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Cefaléia: Entendendo a Dor de Cabeça

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Cefaléia - 16/09/2019 
Cerca de 40% da população apresenta queixa de cefaleia recorrente por diversas etiologias. 
A cefaleia é uma entidade clínica importante para estudarmos. Em qualquer lugar que esteja, ou 
qualquer especialidade vai se deparar com essa queixa no consultório. 
O importante da cefaleia é alem de fazermos um tratamento adequado é entender que ela pode 
ter um grande impacto na vida da pessoa. 
Como no caso da enxaqueca que pode provocar uma incapacidade de realizar as atividades do 
cotidiano como estudar, trabalhar… e alem disso causar uma ansiedade pela preocupação do 
aparecimento de novos episódios. 
O estudo da cefaleia também é importante como divisor de aguas entre a cefaleia que tem 
evolução benigna e a cefaleia que apresenta risco de vida. 
A anamnese e exame fisico na grande maioria das vezes vai ser suficiente para o diagnostico ou 
vai ser um norteador importante para solicitação de exames complementares.
Então diante de um paciente com cefaleia, temos que pensar o que pode ser e quais são as 
informações que é preciso trazer para que seja possível direcionar o pensamento clinico. 
A cefaleia é dividida em: 
- Cefaleia primária: não esta relacionada com nenhuma doença sistêmica ou neurológica. Ou 
seja, não possui uma etiologia especifica. 
- Cefaleia secundária: apresenta origem sistêmica ou neurológica, ou seja, esta relacionada a 
uma outra doença. 
Para entendermos melhor sobre a cefaleia, é preciso buscar o conhecimento sobre o mecanismo 
da dor.
A dor pode ser desencadeada por fenômenos provenientes de terminações nervosas 
(nociceptivas) ou pode ser secundária a um processo de dor de origem nervosa (periférico ou 
central).
Quando existe uma lesão tecidual, as terminações nervosas livres sensíveis a dor (nociceptores) 
promovem o reconhecimento daquele estimulo doloroso para que o organismo possa se 
defender.
Existe também a dor neuropática em que o estimulo é dado por uma disfunção ou lesão no 
sistema nervoso, ou seja, das fibras nervosas em si, sejam periféricas ou centrais.
A enxaqueca tem esse 2 componentes que são capazes de promover a percepção de dor. 
A sensibilidade da face e do couro cabeludo é percebida pela inervação feita pelo nervo 
trigêmeo. Essas informações de dor são levadas para o tronco cerebral, no núcleo do nervo 
trigêmeo. Lá fazem conexão com o tálamo, hipotálamo e com córtex. 
Então o SNC age em sintonia, existe ali uma sincronicidade. 
Estruturas do sistema nervoso que são sensíveis a dor: 
O parênquima cerebral por si só é insensível a dor. Ou seja, o paciente pode ter um tumor 
cerebral e evoluir durante meses sem sentir dor. 
Porém, existe outras estruturas como as meninges, a foice do cérebro, a parede de artérias das 
meninges que possuem terminações nervosas. Assim como as paredes das veias e dos seios 
venosos, além dos próprios nervos cranianos, os quais também são sensíveis a dor. 
Existem então estruturas do encéfalo que ao serem estimuladas, inflamadas, tracionadas ou 
comprimidas vão gerar a queixa de dor. 
Semiologia I - Gabriella Grabikoski
Quando se fala de cefaleia falamos de uma dor que acomete toda região do couro cabeludo, a 
fronte, os olhos até a região occipital (áreas inervadas pelo trigêmeo). Abaixo da região occipital a 
gente já tem a inervação pelos nervos espinhais e cervicais. 
Então fala-se que a cefaleia é a dor que vai desde o olho até a região occipital. 
A fisiopatologia então depende da causa. Se estou falando de uma dor primaria ou secundaria. 
A dor primária, que não esta relacionada a outra doença sistêmica ou neurológica, é dividida em:
- Enxaqueca
- Cefaleia tensional 
- Cefaleia em salvas 
CEFALEIA PRIMÁRIA
No caso da enxaqueca, muito se tem estudado sobre a fisiopatologia desta. 
Pelo fato da enxaqueca ser uma dor pulsátil, acreditava-se que o único mecanismo 
fisiopatológico da enxaqueca era a dilatação dos vasos cerebrais, que gerava dor. 
Porém, hoje em dia, já não se pensa só dessa maneira. Estudos sequenciais trouxeram novas 
evidencias de que existem outros processos relacionados com a fisiopatologia da enxaqueca. 
Como por exemplo, existe uma hiperinstabilidade ???? (12:35) do encéfalo no paciente que tem 
enxaqueca. O encéfalo não se sabe porque, mas a partir de alguns fatores desencadeantes 
promove uma hiperexcitabilidade de várias regiões encefálicas. 
Essa hipersensibilidade esta relacionada com o estimulo do núcleo do nervo trigemeo no tronco 
cerebral e promove uma descarga de neurtransmissores (dopamina, serotonina) que tem efeito 
vasoativo e promovem vasodilatação, extravasamento de plasma e a deflagração de um 
processo inflamatório.
Então basicamente existe uma hiperexcitabilidade cefálica e existe sim uma alteração vascular 
porque quando começaram a fazer tomografia e ressonância funcional foi visto que determinadas 
áreas do encéfalo recebiam mais ou menos sangue em um quadro de enxaqueca, e que essas 
áreas eram as mais variadas. Isso mostrou que realmente existe um componente vascular, tanto 
de isquemia, quanto de vasodilatação. Esse processo ainda não é completamente entendido, 
mas sabe-se que existe o processo de modulação do tônus vascular, provavelmente um 
desbalanço entre a ação do sistema nervoso autônomo e do simpático; visto que muitas vezes, 
substancias de alimentos que aumentam a ação simpática promovem a clinica da enxaqueca. 
Existe então essa desmodulação do sistema nervoso autônomo, existe uma hiperexcitabilidade 
cefálica, existe também uma modulação desse tônus vascular dependente de 
neurotransmissores. E existe também em ultima análise um processo inflamatório.
Diferente de cardiologia por exemplo, onde é visto uma fisiopatologia toda desenhada; na 
neurologia a gente vê pedaços dessa fisiopato que tentamos juntar. Porém, isso ainda não é 
possível pois existe várias buracos no entendimento. 
Na cefaleia primária e secundária é necessário fazer perguntas como a do tipo: “existe uma lesão 
neurológica ou distúrbio sistêmico para se pensar em uma cefaleia secundária?”
“existem sinais de alarme?” 
*** Sinais de alarme: sinais que mostram que aquela cefaleia tem gravidade e que existe um risco 
de lesão neurológica e até de morte. 
Foto com corte do cérebro mostrando o seio dural, as veias e artérias, chamando atenção para a 
inervação… com terminações sensíveis a estimulo doloroso, seja por estiramento, compressão 
ou inflamação. 
A fisiopatologia da cefaleia primaria: distúrbio neuronal x distúrbio vascular? Ou um distúrbio 
neurovascular? Paciente com enxaqueca não tem apenas dor, tem todo um complexo, uma 
síndrome porque ele tem alterações sensoriais, cognitivas, pode ter diminuição da concentração, 
do raciocínio. Pode ter parestesia, alterações de sistema nervoso autônomo… 
Pode ter irritabilidade, ansiedade, depressão…
Então quando se fala de cefaleia primária não é só ter dor de cabeça, pois existe um contexto de 
apresentação. E por isso que só a vasodilatação, que se acreditava ser o mecanismo 
fisiopatológico dessa cefaleia, não da conta de explicar todo esse processo e sintomas 
apresentados pelos pacientes. 
Existe uma participação importante dos neurônios chamados trigemino-talâmicos. Ou seja, a via 
do trigêmeo que tem relação com o tálamo e comunicação com o trigêmeo vascular, que tem 
efeito sobre o tônus vascular.
- Descobriu-se que tem uma apresentação da enxaqueca chamada “enxaqueca hemiplégica 
familiar” que tem um caráter autossômico dominante. Fizeram mapeamento gênico nesses 
pacientes e viram que existe um gene que tem uma atuação sobre os canais de cálcio. Então 
relacionaram uma disfunção desses canais iônicos com essas hiperexcitabilidade do SNC. 
Obs.: enxaqueca tem importante fator hereditário, até 60%. Porém não se sabe exatamente quais 
são os genes envolvidos.
“Disfunção do processamento de informação central que tem como base uma inflamação 
neurogênica” 
Resumo fisiopatologia cefaleia primária: fatores inflamatórios endovasculares,liberados pelas 
terminações do trigêmeo, que tem efeitos sobre os vasos (dilatação e inflamação). 
E existe também a resposta nociceptiva periférica que é iniciada o SNC. 
Então a anamnese do paciente com cefaleia é muito mais extensa que as perguntas feitas em 
caso de “dor” normal. Então é importante saber na anamnese: 
- Há quanto tempo: aguda ou crônica
- Foi o primeiro episódio de dor?
- O que você estava fazendo naquele momento? Esforço, relação sexual, repouso? 
- As crises de cefaleia são todas iguais? (paciente pode ter mais de uma causa de cefaleia 
concomitante, e tem que tentar separar cada uma delas)
- Vem percebendo mudança nas características da dor? 
- Qualidade da dor 
- Freqüência da dor 
- Duração da dor 
- Momento especifico do dia? Enxaqueca pode ser mais de manhã, tensional no final do dia, a 
em salvas acorda o paciente a noite. Então as cefaleias tem um ciclo circadiano
- Movimento da cabeça ou pescoço tem relação?
- Localização precisa (fronto-temporal, occipital?)
- Sempre ocorre do mesmo lado ou muda?
- Unilateral ou bilateral?
- O que faz quando tá doendo? (remédio, descanso..?)
- O que mais te incomoda junto da dor de cabeça? tem outros sintomas? 
- A dor começou progressiva ou já começou muito intensa?
- Relação com o esforço fisico? Melhora ou piora?
- Sinal ou sintoma que avisa que a dor vai vir 
- Quais outros sinais e sintomas acontecem antes, durante ou depois da dor 
- Humor muda? (sonolenta, depressivo, estressado)
- Fator desencadeante? (café, alimentos com muito sódio, menstruação…)
- Estresse piora? 
- Teve algum trauma craniocefálico?
- Gravidez?
- Ingestão de álcool piora a dor?
- Febre? Se sim, como é esse comportamento da febre? 
- Emagrecimento?
- Fez punção lombar?
- Alteração na visão? 
- Historia na familia?
A anamnese então contempla todas essas perguntas. Quando pegar paciente com cefaleia tem 
que abrir o leque de perguntas pra ele. Sair dos itens básicos e pensar alem. Mais do que fazer 
mais perguntas é necessário interpretar as respostas e direcionar o pensamento para uma causa 
especifica.
CEFALÉIA PRIMÁRIA
—> Enxaqueca (migrânea): 
- Acomete 20% da população e é até 2x mais comum nas mulheres 
- Pode ter inicio na infância ou adolescência, mas tem um pico entre 30 e 50 anos. 
- Historia familiar é marcante (60/80% dos pacientes tem historia de pacientes de primeiro grau 
com enxaqueca)
- Dor fronto-temporal, unilateral e pulsátil/latejante. Também pode ocorrer bilateralmente. 
Unilateralidade pode variar, doendo mais de um lado durante um mês e no outro mês mudar. 
- Dor de moderada a grave intensidade (não deixa paciente realizar as atividades do cotidiano)
- Duração entre 4-72 horas
- Em 20% dos pacientes existe a aura. Quando tem aura é chamada de enxaqueca clássica.
Quando não tem aura (80%) é chamada de enxaqueca comum. 
Pode ser observado algumas fases: 
- Pródromo (60% apresenta): o que antecede a queixa de dor propriamente dita (1/2 dias antes). 
Paciente pode ter bocejo, dor no pescoço, cansaço sem motivo, alteração do humor, fotofobia, 
fonofobia, náusea, modificação do apetite, alterações intestinais. 
- Aura: paciente tem sintomas de ordem neurológica. A aura é fugaz, queixas duram minutos até 
no máximo 1 hora. Tem muita alteração visual (perda do campo visual, flashs, escotomas 
cintilantes), parestesia e dificuldade para falar. 
*Alguns pacientes com enxaqueca crônica apresentam aura mas não apresentam a enxaqueca 
propriamente dita. 
- Dor: pode ser agravada com esforço fisico, movimento da cabeça… esse paciente vai pro 
quarto, ficar deitado de luzes apagadas pois ele esta sensível a qualquer percepção sensorial. 
*pode ter sintomas associados nessa fase como náusea, vomito, fonofobia, fotofobia, osmofobia. 
Dura de 4/72 horas 
- Pósdromo: pode durar até dias. Fase de exaustão e fadiga. 
Formas raras de enxaqueca: 
- Enxaqueca hemiplégica: apresenta caráter familiar. Paciente perde a força que pode durar dias. 
- Enxaqueca basilar ou vestibular: acomete a região irrigada pela artéria basilar, ou seja, tronco 
cerebral e córtex occipital. Com isso o paciente vai apresentar diplopia, disartria, vertigem, 
zumbido, paresia e alteração do nível de consciência. 
- Enxaqueca retiniana: pode causar amaurose temporária pois ocorre uma isquemia do nervo 
óptico
- Enxaqueca acefálgica: enxaqueca que tem tudo menos a dor 
Quais fatores desencadeiam a enxaqueca? (particular de cada pessoa)
- Jejum prolongado 
- Uso de cafeína exagerada (chá mate, coca-cola)
- Sono irregular (não dormir ou dormir demais)
- Estresse 
- Menstruação 
- Uso de determinados medicamentos (paciente com doença coronariana que usa nitrato, uso 
de anticoncepcional…)
- Clima 
- Alcool 
- Alimentos que possuam glutamato, embutidos, queijos muito maturados, chocolate…
- Esforço fisico 
- Pode se tornar crônica devido ao abuso de analgésicos. Se torna um ciclo vicioso. Médico as 
vezes tem que suspender a medicação e falar pro paciente que ele vai precisar ficar sentindo 
dor por 2 semanas.
O que pode melhorar? 
- Descanso, dormir 
Complicações mais sérias da enxaqueca: 
- Associação com anticoncepcional acima dos 35 anos 
- Crise enxaquecosa (dura mais de 72 horas)
- Enxaqueca relaciona com deflagração de quadros de convulsão pela hiperexcitabilidade 
- Infarto cerebral pela modulação vascular que pode acabar levando a áreas de isquemia
Existe uma sociedade internacional de cefaleia que criou critérios para definir de que cefaleia se 
está falando. A ultima reunião foi em 2015 (kkkk muito relevante). 
Para “classificar” como enxaqueca sem aura (80% dos casos): 
- Pelo menos 5 ataques de cefaleia que durem de 4-72 horas e que tem pelo menos 2 dessa 
apresentação (ou é unilateral, pulsátil, intensidade moderada/grave e que piora com o esforço).
- Durante o ataque tenha pelo menos 1 dessas queixas: náusea e/ou vômito e fotofobia/
fonofobia. 
- Não esteja atribuída a outra patologia. 
Enxaqueca com aura: 
- 2 episódios 
- Presença da aura descrita anteriormente 
—> Cefaleia tensional: 
Pode ser episódica ou crônica
Antigamente era relacionada somente a ansiedade. A pessoa que esta tensa tem uma contratura 
da musculatura pericraniana e cervical o que gera a dor. Isso é verdade, porem não é só isso.
A fisiopatologia da cefaleia tensional inclui o componente de contratura da muscular e além 
disso, existe também uma participação neurogênica do SNC parecida com a da enxaqueca. 
Ela então também é multifatorial quando fala-se da fisiopatologia. 
As vezes, misturado nesse quadro clássico de cefaleia tensional tem ainda algumas 
apresentações que lembram a enxaqueca. 
O que é clássico da cefaleia tensional é: 
- Prevalência maior do que a da enxaqueca (40/70% dos pacientes com cefaleia primária)
- Acomete mais as mulheres 
- Pico entre 30-40 anos
- Dor opressiva (“peso”)
- Apresentação bilateral (diferente da enxaqueca que é unilateral)
- Occipital, frontal ou holocraniana 
- Leve a moderada intensidade (paciente acaba não procurando o médico)
- Não impede realização das atividades do cotidiano 
- Dura de 30 minutos até 7 dias 
- Não é comum a existência de componente familiar 
- Hiperestesia e hipertonia da musculatura do couro cabeludo e da região cervical 
- Mais comum no final do dia, quando a pessoa tá mais cansada/estressada 
- Pode cronificar, assim como a enxaqueca 
**Cefaleias primárias se tornam crônicas quando o paciente apresenta mais de 15 dias de 
dor durante 1 mês. 
—> Cefaleia em salvas (0,4% dos casos de cefaleia primária)
- Acomete mais os homens com histórico de tabagismo e etilismo 
- Deflagrada pelo uso de álcool em 70% dos pacientes 
- Acomete paciente a noite (acorda a noite com dor insuportável)
- Agitação psicomotora intensa (paciente chega a bater com a cabeça na parede e até pensar 
em suicídio)
- Dor dura de 15 a 180 minutos 
- Dentro das cefaleias chamadas de “trigemino-autonômicas” que são as cefaleiasque possuem 
um estimulo do trigêmeo com comprometimento vascular e há uma excitação do sistema 
nervoso autônomo. 
- Localização periorbitária e/ou temporal 
- Unilateral 
- Muito intensa, parece uma facada
- Vem acompanhada de sintomas autonômicos como hiperemia conjuntival, obstrução nasal, 
sudorese só daquele lado, miose, ptose, lacrimejamento, edema palpebral.
- Agitação e ataque recorrente com remissões (3 meses de dor e depois remissão por 1 ano por 
exemplo)
- Dor geralmente acontece no mesmo horário
SINAIS DE ALARME DE UMA CEFALEIA 
- Cefaleia de inicio súbito e se o paciente nunca teve aquela dor: pode pensar em hemorragia 
subaracnoidea 
- Rigidez de nuca: verificar sinais de irritação meningea e hemorragias subaracnoideas. Pode 
demorar de 12 a 24 horas para aparecer depois da hemorragia. 
- Piora do padrão 
- Valsalva: aumenta pressão intratorácica e as drenagens das jugulares ficam prejudicadas. Com 
isso acumula mais sangue venoso no encéfalo. Se aumenta volume de sangue vai aumentar a 
pressão intracraniana. Então uma dor que piora com a tosse ou valsalva faz com que a gente 
pense em uma hipertensão intracraniana. 
- Alteração do exame neurológico (hemiplegia, plegia, alteração de par craniano…)
- Edema de papila (sinal de hipertensão intracraniana)
- Sinais sistêmicos: febre, perda de peso, artrite, claudicação mandibular (paciente tem que 
parar de falar ou mastigar porque sente dor na musculatura da mandíbula. E isso está 
relacionado com uma inflamação da artéria temporal, chamado arterite temporal)
- Idade maior que 50 anos (pensar em tumores)
- Alterações neuropsiquiátricas 
- Se a dor acorda o paciente ou se já acorda de manhã com a dor (pensar em hipertensão 
intracraniana) 
- Gravidez (que pode ter trombose venosa cerebral e HAS)
- Trombose/sinais de hipercoagulabilidade 
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS 
Paciente na foto fazendo sinal de brudzinski: processo inflamatório nas meninges ou sangue nas 
meninges 
Causas hemorrágicas relacionadas as cefaleias secundárias:

- Hemorragia subaracnoidea (HSA): pode ser precipitada por esforço, relação sexual…
*características de cefaleia decorrente de HSA: holocraniana, inicio súbito, intensa, pode ter 
vômito em jato, perda da consciência e evolutivamente vai apresentar sinais de irritação 
meningea e de hipertensão intracraniana. 
- Hematoma epidural e subdural: esteja ele em qualquer uma dessas localizações, geralmente a 
causa mais comum é trauma. O epidural tem uma evolução mais dramática, uma evolução 
mais aguda devido ao rompimento de artérias. 
O hematoma subdural devido a rotura de pequenas veias pode evoluir ao longo de semanas. 
Caso de um idoso que teve um traumatismo craniano em uma viagem. Quando ele voltou já tinha 
semanas de evolução; ele apresentava uma cefaleia constante, desde a época do trauma. 
Começou sentir também zumbido, tonteira, perda cognitiva… quando pediu uma tomografia 
tinha um hematoma epidural (acho que seria subdural…???). 
—> Hipertensão intracraniana 
Causas: 
- Hemorragia intraparenquimatosa: HAS, angiopatia amilóide, coagulopatia - sinais neurológicos 
focais (hemiplegia, afasia…), cefaleia, perda da consciência. Área hiperdensa na TC. 
- Hematoma subdural e epidural: traumatismo cranio encefálico 
- Trombose dos seios venoso: pacientes em uso de anticoncepcional, grávidas, com historia de 
uma doença que favorece formação de trombo como trombofilia, infecções próximas ao local. 
Quadro clinico: alteração focal no exame neurológico relacionada com a área afetada e pode ter 
convulsão. 
- Meningite: febre, cefaleia, vômito, rigidez de nuca. 
- Tumor cerebral: cefaleia, sinais de hipertensão intracraniana, convulsão, sinais de localização 
neurológica (dependendo da área afetada)
O que realmente precisa saber? 
Precisa desconfiar de uma cefaleia que tenha características de cefaleia por hipertensão 
intracraniana, que são elas: 
- Cefaleia que o paciente já acorda com ela ou que acorda o paciente durante a noite 
- Cefaleia que piora deitado 
- Cefaleia que piora com tosse e valsava
- Cefaleia com vomito 
- Cefaleia com alterações visuais 
OUTRAS CAUSAS DE CEFALEIA SECUNDÁRIA: 
—>Glaucoma: 
- Aumento da pressão intraocular devido ao acúmulo de humor aquoso na parte anterior do olho 
que pode lesar o nervo óptico.
Glaucoma de ângulo fechado (10%):
- Dor orbitária ou retro-orbitária unilateral intensa
- Inicio da dor abrupto 
- Pode ser acompanhado de cefaleia frontal 
- Pode ter fotofobia 
- Pode ter turvação da visão, lacrimejamento 
- Náuseas e vômitos 
- Ao exame físico: hiperemia conjuntival, injeção conjuntiva perilímbica, edema de córnea, 
pupilas em meia-midríase e pouco responsiva a luz. Reflexo fotomotor alterado. 
—> Neuralgia do trigêmeo: tal nervo pode sofrer um estimulo e promover uma dor na região de 
sua inervação, principalmente no seu ramo maxilar e mandibular de etiologia primária (idiopática) 
ou secundária a outras doenças como esclerose múltipla ou compressão vascular. 
- Dor intensa nas áreas inervadas pelas raizes mandibular e maxilar, unilateral, choques breves (2 
minutos), ardência que dura alguns minutos, espasmos da musculatura facial. 
- Pode ser deflagrada por alguns gatilhos como: vento, ato de barbear, escovar dente, 
mastigando…
—> Arterite temporal: inflamação da artéria temporal (vasculite)
A artéria temporal dá origem a artéria oftálmica. 
- Inflamação de vasos de grande e médio calibre que tem predileção pelos ramos extracranianos 
da carótida, como a artéria temporal, acomete pessoas com mais de 50 anos, 
preferencialmente mulheres 
- Pode estar associada com a polimialgia reumática (queixa de dor/rigidez) articular na região 
cervical, escapular ou pélvica.
Essa doença é de origem auto-imune que causa inflamação que tem tropismo pela artéria 
temporal 
Clínica: 
- Perda ponderal 
- Fadiga 
- Febre 
- Cefaleia temporal 
- Claudicação da mandíbula 
- Alteração visual que pode levar a cegueira (pelo comprometimento da artéria oftálmica). Uso 
de corticóides impede essa evolução. 
Ao exame fisico: 
- Espessamento da artéria temporal percebida a palpação e pulso diminuído
—> Disfunção da articulação temporo-mandibular (ATM): examinar articulação, ver se tem 
crepitação, movimentação diminuída, dor a compressão local… 

- Má oclusão dentária, trauma, artrite reumatóide 
- Clinica: limitação dolorosa a abertura da boca (sente dor quando mastiga, fala…), cefaleia 
temporo-parietal, dor pode irradiar pro ouvido e apresentar otalgia, ruídos na ATM (crepitação). 
- Quem trata é o dentista bucomaxilofacial. Mas você como médico tem que perceber do que se 
trata e encaminhar ao dentista. 
**Hipertensão arterial também pode ser uma causa de cefaleia. Porém, muitas vezes o paciente 
hipertenso crônico apresenta um leve aumento da pressão arterial e apresenta uma cefaleia 
tensional. A fisiopatologia nesse caso não necessariamente é a hipertensão, então não precisa 
obrigatoriamente baixar a PA do paciente. 
Agora um outro paciente que apresenta níveis pressóricos muito elevados abruptamente e que 
tem cefaleia, acompanhada de tonteira… esse paciente pode ter uma emergencia hipertensiva de 
uma encefalopatia hipertensiva motivada pela alteração do tônus vascular causada pelo pico 
pressórico.
—> Rinosinusite: 
- Obstrução na drenagem de secreção dos seios da face 
- Pode ser viral, bacteriana ou alérgica 
- Edema da mucosa e a produção de muco espesso obstruem os estios dos seios da face 
- Clinica: dor em peso frontal, maxilar, cefaleia na fronte obstrução nasal, secreção nasal e pós-
nasal purulenta, tosse, hiposmia e febre. 
Mensagem final: 
- Fazer uma anamnese bem detalhada
- Prestar atenção aos sinais de alarme 
- Exame fisico da cefaleia começa desde palpação da musculatura pericraniana e cervical (dor a 
movimentação, hiperestesia??). 
- Palpar pulso e observar artéria temporal. 
- Exame do olho com detalhes. 
- Exame de seios da face.- Exame da orofaringe. 
- Exame do ouvido. 
- Verificar coluna cervical 
- Fazer um bom exame neurológico a procura de alterações motoras, sensitivas, pares 
cranianos… 
- Saber se o paciente é hipertenso 
O que precisa saber?
- Diferenciar cefaleia primária e secundária
- Dentro das primária conseguir diferenciar enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia em salvas

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