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Pediatria - Sepse Neonatal

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Definição 
Síndrome clínica que ocorre em crianças <28 dias, que se 
manifesta por sinais sistêmicos de infecção e/ou isolamento 
no sangue de um agente patogênico: 
® Sepse neonatal precoce: Infecção da corrente 
sanguínea que ocorre em <7 dias (algumas literaturas 
definem como <72h) 
® Sepse neonatal tardia: Ocorre em um período >7 
dias (algumas literaturas definem como >72h) 
Fatores de risco 
® Desnutrição materna e fetal; 
® Abortos recorrentes; 
® Febre materna; 
® Ruptura prematura de membranas >18h; 
® Falta de pré-natal ou pré-natal incompleto; 
® Mães com membranas integras que foram submetidas 
a amniocentese; 
® Mãe portadora de estreptococos do grupo B sem 
profilaxia intraparto ou profilaxia incompleta; 
® Corioamnionite; 
® Taquicardia materna >100bpm; 
® Taquicardia fetal >160bpm; 
® Parto prolongado; 
® Líquido amniótico fétido; 
® Infecção urinária materna: Internada em UTI, febre e 
ruptura de membranas; 
® RN masculino; 
® Apgar baixo; 
® Prematuridade, principalmente prematuros de muito 
baixo peso e extremo muito baixo peso; 
® Líquido amniótico meconial; 
® RN que necessitou de manobras de reanimação. 
Patogênese 
Sepse de início precoce é habitualmente ocasionada por 
bactérias do líquido amniótico contaminado ou durante o 
parto vaginal. 
Já a sepse de início tardio, pode ser adquirida por infecção 
transversal materna, com colonização neonatal e 
manifestação clínica tardia – por transmissão horizontal ou 
por contato direto com os profissionais de saúde. Pode, 
também, ser causada por lesões de pele, cateteres 
vasculares e tubos endotraqueais. 
Manifestações clínicas 
Algumas crianças podem, inicialmente, apresentar apenas 
uma estase gástrica, instabilidade de temperatura, 
hipotermia, taquipneia ou apneia. 
Abaulamento de fontanela e convulsões podem ser 
manifestações de sepse tardia. 
Outras manifestações comuns são hipoatividade e vômitos, 
assim como queda da saturação, hipotensão, má perfusão, 
hipotensão arterial e hipotonia. 
Diagnóstico 
® Isolamento da bactéria por hemocultura – não se 
espera o resultado para iniciar o tratamento, que é 
empírico. 
® O diagnostico clínico é difícil. Na prática, um 
diagnostico presuntivo é feito, baseado nos sinais e 
sintomas, tempo de evolução e fatores de risco 
materno e fetal. 
® RN a termo, assintomático e com fator de risco: 
Avaliados com hemocultura e PCR, além de 
hemograma. Observar a evolução clinica e aguardar 
resultados. Se RN de mãe com febre antes do parto e 
até 24h após o parto, deve-se colher hemograma, 
hemocultura e PCR + iniciar tratamento empírico. Se 
nascida de mae com bolsa rota >18h, sem febre ou 
outros sintomas, manter o RN em observação por 
48h. 
® Se uma criança que era assintomática, desenvolve 
sintomas após o inicio do antibiótico, deve-se coletar 
novamente exames e colher cultura de outros sítios. 
® RN a termo e sintomáticos: Hemograma + 
hemocultura + líquor + PCR + antibiótico 
® RN com sinais de sepse tardia: Hemograma + 
hemocultura + urocultura + antibiótico 
 
Diagnóstico diferencial 
® Citomegalovirus, herpes simples, influenza, vírus 
sincicial respiratório, entrovírus; 
® Sífilis; 
® Toxoplasmose; 
® Malária congênita; 
® Infecção fungica; 
® Infecção do trato urinário; 
® Osteomielite; 
® Artrite séptica 
ANA CAROLINA BAETAS – UNIFAMAZ 9 MED 
 
Exames laboratoriais. 
® Hemograma completo; 
® PCR; 
® Radiografia de tórax: Em crianças com desconforto 
respiratório para diagnostico de pneumonia; 
® Urocultura: Não fazer rotineiramente. Coletar por 
punção suprapúbica ou por cateter vesical; 
® Citocinas: Aumento das citocinas pró-inflamatórias 2 
e 6, gama interferon, fator de necrose tumoral e 
citocinas anti-inflamatórias 4 e 10 
® Hemocultura; 
® Punção lombar: Em qualquer criança com 
hemocultura positiva, em bebês cujo curso clínico ou 
dados laboratoriais sugerem sepse, bebes que pioram 
mesmo com antibiótico; 
® Escore de Rodwell 
 
Etiologias 
Os mais associados com o inicio precoce são: 
® EBG; 
® E. coli; 
® H. influenzae; 
Os mais associados a sepse tardia são: 
® S. aureus; 
® E. coli; 
® Klebsiella; 
® Pseudonomas; 
® Candida; 
® EGB. 
Tratamento 
® Medidas de suporte: FC, FR, enchimento capilar, 
saturação de hemoglobina, diurese, temperatura, PA, 
glicemia, glicosúria, equilibio eletrolítico e acido 
básico (pela gasometria). 
® Em caso de choque: Expansão com solução 
cristaloide – SF 0,9%, de 10-20ml/kg, em 30 minutos 
e deve ser repetido de PAM <30 ou diurese 
inadequada/ausente. Drogas vasoativas podem ser 
necessárias, como dopamina 5-7mcg/kg/minuto, 
dobutamina se permanecer com hipotensão após 
expansão e dopamina em dose otimizada, até 10-
15mcg/kg/minuto, além de adrenalina nos casos em 
que há dificuldade em manter a PAM aceitável para a 
IG, iniciando com 0,1mcg/kg/minuto. 
® Bicarbonato de sódio: Se acidose metabólica 
documentada, sem melhora após volemia e sempre 
que BE estiver mais negativo que -10. 
® Suporte ventilatório: Sempre que necessário 
® Nutrição: Via enteral ou parenteral – com colostro 
ou leite da mãe 
® Concentrado de hemácias: Nas perdas 
hemorrágicas para manter hematócrito em 40%. 
Infusão em 3-6h, na dose de 10-15ml/kg 
® Plasma fresco congelado: Casos de sangramento 
por CIVD, 10ml/kg 
® Concentrado de plaquetas: Quando <50.000, 
10ml/kg ou 1U do concentrado para 3-4kg de peso. 
® Sepse neonatal precoce: Ampicilina + gentamicina 
como primeira opção, se não possuir foco de infecção, 
fazer por 10 dias, se sepse atribuída ao EGB, por 14 
dias. Meningite por gram-negativo, tratar por 21 dias 
ou 14 dias após resultado negativo da hemocultura. 
® Infecção neonatal tardia: Vancomicina.

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