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SEMIOLOGIA FIGADO, VIAS BILIARES E PANCREAS Viviane Tiemi Kenmoti Paciente feminino, 45 anos, casada, natural e residente em Porto Nacional – TO, chega ao PS com queixa de dor abdominal.Refere que há aproximadamente 1 dia iniciou uma dor contínua em QSD que piora com a ingesta de alimentos, sem fatores de melhora e que irradia para o ombro direito. Associado ao quadro, paciente apresentou náuseas, vômitos e notou que os olhos estão mais amarelos, além de afirmar que sentiu febre, mas não chegou a medir. Relata ainda que as fezes estão mais brancas e a urina mais escura.Refere que já vinha sentindo essas dores há aproximadamente 2 anos, porém com menor intensidade e, geralmente, após a ingesta de alimentos gordurosos. Era uma dor do tipo cólica que melhorava espontaneamente, porém nos últimos tempos vinha se tornando mais frequente e melhorava com o uso de Buscopam.Paciente nega comorbidades, cirurgias prévias, tabagismo e etilismo. Refere alergia à Cefalexina. G5Pn5A0.História familiar – CA colorretal em pai aos 70 anos Ao exame físico geral está em bom estar geral, LOTE, corada, hidratada, ictérica (2+/4+), acianótica e afebril. Aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações. Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, sem alterações à percussão abdominal, dor à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito, sem dor à palpação em demais localidades abdominais, sem sinais de irritação peritoneal. Murphy +. Fígado palpável a 4cm do rebordo costal. Baseado no caso clínico, responda: 1) Cite três hipóteses diagnósticas Dor continua em QSD Náuseas e vômitos Icterícia Colica biliar Hepatite Colecistite Coledocolitiase Hepatite Anemia hemolitica Abscesso hepatico Inespecifico Paciente feminino, 45 anos, casada, natural e residente em Porto Nacional – TO, chega ao PS com queixa de dor abdominal.Refere que há aproximadamente 1 dia iniciou uma dor contínua em QSD que piora com a ingesta de alimentos, sem fatores de melhora e que irradia para o ombro direito. Associado ao quadro, paciente apresentou náuseas, vômitos e notou que os olhos estão mais amarelos, além de afirmar que sentiu febre, mas não chegou a medir. Relata ainda que as fezes estão mais brancas e a urina mais escura.Refere que já vinha sentindo essas dores há aproximadamente 2 anos, porém com menor intensidade e, geralmente, após a ingesta de alimentos gordurosos. Era uma dor do tipo cólica que melhorava espontaneamente, porém nos últimos tempos vinha se tornando mais frequente e melhorava com o uso de Buscopam.Paciente nega comorbidades, cirurgias prévias, tabagismo e etilismo. Refere alergia à Cefalexina. G5Pn5A0.História familiar – CA colorretal em pai aos 70 anos. Ao exame físico geral está em bom estar geral, LOTE, corada, hidratada, ictérica (2+/4+), acianótica e afebril. Aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações. Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, sem alterações à percussão abdominal, dor à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito, sem dor à palpação em demais localidades abdominais, sem sinais de irritação peritoneal. Murphy +. Fígado palpável a 4cm do rebordo costal. 2) Qual hipótese diagnóstica mais provável? Justifique Dor continua em QSD com irradiação para o ombro Náuseas e vômitos Icterícia Colecistite aguda Murphy + Febre 3) Em qual ponto é avaliado o sinal de Murphy? Como se localiza esse ponto? Ponto cistico 3. Como é realizada a manobra para avaliar se o paciente tem o sinal de Murphy? Aprofundar a mão na expiração, manter pressionado e pedir para o paciente inspirar profundamente Sinal de Murphy Parada da inspiração a palpação do ponto cistico Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, sem alterações à percussão abdominal, dor à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito, sem dor à palpação em demais localidades abdominais, sem sinais de irritação peritoneal. Murphy +. Fígado palpável a 4cm do rebordo costal 6) Considerando a avaliação semiológica do fígado, quais dados semiológicos do exame físico estão faltando? Exame do figado Inspeção Ausculta Palpação Percussão Inspeção ➢Atrito: Inflamação da cápsula de Glisson e do peritônio ➢Inflamação hepatica ➢Peritonite generalizada ➢ Sinal da arranhadura hepática (ausculta) ➢hepatimetria auscultando diferença de sons com estetoscópio e tampa de uma caneta no HCD Ausculta ➢Objetivo ➢Delimitar o limite superior e inferior do fígado: orienta a palpação ➢Estabelecer o tamanho do fígado ➢Delimitar área hepática para biopsia Percussão ➢Limite superior: Percussão ao longo da linha hemiclavicular ao nível de 5º EIC ➢Identificação do som submaciço: corresponde a área do diafragma ➢Borda inferior ➢De baixo para cima na LHC e médio esternal ➢Ponto de macicez corresponde a borda inferior do fígado e serve como local de referencia para a palpação Percussão Macicez em HCE Sinal de Jobert Sinal de Jobert ➢ Perda da macicez em HCE ➢Timpanismo em HCD ➢ Pneumoperitonio: ar na cavidade abdominal ➢Ulceras pépticas perfuradas/ perfuração de viscera oca ➢Cuidado: interposição do colon entre a parede e o figado ➢Objetivo: avaliar as características do fígado ➢Borda: fina ou romba ➢Regularidade da superfície: regular ou lisa e irregular ➢Sensibilidade ➢Consistência: normal ou elástica, firme ou aumentada, diminuída ➢Refluxo hepatojugular ➢ Iniciar no local onde a percussão evidenciou macicez; se não for possível, iniciar no QID Palpação do figado ➢Limite inferior: costuma ser palpada a cerca de 1 a 2 cm do rebordo costal direito na linha hemiclavicular ➢ 5 a 8 cm do apêndice xifóide, na linha mediana 1.Palpação “em garra” ou Processo de Mathieu 2.Palpação hepática “bimanual” ou Processo de Lemos Torres Técnicas de palpação do fígado ➢ Examinador à direta do tórax do paciente ➢ Com as mão paralelas sobre o hipocôndrio direito e as extremidades dos dedos fletidos, formando garras,desde a fossa ilíaca tentando palpar o fígado na inspiração Manobra de Mathieu ➢ Mão esquerda sobre a região lombar, apoiando as duas últimas costelas, traciona-se o fígado para frente, com mão direta tenta-se palpar a borda hepática na inspiração profunda, com as falanges distais do indicador e médio. Lemos Torres ➢ Método da pinça: com a mão esquerda sobre o ângulo costolombar direito, ficando o polegar na face anterior do abdome de modo a formar uma pinça. Tenta-se palpar a borda hepática na inspiração. Palpação do figado 7) Qual nome que se dá para a urina escura? E para as fezes claras? 8) Por que essa paciente está ictérica, com a urina escura e as fezes claras? Coluria Acolia fecal Icterícia Icterícia obstrutiva 1. Coledocolitiase 2. Estenose 3. Colangiocarcinoma 4. Tumores periampulares 9) Qual exame laboratorial confirmaria a icterícia? 10) Qual fração desse exame laboratorial indicaria que essa paciente está com obstrução de vias biliares? Ao exame físico geral está em bom estar geral, LOTE, corada, hidratada, ictérica (2+/4+), acianótica e afebril. Aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações. Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, sem alterações à percussão abdominal, dor à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito, sem dor à palpação em demais localidades abdominais, sem sinais de irritação peritoneal. Murphy +. Fígado palpável a 4cm do rebordo costal 11) Essa paciente tem sinais de hepatopatia crônica, como cirrose? Justifique. 37 Estigmas de insuficiência hepática crônica: ICTERÍCIA E PRURIDO Paciente nega comorbidades, cirurgias prévias, tabagismo e etilismo. Refere alergia à Cefalexina. G5Pn5A0.História familiar – CA colorretal em pai aos 70 anos 12) Considerando a clínica da paciente, ela poderia ter cirrose? Justifique. 13)Se fosse uma pancreatite aguda, qual seria a dor típica? E qual sintoma está mais frequentemente associado a esse quadro? Náuseas e vômitos Dor em barra 14) Se fosse uma pancreatite aguda, o que você esperaria encontrar no exame físico abdominal (inspeção, palpação superficial e profunda, percussão e ausculta)? Manchas equimóticas 1. Pancreatite necro hemorrágica ou prenhez ectópica 2. Sangramento lento para retroperitônio ➢Cullen: equimose periumbilical ➢Gray Turner: equimose em flancos Inspeção Sinais Distensão abdominal Asculta ? Percussão Dor Palpação superficial Dor Palpação profunda Dor Com ou sem sinal de irritação peritoneal Ao exame físico geral está em bom estar geral, LOTE, corada, hidratada, ictérica (2+/4+), acianótica e afebril. Aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações. Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes, sem alterações à percussão abdominal, dor à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito, sem dor à palpação em demais localidades abdominais, sem sinais de irritação peritoneal. Murphy +. Fígado palpável a 4cm do rebordo costal 15) Essa paciente tem esplenomegalia? Justifique. 16) Qual o primeiro achado encontrado na esplenomegalia de pequeno volume? ➢Macicez à percussão no espaço de Traube 17) Quais são os limites do espaço de Traube? Espaço de Traube Espaço semilunar do 6º ao 11ºEIC 18) Se essa paciente tivesse uma pancreatite aguda, por que ela estaria ictérica? Compressão do colédoco pelo pâncreas edemaciado 19) Se essa paciente tivesse uma neoplasia de cabeça de pâncreas ela estaria ictérica? 20) Qual achado no exame físico abdominal que sugere neoplasia de cabeça de pâncreas? Qual sinal que se dá a esse achado? Sinal de Courvoisier: Vesicula palpável indolor Semiologia do figado ➢ Dor no QSD ➢ Causas de dor ➢ Distensão da capsula ➢ Infecção ( abscesso): localização mais precisa ➢ Distensão da cápsula de Glisson ➢ Dor continua, em HCD e epigástrio sem irradiação e aumenta com a palpação. ➢ Causa mais comum: hepatomegalia (ICC) ➢ Outras causas: hepatite viral aguda, hepatite alcoólica ➢ Parênquima hepático não tem sensibilidade Dor Semiologia da vesícula e vias biliares 1. Cólica ➢ Inicio súbito, grande intensidade, em HCD, associado a náuseas e vômitos ➢Aparecimento de icterícia após a cólica biliar sugere passagem do calculo para o colédoco 2.Continua ➢Colecistite ➢ Pode irradiar angulo da escapula ou ombro direito ➢Acompanha de hiperestesia e contratura muscular ➢ Sinal de Murphy + ➢VB pode estar distendida a palpação Dor ➢Detectável ao exame clinico quando BT maior que 2 ➢CUIDADO!!! ➢Coloração amarelada da pele sem coloração amarelada da esclerótica: mamão, cenoura, anti maláricos ➢Negros : coloração amarelada da esclerótica pelo acumulo de gordura na conjuntiva ➢Avaliação clinica ➢Tempo de duração ➢ Intensidade ➢Evolução ➢Sintomas associados: coluria, acolia fecal e prurido Ictericia Evolução da ictericia Crescente Intermitente 1. Neoplasia obstrutiva 2. Estenose Coledocolitiase Intensidade da icterícia Alta ( BT>15) Moderada Neoplasia obstrutiva estenose Coledocolitiase Sintomas associados Coluria e acolia fecal Anemia Causa obstrutiva Hemólise ➢Colelitiase e colecistite: associado a alimentos gordurosos Náuseas e vômitos Exame físico da vesícula biliar Inspeção ➢A vesícula normal é impalpável e somente se torna palpável quando obstruída e distendida pela bile ➢ Sinal de Murphy ➢Lei de Courvoisier-Terrier Palpação Semiologia do Pâncreas ➢Anamnese é essencial ➢ Pâncreas não é acessível ao exame físico ➢Etilismo : PC ➢ Sexo: ➢PA: mais comum em mulheres ➢PC: mais comum em homens ➢ Insuficiência pancreática na infância ou adolescência sugere mucoviscidose . 1)Doenças biliares: ➢Associação entre colelitiase e PA 3)Doenças pulmonares crônicas: quando associado a PC em criança sugere mucoviscidose 4)Ulcera péptica: quando ocorre a forma penetrante, pode levar a PA, gte localizada 5)Desnutrição : a desnutrição protéica (kwashiokor) pode levar a atrofia pancreática 6)Medicamentos : drogas usadas no tto de doenças cardíacas e renais podem causar PA HPP ➢ Sintoma mais comum ➢ Pancreatite : tipo lancinante. ➢ Irradiação: ➢Acometimento da cabeça do pâncreas: dor pode ser mediana a direita da região epigástrica com irradiação para dorso ➢Acometimento do corpo: médio epigástrica ou à esquerda ➢Cauda : hce com irradiação para dorso ➢A descrição clássica, em barra não é comum, só ocorrendo quando todo o pâncreas é acometido Dor ➢ Presentes em 75% dos casos de inflamação ➢Os vômitos geralmente são de difícil controle, podendo levar a desequilíbrio HE Náuseas e vômtos ➢ Pancreatite crônica: insuficiência exócrina e endócrina. ➢ Pancreatite aguda :jejum prolongado ou catabolismo no decorrer da doença Emagrecimento Icterícia nas doenças pancreáticas PA Neoplasia Edema da cabeça do pancreas Compressão do colédoco distal ➢Causa: insuficiência pancreática ➢ Fezes são volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida, deixando traços oleosos sobre a água do vaso( esteatorreia) Diarreia ➢Representada por esteatorreia e creatorreia ➢Esteatorreia ocorre quando 70% da glândula se encontra destruída. A perda de gordura se deve a deficiência de lípase. ➢Creatorreia : corresponde a perda de proteína pelas fezes, ocorre por deficiência de enzimas proteolíticas: tripsina e quimiotripsina Má Absorção ➢Leve x grave ➢Após 12 anos de PC ➢DM instavel: alterna hipo com hiperglicemia ➢Complicações que ocorrem no DM de outra origem são raras na PC Diabetes Hepatomegalia PC+hepatomegalia Hepatite alcoólica Metástase hepatica Tu + hepatomegalia ➢Trombose da veia esplênica ou veia porta Esplenomegalia na PA ➢Comum nas PA, mais comum no lado esquerdo ➢O liquido pleural é rico em amilase Derrame pleural Semiologia do baço ➢Esplenomegalias : abaulamento no |HCE pode estender- se para epigástrio,flanco esquerdo,região umbilical e até a fossa ilíaca esquerda Inspeção Inspeção ➢O baço pode ser palpado quando atinge 2x ou 3x seu tamanho habitual; ➢Em crianças menores saudáveis é possível palpar em 5% a 10% dos casos; Palpação ➢Consistência e sensibilidade ➢Mole e doloroso: estados infecciosos agudos ➢Duro e pouco doloroso: esplenomegalias congestiva: esquistossomose mansoni e cirrose hepática ➢Duro e irregular: leucemias crônicas e linfomas Avaliação do baço ➢O examinador a direita do paciente, traciona com a mão esquerda a face póstero-lateral e inferior do gradil costal, deslocando-a em sentido anterior ➢Com a mão direita abaixo da margem costal esquerda, comprime em direção ao hipocôndrio esquerdo, tentando perceber o baço na inspiração profunda ➢ Pode ser feito na posição de Shuster Técnica de Palpação Posição de Schuster ➢O examinador fica à esquerda do paciente;com as mãos “em garra”, a cada inspiração,e a borda do baço será percebida pelas polpas digitais Palpação “em garra” ou Processo de MathieuCardarelli
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