2) Os possíveis pontos de reunião são levantados durante o estudo na
carta ou reconhecimento e, uma vez definidos, devem ser do conhecimento de
todos os integrantes da patrulha.
(3) Um ponto de reunião deve ser de fácil identificação e acesso; permitir
uma defesa temporária e proporcionar cobertas e abrigos.
b. Tipos
(1) Pontos de reunião no itinerário (PRI) - estão situados ao longo dos
itinerários de ida e de regresso da patrulha.
(2) Ponto de reunião próximo do objetivo (PRPO) - é utilizado para
complementar o reconhecimento (reconhecimento aproximado) e liberar os grupos
para o cumprimento da missão. Nesse ponto, a patrulha pode reorganizar-se após
realizar a ação no objetivo. Poderá existir mais de um PRPO, caso a patrulha
regresse por itinerário diferente.
c. Procedimento
(1) Havendo ação do inimigo e a conseqüente dispersão da patrulha entre
dois pontos de reunião sucessivos, os patrulheiros regressarão ao último ponto de
reunião ou avançarão até o próximo ponto de reunião provável, conforme estabelecido
na Ordem à Patrulha.
(2) Na reorganização, serão tomadas as providências necessárias ao
prosseguimento da missão. Nesse caso, deve ser definido o tempo máximo de
espera, ao término do qual o patrulheiro mais antigo assume o comando e parte
para o cumprimento da missão.
2-12. AÇÕES EM ÁREAS PERIGOSAS E PONTOS CRÍTICOS
a. Conceituação
(1) Áreas perigosas e pontos críticos são aqueles obstáculos levantados
levantados no itinerário que oferecem restrições ao movimento.
(2) Normalmente, nestes locais, a patrulha fica vulnerável aos fogos e/ou à
observação do inimigo.
b. Procedimentos gerais
(1) Identificar, durante o planejamento, as prováveis áreas perigosas e pontos
críticos, prevendo e transmitindo à patrulha a conduta a ser adotada ao atingi-los.
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(2) Optar pelo desbordamento destas áreas, quando isso for possível.
(3) Prever ou solicitar apoio de fogo para cobrir o movimento da patrulha.
(4) Realizar reconhecimentos e estabelecer a segurança.
(5) Realizar o “POCO” (Parar, Olhar, Cheirar e Ouvir).
c. Procedimentos particulares
(1) Estradas – Devem ser transpostas em curvas ou em trechos em que
sejam mais estreitas e possuam cobertas de ambos os lados. É necessário
estabelecer segurança, executar um reconhecimento e definir um ponto de reunião.
A travessia deve ser rápida e silenciosa com toda a patrulha, por grupos ou
individualmente, de acordo com a situação.
(2) Clareiras – Devem ser desbordadas. Quando não for possível, é
necessário agir da mesma forma que na travessia de estradas.
(3) Pontes – Deve ser evitada a ultrapassagem. A patrulha só deve utilizar
a ponte quando todos os pontos que permitam a observação e o fogo sobre ela
estiverem reconhecidos ou sob vigilância.
(4) Cursos d’água
(a) Antes da travessia de cursos d’água, deve ser reconhecida a margem
de partida. Em seguida, a patrulha entrará em posição e estará pronta para cobrir
a margem oposta. Logo após, deve ser enviado um grupo para reconhecer a outra
margem e estabelecer segurança.
(b) No caso da utilização de embarcações, elas devem ser ocultadas
nas margens.
(c) Existindo vau, a transposição deve ser rápida e realizada em
pequenos grupos ou individualmente. Na travessia a nado, o armamento e a munição
devem ser conduzidos em balsas improvisadas.
(5) Casebres ou povoados – Sempre que houver necessidade de a patrulha
passar pela proximidade de casebres ou povoados, devem ser redobradas as
prescrições relativas ao sigilo. É importante que a distância do itinerário de
desbordamento selecionado seja suficiente para que o deslocamento da patrulha
não seja percebido.
(6) Desfiladeiros e locais propícios para emboscadas – Reconhecer antes
da travessia. Caso a região seja propícia à emboscada inimiga, os elementos da
segurança de vanguarda e de flanco deslocar-se-ão a uma distância maior.
(7) Obstáculos artificiais – Deve ser evitada a utilização de passagens e
brechas já existentes que possam estar armadilhadas, pois os obstáculos,
normalmente, são agravados ou batidos porfogos.
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ARTIGO II
PECULIARIDADES DE UMA PATRULHA DE RECONHECIMENTO
2-13. GENERALIDADES
a. As informações sobre o inimigo e o terreno por ele controlado são de vital
importância para o comando.
b. A patrulha de reconhecimento é um dos meios de que dispõe o comando
para a busca ou coleta de dados, os quais facilitam uma tomada de decisão.
2-14. MISSÕES
a. A missão de uma patrulha de reconhecimento consiste na obtenção das
respostas a perguntas relativas ao inimigo e/ou ao terreno.
(1) Sobre o inimigo (um exemplo)
- O inimigo ocupa, realmente, o terreno?
- Qual é o seu valor (efetivo)?
- Qual é o seu equipamento e armamento?
- Qual é a sua atividade atual?
- Outras informações necessárias ao comando.
(2) Sobre o terreno (um exemplo)
- Quais são as características do(s) curso(s) d’água? (profundidade,
correnteza, largura e características das margens).
- Qual é a característica da vegetação e sua influência nos movimentos
de tropa a pé
- Quais são os melhores itinerários ou vias de acesso para a
aproximação?
- Quais são as possibilidades de emprego de elementos blindados e
mecanizados?
- Outras informações necessárias ao comando.
2-15. TIPOS DE RECONHECIMENTO
a. Existem 5 (cinco) tipos de patrulhas de reconhecimento.
(1) Patrulha de reconhecimento em força – Neste tipo de patrulha,
diferentemente da operação ofensiva reconhecimento em força, a missão consiste
em realizar uma ação em força, de pequena envergadura, sobre um objetivo, com
a finalidade de se buscar dados sobre o inimigo no que se refere ao dispositivo
(inclusive posição de armas coletivas), valor e poder de combate.
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(2) Patrulha de vigilância – Tem a missão de exercer observação contínua
sobre local ou atividade.
(3) Patrulha de reconhecimento de itinerários – Tem a missão de obter
dados sobre um determinado itinerário.
(4) Patrulha de reconhecimento de ponto – Tem a missão de obter dados
sobre um objetivo específico.
(5) Patrulha de reconhecimento de área – Tem a missão de obter dados
sobre uma grande área ou sobre pontos nela existentes. A patrulha pode obtê-los,
reconhecendo a área, mantendo vigilância sobre ela ou fazendo o reconhecimento
de uma série de pontos.
Fig 2-4 Patrulha de reconhecimento de ponto e de área
2-16. PATRULHA DE RECONHECIMENTO EM FORÇA
a. Organização
(1) Para sua organização, deve-se considerar a ação que define a tarefa
essencial (obtenção de dados), a execução da ação em força (assalto, apoio de
fogo) e as tarefas complementares, se for o caso.
(2) Normalmente, a patrulha é organizada em um escalão de segurança e
um escalão de assalto. Os grupos de assalto e apoio de fogo executam a ação
em força.
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(3) O escalão de assalto é constituido, ainda, por um ou mais grupos de
observação. Os grupos de observação executam a tarefa essencial, levantando os
dados em função da reação inimiga (posições de armas coletivas, dispositivo,
valor, medidas de segurança durante a ação no objetivo etc).
b. Ação no objetivo
(1) Localizado o objetivo, a patrulha se desenvolve e os grupos de observação
ocupam as posições que lhes permitam o cumprimento da missão.
(2) A patrulha abre fogo de posições abrigadas e engaja-se apenas o
necessário para forçar a resposta do inimigo.
(3) Os grupos de observação executam a tarefa de levantar os dados,
identificando as posições de armas coletivas, limites, valor, natureza do armamento
utilizado etc. Para isso ficam mais à retaguarda, abrigados e com bons campos
de observação. Binóculos e equipamentos para visão noturna são comumente
empregados.
2-17. EQUIPAMENTO, MATERIAL E ARMAMENTO
a. Uma patrulha de reconhecimento, normalmente, conduz o armamento
necessário à própria segurança.
b. O equipamento individual e o material a serem conduzidos dependem da
duração da missão. Sempre que possível, deve-se aliviar o patrulheiro para facilitar-
lhe os movimentos.
c. Podem ser conduzidos pela patrulha: óculos de visão noturna (luz residual),
material de comunicações, máquina fotográfica, cartas, esboços, fotografias aéreas,
lápis e papel, lápis dermatográfico, fita fosforescente ou luminosa, fita isolante,
poncho, bússolas, binóculos, relógios, GPS, alicate e qualquer outro material ou
equipamento de utilidade para a missão.
2-18. CONDUTAS NORMAIS DE UMA PATRULHA DE RECONHECIMENTO
a. Cumprir a missão sem ser percebida pelo inimigo.
b. Combater somente pela sobrevivência ou, se necessário, para favorecer o
cumprimento da missão.
c. Empregar, quando for imprescindível, reconhecimento pelo fogo. Esta
técnica consiste em fazer com que alguns homens da patrulha atirem na direção
do inimigo para atrair seu fogo, obrigando-o a revelar suas posições.
d. Realizar um "alto-guardado" no PRPO. Esta conduta tem a finalidade de
ratificar ou retificar o planejamento, através de um reconhecimento aproximado e
checar com os comandantes subordinados os locais exatos de cada um dos
grupos e suas missões específicas.
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Fig 2-5 Patrulha mantendo a atividade inimiga sob vigilância
ARTIGO III
PECULIARIDADES DE UMA PATRULHA DE COMBATE
2-19. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE DA MISSÃO
a. Segundo a missão, as patrulhas de combate são classificadas em:
(1) patrulha de oportunidade
(2) patrulha de destruição
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(3) patrulha de neutralização
(4) patrulha de segurança
(5) patrulha de resgate
(6) patrulha de captura
(7) patrulha de contato
(8) patrulha de interdição
(9) patrulha de inquietação
(10) patrulha de suprimento
(11) patrulha de emboscada
b. Estas patrulhas apresentam peculiaridades, principalmente, quanto à
organização e forma de atuação.
2-20. PATRULHA DE OPORTUNIDADE
a. Generalidades
(1) É uma patrulha lançada em determinada área, com a finalidade de
atuar sobre alvos compensadores que venham a surgir.
(2) Alvo compensador é todo aquele cuja importância tática se sobreponha
às baixas que a patrulha poderá sofrer ao executar a missão.
(3) Como não há alvo definido, cabe ao comandante da patrulha decidir,
baseado na missão do escalão que a lançou, se o alvo surgido em sua área de
atuação é ou não compensador.
(4) Há necessidade de dados precisos ou de informações a respeito de
alvos ou instalações existentes, das possibilidades do inimigo e de suas atividades
atuais na área.
b. Organização
(1) Apesar da necessiade de se dispor de dados precisos ou de informações
a respeito de alvos, instalações, atividades e possibiliades do inimigo na área
considerada, o local exato do objetivo e o poder do inimigo só serão conhecidos
na oportunidade do encontro. Deste modo, uma patrulha de oportunidade deve ter
uma organização flexível, que lhe permita adaptar-se à situação apresentada.
(2) A fim de evitar o fracasso, o comandante deve conduzir o estudo de
situação de modo a:
(a) concluir sobre os tipos de alvo que poderão surgir em sua área,
após a análise das informações recebidas sobre o inimigo;
(b) considerar cada alvo compensador que possa surgir, como um
possível objetivo da patrulha;
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(c) decidir o quê e como fazer, visto que o local e a hora serão conhecidos
na oportunidade do encontro, para cada possível objetivo; desta forma terá a
organização necessária para cada caso.
c. Ordens e ensaios
(1) Verificar se cada homem e cada grupo conhece os detalhes de sua
função para as condutas levantadas.
(2) Realizar o ensaio para todas as situações possíveis, de modo a evitar
quaisquer dúvidas sobre o quê, quando e como fazer.
(3) Realizar o ensaio dos sinais e gestos convencionados.
d. Ação no objetivo
(1) Para se conseguir a surpresa sobre o inimigo, há necessidade da
adoção de medidas de segurança nos deslocamentos, tais como:
(a) correta utilização da ponta;
(b) dispersão;
(c) disciplina de luzes e/ou ruídos;
(d) camuflagem;
(e) correta utilização do terreno;
(f) outras medidas julgadas necessárias.
(2) A patrulha deverá estar exaustivamente ensaiada na execução das
técnicas de açãoimediata, para o caso de ser surpreendida pelo inimigo.
(3) Avistado o inimigo, o comandante deve realizar um rápido
reconhecimento, decidir sobre o dispositivo a adotar e transmitir as ordens
necessárias aos subordinados. Em seguida, a patrulha cumpre a missão.
2-21. PATRULHA DE DESTRUIÇÃO
a. Generalidades
(1) Exige um planejamento detalhado do processo de destruição, do
material a ser utilizado e do emprego de peritos.
(2) Em alguns casos, a destruição pode ser feita pelo fogo.
(3) Particular atenção deve ser dada ao ensaio do pessoal e ao teste do
equipamento a ser utilizado na destruição.
b. Organização – São organizados um ou mais grupos específicos para a
realização da tarefa essencial, que é destruir. O grupo de destruição é o responsável
pela preparação e utilização do material.
c. Ação no objetivo
(1) O grupo de destruição atua, normalmente, após a ação dos grupos de
assalto e de apoio de fogo.
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(2) Nos casos em que a destruição possa ser realizada apenas pelo fogo,
o grupo de destruição recebe armamento específico, necessário para a execução
de sua tarefa.
2-22. PATRULHA DE NEUTRALIZAÇÃO
a. Generalidades
(1) A patrulha é lançada com a missão de neutralizar (eliminar ou capturar)
elementos ou grupo de elementos específicos.
(2) Em alguns casos, um reconhecimento prévio fornece a identificação
do objetivo, que é facilitada pela utilização de fotografias, desenhos e descrições.
b. Organização – Normalmente, possui um grupo com a missão de neutralizar.
Os demais grupos dependem da missão específica e, normalmente, são de efetivos
reduzidos.
c. Ação no objetivo
(1) A neutralização pode ser feita à distância, utilizando-se caçadores ou
através de um assalto.
(2) As missões dos grupos são iguais às das demais patrulhas de combate.
(3) Deve-se dobrar os meios para o grupo de neutralização, evitando o
fracasso da missão.
2-23. PATRULHA DE SEGURANÇA
a. Generalidades
(1) A patrulha de segurança cumpre uma ou mais das missões a seguir.
(a) Cobrir os flancos, a frente, a retaguarda, os intervalos e os itinerários.
Poderá também proteger unidades em movimento (comboios).
(b) Vigiar uma área ou setor, de modo a prevenir e evitar a infiltração do
inimigo, bem como ataques de surpresa.
(c) Localizar e neutralizar o inimigo remanescente ou infiltrado em área
amiga (limpeza).
(d) Executar toda e qualquer ação que possa ser definida pelo termo
genérico patrulhar.
(2) A segurança a ser proporcionada pode implicar no engajamento com o
inimigo.
(3) Enquadram-se, neste tipo de patrulhas, aquelas lançadas com a
finalidade de ligar postos de segurança.
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b. Organização
(1) Sua organização particular depende, essencialmente, da missão
específica que receber. Deve-se considerar, também, as possibilidades do inimigo
e o terreno.
(2) Quando a situação e a missão apresentam grandes possibilidades de
um engajamento com o inimigo, a patrulha deve ser dotada de um adequado poder
de combate.
c. Ação no objetivo
(1) A patrulha deve ocupar pontos que favoreçam a dominância sobre as
vias de acesso, pontos de passagem obrigatória e/ou áreas que permitam a
dissimulação de elementos infiltrados, de modo a proporcionar segurança através
da vigilância e cobertura de setores ou áreas, a partir desses pontos.
(2) Patrulhar a área abrangida pela missão. Neste caso, devem ser
levantados os pontos e itinerários a serem percorridos e a patrulha deve estar
adestrada e preparada para o combate de encontro. A patrulha deve evitar o
estabelecimento de uma rotina no seu patrulhamento. Os intervalos de tempo, os
itinerários e as seqüências devem ser alterados, evitando-se deixar qualquer espaço
sem patrulhamento por longos períodos de tempo.
(3) Combinar a vigilância com o patrulhamento nas áreas ou locais sobre
os quais a observação seja limitada.
2-24. PATRULHA DE RESGATE
a. Generalidades
(1) O resgate consiste nas ações de recuperação de material ou pessoal
amigo, que esteja retido em área ou instalação hostil ou sob controle do inimigo.
(2) No planejamento devem ser previstos os meios necessários ao transporte
do material ou pessoal a ser resgatado. Em se tratando de pessoal, deve-se
considerar a possibilidade do resgatado estar ferido.
b. Organização
(1) O escalão de assalto é organizado em um ou mais grupos de resgate
e, normalmente, em um grupo de assalto.
(2) Outros grupos poderão integrar o escalão de assalto, de acordo com
as tarefas complementares a serem executadas.
(3) O escalão de segurança é organizado levando-se em consideração o
número de vias de acesso que incidem no objetivo.
c. Ação no objetivo
(1) O(s) grupo(s) de resgate deve(m) localizar o material ou pessoal a ser
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resgatado. Ao iniciar a ação, cabe ao grupo de resgate alcançar, o mais rápido
possível, o seu alvo, protegê-lo e retirá-lo da área do objetivo. No retraimento, é o
responsável pela condução ou proteção do pessoal e material a ser resgatado,
podendo ser reforçado para tal ação.
(2) Medidas de coordenação devem ser adotadas a fim de evitar que os
fogos realizados pela patrulha dificultem ou impeçam as ações do(s) grupo(s) de
resgate.
2-25. PATRULHA DE CAPTURA
a. Generalidades
(1) A missão de capturar pessoal e/ou material inimigo tem por finalidade:
(a) obter dados;
(b) abater-lhe o moral;
(c) privá-lo de chefes ou líderes importantes.
(2) A missão de captura consiste nas ações de conquista e condução
para as linhas amigas, de determinado material e/ou pessoal inimigo.
(3) Conduzir meios para a correta identificação do pessoal ou material.
b. Organização
(1) O escalão de assalto é organizado em um ou mais grupos de captura
e, normalmente, um grupo de assalto.
(2) Outros grupos poderão integrar o escalão de assalto, de acordo com
as tarefas complementares a serem executadas.
(3) O escalão de segurança é organizado levando-se em consideração o
número de vias de acesso que incidem no objetivo.
c. Ação no objetivo
(1) O máximo de surpresa, rapidez e sigilo são essenciais para o êxito da
missão.
(2) A primeira preocupação do grupo de captura é a localização exata do
elemento ou do objeto a ser capturado. Ao iniciar a ação, cabe ao(s) grupo(s) de
captura alcançar(em) rapidamente o alvo, aprisioná-lo ou tomá-lo, retirando-o da
área do objetivo. Tomar medidas táticas para bloquear uma possível fuga, quando
a missão for capturar pessoal.
(3) Medidas de coordenação são adotadas a fim de evitar que os fogos
realizados pela patrulha atinjam o elemento a ser capturado ou dificultem / impeçam
a ação de captura.
(4) Não obtendo a surpresa, incitar o inimigo à rendição, desde que o
dispositivo adotado impossibilite a sua fuga.
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2-26. PATRULHA DE INTERDIÇÃO
a. Generalidades
(1) A missão das patrulhas de interdição consiste em impedir que o inimigo
se beneficie de determinada região, instalação ou material, durante um período de
tempo.
(2) A missão de interdição pode ser cumprida, no caso de instalações,
através da utilização de explosivos, agentes QBN, da utilização do fogo, de ações
de sabotagem e de outras formas.
(3) A interdição também pode ser executada pela ocupação física e pela
manutenção da área considerada.Nesse caso, deve-se, inicialmente, conquistar
a posição (ou simplesmente ocupá-la caso a mesma não esteja sendo defendida)
e, em seguida, estabelecer-se uma defesa circular, reforçando os setores com
maior probabilidade de atuação do inimigo.
(4) Conforme a situação, pode ser importante a participação de especialistas
para a atuação em alvos específicos (especialistas de área, engenheiros, químicos
etc).
b. Organização
As patrulhas de interdição possuem organização flexível, de acordo com a
natureza da ação a ser executada (uso de explosivos, sabotagem, manutenção
do terreno etc).
c. Ação no objetivo
(1) Nas patrulhas de interdição a ação no objetivo transcorrerá de acordo
com a peculiaridade da missão imposta.
(2) Nas patrulhas de interdição com emprego de técnicasde sabotagem,
o sigilo é fundamental.
2-27. PATRULHA DE CONTATO
a. Generalidades
É a patrulha lançada com a finalidade de estabelecer contato com
elementos amigos.
b. Organização
O efetivo da patrulha é menor e é conduzido pouco armamento.
c. Ação no objetivo
(1) Selecionar o ponto designado para o contato ou onde ele pode ocorrer.
(2) O contato pode ser feito através de ligação pessoal, pela vista ou por
meio do rádio.
(3) Estabelecer medidas para obtenção do sigilo.
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(4) Evitar o combate decisivo, salvo se estiver imposto na missão.
(5) Informar, de imediato, o estabelecimento do contato.
2-28. PATRULHA DE INQUIETAÇÃO
a. Generalidades
(1) Uma patrulha de inquietação pode receber as seguintes missões: causar
baixas, dificultar o movimento, perturbar o descanso do inimigo etc.
(2) Nas operações de Garantia da Lei e da Ordem, uma missão de
inquietação impede ou dificulta a reorganização das forças adversas, obrigando-
as a se movimentarem constantemente.
b. Organização
(1) Normalmente, as patrulhas de inquietação possuem um escalão de
segurança reforçado, constituído de vários grupos de segurança.
(2) O escalão de assalto é definido por grupos de inquietação e apoio de
fogo. Quando a inquietação for feita basicamente pelo fogo, o grupo de apoio de
fogo será reforçado em homens e armamento.
(3) Em ambiente operacional de difícil visibilidade e conseqüente dificuldade
de controle, pode se organizar grupos de inquietação e segurança.
c. Ação no objetivo
(1) As ações são rápidas e agressivas, considerando a própria finalidade
da missão.
(2) Não é comum o engajamento da patrulha no combate aproximado.
(3) Quando a finalidade for perturbar o descanso ou dificultar o movimento,
pode-se inquietar pelo fogo.
(4) A inquietação visando causar baixas pode ser executada pelo fogo,
pelo assalto ou combinação de ambos.
(5) O emprego de helicópteros favorece as ações de inquietação.
(6) Bons conhecimentos da montagem de emboscadas imprevistas, bem
como um adestramento das técnicas e ações imediatas, favorecem o cumprimento
da missão.
2-29. PATRULHA DE SUPRIMENTO
a. Generalidades
(1) A patrulha de suprimento tem a missão de suprir uma unidade destacada
ou que se encontre em ambientes operacionais sob condições especiais, que
necessite de certos suprimentos, impossibilitados de chegar pelos meios normais.
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(2) A patrulha de suprimento cumpre sua missão de duas formas:
(a) forma direta: há contato físico entre o elemento apoiador e o apoiado
para a entrega ou a busca de suprimento. É aconselhável que se estabeleça uma
ligação prévia entre o elemento apoiador e o apoiado, facilitando-se a coordenação.
(b) forma indireta: através da utilização do suprimento pré-posicionado
em local pré-determinado. Normalmente, não há necessidade de ligação entre a
fração que supre e a fração que se utiliza do suprimento pré-posicionado.
(3) Além do homem, animais podem ser empregados para auxiliar no
transporte. Viaturas e aeronaves têm seu emprego condicionado pelas vias de
transporte, condições meteorológicas e pela necessidade de manutenção do sigilo
das operações. Tais meios podem ser empregados até determinados pontos ou
áreas, ganhando-se em rapidez e diminuindo o desgaste físico dos patrulheiros,
sem, no entanto, comprometer a segurança e o sigilo da operação em andamento.
(4) Nos deslocamentos até a área do objetivo, utilizar formações que
possibilitem segurança do pessoal empregado no transporte do suprimento. A
velocidade de deslocamento da patrulha é definida pelos grupos com maior carga.
b. Organização
(1) A quantidade e o tipo de suprimento a ser transportado, bem como as
distâncias e o ambiente operacional são fatores que influirão decisivamente na
organização da patrulha.
(2) Forma direta - Poderá ser constituído um escalão de suprimento e
segurança, com tantos grupos de suprimento e segurança quantos forem
necessários. Tal organização permitirá que os grupos possam prover sua própria
segurança e facilitará as atividades de rodízio.
(3) Forma indireta - As patrulhas de suprimento na forma indireta apresentam
organização flexível, de acordo com o ambiente operacional, grau de sigilo exigido
e peculiaridades da forma de pré-posicionamento.
c. Ação no objetivo
(1) Forma direta
(a) Prever a ocupação de um ponto de reunião próximo ao objetivo,
buscando contato com a tropa amiga sempre em segurança e ainda com horas de
luz.
(b) A entrega do suprimento, sempre que possível, segue a seguinte
seqüência:
- contato rádio, com autenticação, antes do contato visual;
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- definição do local e direção de aproximação, facilitando o contato
para a troca de senha, caso não tenha sido definido com exatidão;
- em segurança e no local combinado, realizar a troca de senha e
contra-senha, conforme IE Com Elt;
- efetuar a entrega do suprimento.
(c) Elementos do escalão de segurança realizam o contato.
(2) Forma indireta
(a) Ocupar um ponto de reunião próximo ao objetivo, identificar a
presença ou não do inimigo,verificar o local do pré-posicionamento, balizando-o,
se for o caso.
(b) Sendo o suprimento pré-posicionado em área urbana e, havendo a
necessidade de realizar contato com elementos existentes no local, o comandante
deverá designar elementos da patrulha para tal missão, devendo evitar realizar
pessoalmente este contato.
(c) Caso não haja vias de acesso definidas, a segurança deverá ser
circular (em todas as direções).
(d) Em determinadas situações, pode haver a necessidade da realização
de trabalhos de sapa para a instalação de um suprimento pré-posicionado.
(e) Em determinadas situações, pode haver a necessidade da eliminação
de vestígios e/ou camuflagem do local onde foi pré-posicionado o suprimento.
2-30. PATRULHA DE EMBOSCADA
a. Generalidades
(1) Emboscada é um ataque de surpresa, contra um inimigo em movimento
ou temporariamente parado, desencadeado de posições cobertas, com a finalidade
de destruí-lo, capturá-lo, inquietá-lo ou causar-lhe danos materiais.
(2) O espaço do terreno onde ela é montada denomina-se local de
emboscada. Denomina-se área de destruição, a porção do local de emboscada
onde são concentrados os fogos destinados ao alvo.
(3) A emboscada é altamente eficaz em qualquer tipo de operação por
não exigir a conquista ou manutenção do terreno, permitindo que forças de pequeno
valor destruam forças de maior poder de combate.
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Fig 2-6.Patrulha executando uma emboscada
b. Fatores que favorecem o êxito de uma emboscada
(1) Planejamento - Deve ser meticuloso e detalhado, abordando o efetivo
da patrulha, o local da emboscada, o material, a preparação, os ensaios, os
deslocamentos, a ocupação e preparação das posições, a camuflagem, a disciplina
de fogo, o armadilhamento na área de destruição e adjacências, o controle, a
condução da emboscada, o retraimento e a reorganização.
(2) Controle – Deve ser exercido um controle cerrado sobre a patrulha.
Comunicações adequadas, definição de um sistema de segurança e alerta,
observação constante e conhecimento da situação facilitam o controle. Preparar
os homens, alertando-os da mudança repentina, de uma situação de expectativa
para um estado de agressividade máxima.
(3) Paciência - É essencial para a manutenção do sigilo durante o tempo
de espera. Normalmente, a patrulha é mantida na posição por muito tempo, exigindo
disciplina e controle do sistema nervoso. A espera não deve ser muito prolongada,
pois acarretará um desgaste físico ou psicológico da tropa emboscante. Para que
se reduza tal desgaste, é necessário que se planeje um rodízio dos homens em
prontidão, entretanto, há casos históricos de longas esperas.
(4) Camuflagem – É um fator de grande importância para a obtenção da
surpresa. É importante que sejam mantidas as características e a fisionomia do
terreno.
(5) Informações sobre o inimigo – O comandante da patrulha recebe todas
as informações disponíveis sobre o inimigo, tais como: efetivo,natureza e direção
de deslocamento. Essas informações são essenciais para o êxito da emboscada.
(6) Seleção do local – O local ideal é aquele que oferece o máximo de
vantagens para a tropa emboscante nos aspectos observação e campos de tiro,
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cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e vias de acesso. O inimigo
deve ter observação limitada, campos de tiro reduzidos, ficar descoberto e deparar-
se com obstáculos que restrinjam seu movimento, canalizando-o para a área de
destruição. Desfiladeiros, gargantas, cursos d’água, barrancos ou aclives são
acidentes do terreno que favorecem a montagem de uma emboscada. O emprego
de obstáculos artificiais (concertinas, armadilhas etc), ajudam a causar baixas e
diminuem a capacidade de reação do inimigo. A criatividade do comandante da
patrulha influi positivamente na adequação tática do local da emboscada. Deve-se
ter o cuidado de não deixar marcas ou vestígios que possam denunciar o local da
emboscada.
(7) Surpresa – Obtém-se pelo sigilo, pela camuflagem e pela paciência.
(8) Rapidez – Aplicá-la, aproveitando o impacto da surpresa.
(9) Fogo Violento – É o emprego do máximo volume de fogos, num pequeno
espaço de tempo.
(10) Simplicidade – O planejamento e a condução das ações devem ser os
mais simples possíveis. A simplicidade permite uma maior flexibilidade em qualquer
conduta.
(11) Adestramento – Adquirido através da instrução teórica e prática,
favorecendo a aplicação eficaz das técnicas de emboscada.
(12) Ensaio das ações – O ensaio, executado com o máximo de realidade,
é condição fundamental para a atuação coordenada dos escalões e grupos nas
diversas fases da missão de emboscada.
c. Classificação das emboscadas
(1) Geral
(a) Emboscada de ponto - Caracteriza-se pela existência de uma única
área de destruição, baseada em informes precisos sobre o inimigo.
(b) Emboscada de área - Consiste em várias emboscadas de ponto
sob um comando único, ao longo dos diversos itinerários de acesso ou retraimento
do inimigo.
(2) Quanto aos dados sobre o alvo
(a) Emboscada deliberada - É planejada especificamente para um
determinado alvo. Necessita de dados detalhados sobre o inimigo.
(b) Emboscada de oportunidade - Os dados disponíveis não permitem
um planejamento detalhado antes da partida. São preparadas para atacar um alvo
compensador.
d. Organização
(1) Considerações básicas
(a) A montagem de uma emboscada depende da finalidade da operação,
do inimigo a ser emboscado, do local escolhido e dos meios disponíveis. Um
estudo de situação adequado facilita a decisão do comandante.
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(b) O efetivo e o dispositivo da tropa emboscante é um fator
preponderante nas ações de uma emboscada.
(2) Escalão de Segurança
(a) Grupo de Proteção
- Tem por finalidade impedir ou retardar o envio de reforços inimigos
para o local da emboscada. Ocupa posições ao longo das prováveis vias de acesso,
podendo preparar pequenas emboscadas com objetivo de retardar o inimigo.
- O grupo de proteção deve planejar suas emboscadas e estar em
condições de atuar em emboscadas imprevistas. Outra missão do grupo é proteger
o retraimento da patrulha. Para isto, deve colocar-se em locais onde possa bater,
pelo fogo, o local da emboscada e os itinerários de retraimento. Quando a forma
do terreno dificultar a proteção adequada ao retraimento, o grupo deve atuar para
desengajar o escalão de assalto, se for o caso.
(b) Grupo de Vigilância
- Tem por missão informar a aproximação do inimigo, identificando-
o e levantando outros dados sobre a sua situação (valor, dispositivo etc).
- Como meio de comunicação deve usar telefone, a sinalização visual
e/ou mensageiro (eventualmente o rádio).
- Nas patrulhas de pequeno efetivo, a missão de vigilância pode ser
cumprida pelo grupo de proteção.
(c) Grupo de Acolhimento
- Sua missão é guardar o Ponto de Reunião Próximo do Objetivo
(PRPO), onde a patrulha se reorganizará, após a emboscada. Permanece em
posição durante toda a operação. O comandante do grupo deve tomar as medidas
necessárias para evitar incidentes. O conhecimento da localização geral da patrulha,
do sistema de segurança, das comunicações e das possíveis evoluções da situação
tática, favorece o cumprimento da missão.
- É importante que os integrantes do grupo tenham perfeito
conhecimento da utilização da senha e contra-senha.
(3) Escalão de Assalto
(a) Grupo de Bloqueio
- Tem por finalidade impedir que o inimigo emboscado saia da área
de destruição. Cumpre esta missão lançando obstáculos, executando fogos,
dificultando ou impedindo a progressão do inimigo.
- Realiza o trabalho de lançamento de obstáculos juntamente com
o Grupo de Assalto.
(b) Grupo de Apoio de Fogo
- Organizado quando houver a previsão do combate corpo-a-corpo.
Tem por finalidade apoiar, pelo fogo, a ação do Grupo de Assalto.
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(c) Grupo de Assalto
- É aquele que executa a ação principal da emboscada. O assalto
pode ser realizado pelo fogo, pela ação física direta contra o inimigo ou por ambos.
- A ação do grupo de assalto é definida pela missão (inquietar, obter
suprimentos, causar baixas etc). A distribuição dos setores de tiro deve ser uma
das principais preocupações do comandante do grupo.
- Em qualquer situação, o grupo de assalto age com o máximo de
violência e rapidez.
- É o responsável pela preparação e lançamento dos obstáculos.
(d) Grupo de Tarefas Essenciais
- Constituído de várias equipes ou grupos, todos com tarefas impostas
pela missão (matar, destruir, capturar pessoal, capturar material, resgatar, etc).
(e) Grupo de Comando
- Tem organização, atribuições e conduta semelhantes aos diversos
tipos de patrulha.
Fig 2-7. Organograma de uma patrulha de emboscada
e. Formações
(1) Considerações Básicas - O dispositivo adequado da tropa, aproveitando
ao máximo as características do terreno no local da emboscada, proporciona
vantagens táticas para o cumprimento da missão. Em função do terreno, do inimigo,
da missão, do efetivo e dos meios disponíveis, pode-se empregar uma das
formações descritas a seguir.
(2) Flanqueamento Simples
- Dispositivo simplificado.
- Necessita de terreno com elevação em apenas um dos lados.
- Possibilita o emprego conjunto de todas as armas.
- Utiliza um só itinerário de retraimento.
- Facilita o controle.
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Fig 2-8. Flanqueamento simples
(3) Em L
- Utiliza terreno com curva e aclive.
- Possibilita o emprego conjunto de todas as armas.
- Emprega um só itinerário de retraimento.
- Facilita o controle.
- Ataca o inimigo à frente e por um dos flancos.
Fig 2-9. Emboscada em L
(4) Em U
- Exige terreno que ofereça posição de tiro de cima para baixo.
- Necessita de grande potência de fogo.
- Dificulta a reação do inimigo.
- Utiliza mais de um itinerário de retraimento.
- Dificulta o controle.
- É importante conhecer a direção de progressão do inimigo.
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Fig 2-10. Emboscada em U
(5) Frontal
- Necessita de grande potência de fogo.
- É eficaz nas ações de retardamento.
- Possibilita a entrada em posição para nova emboscada.
Fig 2-11. Emboscada frontal
(6) Em V (uma variante da frontal)
- Muito empregada em ambiente com restrições de visibilidade (selva).
- Necessita de muita coordenação, principalmente dos fogos.
- A abertura do V é favorecida quando se conhece a direção de
aproximação do inimigo.
Fig 2-12. Emboscada em V
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(7) Minueto
- Exige tropa altamente treinada.
- O terreno influi na escolha do local.
- Confunde totalmente o inimigo, dificultando sua reação.
- É empregada contra um inimigo forte.
- Proporciona boa observação e campos de tiro.
- Dificulta o controle.
- Utiliza mais de um itinerário de retraimento.
- Conduta: quando o inimigo estiver na área de destruição, desencadeia-
se o fogo da área 01, o inimigo contra-ataca e a força da área 01 retrai, sendo
aberto neste momento, o fogo de outra área e assim sucessivamente, até que o
inimigo tenha sido destruído completamente.
Fig 2-13.Minueto
(8) Flanqueamento Duplo
- Semelhante à emboscada em U.
- Pode ser desencadeada independente da direção de aproximação do
inimigo.
Fig 2-14. Flanqueamento duplo
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(9) Circular
- É, normalmente, empregada quando não se sabe a direção de
aproximação do inimigo, mas se tem a certeza de que ele passará pelo local da
emboscada. Monta-se uma emboscada em 360° com os setores de tiro voltados
para a periferia.
Fig 2-15. Emboscada circular
(10) Em Rodamoinho
- Empregada em cruzamento de estradas.
- Não se conhece a direção de aproximação do inimigo.
- A tropa é colocada em quadrantes opostos.
Fig 2-16. Emboscada em rodamoinho
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(11) Com Isca
- A isca deve ser dotada de grande mobilidade e ter condições de
retrair para uma posição abrigada.
Fig 2-17. Emboscada com isca
f. Conduta de uma emboscada
(1) Considerações básicas
Depende, principalmente, de sua finalidade (inquietação ou destruição)
e das informações sobre o inimigo (deliberada ou imprevista). Deve seguir um
faseamento para o desencadeamento das ações.
(2) Faseamento de uma emboscada.
(a) Seqüência de Ocupação do Local de Emboscada
- Grupos de Vigilância
- Grupos de Proteção
- Grupo de Assalto
- Grupos de Bloqueio
(b) Preparação
Após a ocupação da posição pelos Grupos de Vigilância e
Proteção, os demais grupos já estarão em segurança para desencadear a
preparação do local da emboscada.
Lançamento de fios para comunicação (grupo de vigilância), de
obstáculos balizados além e aquém da área de destruição (grupo de assalto), de
obstáculos perpendiculares à direção de aproximação do inimigo (grupo de
bloqueio).
(c) Alerta e identificação
Realizado pelo grupo de vigilância. Após ter tomado conhecimento,
o comandante da patrulha, através de um sistema silencioso (ligação por meio
fio), retransmite os dados aos patrulheiros.
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(d) Desencadeamento dos fogos (abrir fogos)
Conforme o planejamento e, normalmente, mediante sinal do
comandante da patrulha. O inimigo, nesse momento, deve estar numa situação
em que os fogos lhe causem o maior número de baixas possíveis.
(e) Cessar fogo
Obedecendo ao planejado ou mediante ordem do comandante da
patrulha. Cessado os fogos, tem início o assalto.
(f) Assalto
Rápido e agressivo, cumprindo a finalidade da missão.
(g) Retraimento do grupo de assalto
Mediante um sinal do comandante do grupo de assalto e com a
cobertura do grupo de proteção.
(h) Retraimento geral
Retrai primeiro o escalão de assalto e depois o(s) grupo(s) de
proteção. Normalmente, a patrulha se reorganiza em um ponto de reunião, guardado
pelo grupo de acolhimento. É importante que este itinerário de retraimento seja
balizado.
g. Causas de fracasso de uma emboscada
(1) Ruídos de engatilhamento.
(2) Disparos prematuros.
(3) Má camuflagem (seja individual ou das posições).
(4) Falta de segurança em todas as direções.
(5) Incidentes de tiro com o armamento.
(6) Emprego incorreto dos sinais convencionados.
(7) Apoio de fogo deficiente.
(8) Despreparo psicológico dos homens.
(9) Atuação lenta e pouco agressiva.
h. Observações para montagem das emboscadas
(1) Não dividir o comando.
(2) Assegurar-se de que cada homem está perfeitamente familiarizado
com sua função e com a missão que recebeu.
(3) Fazer o plano de fogos, de forma a cobrir toda a área de destruição,
bem como as prováveis vias de retraimento do inimigo.
(4) Determinar rigorosa disciplina de luzes e ruídos, proibindo qualquer
barulho ou qualquer ponto luminoso.
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(5) Proibir que os homens fumem.
(6) Determinar aos homens que atirem para baixo. Um ricochete é menos
danoso do que um tiro que não acerta um alvo (precisão e segurança).
(7) Fazer uma escala para os elementos de segurança, quando o período
de espera for longo.
(8) Inspecionar as posições, locais armadilhados e verificar se estão
balizados para o assalto e retraimento dos grupos, verificando, principalmente, a
camuflagem e os setores de tiro.
(9) Definir locais específicos para as necessidades fisiológicas e balizá-
los.
(10) Lançar um dispositivo de armadilhas com granadas de mão, a fim de
impedir a saida do inimigo da área de destruição.
(11) Posicionar-se onde melhor possa observar a área de destruição e
controlar a ação.
ARTIGO IV
TÉCNICAS DE ASSALTO
2-31. GENERALIDADES
a. O assalto tem por propósito conquistar o objetivo, destruindo ou
neutralizando (mesmo que temporariamente) a resistência inimiga.
b. O assalto deve ser potente e rápido. Um vacilo ou indecisão do grupo de
assalto, diante de uma resistência inesperada do inimigo, pode frustrar toda a
ação no objetivo e, em conseqüência, o cumprimento da missão.
c. Os fogos executados durante o assalto devem ser precisos, a fim de
torná-lo eficiente. Isso só será possível mediante um eficaz adestramento e ensaios
exaustivos.
d. O grupo de assalto deve valer-se ao máximo do uso de granadas e
fumígenos. Alguns homens do grupo de assalto devem ser designados para manter
uma cadência regular de tiro, a fim de manter um volume constante de fogos e
obter um recobrimento de tiros durante as trocas de carregadores.
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CI 21-75-1
e. Outros grupos (particularmente o de tarefas essenciais) que sucedem o
grupo de assalto na seqüência da ação no objetivo, devem se posicionar no terreno
(distância/cobertas e abrigos) de forma que, preferencialmente, não se engajem
nos fogos do assalto.
f. A posição coberta (se possível abrigada) no terreno, a partir da qual o grupo
de assalto, dentro do dispositivo adotado, desencadeia sua ação, chama-se posição
de assalto. Ela deve estar o mais próximo possível do objetivo, sem comprometer
o sigilo. Deve também ser definida no planejamento detalhado, por intermédio do
estudo da carta, fotos, esboços e quaisquer outros dados então disponíveis. Na
área do objetivo, o comandante de patrulha, juntamente com os comandantes do
escalão e do grupo de assalto, deve, durante o reconhecimento aproximado, ratificá-
la ou retificá-la.
g. Em seu planejamento, o comandante de patrulha deve definir qual a melhor
forma de assaltar o objetivo e ensaiá-la exaustivamente. O assalto pode ser:
- contínuo: quando o grupo de assalto abandona a posição de assalto e
em um movimento contínuo atinge o objetivo.
- por lanços: quando o grupo de assalto se subdivide em equipes, que
abandonam a posição de assalto e avançam para o objetivo realizando lanços
alternados, proporcionando entre si uma base de fogos para a progressão (fogo e
movimento / “marcha do papagaio”).
- misto: quando o terreno ou a resistência inimiga apresenta alteração
significativa, sugerindo a alteração do assalto por lanços para o assalto contínuo,
ou vice versa.
- em sigilo: quando o grupo de assalto abandona a posição de assalto e
inicia seu deslocamento na direção do inimigo sem ser percebido. Nesse caso, o
desencadeamento dos fogos só ocorrerá quando houver a quebra do sigilo ou
mediante ordem.
- pelo fogo: quando, devido à proximidade da posição de assalto do objetivo,
o grupo de assalto não a abandona, realizando a neutralização definitiva da
resistência inimiga exclusivamente pelo emprego de seu armamento.
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ARTIGO V
INFILTRAÇÃO
2-32. GENERALIDADES
a. As ações de patrulha podem ser executadas em território amigo, em território
inimigo ou em território sob controle do inimigo.
b. As ações de entrada em território inimigo ou sob controle do inimigo exigem
a aplicação de processos de infiltração.
c. A infiltração consiste em uma técnica de movimento através, em torno ou
sobre posições inimigas, realizada de modo furtivo, com a finalidade de concentrar
pessoal e/ou material em área hostil ou sob controle do inimigo, visando a realização
de ações militares.
d. As patrulhas podem utilizar, para infiltrar-se, os seguintes processos:
OÃÇARTLIFNI
ossecorP edadiladoM acincéT
odaçnadumedotnoP
oãçartlifniedossecorp
ERTSERRET
adazirotom - euqrabmesededotnop
épa - euqrabmeedotnop

Outros materiais